Comportamento
de forrageamento de Apis mellifera
L. em Azadirachta indica A. Juss no semiárido do Piauí
Foraging behaviour
of Apis mellifera L. in Azadirachta indica A. Juss. in the semi-arid region, Piaui, Brazil
Comportamiento de forrajeo de Apis mellifera L. en Azadirachta indica A.
Juss. en la región
semiárida de Piauí, Brasil
Orlaneide da Silva
Brito1; Juliana do Nascimento Bendini2; Maria Carolina de Abreu3
1Licenciada
em Ciências Biológicas, Universidade Federal do Piauí campus Senador Helvídio Nunes de
Barros, Picos, Piauí, e-mail: orlaneide21@hotmail.com;
2Doutora em Zootecnia, Universidade Federal do Piauí campus Senador Helvídio Nunes de
Barros, Picos, Piauí, e-mail: jbendini@ufpi.edu.br;
3Doutora em Botânica, Universidade Federal do Piauí, Teresina, Piauí,
e-mail: mariacarolinabreu@hotmail.com
Recebido: 16/06/2020;
Aprovado: 30/12/2020; Publicado: 03/03/2021
Resumo: Objetivou-se por meio do estudo avaliar o comportamento de coleta de abelhas
africanizadas em flores de árvores de Nim no município de Picos, Piauí, Brasil.
Para tanto, no período de fevereiro a dezembro de 2016, durante três dias
consecutivos de cada mês, foi realizada uma avaliação da atividade de coleta das
abelhas em 10 árvores de Nim em florescimento. Essa
avaliação foi realizada anotando-se das 7 às 13h, a cada 2 horas, durante 5 minutos,
em cada árvore: i. o número de abelhas africanizadas visitantes, ii. o (os) recurso(s) coletado(s), iii.
a presença de outros visitantes e iv. os aspectos da
biologia floral (antese, receptividade do estigma e odor). Como resultados,
constatou-se que as árvores de Nim, nas condições
climáticas do município de Picos, florescem e frutificam o ano todo. Essa
árvore apresenta artifícios para atrair seus visitantes florais, como a
liberação de odor intenso e a disponibilidade de pólen abundante durante o período
de observação. Durante o período chuvoso na região, o número de abelhas visitantes
(36) foi muito inferior ao período seco (282). Esses insetos permaneceram
visitando as flores de Nim durante o período avaliado,
com pico de visitação logo no primeiro horário de observação (7 às 8h), sendo o
pólen o principal recurso coletado. Concluiu-se que as abelhas africanizadas
visitam as flores de Nim para a coleta de recursos florais (pólen), que podem compor a dieta
das colônias principalmente durante o período de escassez de flores no campo.
Palavras-chave: Abelhas; Biologia floral; Polinização.
Abstract: The aim of this study
was to evaluate the foraging behavior of Africanized bees on flowers of Neem
trees in the municipality of Picos, Piauí, Brazil. Therefore, in the period from February to
December 2016, during three consecutive days of each month, an evaluation of
the bee foraging activity was carried out in 10 neem trees in flowering. This
assessment was performed by taking notes from 7 am to 1 pm, every 2 hours, for
5 minutes, on each tree: i. the number of Africanized
visiting bees, ii. the resource (s) collected, iii. the presence of other
visitors and iv. aspects of floral biology (anthesis, stigma and odor
receptivity). As a result, it was found that the Neem trees, in the climatic
conditions of the municipality of Picos, bloom and
bear fruit all year round. This tree has artifices to attract its floral
visitors, such as the release of intense odor and the availability of abundant
pollen during the observation period. During the rainy season in the region,
the number of visiting bees (36) was much lower than the dry season (282).
These insects continued to visit the Neem flowers during the evaluated period,
with a peak of visitation at the first observation time (7 am to 8 am), with
pollen being the main collected resource. It was concluded that Africanized
bees visit Neem flowers to collect floral resources (pollen), which can make up
the colonies' diet mainly during the period of shortage of flowers in the
field.
Key words: Honey bees; Floral biology; Pollination.
Resumen: El objetivo de este estudio
fue evaluar el comportamiento de recolección de abejas
africanizadas en flores de árboles
de neem en el municipio de Picos, Piauí,
Brasil. Por tanto, en el
período de febrero a diciembre
de 2016, durante tres días
consecutivos de cada mes, se realizó
una evaluación de la actividad de recolección de abejas en 10 árboles
de nim en floración. Esta evaluación se realizó tomando notas de 7 am a 1
pm, cada 2 horas, durante 5 minutos, en cada árbol: i. el número de abejas visitantes
africanizadas, ii. los
recursos recolectados, iii.
la presencia de otros
visitantes y iv. aspectos de la
biología floral (antesis,
estigma y receptividad de olores). Como resultado, se
encontró que los árboles de Neem, en las condiciones climáticas del municipio de Picos, florecen y dan frutos
todo el año. Este árbol tiene artificios
para atraer a sus visitantes florales,
como la liberación de olor
intenso y la disponibilidad
de abundante polen durante el
período de observación. Durante la
temporada de lluvias en la región, el
número de abejas visitantes (36) fue
mucho menor que la
temporada seca (282). Estos insectos
continuaron visitando las
flores de Neem durante el
período evaluado, con un pico de visitas en la primera hora de observación (7 am a 8 am), siendo el
polen el principal recurso recolectado. Se concluyó que las abejas africanizadas visitan las flores de Neem para recolectar recursos florales (polen), que pueden constituir la dieta de las colonias principalmente
durante el período de escasez
de flores en el campo.
Palabras Clave: Abejas;
Biología floral; Polinización.
INTRODUÇÃO
A produção de mel no Piauí tem criado oportunidades de trabalho e
renda para famílias de pequenos e médios produtores (VELOSO-FILHO et al., 2012).
Além disso, o baixo custo de implantação de apiários e o reduzido impacto
ambiental associado à conservação das matas são características importantes da apicultura
no Estado (CARVALHO et al., 2019).
Considerando-se a existência de uma relação estreita entre a abelha melífera e
a vegetação em torno do apiário, para além da produção de mel e de outros
produtos da colônia, compreender as preferências das abelhas contribui para a
conservação desses insetos (MUNIZ, et al., 2020).
Atualmente a população de abelhas encontra-se em declínio
no Brasil (PIRES et al., 2016) e pesquisas apontam os efeitos dos
agrotóxicos como principais responsáveis (GILL et al., 2012; ARAÚJO et
al., 2017; ARAÚJO et al., 2018). Por outro
lado, o uso de inseticidas naturais tem surgido como uma importante alternativa
para combate de pragas agrícolas, devido, supostamente, a uma menor contaminação
ao meio ambiente e aos organismos “não-alvo” (BOTTI et al., 2015), como as
abelhas.
Nesse
cenário, a azadiractina, substância derivada da espécie
arbórea popularmente conhecida como Nim indiano (Azadirachta
indica A. Juss.), vem sendo amplamente utilizada na produção de inseticidas
naturais (FERREIRA; GONÇALVES, 2014, JUSTINIANO et al., 2012, UCHÔA et al., 2018).
Segundo Miranda et al. (2016), os inseticidas produzidos a partir dessa planta
têm a vantagem de apresentar baixa toxicidade a animais de sangue quente, serem
rapidamente degradados no solo e nas plantas e não apresentar período de
carência.
A introdução de árvores de Nim foi acelerada na região de Picos, Piauí, principalmente
com fins paisagísticos (COELHO-JUNIOR et al., 2019). No entanto, Rodrigues et al. (2018) avaliando a toxicidade de derivados da referida espécie
(óleo, do extrato aquoso das folhas e extrato aquoso de sementes), observaram que
esses produtos, especialmente o óleo, quando ingeridos pelas abelhas Apis
mellifera L. podem causar mortalidade.
Considerando a importância
da apicultura para a região de Picos, percebe-se uma inquietação por parte do setor apícola, quanto aos riscos
de intoxicação das abelhas e prejuízos à atividade. Dessa maneira, o presente
trabalho se deteve a avaliar o comportamento de coleta de abelhas africanizadas
em flores de árvores de Nim no município de Picos, Piauí, Brasil.
MATERIAL E
MÉTODOS
O presente trabalho
foi desenvolvido em uma área do campus
Universitário Senador Helvídio Nunes de Barros – CSHNB
da Universidade Federal do Piauí, no município de Picos, localizado nas
coordenadas geográficas 7º04'54"S e 41º28'14"W. Caracterizado como de clima tropical e semiárido
quente,
com temperaturas que variam entre 22ºC e 39°C,
de acordo com a estação do ano, Picos apresenta dois períodos climáticos bem
definidos, sendo que o período de seca é
extenso variando de 7 a 8 meses no ano (AGUIAR; GOMES, 2004).
A população de A. indica selecionada para o estudo,
compreendia 10 espécimes em estados reprodutivos de porte arbóreo com uma altura
média de 5 metros e que fazem parte do paisagismo do campus da UFPI de Picos. Os espécimes selecionados foram marcados
com fita zebrada e monitorados mensalmente. Durante o desenvolvimento dessa
pesquisa, os funcionários do referido campus
foram orientados a não podarem as árvores selecionadas, evitando assim
eventuais transtornos.
Foi constatada no campus
a ocorrência de colônias de abelhas africanizadas nidificados, ou seja, colônias
que se encontram alojadas em abrigos naturais com seus ninhos construídos a pelo
menos 500 m de distância da área de estudo, garantindo assim a presença dessas
abelhas nas árvores estudadas.
Avaliação
do comportamento de coleta de abelhas africanizadas em árvores de Nim
Primeiramente, é preciso destacar
que foram realizados pré-testes nos meses de janeiro e fevereiro do referido ano,
onde realizou-se observações entre 4h30min e 18h. Verificou-se que a visita das
abelhas africanizadas nas flores de Nim ocorreram a
partir das 7h, sendo que as visitas se estenderam até as 13h.
O comportamento de coleta das abelhas africanizadas
nas flores das árvores de Nim foi observado de
fevereiro a dezembro de 2016 durante três dias de cada mês das 7 às 13 h, a
cada duas horas, durante 5 min, em cada árvore. Durante as observações foram
registrados o número de abelhas africanizadas visitantes, o (os) recurso(s) coletado(s)
e a presença de outros visitantes. Foi utilizado termômetro digital para a
tomada da temperatura no local.
Para a avaliação da eficiência polinizadora de A.
mellifera em A. indica, a cada horário dos dias de observação, foram
registrados: i. a antese das flores, por meio da observação direta dos
indivíduos estudados, ii. a presença de odores,
através da dissecação das flores, armazenando-as em diferentes recipientes
fechados e, após dez minutos, verificando-se a emissão de odores por essas
estruturas (VOGEL, 1983) e iii. a receptividade do
estigma, inserindo essas estruturas florais em Peróxido de Hidrogênio (H2O2),
de modo que a possível verificação da formação de bolhas revelasse a
receptividade do estigma (DAFINI; KEVAN; HUSBAND, 2005). Utilizando-se um
microscópio estereoscópico com aumento de 100X, foram dissecadas flores de A.
indica em diferentes estágios de desenvolvimento dos indivíduos estudados para
análise da anatomia floral.
Análise
dos resultados
Os dados coletados foram transferidos para o software
Microsoft Office Excel® 2016 e os resultados foram analisados a partir de estatística
descritiva, estabelecendo-se as possíveis relações entre o comportamento de
coleta de A. mellifera e os aspectos da biologia floral de A. indica.
RESULTADOS E
DISCUSSÃO
Observou-se nesse estudo que a espécie vegetal A. indica floresce e frutifica durante o
ano todo nas condições climáticas do município de Picos, Piauí. Observações
realizadas em campo revelaram que as árvores de Nim
apresentam, ao mesmo tempo, flores e frutos em diferentes estágios de maturação,
destacando um aumento considerável das inflorescências durante os períodos com
maiores índices de precipitação.
Araújo et al. (2008) realizando um estudo fenológico
das plantas apícolas arbóreas na microrregião de Catolé do Rocha, Paraíba,
também inserida no Bioma Caatinga, constataram apenas duas épocas de
florescimento das árvores de Nim. Segundo os dados relatados
por esses autores, o florescimento dessa espécie vegetal na área estudada
ocorreu de abril a maio e de agosto a outubro. Neves e Carpanezzi
(2008), a partir de observações de campo e de informações prestadas por produtores
ou técnicos locais, afirmam que as épocas de florescimento e de frutificação das
árvores de Nim pode variar conforme o clima (temperatura
e chuva) onde a espécie é cultivada.
Analisando-se as flores dos indivíduos estudados observou-se
que estas são brancas, pequenas,
reunidas em inflorescências de panículas cimosas axilares e suavemente perfumadas.
São diclamídeas, pentâmeras, cálice dialissépalo, corola dialipétala, actinomórficas, ovário súpero, diplostêmone, tricarpelar, trilocular, estames monadelfos,
androceu isodínamo e a deiscência é do tipo rimosa. Todas
as flores observadas eram hermafroditas, portanto, compostas pelos dois verticilos
férteis (androceu e gineceu) ao mesmo tempo. Essas observações estão de acordo
com o descrito por Sodepaz (2011).
No presente estudo verificou-se que a maioria das
flores estava aberta nas inflorescências bem antes do primeiro horário de observação
(7 às 8h), com insetos coletando pólen nesse horário enquanto outras flores iam
abrindo no decorrer do dia. Verificou-se a emissão de odor intenso pelas flores
de Nim ao longo de todos os horários de observação.
Isso contribui para que um maior número de insetos visite as flores, favorecendo
a polinização, posto que os estigmas das flores mantiveram-se
receptivos e foi constatada disponibilidade de pólen em todos os horários
observados. Dessa maneira, percebeu-se que essa árvore apresenta artifícios para
atrair seus visitantes florais.
Durante os meses de observação constatou-se que todos os visitantes florais de A.
indica pertencem à classe Insecta, destacando-se como principais
visitantes os insetos pertencentes às ordens Lepidoptera (borboletas), Diptera (moscas) e Hymenoptera (abelhas e vespas). Vika e Tandon (2011) observaram que os visitantes
florais mais frequentes nessa espécie compreendem as ordens Hymenoptera
e Lepidoptera, sendo as abelhas do gênero Apis segundo o autor, as polinizadoras mais eficientes.
No presente trabalho convencionou-se
denominar como período chuvoso os meses de fevereiro a maio e como período seco
os meses de junho a dezembro, de acordo com os índices pluviométricos do município
(INMET, 2016). Observou-se que o
número de visitantes de cada ordem sofreu variações consideráveis durante o ano.
Insetos da ordem Lepidoptera (borboletas) se destacaram (45,96%) durante os
meses do período chuvoso (Figura 1), o que não foi observado durante o período
seco (Figura 2).
Figura 1. Ocorrência
de visitantes florais em A. indica
durante o período chuvoso no município de Picos, Piauí.
Figura 2.
Ocorrência de visitantes florais em A.
indica durante o período seco no município de Picos, Piauí.
Observou-se que abelhas A. mellifera L. permaneceram
visitando as flores de Nim durante o ano. Mesmo
durante o período chuvoso quando a frequência era menor, esses insetos sempre
se fizeram presentes. Constatou-se que o pólen foi o principal recurso coletado
nos horários de observação. Durante o presente estudo verificou-se essas abelhas
se demoravam nas flores, tocando os estames e coletando pólen. Dessa maneira, corroborando
o observado por Vikas e Tandon
(2011) pode-se afirmar que a abelhas A. mellifera L. são os principais agentes
polinizadores de A. indica nas condições de realização do presente estudo.
Observações focais do comportamento de coleta de abelhas
A. mellifera L. visitando as flores de Nim
durante o período chuvoso, revelaram uma maior frequência de visita logo no
primeiro horário de observação (7 às 8h da manhã). Verificou-se que durante esse período o número desses
insetos nas flores foi consideravelmente pequeno mesmo nos primeiros horários e
esse número foi diminuindo ao longo do dia (Figura 1).
Por outro lado, durante o período seco, as visitas dessas abelhas às flores de A. indica estenderam-se
durante todos os horários de observação (Figura 2), sendo que o pico de
visitação coincide com o observado durante o período chuvoso. Observou-se que no
mês de setembro o número de visitação foi mais intenso, com a ocorrência de 155
abelhas da referida espécie.
Verificou-se dessa maneira que durante o período seco ocorreu
um aumento acentuado do número de abelhas A. mellifera L. visitando as
flores de Nim. Comparando-se os dados obtidos
durante os meses de observação (Figura 3) pode-se afirmar que a visitação dessas
abelhas na referida espécie vegetal ocorreu com maior intensidade durante o período
seco, quando estas árvores eram uma das poucas fontes de oferta de alimento, à
medida que ocorre nesse período uma queda na disponibilidade de recursos oferecidos
por outras fontes florais. Santos et al. (2019) explicam
que o clima influencia na disponibilidade de recursos vegetais às
abelhas, e assim durante o período de seca constata-se escassa floração das
espécies apícolas.
Figura 3.
Número de A. mellifera nas flores de A. indica durante os meses de observação
no município de Picos, Piauí.
No
semiárido piauiense, o período chuvoso apresenta uma maior diversidade de
espécies vegetais em florescimento e, por outro lado, nos meses de setembro a
novembro, é observado que o número de espécies florescendo é reduzido (ALEIXO et
al., 2014). Alves (2010) observou que a
participação do pólen de Nim na dieta das abelhas Apis
mellifera L. se deu com maior intensidade durante o período de estiagem, corroborando
o observado no presente estudo. Considerando que a frequência
de um determinado visitante nas flores pode estar relacionada com a sua
necessidade nutricional e com a disponibilidade de outras fontes florais (ROSA et
al., 2019), constata-se que a visita
desses insetos as árvores de Nim em regiões de clima semiárido
pode se intensificar devido à escassez de outras floradas durante o período seco.
Kivas e Tandon (2011) observaram que
a aplicação do óleo das sementes de A. indica pode repelir a visitação de
abelhas do gênero Apis. Da mesma forma, efeitos
negativos de produtos derivados da referida planta para as abelhas têm sido
reportados em diferentes espécies: Apis mellifera (XAVIER et al., 2015;
AMARAL et al., 2015), Tetragonisca
angustula Latreille (BARRETO et al., 2012) e Tetragonula iridipennis Smith
(SINGH et al., 2015). Embora Alves (2010) tenha observado que a utilização
do pólen de A. indica pelas abelhas Apis mellifera L. tenha ocasionado
a morte de muitas crias, também constatou-se um aumento
na postura pela rainha nesse período, o que compensou a mortalidade observada. Considerando-se
que a maior parte das pesquisas vem se dedicando a avaliar
o impacto dos produtos derivados dessa árvore para as abelhas, se fazem necessários estudos relacionados a possível toxicidade das flores do Nim para esses insetos durante a visitação.
CONCLUSÕES
As abelhas Apis mellifera L., nas condições
climáticas do município de Picos, Piauí, visitam as flores de A. indica para a coleta de recursos florais, especialmente pólen, que
podem compor a dieta das colônias principalmente durante o período de escassez
de flores no campo.
AGRADECIMENTO
Os autores agradecem à Fundação de Amparo à Pesquisa do
Estado do Piauí (FAPEPI) pela concessão de uma bolsa de Iniciação Científica para
a realização do trabalho.
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