Levantamento florístico e fitossociológico do componente arbóreo de praças públicas do município de Iporá, Goiás

Floristic and phytosociological survey of public squares arbor component in the municipality of Iporá, Goiás, Brazil

Amanda Munielly Alves Bernardes¹; Thamires Marques Moura²; Vania Sardinha dos Santos Diniz³; Maristela Aparecida Dias4; Marlucia Marques5

1Acadêmica de Bacharelado em Agronomia, Instituto Federal Goiano, Campus Iporá, amandamuni123@gmail.com; 2Engenheira Florestal, Mestre em Ciências Florestais e Ambientais, Docente do Instituto Federal Goiano, Campus Iporá, thamires.moura@ifgoiano.edu.br; 3Bióloga, Doutora em Ecologia e Evolução, Docente do Instituto Federal Goiano, Campus Iporá, vania.diniz@ifgoiano.edu.br; 4Engenheira Agrônoma, Doutora em Fitotecnia, Docente do Instituto Federal Goiano, Campus Iporá, maristela.dias@ifgoiano.edu.br; 5Geógrafa, Especialista em Educação e Formação Sócio Econômica do Brasil, Docente temporária da Universidade Estadual de Goiás, Campus Iporá, marlucia.marques@yahoo.com.br

Recebido: 16/05/2019; Aprovado: 24/06/2019

Resumo: A vegetação urbana está concentrada nas praças e distribuídas ao longo das ruas e avenidas. As praças são espaços públicos urbanos que incentivam a socialização e lazer, além de promover contato da população com a natureza. Dada sua importância, objetivou-se avaliar a composição florística e a diversidade de espécies arbóreas presentes em cinco praças do município de Iporá, Goiás, por meio da identificação de todos os indivíduos com mais de 15 cm de diâmetro e 5 m de altura. Para tanto foram realizados levantamentos em cinco praças do município, as quais foram sorteadas de uma seleção prévia de praças com maior utilização, significância estética, paisagística e área representativa. Calculou-se a densidade absoluta, densidade relativa, frequência absoluta e frequência relativa para cada espécie, além do índice de diversidade de Shannon-Weaver. Foram identificados 198 indivíduos arbóreos, de 33 espécies, pertencentes a 19 famílias botânicas, sendo Fabaceae e Chrysobalanaceae as mais representativas. A arborização das praças públicas do município de Iporá é representada por maioria de espécies exóticas para o Cerrado, e uma média diversidade. Caesalpinia pluviosa e Licania tomentosa são as espécies mais frequentes, representando 47,47% de todos os indivíduos.

Palavras-chave: Arborização urbana; Gestão urbana; Planejamento arbóreo; Qualidade de vida; Shannon-Weaver.

Abstract: The urban vegetation is concentrated in the squares and distributed along the streets and avenues. The squares are urban public spaces that encourage socialization and leisure, besides promoting contact of the population with nature. Given its importance, the objective was to evaluate the floristic composition and diversity of tree species present in five squares of the city of Iporá, Goiás, by identifying all individuals with more than 15 cm in diameter and 5 m in height. For this, surveys were conducted in five squares of the city, which were drawn from a previous selection of squares with greater use, aesthetic significance, landscape and representative area. Absolute and relative density, absolute and relative frequency for each species were calculated, as well as the Shannon-Weaver diversity index. It was measured identified 198 tree individuals from 33 species, belonging to 19 botanical families, being Fabaceae and Chrysobalanaceae the most representative. The afforestation of public squares in the municipality of Iporá is represented by most exotic species for the Cerrado, and a medium diversity. Caesalpinia pluviosa and Licania tomentosa are the most frequent species, representing 47,47% of all individuals.

Key words: Urban afforestation; Urban management; Tree planning; Quality of life; Shannon-Weaver

INTRODUÇÃO

A expansão e desenvolvimento acelerado dos centros urbanos modificaram expressivamente a paisagem natural, fazendo com que a vegetação fosse suprimida do ambiente urbano e dando lugar para edificações, pavimentação, entre outras características urbanas. A vegetação urbana, que é considerada um elemento vital não só para a composição da paisagem como também desempenha papel na melhoria das condições ambientais, estão concentradas nas praças e ao longo das ruas e avenidas (SANTOS et al., 2013).

De acordo com Alcantara e Vazquez (2016), as praças podem ser definidas como espaços públicos urbanos livres de edificações, com função de promover ambientes de recreação e bem-estar ambiental, além de buscar a democratização do acesso ao esporte e lazer, o incentivo a inclusão social e a expressão cultural. As praças, como áreas verdes, são essenciais para a vida urbana, necessitando de cuidados a fim de evitar desequilíbrios ecológicos com relação a redução da diversidade e crescente homogeneização, pois o predomínio de poucas espécies na arborização de uma cidade pode ocasionar alterações no microclima, diminuição e evasão da fauna, assim como a ocorrência de doenças e pragas (OLIVEIRA et al., 2017).

Em contrapartida, uma arborização urbana bem elaborada e diversificada proporciona, além do efeito estético paisagístico, diversos benefícios, dentre eles: melhoria do bem estar psicológico; proporciona sombra aos pedestres e veículos, auxiliando na redução da temperatura, pois absorvem os raios solares e diminuem a amplitude térmica pela grande quantidade de água transpirada pelas folhas; protegem e direcionam o vento, amortecendo o som e amenizando a poluição sonora; diminuem o impacto da água da chuva e seu escorrimento superficial; melhoram a qualidade do ar e preservam a fauna silvestre (PIVETTA; SILVA FILHO, 2002; MEIRA et al., 2015).

Além disso, de acordo com Kramer e Krupek (2012), é fundamental conhecer a flora urbana local, pois contribui para o desenvolvimento de planos de arborização que preconizem os aspectos paisagísticos e ecológicos, valorizando espécies da flora nativa e preservando a identidade biológica da região. De acordo com Almeida (2010), a arborização urbana deve apresentar mais espécies nativas (autóctones), principalmente pelo seu valor sociocultural e manutenção do patrimônio genético local, além dessas espécies possuírem características adaptativas à região, visto que são mais rústicas, menos exigentes de cuidados. Segundo Silva (2016), a arborização urbana constitui-se uma das mais relevantes ações da gestão urbana, devendo fazer parte dos planos, projetos e programas urbanísticos. Desta forma, o presente trabalho teve como objetivo avaliar a composição florística, a fitossociologia e o índice de diversidade das espécies arbóreas presentes em praças do município de Iporá-GO.

MATERIAL E MÉTODOS

O município de Iporá está localizado na região oeste do estado de Goiás (Figura 1), com população estimada em 31.563 habitantes (IBGE, 2018). A classificação climática da área segundo Köppen (1948) é tropical semi-úmido, e a precipitação apresenta irregularidades, com chuvas mal distribuídas durante o ano (ALVES, 2011).

Figura 1. Localização da cidade de Iporá, no estado de Goiás, Brasil.

Fonte: Autores, 2019.

O levantamento dos dados foi realizado em cinco praças da cidade de Iporá, que foram escolhidas por sorteio após uma seleção prévia de praças com maior utilização como áreas de lazer, significância estética, paisagística e área representativa (Tabela 1). A determinação das dimensões das praças foi feita através de equipamento GPS e software Google Earth, removendo-se a área de edificações para o cálculo da área total de cada praça.

Tabela 1. Nome, localização e dimensão das praças amostradas em Iporá, Goiás.

Nome das Praças

Coordenadas Geográficas

Área (m²)

Trabalhador

16°26'35.79"S / 51° 7'14.22"O

5807,89

Elizário de Melo

16°26'22.34"S / 51° 7'17.37"O

6037,18

João Paulo II

16°26'30.92"S / 51° 7'8.82"O

2800,68

Cirilo Joaquim dos Santos

16°26'4.85"S / 51° 7'26.55"O

2736,38

Odilon José de Oliveira

16°26'26.67"S / 51° 6'25.14"O

1000,36

Seguindo metodologia utilizada por Santos et al. (2013), durante as visitas técnicas todas as espécies com indivíduos apresentando mais de 15 cm de DAP (diâmetro à 1,30 m do solo) e 5 m de altura foram contados e identificados por meio da análise visual, realizando anotações dos nomes populares com auxílio de especialista, coletando-se também materiais botânicos para montagens de exsicatas e confirmação das espécies. No Instituto Federal Goiano, campus Iporá, seguindo o Angiosperm Phylogeny Group (APG III, 2009) foram identificadas as famílias e os nomes científicos, além de auxílio da literatura. O status taxonômico foi conferido através da base de dados The Plant List (2013).

Os dados coletados foram tabulados em planilhas do software Microsoft Excel, e em seguida calculou-se os parâmetros fitossociológicos (Tabela 2).

Tabela 2. Parâmetros fitossociológicos utilizados no estudo da avaliação da composição florística das espécies presentes nas praças da cidade de Iporá, Goiás.

Parâmetros

Abreviações

Fórmulas

Densidade Absoluta

DA

Densidade Relativa

DR

Frequência Absoluta

FA

Frequência Relativa

FR

Índice de diversidade de Shannon-Weaver

H’

Nota: Ni = número de indivíduos amostrados da espécie i; A = área amostrada em ha; N = número total de indivíduos amostrados; Px = número de praças de ocorrência da espécie; Pt = número total de praças amostradas; FAi = frequência absoluta da espécie i; ∑FA = somatório das frequências absolutas de todas as espécies amostradas; pi = proporção da amostra contendo indivíduos da espécie i.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Por meio dos levantamentos realizados da cidade de Iporá, Goiás, foram observados 198 indivíduos arbóreos, 33 espécies, 19 famílias botânicas, sendo um indivíduo não identificado. As famílias com maior número de indivíduos foram Fabaceae, Chrysobalanaceae e Arecaceae (Figura 2).

Vários levantamentos realizados mostram que a família Fabaceae é a melhor representada em estudos de arborização de praças (SANTOS et al., 2013; FREITAS et al., 2015, TEIXEIRA et al., 2016; SILVA et al., 2018). A predominância da família Fabaceae é oriunda da existência de inúmeras espécies que compõe este grupo com grande potencial paisagístico, largamente disseminadas pelo Brasil e pelo mundo, além de serem bastante conhecidas pela população (SOUZA; LORENZI, 2005).

Figura 2. Número de indivíduos por família botânica no levantamento realizado nas praças da cidade de Iporá, Goiás.

As espécies com maior representatividade nas praças de Iporá, expressa pela densidade relativa, foram Caesalpinia pluviosa (DC.) (30,808%) e Licania tomentosa (Benth.) Fritsch (16,667%), que juntas representam 47,47% de todos os indivíduos (Tabela 3). Para Kenney et al. (2011), em uma arborização planejada adequadamente, cada espécie não deve ultrapassar de 10 a 15% do total de indivíduos arbóreos. Desta forma, pode-se afirmar que as praças do município de Iporá não apresentam um equilíbrio na distribuição do número de indivíduos por espécie, o que pode expor a arborização do município ao ataque e proliferação de pragas, colocando em risco o patrimônio arbóreo. Além disso, é recomendável evitar grande quantidade de indivíduos de uma mesma espécie em um local, tanto pela questão fitossanitária quanto estética, pois tornam o ambiente pouco atrativo e/ou desarmonioso para a contemplação (REDIN et al., 2010; SILVA, 2012).

Tabela 3. Parâmetros fitossociológicos e origem das espécies arbóreas das praças do município de Iporá-Goiás.

Família/Espécie

Nome popular

NTI

DA

DR (%)

FA

FR(%)

Origem

Anacardiaceae








Anacardium occidentale L.

Cajueiro

1

0,544

0,505

0,2

2,041

N

Mangifera indica L.

Mangueira

5

2,720

2,525

0,6

6,122

E

Arecaceae








Dypsis sp.

Palmeira

5

2,720

2,525

0,6

6,122

E

Roystonea oleracea (N. J. Jacquin) O. F. Cook

Palmeira Imperial

8

4,352

4,040

0,6

6,122

E

Syagrus romanzoffiana (Cham.) Glassman

Gueiroba

19

10,336

9,596

0,2

2,041

E

Bignoniaceae








Jacaranda mimosifolia D. Don.

Jacarandá mimoso

1

0,544

0,505

0,2

2,041

N

Tabebuia sp.

Ipê

12

6,528

6,061

0,4

4,082

N

Caricaceae








Carica papaya L.

Mamoeiro

1

0,544

0,505

0,2

2,041

E

Chrysobalanaceae








Licania tomentosa (Benth.) Fritsch

Oiti

33

17,952

16,667

0,6

6,122

E

Cicadaceae








Cycas circinalis L.

Palmeira-sagu

7

3,808

3,535

0,4

4,082

E

Combretaceae








Terminalia catappa L.

Sete-copas

2

1,088

1,010

0,4

4,082

E

Dilleniaceae








Dillenia indica L.

Dilenia

2

1,088

1,010

0,2

2,041

E

Fabaceae








Cassia fistula L.

Chuva de ouro

1

0,544

0,505

0,2

2,041

E

Caesalpinia pluviosa DC.

Sibipiruna

61

33,184

30,808

1

10,204

E

Hymenaea courbaril L.

Jatobá

1

0,544

0,505

0,2

2,041

N

Senna siamea (Lam.) H.S. Irwin & Barneby 

Cássia-amarela

3

1,632

1,515

0,2

2,041

E

Tamarindus indica L.

Tamarindo

4

2,176

2,020

0,2

2,041

E

Lauraceae








Persea americana Mill.

Abacateiro

2

1,088

1,010

0,2

2,041

E

Malpighiaceae








Malpighia emarginata D.C.

Aceroleira

1

0,544

0,505

0,2

2,041

E

Malvaceae








Ceiba speciosa (A. St.-Hil.)

Barriguda

2

1,088

1,010

0,2

2,041

N

Meliaceae








Melia azedarach L.

Santa-Bárbara

1

0,544

0,505

0,2

2,041

E

Swietenia sp.

Mogno

1

0,544

0,505

0,2

2,041

E

Moraceae








Ficus glabra Vell.

Gameleira

1

0,544

0,505

0,2

2,041

E

Maclura tinctoria (L.) D. Don ex Steud. 

Moreira

1

0,544

0,505

0,2

2,041

N

Myrtaceae








Maschaerium scleroxylon Tul.

Pau-ferro

10

5,440

5,051

0,4

4,082

E

Psidium guajava L.

Goiabeira

1

0,544

0,505

0,2

2,041

E

Syzygium cumini (L.) Skeels

Jamelão

1

0,544

0,505

0,2

2,041

E

Podocarpaceae








Podocarpus lambertii Klotz.

Pinheiro

1

0,544

0,505

0,2

2,041

E

Rhamnaceae








Colubrina glandulosa Perkins var.

Falso-pau-brasil

1

0,544

0,505

0,2

2,041

N

Sapindaceae








Pseudima frutenses (Aubl.) Radlk.

Amescla

1

0,544

0,505

0,2

2,041

N

Talisia esculenta (A. St.-Hil.) Radlk.

Pitomba

4

2,176

2,020

0,2

2,041

N

Sapotaceae








Pouteria torta (Mart.) Radlk.

Guapeva

3

1,632

1,515

0,2

2,041

N

Não identificada

-----

1

0,544

0,505

0,2

2,041

----


TOTAL

198


100,0




Nota: NTI = número total de indivíduos, DA = densidade absoluta, DR = densidade relativa, FA = frequência absoluta, FR = frequência relativa. Origem: E = exótica, N = nativa.

A sibipiruna (C. pluviosa) é originária da Mata Atlântica brasileira. Embora seja encontrada em todas as regiões do Brasil, existe com mais expressividade no litoral entre Bahia e Rio de Janeiro. Esta espécie é bastante utilizada no paisagismo urbano, sendo também indicada para plantios mistos em áreas degradadas. Ademais, é considerada uma planta semidecídua, de moderado crescimento e florescimento ornamental (LORENZI, 2009). Assim, o efeito paisagístico promovido por sua floração exuberante, aliado ao fornecimento de sombra, contribuem para sua ampla utilização na ornamentação de vias públicas urbanas e praças, o que corrobora com a ampla disseminação dessa espécie na arborização das praças do município de Iporá (FA=1). O oiti (L. tomentosa) tem sido bastante utilizado na arborização urbana de diversas cidades brasileiras em virtude de suas características como fornecimento de sombreamento eficiente, boa resistência a poda, baixa incidência de pragas e não danificação ao calçamento (BARROS et al., 2010; SILVA et al., 2012). Visto que Iporá é considerada uma cidade de clima tropical, acredita-se que esta espécie tenha sido plantada para o fornecimento de sombra, uma vez que mantém suas folhas durante todo o ano, inclusive no período seco, sobressaindo-se entre várias outras utilizadas na arborização urbana.

Com relação à origem dos indivíduos encontrados nas praças de Iporá, verificou-se que 65,62% destes são exóticos ao bioma Cerrado, 31,25% nativos e 3,12% correspondem aos não identificados. Essa grande utilização de espécies exóticas na arborização de áreas verdes também foi identificada nos estudos de Santos et al. (2017), que verificaram que cerca de 64,7% da arborização do município de Nova Palmeira-PB é predominantemente constituída de plantas exóticas, Teixeira et al. (2016), onde encontraram na praça Camilo Mércio de São Gabriel-RS 67% de espécies exóticas, bem como no trabalho de Dantas et al. (2016), onde 53% das espécies encontradas na praça Floriano Peixoto de Macapá-AP, eram exóticas. De acordo com Periotto et al. (2016) o plantio de espécies exóticas apresenta pontos positivos especialmente com relação às características paisagísticas, como esplendor e perfume de suas floradas e, por vezes, portes adequados, contudo, o grande percentual destes indivíduos na arborização urbana e a falta de representatividade da flora local, são pontos negativos que devem ser discutidos.

Segundo Dias e Costa (2008), as espécies nativas, além de benefícios ao ambiente urbano, como adaptação, atração da avifauna e propagação de espécies, proporciona também a preservação das mesmas através da ornamentação de vias, além de despertar a população para a importância da flora nativa. Lindernmaier e Santos (2008) consideram que a grande utilização de espécies exóticas na arborização de áreas verdes urbanas pode ser atribuída em parte a um reflexo de tendências paisagísticas anteriores, pois, sob o ponto de vista estético, é mais fácil encontrar espécies de grande beleza distribuídas por todo o mundo, do que somente em um espaço geográfico ou formação vegetal restrita. Também, estes autores destacam um notório desconhecimento por parte da população e órgãos governamentais acerca da riqueza e utilização de espécies da flora nativa.

Em relação à diversidade de espécies encontrada nos levantamentos realizados nas praças, o índice de Shannon-Weaver (H’) encontrado foi de 2,53. De acordo com Floriano (2009), valores abaixo de 1,5 são considerados de diversidade baixa, entre 1,5 a 3,5 são de média diversidade, e maiores que 3,5 são considerados de alta diversidade, sendo raramente maiores que 4,5. Deste modo, observou-se que as praças de Iporá-GO, apresentaram média diversidade. Outros autores também desenvolveram estudos voltados para análise da diversidade da vegetação de praças por meio deste índice, como Lindernmaier e Santos (2008) que encontraram valor de 3,86 na arborização urbana das praças de Cachoeira do Sul-RS, Romani et al. (2012) que obtiveram valor de 3,14 na praça XV de Novembro da cidade de Ribeirão Preto-SP, Dantas et al. (2016), que encontraram valor de 0,98 na praça Floriano Peixoto de Macapá-AP, e Fernandes et al. (2018), que constataram valor de 2,77 na praça Rui Barbosa de São José do Rio Preto-SP.

O elevado número de espécies arbóreas exóticas reflete ausência de planejamento urbano em prol da conservação e valorização da flora nativa, evidenciando que a arborização das praças do município de Iporá-GO merece atenção dos gestores. Diante da importância que a arborização urbana tem na promoção da qualidade de vida do ambiente urbano, fica claro a necessidade de estudos para planejamento e execução de planos de arborização para o município que sejam comprometidos em conservar a biodiversidade local. Além disso, se faz importante parcerias entre pesquisadores, governantes locais e a população, visando a realização de campanhas de educação ambiental para popularização da vasta gama de espécies nativas que possuem múltiplos usos e belezas exclusivas e direcionem a população a adotar espécies nativas do Cerrado no momento de implantar árvores na paisagem urbana, promovendo uma diversificação e distribuição estética e paisagística das espécies.

CONCLUSÕES

A arborização das praças públicas do município de Iporá, Goiás, é representada por maioria de espécies exóticas para o Cerrado, e uma média diversidade. Caesalpinia pluviosa e Licania tomentosa são as espécies mais frequentes.

AGRADECIMENTO(S)

Ao CNPq e Instituto Federal Goiano – Campus Iporá, pelo auxílio financeiro, na forma de bolsa de iniciação científica júnior, para a execução do estudo.

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