Sustainability
and plant diversity in agroecosystems in Bragança
Paulista, São Paulo, Brazil
Sostenibilidad y diversidad
vegetal en agroecosistemas en Bragança Paulista, São Paulo, Brasil
Clovis José Fernandes de Oliveira Júnior1;
Salomé Sarachu Santana2
1Pesquisador Científico no
Instituto de Botânica da Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente do Estado
de São Paulo, São Paulo floraacao@gmail.com;
2Bióloga, Universidade de São Paulo, São Paulo, salomesantana4@hotmail.com.
Recebido:
25/07/2019; Aprovado: 19/12/2019
Resumo: Devido a crescente constatação dos efeitos negativos da agricultura
empresarial e das grandes monoculturas sobre o meio ambiente e os ecossistemas
naturais, considerando ainda a presença de resíduos de pesticidas no alimento
produzido, muitos pesquisadores têm apontado a necessidade de se pensar modelos
de produção agrícola com maior equilíbrio socioambiental. Os sistemas
agroflorestais e a utilização de espécies nativas encontram-se no rol de
possibilidades que apresentam maior resiliência ecológica e promotora de desenvolvimento
sustentável, capaz de produzir alimentos saudáveis, gerar renda e prover
serviços ambientais e ecossistêmicos. Este trabalho, por meio de estudos em
sistemas agroflorestais plantados por agricultoras e agricultores familiares na
região do município de Bragança Paulista (SP, Brasil), objetivou analisar a
diversidade de espécies encontrada nos agroecossistemas.
As espécies foram categorizadas conforme sua origem e função no sistema, sendo também
calculados os índices de diversidade e dominância. Buscou-se relacionar os
resultados encontrados à sustentabilidade, no sentido de se construir
parâmetros que possam avaliar a prestação de serviços ambientais pelo agroecossistema. Foi encontrado maior predomínio de
espécies alimentares, em preterimento das espécies adubadeiras,
bem como um equilíbrio entre exóticas e nativas. Os agroecossistemas
apresentaram boa diversidade, com baixo índice de dominância. Concluímos que a
categorização das espécies possibilita melhor planejamento da área, pois
facilita a visualização das funções ecológicas que o agroecossistema
é capaz de produzir, e que somado aos índices de diversidade, auxiliam na
construção de parâmetros para monitorar a sustentabilidade e resiliência
ecológica da propriedade.
Palavras-chave: Agroecologia; Sistemas agroflorestais; Agricultura
familiar; Sociobiodiversidade.
Resumen: Debido a la creciente
comprensión de los efectos negativos de la agricultura
corporativa y los grandes monocultivos
en el medio
ambiente y los ecosistemas naturales, y considerando la
presencia de residuos de pesticidas en los alimentos producidos, muchos investigadores
han señalado la necesidad de pensar en modelos de producción agrícola
con mayor equilibrio socioambiental. Los sistemas agroforestales
y el uso de especies
nativas se encuentran entre las
posibilidades que presentan
una mayor resiliencia
ecológica y promueven un desarrollo sostenible, capaz de producir alimentos saludables, generar ingresos y proporcionar servicios ambientales y ecosistémicos. Este trabajo, a
través de estudios sobre sistemas agroforestales
plantados por agricultores familiares en la región de Bragança Paulista
(SP, Brasil), tuvo como objetivo analizar
la diversidad de especies que se encuentran en los agroecosistemas.
Las especies se clasificaron según su origen y función
en el sistema, y también se calcularon los índices de diversidad y dominancia. Intentamos relacionar los
resultados encontrados con la
sostenibilidad, a fin de
construir parámetros que puedan
evaluar la provisión de servicios ambientales por agroecosistemas.
Se encontró un mayor predominio de especies alimenticias, en preferencia
de especies fertilizantes, así
como un equilibrio entre especies exóticas y nativas. Los agroecosistemas
mostraron buena diversidad, con bajo índice de dominancia. Concluimos que la categorización de especies permite una mejor planificación del área, ya que facilita la visualización de las funciones ecológicas
que el agroecosistema es
capaz de producir, y eso sumado a los índices de diversidad, ayuda en la construcción
de parámetros para monitorear
la sostenibilidad y la resiliencia ecológica de la propiedad.
Palabras clave: Agroecología; Sistemas agroforestales;
Agricultura familiar; Sociobiodiversidad.
INTRODUÇÃO
Estudos apontam a insustentabilidade socioeconômica e ambiental no
planeta, a qual está alicerçada no atual paradigma de produção e consumo, com
alta pressão sobre os ecossistemas e recursos naturais (BROOKS et al., 2006;
MORAN; OSTROM, 2009; CHAVES; CAMPOS, 2012). A partir dos avanços nos estudos da
economia ecológica (MAY et al., 2003; CAVALCANTI, 2004; 2010) tornou-se mais
fácil a percepção que sistemas agrícolas de base ecológica, como a
agroecologia, são capazes de prover valiosos serviços ambientais (JOSE, 2009;
OLIVEIRA JR. et al., 2014), promovendo a manutenção dos ciclos biogeoquímicos e
maior resiliência ecológica (ALTIERI, 1999; SWIFT et al., 2004; JACKSON et al.,
2007; CHAPPELL; LAVALLE, 2011).
Para Moran (2009), as florestas fornecem serviços ambientais essenciais
para a estabilização do clima, pois transpiram grandes volumes de água,
alimentando a umidade relativa do ar e o regime de chuvas, além de promover a
recarga de águas subterrâneas; podem ainda armazenar carbono como biomassa
vegetal e proteger o solo contra processos de erosão. De modo semelhante, as
agroflorestas podem, ao mesmo tempo, apresentar grande produção de alimentos e
produzir serviços ambientais (ALAVALAPATI et al., 2004; JACKSON et al., 2007;
JOSE, 2009), com grande potencial ainda de reduzir a dependência de petróleo na
agricultura (SOUZA et al., 2012), dentro de uma percepção de agricultura de
baixo carbono (SACHS, 2010).
As agroflorestas e sistemas agroflorestais (SAFs),
baseados em princípios agroecológicos, são capazes de apresentar maior
resiliência, principalmente quando comparado ao modelo convencional de produção
agrícola (HARVEY et al., 2008). Apresentam externalidades positivas não só para
os recursos naturais, mas também permitem benefícios econômicos, sociais e
culturais (EWEL, 1999; ALAVALAPATI et al., 2004; JOSE, 2009; RAMOS et al.,
2009; LUNELLI et al., 2013). Sua prática data de milhares de anos por povos
tradicionais (ANDERSON; POSEY, 1987). No entanto, apenas a partir de 1977, com
a criação do ICRAF (Centro Internacional para Pesquisa Agroflorestal) é que
seus estudos ganharam destaque na ciência acadêmica.
Atualmente as agroflorestas já são apontadas por diversos pesquisadores
como uma prática restaurativa, podendo contrapor os efeitos degradativos do
modelo dominante de agricultura (AMADOR, 2008; PASTUR et al., 2012). Os olhares
e percepções sobre as alterações ecológicas no ambiente, em função da prática
da agricultura adotada, têm sido cada vez mais interdisciplinares e sistêmicos
(WORSTER, 2003). Aspectos como funções ecológicas, soberania alimentar e
qualidade de vida local passaram a direcionar muitos estudos na relação entre a
terra e a sociedade (HAINES-YOUNG, 2009).
Em relação à diversidade, as agroflorestas biodiversas e sucessionais contêm
geralmente mais de 100 espécies de plantas por agroecossistema, que são utilizadas
para produção de alimentos, madeiras (construções e ferramentas), espécies
medicinais e funcionais (adubação verde, quebra-vento, cerca-viva), entre
outras (ALTIERI, 1999). Além desses benefícios diretos para os seres humanos,
as árvores nestes sistemas minimizam a lixiviação e a erosão do solo,
restaurando a ciclagem e reposição de importantes nutrientes do crescimento
vegetal (DOLLINGER; JOSE, 2018), seja bombeando-os de camadas mais profundas e
depositadas em superfície através das podas, seja pela fixação biológica
realizada por microrganismos (ALTIERI, 1999). Deste modo, é otimizada a
produção de biomassa vegetal para cobertura do solo, aumentando a diversidade
de espécies utilizada no agroecossistema, já que várias delas são plantadas
como espécies adubadeiras, reduzindo assim a entrada externa de insumos (SOUZA
et al., 2012).
O estudo das relações entre o uso da terra e biodiversidade é bastante
complexo, porque ambos os conceitos são multifacetados e de difícil definição
em suas relações (HAINES-YOUNG, 2009). Assim, cientistas ecólogos e agrícolas,
entre outros, deveriam interagir para estudar modelos de produção baseados no
uso dos recursos locais, buscando uma compreensão mais clara de como os serviços
ambientais do agroecossistema variam de acordo com as práticas utilizadas,
contribuindo assim para desenvolver estratégias mais sustentáveis de manejo no
uso da terra (WOOD et al., 2015). No meio rural, o desenvolvimento sustentável
deve abordar dimensões distintas, como a conservação dos recursos naturais e
dos serviços ambientais, a utilização de tecnologias apropriadas ao equilíbrio
ambiental, e apresentar viabilidade econômica, social e cultural (FERRAZ,
2003).
A diversidade biológica dos sistemas agroflorestais contribui para a
restauração ecológica em virtude da função que cada espécie exerce dentro do
sistema (JACKSON et al., 2007; AMADOR, 2008). Além de ampliar o valor estético
da paisagem local (CLERGUE et al., 2005). Contribui também com o potencial
econômico da sociobiodiversidade, diversificando as
possibilidades de geração de renda e trabalho (RAMOS et al., 2009), com a
consolidação de novas cadeias produtivas a partir da flora local (SEMEGHINI et
al., 2012; OLIVEIRA JR et al., 2018). Consideramos ainda que o uso de espécies
nativas contribui no aumento da resiliência dos agroecossistemas, pois elas são
mais adaptadas às condições edáficas e climáticas locais, e consequentemente,
com menor possibilidade de ataque de insetos e doenças (JACKSON et al., 2007;
OLIVEIRA JR; CABREIRA, 2012).
Este trabalho teve por objetivos analisar a diversidade e a
categorização de espécies utilizadas na construção de agroecossistemas na
região do município de Bragança Paulista (SP), colaborando na construção de
parâmetros para análise da sustentabilidade e prestação de serviços ambientais
pelo agroecossistema.
MATERIAL E
MÉTODOS
Os estudos foram desenvolvidos junto à Cooperativa Entre Serras e Águas,
a qual é formada por agricultoras e agricultores familiares de Bragança
Paulista, tendo cooperados também em municípios vizinhos como, Socorro,
Joanópolis, Nazaré Paulista, Atibaia e Jarinu (São Paulo, Brasil). Desde 2010,
parte dos integrantes adotou certificação de produção orgânica, em modelo
participativo. A cooperativa atende, além de mercados tradicionais e vendas
diretas, os mercados institucionais, por meio do Programa Aquisição de
Alimentos (PAA) e do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE). Foi
contemplada com edital do Programa de Desenvolvimento Rural Sustentável (PDRS) -
Microbacias II, da Secretaria de Meio Ambiente do Estado de São Paulo, no qual
14 agricultores aderiram ao projeto. O PDRS teve por objetivos a implantação de
sistemas agroflorestais levando-se em consideração a abertura de novos mercados
a partir da utilização de espécies nativas.
De geografia e relevo bastante acidentado, a cidade de Bragança
Paulista é considerada uma das estâncias climáticas do estado de São Paulo. A
classificação do clima é oceânico temperado (Cfb), de
acordo com a Köppen e Geiger; com temperatura média
de 18,2°C; e pluviosidade média anual de 1.397 mm; a altitude média é de 850 m,
com pico de 1.700 m. No passado, a cidade já foi grande produtora de café,
tendo acolhido também grandes rebanhos de bovinos, equinos e principalmente
suínos. Na região, a linguiça produzida no município é conhecida pela excelente
qualidade.
A unidade básica para análise é o agroecossistema (FERRAZ, 2003). Os
dados foram recolhidos a partir das listagens dos projetos de cada participante,
e a seleção dos participantes foi de modo intencional não probabilístico, sendo
inseridos todos os beneficiários do PDRS, num total de 14 agroecossistemas. As
espécies utilizadas em cada agroecossistema foram listadas e categorizadas em
alimentar, madeireira e adubação, podendo ser classificada em mais de uma
categoria (OLIVEIRA JR; CABREIRA, 2011).
A nomenclatura das espécies e seu local de origem foram checados nos
sites Flora do Brasil (2010) e The Plant List (2013). Para as espécies utilizadas, foram pesquisadas
informações sobre: a) família botânica; b) uso econômico principal; c) origem,
se exótica ou nativa; d) o estrato que ocupa, considerando que para os sistemas
agroflorestais, o estrato refere-se à capacidade de adaptação à exposição ao
sol e não especificamente à altura da planta, deste modo, as espécies de
estrato emergente ou alto são plantas adaptadas a radiação solar mais intensa, enquanto
as de estrato médio toleram algum sombreamento e as de estrato baixo toleram um
sombreamento maior; e) ciclo de vida, sendo as espécies de ciclo curto com até
30-40 anos, as de ciclo médio de 40 a 100 anos, e as de ciclo longo mais de 100
anos; f) produção, início da produção e produtividade por pé; g) estágio de
sucessão, pioneira e não pioneira; h) dispersão de sementes, sendo anemocórica,
zoocórica e autocórica.
Em cada agroecossistema foi calculado a diversidade alfa (S), o número
de indivíduos (I), o índice de diversidade de Shannon-Wiener (H), e o índice de
dominância (D), os dados foram calculados e analisados com auxilio
do programa PAST 3.19 (HAMMER et al., 2001).
RESULTADOS E
DISCUSSÃO
O projeto desenvolvido pela cooperativa Entre Serras e Águas, dentro do
Programa de Desenvolvimento Rural Sustentável (PDRS), resultou na implantação
de 14 áreas com sistemas agroflorestais (SAFs). Nos
desenhos dos SAFs foi utilizado um total de 65
espécies arbóreas, sendo 50 nativas, de origem no território brasileiro, representando
32 famílias botânicas (Tabela 1). As famílias que tiveram maior número de espécies
na composição dos SAFs são apresentadas na Figura 1.
Tabela 1. Espécies
utilizadas na composição de sistemas agroflorestais em unidades da
agricultura familiar na região do município de Bragança Paulista, São Paulo. |
||||||||
Nome Científico |
Nome Popular |
Uso |
Origem |
Estrato |
Ciclo de Vida |
Produção |
Sucessão |
Dispersão |
ANACARDIACEAE |
|
|
|
|
|
|
|
|
Schinus terebinthifolia Raddi |
aroeira-pimenteira |
al-ad |
N |
M-A |
M |
|
P |
Z |
Schinus molle L. |
aroeira-salsa |
ad |
NNR |
M-A |
M |
|
P |
Z |
Mangifera indica L. |
manga |
al |
EC |
M-A |
C |
a partir de 4 anos - 60 kg por planta |
|
|
ANNONACEAE |
|
|
|
|
|
|
|
|
Annona crassiflora Mart. |
araticum |
al |
N |
M-A |
M |
a partir de 6 anos -
40 kg por pé |
P |
Z |
APOCYNACEAE |
|
|
|
|
|
|
|
|
Aspidosperma parvifolium A.DC. |
guatambu |
m |
N |
A |
L |
|
NP |
A |
Aspidosperma cylindrocarpon Müll.Arg. |
peroba |
m |
N |
A |
L |
|
NP |
A |
ARAUCARIACEAE |
|
|
|
|
|
|
|
|
Araucaria angustifolia (Bertol.)
Kuntze |
araucária |
al-m |
N |
E |
L |
após 12 anos |
NP |
Z |
ARECACEAE |
|
|
|
|
|
|
|
|
Syagrus romanzoffiana (Cham.)
Glassman |
jerivá |
al |
N |
E |
M |
|
NP |
Z |
Euterpe edulis Mart. |
jussara |
al |
N |
M-A |
M |
a partir de 6 anos para
frutos e 7 para palmito |
NP |
Z |
Bactris gasipaes Kunth |
pupunha |
al |
NNR |
A |
M |
a partir de 2 anos -
2 palmitos por planta |
|
|
BIGNONIACEAE |
|
|
|
|
|
|
|
|
Tabebuia sp. |
ipê |
m |
N |
A |
M |
|
NP |
A |
Jacaranda sp. |
jacarandá |
m |
N |
A |
L |
|
NP |
A |
BIXACEAE |
|
|
|
|
|
|
|
|
Bixa orellana L. |
urucum |
ad |
N |
M-A |
C |
|
P |
Z |
BORAGINACEAE |
|
|
|
|
|
|
|
|
Cordia americana (L.) Gottschling & J.S.Mill. |
guaiuvira |
m |
N |
A |
L |
|
NP |
A |
CALOPHYLLA-CEAE |
|
|
|
|
|
|
|
|
Calophyllum brasiliense Cambess. |
guanandi |
m |
N |
A |
L |
|
NP |
|
CARICACEAE |
|
|
|
|
|
|
|
|
Jacaratia spinosa (Aubl.)
A.DC. |
jaracatiá |
al |
N |
E |
C |
|
NP |
Z |
CLUSIACEAE |
|
|
|
|
|
|
|
|
Garcinia gardneriana (Planch.
& Triana) Zappi |
bacupari |
al |
N |
A |
M |
80 kg por pé |
NP |
Z |
EBENACEAE |
|
|
|
|
|
|
|
|
Diospyros kaki L.f. |
caqui |
al |
EC |
A |
M |
a partir de 4 anos -
80 kg por pé |
|
|
EUPHORBIACEAE |
|
|
|
|
|
|
|
|
Alchornea triplinervia (Spreng.)
Müll.Arg. |
pau-jangada |
ad |
N |
A |
C |
|
P |
Z |
FABACEAE |
|
|
|
|
|
|
|
|
Holocalyx balansae Micheli |
alecrim-de-campinas |
ad-m |
N |
A |
M |
|
NP |
AU |
Senna multijuga (Rich.) H.S.Irwin & Barneby |
aleluia |
ad |
N |
A |
M |
|
P |
Z |
Pterogyne nitens Tul. |
amendoim
-bravo |
ad |
N |
A |
|
|
|
A |
Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenan |
angico-branco |
ad-m |
N |
A |
C |
|
NP |
AU |
Centrolobium tomentosum Guillem.
ex Benth |
arariba |
m |
N |
E |
L |
|
NP |
A |
Copaifera langsdorffii Desf. |
copaíba |
m |
N |
A |
L |
|
NP |
Z |
Lonchocarpus cultratus (Vell.)
A.M.G.Azevedo & H.C.Lima |
embira-de-sapo |
ad-m |
N |
A |
M |
|
NP |
AU |
Schizolobium parahyba (Vell.)
Blake |
guapuruvu |
m |
N |
E |
M |
|
P |
AU |
Inga sp. |
ingá |
ad |
N |
A-M |
M |
|
NP |
Z |
Hymenaea courbaril L. |
jatobá |
m |
N |
A |
L |
|
NP |
Z |
Erythrina verna Vell. |
mulungu |
ad |
N |
A-M |
M |
|
NP |
AU |
Paubrasilia echinata (Lam.)
Gagnon, H.C.Lima
& G.P.Lewis |
pau-brasil |
m |
NNR |
M-A |
L |
|
|
|
Piptadenia gonoacantha (Mart.) J.F.Macbr. |
pau-jacaré |
ad |
N |
A |
M |
|
P |
AU |
Clitoria fairchildiana R.A.Howard |
sombreiro |
ad |
N |
A |
M |
|
|
|
Vitex megapotamica (Spreng.)
Moldenke |
tarumã |
m |
N |
A |
L |
|
|
|
FAGACEAE |
|
|
|
|
|
|
|
|
Castanea sativa Mill. |
castanha- portuguesa |
al |
EC |
A |
L |
60 kg por pé |
|
|
JUGLANDACEAE |
|
|
|
|
|
|
|
|
Carya illinoinensis (Wangenh.) K.Koch |
noz-pecã |
al |
E |
A |
M |
a partir de 8 anos -
30 kg por planta |
|
|
LAURACEAE |
|
|
|
|
|
|
|
|
Persea americana Mill. |
abacate |
al |
EC |
A |
M |
a partir de 5 anos -
300 kg por pé |
|
|
LECYTHIDACEAE |
|
|
|
|
|
|
|
|
Cariniana estrellensis (Raddi)
Kuntze |
jequitibá |
m |
N |
E |
L |
|
NP |
A |
MALPIGHIACEAE |
|
|
|
|
|
|
|
|
Malpighia glabra L. |
acerola |
al |
EC |
A |
C |
a parti de 3 anos -
70 kg por pé |
|
|
MALVACEAE |
|
|
|
|
|
|
|
|
Ceiba speciosa (A.St.-Hil.) Ravenna |
paineira |
ad |
N |
A |
M |
|
NP |
A |
MELASTOMATA-CEAE |
|
|
|
|
|
|
|
|
Pleroma granulosum (Desr.)
D. Don. |
quaresmeira |
ad |
N |
A |
C |
|
P |
A |
MELIACEAE |
|
|
|
|
|
|
|
|
Cedrela fissilis Vell. |
cedro |
m |
N |
E |
L |
|
NP |
A |
Swietenia sp. |
mogno |
m |
NNR |
A |
L |
|
|
|
MORACEAE |
|
|
|
|
|
|
|
|
Ficus guaranitica Chodat |
figueira-branca |
m |
N |
A |
L |
|
NP |
Z |
MUSACEAE |
|
|
|
|
|
|
|
|
Musa sp |
banana nanica |
al |
EC |
A |
M |
a partir de 1,5 ano |
|
|
Musa sp |
banana prata |
al |
EC |
M-A |
M |
a partir de 1,5 ano |
|
|
MYRTACEAE |
|
|
|
|
|
|
|
|
Psidium cattleianum Sabine |
araçá |
al |
N |
M-B |
|
a partir de 3 anos -
4 kg por pé |
NP |
Z |
Myrciaria glazioviana (Kiaersk.)
G.M.Barroso ex Sobral |
cabeludinha |
al |
N |
M-B |
M |
|
NP |
Z |
Eugenia involucrata DC. |
cerejeira-do-rio-grande |
al |
N |
M-A |
L |
|
NP |
Z |
Eucalyptus spp. |
eucalipto |
ad |
EC |
E |
L |
|
|
|
Psidium guajava L. |
goiaba |
al |
NNR |
M-A |
M |
a partir de 3 anos -
90 kg por pé |
|
Z |
Eugenia brasiliensis Lam. |
grumixama |
al |
N |
M-A |
L |
|
NP |
Z |
Plinia cauliflora (Mart.) Kausel |
jaboticaba |
al |
N |
A-M |
M |
a partir de 10 anos -
70 kg por pé |
pioneira |
Z |
Eugenia uniflora L. |
pitanga |
al |
N |
A-M |
M |
a partir de 6 anos -
40 kg por planta |
NP |
Z |
Eugenia pyriformis Cambess. |
uvaia |
al |
N |
M-A |
M |
|
NP |
Z |
PHYTOLACACEAE |
|
|
|
|
|
|
|
|
Gallesia integrifolia (Spreng.)
Harms |
pau-d'alho |
ad |
N |
A |
M |
|
NP |
A |
PROTEACEAE |
|
|
|
|
|
|
|
|
Macadamia integrifolia Maiden & Betche |
macadamia |
al |
EC |
A |
L |
a partir de 7 anos -
30 kg por planta |
|
|
ROSACEAE |
|
|
|
|
|
|
|
|
Malus pumila Mill. |
maça-eva |
al |
EC |
A |
M |
a partir de 5 anos -
40 kg por planta |
|
|
Pyrus sp. |
pera-d'agua |
al |
EC |
M-A |
M |
|
|
|
RUBIACEAE |
|
|
|
|
|
|
|
|
Coffea sp. |
café |
al |
EC |
M |
M |
a partir de 3 anos -
10 kg por pé |
|
|
Genipa americana L |
jenipapo |
al |
N |
A |
L |
|
NP |
Z |
RUTACEAE |
|
|
|
|
|
|
|
|
Citrus sp. |
laranja |
al |
EC |
M-A |
C |
a partir de 3 anos -
30 kg por pé |
|
|
Citrus sp. |
limão |
al |
EC |
M-A |
C |
a partir de 3 anos -
30 kg por pé |
|
|
URTICACEAE |
|
|
|
|
|
|
|
|
Cecropia spp. |
embaúba |
f |
N |
E |
C |
|
P |
Z |
VOCHYSIACEAE |
|
|
|
|
|
|
|
|
Qualea multiflora Mart. |
pau-de-tucano |
ad |
N |
A |
M |
|
NP |
A |
Categorias de
uso: al – alimentar; ad – adubação; m – madeira. Origem: N – nativa; NNR –
nativa não regional; E – exótica; EC exótica cultivada. Estrato: E –
emergente; A – alto; M – médio; B – baixo. Ciclo de Vida: C – curto (até 30
anos); M – médio (entre 30 e 100 anos); L – longo (mais de 100 anos). Estágio
sucessão: P – pioneira; NP – não pioneira. Dispersão: Z – zoocórica;
A – anemocórica; AU – autocórica. |
Figura 1. Famílias botânicas mais representadas
nos desenhos de sistemas agroflorestais de agricultores familiares da Cooperativa
Entre Serras e Águas, sediada no município de Bragança Paulista, São Paulo.
A família Leguminosae (Fabaceae) é a mais
representada, com a utilização de 15 espécies. Parte destas espécies possui a
função de adubação verde, pois apresenta a capacidade de fixação biológica de
nitrogênio, como S. multijuga
(aleluia), P. nitens
(amendoim-bravo), A. colubrina
(angico), L. cultratus
(embira-de-sapo), Inga
sp. (ingá), E. verna (mulungu), P. gonoacantha
(pau-jacaré), C. fairchildiana
(sombreiro), sendo tolerantes a podas e com grande produção de massa verde, com
materiais lenhosos e lignificados; e parte foi inserida para produção
madeireira, como C. tomentosum (araribá), S. parahyba (guapuruvu), H. courbaril (jatobá), P.
echinata (pau-brasil), V. megapotamica (tarumã), utilizadas para
construções, artefatos e artesanatos, e também C. langsdorffii (copaíba), a qual também
é produtora de valioso óleo medicinal vegetal.
A família Myrtaceae, com nove espécies utilizadas,
tem grande importância no desenho e construção de SAFs,
já que a família é bastante rica em espécies frutíferas (LAMARCA et al., 2013),
como por exemplo, P. cattleianum
(araçá), M. glazioviana
(cabeludinha), E.
involucrata (cereja-do-rio-grande), P. guajava
(goiaba), E. brasiliensis
(grumixama), P. cauliflora
(jabuticaba), E. uniflora
(pitanga), E. pyriformis
(uvaia). As espécies de Eucalyptus
foram utilizadas aqui como adubação verde, pois apresenta crescimento rápido e
é bastante tolerante a podas drásticas, podendo ainda ser utilizada na produção
de madeira para uso na propriedade, não sendo este uso, porém, financeiramente
interessante devido ao pequeno volume produzido.
Estas duas famílias, Fabaceae e Myrtaceae,
também estão entre as mais utilizadas por agricultores familiares
agroflorestais, no Vale do Ribeira, São Paulo, Brasil (LUNELLI et al., 2016).
Para Fernandes et al. (2014), Leguminosae tem sido
bastante utilizada por agricultores agroflorestais por sua capacidade de
fixação biológica do nitrogênio, pela associação com micorrizas
e pela produção de material vegetal para poda, além de importante fonte de
recursos para alimentação e fornecimento de madeira. Estes autores registraram
o uso de 39 espécies de Leguminosae em sistemas
agroflorestais em Minas Gerais, muitas delas nativas do Brasil.
As famílias Anacardiaceae e Arecaceae apresentaram três representantes cada. Sendo que a
família Arecaceae é também uma das mais utilizadas
por agricultores agroflorestais no Pará (VIEIRA et al., 2007). As espécies de Arecaceae utilizadas são fornecedoras de palmito e podem
também ter seus frutos consumidos, como S.
romanzoffiana (jerivá), B. gasipaes (pupunha) e E. edulis (palmito-jussara). O palmito-jussara
é de grande importância, já que a espécie consta de listas de ameaçadas de
extinção e sua introdução em sistemas produtivos pode ser o passo definitivo
para sua preservação (FANELLI et al., 2012). Já entre as espécies de Anacardiaceae temos apenas uma com função de produção de
alimentos, M. indica (manga), as demais
foram inseridas no agroecossistema como espécies adubadeiras, S. molle
(aroeira-salsa) e S. terebinthifolia
(aroeira-pimenteira), embora esta última possa também ser utilizada na produção
da pimenta-rosa, condimento de alto valor no mercado, principalmente o
europeu.
Entre as espécies mais utilizadas na composição dos SAFs,
com relação ao número total de indivíduos (Figura 2), encontramos o eucalipto,
utilizada aqui como espécie adubadeira, ou seja, para poda e geração de massa e
madeira para depositar sobre o solo, resguardando ainda a possibilidade de
produção de alguma madeira para uso na propriedade.
Figura 2. Número total de indivíduos por espécie
em sistemas agroflorestais na agricultura familiar, Cooperativa Entre Serras e
Águas, município de Bragança Paulista, São Paulo.
A bananeira foi também bastante utilizada na composição dos SAFs, é uma das espécies com maior tradição no uso em agroflorestas no Brasil, pois além de ser grande produtora
de alimento, também produz boa quantidade de biomassa para formação do mulch ou serapilheira, podendo ainda produzir fibras
vegetais, utilizadas em diversas formas de artesanato. O café foi a terceira
espécie mais utilizada, fato que resgata a tradição da região com cafezais,
porém agora com novos vieses como a produção de café sombreado, de alto valor
agregado a exemplo do café colombiano. Destacamos também a presença da palmeira-jussara entre as mais utilizadas, espécie de grande
potencial para produção de polpa, bastante semelhante ao açaí da amazônia, além da possibilidade da produção sustentável do
palmito.
As espécies utilizadas na composição dos SAFs
foram categorizadas em alimentar, madeireira e adubação (poda para cobertura do
solo). A Figura 3 apresenta a porcentagem de indivíduos utilizados em cada
categoria. Observa-se que mais da metade dos indivíduos plantados são de
espécies utilizadas para fins alimentares, em sua grande maioria para produção
de frutos. Os indivíduos de espécies para adubação ficaram ao redor de 30% no
desenho das áreas, o que pode ser considerado baixo para a sustentabilidade do
agroecossistema, pois pode ocasionar uma cobertura de solo aquém do desejado, considerando
ainda a autonomia e a minimização de insumos externos.
Figura 3. Categoria de uso das espécies utilizadas
no desenho de sistemas agroflorestais por agricultores familiares da Cooperativa
Entre Serras e Águas, município de Bragança Paulista, São Paulo.
Este fato pode ser devido ao observado por Furtado (2016), que a gestão
promovida pela cooperativa focou na produção e venda da produção, não
aprofundando quanto aos fundamentos básicos da agroecologia e da transição
agroecológica, incluindo a compreensão sobre a prestação de serviços ambientais
pelo agroecossistema. Pacífico e Soglio
(2010) debatem o processo de transição agroecológica, e apontam que ele requer
profunda participação local para internalização dos conceitos e fundamentos da
agroecologia. A prioridade de espécies que pudessem produzir alimentos e gerar
renda foi também observada por Vieira et al. (2007) em SAFs
em Igarapé-Açú (PA).
Dentre os modelos existentes (NAIR, 1985), o biodiverso sucessional é o
que mais mimetiza as florestas naturais. Uma das características fundamentais
do manejo deste modelo é o cuidado com o solo, com grande deposição de biomassa
vegetal para sua cobertura, que por meio de podas e capinas seletiva, promove a
criação de um denso mulch vegetal, proporcionando o
aumento da diversidade de vida de organismos edáficos, colaborando então para
que o solo que permaneça estruturado e fértil, de modo que também possibilite
um ciclo d’água saudável com ganhos para o armazenamento no lençol freático e
aumento de vazão nos rios (OLIVEIRA JR et al., 2014; DOLLINGER; JOSE, 2018;
PRIMAVESI; PRIMAVESI, 2018).
Este modelo permite a construção de uma paisagem agrícola mais
resiliente às adversidades climáticas e aos processos de erosão, minimizando o
assoreamento e carreamento de insumos químicos (LUNELLI et al., 2013), nossos
entendimentos reforçam a ideia da necessidade de uma porcentagem maior de
espécies adubadeiras. Podemos considerar ainda que determinadas espécies nativas
utilizadas como adubadeiras são fundamentais para o ciclo de vida de várias espécies
do reino animal, como aves e insetos polinizadores (HARVEY; VILLALOBOS, 2007).
Do ponto de vista da sustentabilidade, a presença de espécies para
adubação verde, além de promover benefícios diretos ao solo e ao agroecossistema,
pelo acúmulo de farta camada de material vegetal, pode alavancar políticas de
pagamentos por serviços ambientais e créditos de carbono (ALAVALAPATI et al.,
2004), pois contribuem para o sequestro de carbono e mitigação dos efeitos das
mudanças climáticas (MONTAGNINI; NAIR, 2004; NAIR, 2012).
A origem das espécies é apresentada na Figura 4. Observa-se
um equilíbrio entre espécies exóticas e nativas quanto ao total de indivíduos,
mas considerando que foram 50 espécies nativas e apenas 15 exóticas, temos que
em média, cada espécie nativa teve 330 indivíduos e cada exótica 920. Isto
mostra que os maiores investimentos foram realizados em espécies com mercado
consolidado. Muitas das cadeias produtivas das espécies nativas são ainda pouco
estruturadas, não incentivando o agricultor a investir nestas espécies
(OLIVEIRA JR et al. 2018). Este fato também reduz a qualidade do serviço
ecossistêmico prestado, pela menor inserção e preservação de espécies nativas
(ALTIERI, 1999). Porém, para que ocorra o avanço no uso da sociobiodiversidade
é necessário que exista demanda e mercado para as espécies nativas. Consequentemente,
isto implica em maiores esforços para a criação de políticas públicas que
possam incentivar a pesquisa e a produção a partir da sociobiodiversidade.
O processo de transformação de ecossistemas
naturais em agroecossistemas invariavelmente resulta
na redução da diversidade de organismos, e como consequência afeta a autorregularão
presente, criando uma demanda por interferência externa, quer seja pelo aporte
de insumos químicos ou orgânicos para fertilidade do solo, ou para equilíbrio
populacional de alguma espécie oportunista, que possa causar danos a produção
(SKORUPA et al., 2003).
Figura 4. Origem das espécies utilizadas no
desenho de sistemas agroflorestais por agricultores familiares da Cooperativa
Entre Serras e Águas, município de Bragança Paulista, São Paulo.
Os índices de diversidade analisados são
apresentados na Figura 5. O índice de diversidade alfa (S) (Figura 5A) mostra
que os agroecossistemas analisados foram heterogêneos, indicando que cada
unidade familiar pôde compor sua agrofloresta de acordo com suas necessidades e
interesses, além da orientação da cooperativa.
Na análise dos indicadores índice H (diversidade,
Shannon) e índice D (Dominância), Figuras 5C e 5D respectivamente, podemos
observar dois agrupamentos, os agroecossistemas 1, 6,
9 e 10, que apresentaram menor diversidade e maior dominância, e os demais, que
apresentaram maior diversidade, com menor dominância. Embora estes índices
tenham sido criados para analisar a diversidade em áreas naturais, sendo a
maioria dos padrões comparativos relacionados a estas áreas, estes resultados
mostram que sua utilização em ambientes construídos, ou seja, em agroecossistemas, podem auxiliar no planejamento da unidade
produtiva, além de serem úteis na gestão do território, na perspectiva de prestação
e valoração de serviços ambientais.
Figura 5. Índice de diversidade nos
agroecossistemas de unidades familiares da Cooperativa Entre Serras e Águas,
São Paulo, Brasil. 5A - diversidade alfa (S); 5B - número total de indivíduos
(I); 5C - índice Shannon-Wiener (H) e 5D - índice de dominância (D).
A diversidade do agroecossistema
também é vista como fator de resiliência, e por isso é bastante interessante
que os sistemas sejam bem diversos (JAKSON et al., 2007; ANGLAAERE et al., 2011). Bardhan et al. (2012) encontraram em quintais
agroflorestais alta diversidade e sugeriram que esta contribui para conservação
biológica local. Basicamente, quanto maior for a diversidade de um
agroecossistema, maior será sua estabilidade, ou seja, maior a sua capacidade
em responder a eventuais distúrbios (ALTIERI, 1999; SKORUPA et al., 2003;
JACKSON et al., 2007). Isto cria condições para a prestação de serviços
ambientais mais regulares e constantes, como: geração de nichos ecológicos para
inimigos naturais, proteção e controle de pragas no solo, ciclagem de
nutrientes e sequestro de carbono, entre outros (ALTIERI, 1999; SKORUPA et al.,
2003).
De modo geral, os agricultores neste estudo
estavam pouco habituados ao manejo agroflorestal, a maior parte se envolveu com
os SAFs somente a partir deste projeto. Isso mostra a
necessidade de aprofundar e incorporar fundamentos de agricultura ecológica em
projetos de extensão rural agroecológica, podendo deste modo, explorar melhor
as condições de adequação ambiental da propriedade e o uso de espécies nativas.
Os produtos da sociobiodiversidade oriundos em SAFs da
agricultura familiar podem ainda receber selos de origem, com possibilidade de
se atingir mercados diferenciados e aumentar a renda pela agregação de valor.
Os sistemas agroflorestais são vistos por
muitos agricultores como uma forma de se produzir alimentos e ao mesmo tempo
conservar a natureza, sendo inclusive estratégia de produção passível de ser
utilizada em áreas protegidas, como áreas de preservação permanente (APPs) ou reservas legais (RLs)
(HESPANHOL, 2008; CALDEIRA; CHAVES, 2011). A RL tem a função de auxiliar na
conservação da biodiversidade e ao mesmo tempo assegurar o uso econômico dos
recursos naturais (MARTINS; RANIERI, 2014). Para Hespanhol
(2008) e Altieri e Nicholls (2011), os sistemas
agroflorestais aumentam a multifuncionalidade da agricultura, contribuindo para
soberania alimentar, geração de renda e economia comunitária, além da proteção
da biodiversidade.
A extensão rural de caráter agroecológico
pode ser considerada como um diálogo entre o extensionista e o agricultor
(FREIRE, 1975), buscando novos conhecimentos e soluções para os problemas reais
na vida rural, a partir do ponto de vista do agricultor e das comunidades
locais, fundamentada numa abordagem sistêmica (SCHMITZ, 2010). A sustentabilidade nas áreas rurais, além da
visão sistêmica, deve considerar também o agricultor local como gestor dos
recursos naturais, alicerçados em políticas de assistência técnica rural de
caráter educativo (FREIRE, 1975). Os caráteres participativo e educativo na
avaliação de agroecossistemas tem se mostrado excelente ferramenta na
construção da sustentabilidade local (GOMES et al., 2017).
Os fluxos internos de biomassa, como poda,
cobertura do solo e decomposição da matéria orgânica têm muito a ver com a
manutenção dos serviços ambientais básicos (TELLO; CASTILLO, 2013). Na Europa
já estão sendo construídas políticas públicas para incentivar as agroflorestas,
incluindo pagamentos por serviços ambientais, em que agricultores chegam a
receber 30% do total de seu rendimento financeiro (MOSQUERA-LOSADA et al.,
2018).
CONCLUSÕES
Em agroecossistemas no
município de Bragança Paulista é registrado o uso de 65 espécies arbóreas em
sistemas agroflorestais, sendo 50 nativas e 15 exóticas. Em que a maioria dos indivíduos
plantados é para fins alimentares, em preterimento das espécies “adubadeiras”.
Existe um equilíbrio entre espécies exóticas e nativas
quanto ao total de indivíduos, porém com maior investimento naquelas com cadeia
produtiva já estruturada, caso das exóticas cultivadas.
AGRADECIMENTOS
Agradecemos a Cooperativa Entre Serras e Águas pelo convite
a participar do PDRS, que possibilitou a coleta de dados deste trabalho, e em
especial a todas as agricultoras e agricultores pelas prosas e trocas de
conhecimento.
REFERÊNCIAS
ALAVALAPATI, J. R.
R.; SHRESTHA, R. K.; SATINBACK, G. A.; MATTA, J. R. Agroforestry
development: an environmental economic perspective. Agroforestry Systems, v. 61, p. 299-310, 2004. 10.1007/978-94-017-2424-1_21.
ALTIERI, M. A. The
ecological role of biodiversity in agroecosystems. Agriculture, Ecosystems and
Environment, v. 74, p. 19-31, 1999. 10.1016/S0167-8809(99)00028-6.
ALTIERI, M. A.; NICHOLLS, C. I. O potencial agroecológico dos
sistemas agroflorestais na América Latina. Agriculturas, Rio de Janeiro, v. 8,
p. 31-34, 2011.
AMADOR, D. B. Restauração de ecossistemas com sistemas
agroflorestais. In: KAGEYAMA, P. Y.; OLIVEIRA, R. E.; MORAES, L. F. D.; ENGEL,
V. L.; GANDARA, F. B. Restauração ecológica de ecossistemas naturais. Botucatu:
FEPAF, 2008. p. 331-340.
ANDERSON, A. B.; POSEY, D. A. Reflorestamento indígena. Ciência
Hoje, v. 6, n. 31, p. 44-50, 1987.
ANGLAAERE, L. C.
N.; COBBINA, J.; SINCLAIR, F. L.; MCDONALD, M. A. The effect of land
use systems on tree diversity: farmer preference and species composition of
cocoa-based agroecosystems in Ghana. Agroforestry Systems, v. 81, p. 249-265, 2011. 10.1007/s10457-010-9366-z.
BARDHAN, S.; JOSE,
S.; BISWAS, S.; KABIR, K.; ROGERS, W. Homegarden
agroforestry systems: an intermediary for biodiversity conservation in
Bangladesh. Agroforestry Systems, v. 85, n. 29-34, 2012. 10.1007/s10457-012-9515-7.
BROOKS, T. M.;
MITTERMEIER, R. A.; FONSECA, G. A. B.; GERLACH, J.; HOFFMANN, M.; LAMOREUX, J.
F.; MITTERMEIER, C. G.; PILGRIM, J. D.; RODRIGUES, A. S. L. Global biodiversity
conservation priorities. Science,
v. 313, n. July, p. 58-61, 2010. 10.1126/science.1127609.
CAVALCANTI, C. Uma tentativa de caracterização da economia
ecológica. Ambiente & Sociedade, v. 11, p. 149-158, 2004. 10.1590/S1414-753X2004000100009.
CAVALCANTI, C. Concepções da economia ecológica: suas relações com
a economia dominante e a economia ambiental. Estudos Avançados, v. 24, n.68, p.
53-67, 2010. 10.1590/S0103-40142010000100007.
CALDEIRA, P. Y. C.; CHAVES, R. B. Sistemas agroflorestais em
espaços protegidos. São Paulo: SMA,
2011. 36p.
CHAPPELL, M. J.;
LAVALLE, L. A. Food security and biodiversity: can we have both? Agriculture and Human Values, v. 28, n. 1, p.
3-26, 2011. 10.1007/s10460-009-9251-4.
CHAVES, A. M.; CAMPOS, A. L. T. Boas práticas em educação ambiental
na agricultura familiar. Brasília: MMA, 2012. 246p.
CLERGUE, B.;
AMIAUD, B.; PERVANCHON, F.; LASSERE-JOULIN, F.; PLANTUREUX, S. Biodiversity:
function and assessment in agricultural areas. A review. Agronomy for
Sustainable Development, v. 25, p. 1-15, 2005. 10.1007/978-90-481-2666-8_21.
DOLLINGER, J.;
JOSE, S. Agroforestry for soil health. Agroforestry Systems, v. 92, p. 213-219,
2018. 10.1007/s10457-018-0223-9.
EWELL, J. J.
Natural systems as models for the design of sustainable systems of land use. Agroforestry Systems, v. 45, p. 1-21, 1999. 10.1023/A:1006219721151.
FANELLI, L. A.; TATTO, N. I.; GOMES, E. P. C.; OLIVEIRA JR., C. J.
F. Incentivos e impedimentos na conservação de Euterpe edulis Mart. em comunidades
quilombolas do Vale do Ribeira. Revista Brasileira de Agroecologia, v. 7, p.
51-62, 2012.
FERNANDES, J. M.; GARCIA, F. C. P.; AMOROZO, M. C. M.; SIQUEIRA,
L. C.; MAROTTA, C. P. B.; CARDOSO, I. M. Etnobotânica de Leguminosae
entre agricultores agroecológicos na Floresta Atlântica, Araponga, Minas
Gerais, Brasil. Rodriguésia, v. 65, n. 2, p. 539-554,
2014. 10.1590/S2175-78602014000200015.
FERRAZ, J. M. G. As dimensões da sustentabilidade e seus
indicadores. In: MARQUES, J. F.; SKORUPA, L. A.; FERRAZ, J. M. G. Indicadores
de sustentabilidade em agroecossistemas. Jaguariúna: Embrapa Meio Ambiente, 2003.
p.15-35.
FLORA DO BRASIL. versão 2010. Jardim
Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em:
<http://floradobrasil.jbrj.gov.br/>. Acesso em: 23 Dez. 2019.
FREIRE, P. Extensão ou comunicação? 2.Ed. Rio de Janeiro: Paz e
Terra, 1975. 96p.
FURTADO, R.C. Perspectiva agroecológica sobre o projeto de
desenvolvimento rural sustentável (PDRS): experiência da Cooperativa Entre
Serras e Águas. 2016. Dissertação (Mestrado em Agroecologia e Desenvolvimento
Rural) Universidade Federal de São Carlos, Araras. 2016.
GOMES, J. C. C.; VERONA, L. A. F.; SCHWENGBER, J. E; GOMES, G. C.
Avaliação da sustentabilidade em agroecossistemas: formação conceitual e
aplicação a uma realidade regional. Extensão Rural,
v. 24, n. 3, p. 63-81, 2017. 10.5902/2318179624157.
HAINES-YOUNG, R.
Land use and biodiversity relationships. Land Use Policy, v. 26, p. 178-186,
2009. 10.1016/j.landusepol.2009.08.009.
HAMMER, Ø.;
HARPER, D. A. T.; RYAN, P. D. PAST: Paleontological statistics software package
for education and data analysis. Palaeontologia
Electronica, v.4, 2001.
HARVEY, C. A.;
KOMAR, O.; CHAZDON, R.; FERGUSON, B. G.; FINEGAN, B.; GRIFFITH, D. M.;
MARTINEZ-RAMOS, M.; MORALES, H.; NIGH, R.; SOTO-PINTO, L.; BREUGEL, M. V.;
WISHNIE, A. M. Integrating agricultural landscapes with biodiversity
conservation in the Mesoamerican hotspot. Conservation Biology, v. 22, n. 1, p.
8-15, 2008. 10.1111/j.1523-1739.2007.00863.x.
HARVEY, C. A.;
VILLALOBOS, J. A. G. Agroforestry systems conserve species-rich but modified
assemblages of tropical birds and bats. Biodiversity and Conservation, v. 16, n. 8, p. 2257-2292, 2007. 10.1007/s10531-007-9194-2.
HESPANHOL, A. N. Desafios da geração de renda em pequenas propriedades
e a questão do desenvolvimento rural sustentável no Brasil. In: ALVES, A. F.;
CARRIJO, B. R.; CANDIOTTO, L. Z. P. Desenvolvimento territorial e agroecologia.
São Paulo: Expressão Popular, 2008. p. 81-93.
JACKSON, L. E.;
PASCUAL, U.; HODGKIN, T. Utilizing and conserving agrobiodiversity in
agricultural landscapes. Agriculture, Ecosystems & Environment, v. 121, p.
196-210, 2007. 10.1016/j.agee.2006.12.017.
JOSE, S.
Agroforestry for ecosystem services and environmental benefits: an overview. Agroforestry Systems, v. 76, p. 1-10, 2009. 10.1007/s10457-009-9229-7.
LAMARCA, E. V.; BAPTISTA, W.; RODRIGUES, D. S.; OLIVEIRA JR, C. J.
F. Contribuições do conhecimento local sobre o uso de Eugenia spp. em sistemas de policultivos
e agroflorestas. Revista Brasileira de Agroecologia, v. 8, p. 119-130, 2013.
LUNELLI, N. P.; RAMOS, S. F.; OLIVEIRA JR., C. J. F. Agroflorestas
e externalidades. Revista Verde de Agroecologia e Desenvolvimento Sustentável,
v. 8, n. 5, p. 163-170, 2013.
LUNELLI, N. P.;
RAMOS, M. A.; OLIVEIRA JR., C. J. F. Do gender and age influence agroforestry
farmers knowledge of tree species uses in an area of the Atlantic Forest, Brasil? Acta
Botanica Brasilica, v. 30,
n. 4, p. 667-682, 2016. 10.1590/0102-33062016abb0226.
MARTINS, T. P.; RANIERI, V. E. L. Sistemas agroflorestais como
alternativa para as Reservas Legais. Ambiente & Sociedade, v. XVII, n. 3,
p. 79-96, 2014. 10.1590/S1414-753X2014000300006.
MAY, P. H.; LUSTOSA, M. C.; VINHA, V. R. Economia do Meio
Ambiente: teoria e pratica. Rio de Janeiro:
Elsevier, 2003. 318p.
MONTAGNINI, F.;
NAIR, P. K. R. Carbon sequestration: an underexploited environmental benefit of
agroforestry systems. Agroforestry Systems, v. 61, p. 281-295, 2004. 10.1023/B:AGFO.0000029005.92691.79.
MORAN, E. F. Interações homem-ambiente em ecossistemas florestais:
uma introdução. In: MORAN, E. F.; OSTROM, E. (Orgs).
Ecossistemas florestais: interação homem-ambiente. São Paulo: Ed. Senac, EDUSP,
2009. p. 19-40.
MORAN, E. F.; OSTROM, E. Ecossistemas florestais: interação
homem-ambiente. São Paulo: Ed. Senac, EDUSP, 2009. 544p.
MOSQUERA-LOSADA,
M. R.; SANTIAGO-FREIJANES, J. J.; PISANELLI, A.; ROIS-DÍAZ, M.; SMITH, J.;
HERDER, M.; MORENO, G.; FERREIRO-DOMINGUEZ, N.; MALIGNEIER, N.; LAMERSDORF, N.;
BALAGUER, F.; PANTERA, A.; RIGUEIRO-RODRIGUEZ, A.; ALDREY, J. A.;
GANZALEZ-HERNANDEZ, M. P.; FERNANDEZ-LORENZO, A.; ROMERO-FRANCO, R.; BURGESS,
P. J. Agroforestry in the European common agricultural policy. Agroforestry Systems, v. 92, p. 1117-1127,
2018. 10.1007/s10457-018-0251-5.
NAIR, P. K. R.
Classification of agroforestry systems. Agroforestry Systems, v. 3, p. 97-128,
1985. 10.1007/BF00122638.
NAIR, P. K. R. Carbon
sequestration studies in agroforestry systems: a reality-check. Agroforestry Systems, v. 86, n.2, p. 243-253, 2012. 10.1007/s10457-011-9434-z.
OLIVEIRA JR., C. J. F.; CABREIRA, P. P. Espécies multiusos e
sistemas agroflorestais na Mata Atlântica. Cadernos de Agroecologia, v. 6, n.
2, p. 10679, 2011.
OLIVEIRA JR., C. J. F.; CABREIRA, P. P. Sistemas agroflorestais:
potencial econômico da biodiversidade vegetal a partir do conhecimento
tradicional ou local. Revista Verde de Agroecologia e Desenvolvimento
Sustentável, v. 7, n. 1, p. 212-224, 2012.
OLIVEIRA JR., C. J. F.; SANTOS, J. L.; MAXIMO, H. C. A
agroecologia e os serviços ambientais. Nature and Conservation, v. 7, n. 1, p.
19-32, 2014. 10.6008/SPC2318-2881.2014.001.0002.
OLIVEIRA JR., C. J. F.; VOIGTEL, S. S.; NICOLAU, S. A.; ARAGAKI,
S. Sociobiodiversidade e agricultura familiar em Joanópolis, SP, Brasil:
potencial econômico da flora local. Hoehnea, v. 45,
n. 1, p. 40-54, 2018. 10.1590/2236-8906-78/2017.
PACÍFICO, D. A.; SOGLIO, F. K. Transição para agricultura de base
ecológica: um processo social. Revista Brasileira de Agroecologia, v. 5, n. 2,
p. 50-64, 2010.
PASTUR, G. M.;
ANDRIEU, E.; IVERSON, L. R.; PERI, P. L. Agroforestry landscapes and global
change: landscape ecology tools for management and conservation. Agroforestry Systems, v. 85, p. 315-318, 2012. 10.1007/s10457-012-9496-6.
PRIMAVESI, A.; PRIMAVESI, A. A biocenose do solo na produção
vegetal & deficiências minerais em culturas. 1ª. Ed. São Paulo: Expressão
Popular, 2018. 608p.
RAMOS, S. F.; CHABARIBERY, D.; MONTEIRO, A. V. V. M.; SILVA, J. R.
Sistemas agroflorestais: estratégia para a preservação ambiental e geração de
renda aos agricultores familiares. Informações Econômicas, v. 39, n. 6, p.
37-48, 2009.
SACHS, I. Barricadas de ontem, campos de futuro. Estudos
Avançados, v. 24, n. 68, p. 25-38, 2010. 10.1590/S0103-40142010000100005.
SEMEGHINI, M. G.;
KURIHARA, L. P.; MENEZES, M. Conservação
e uso sustentável da sociobiodiversidade. In: CHAVES, A. M.; CAMPOS, A. L. T. (Orgs) Boas práticas em educação
ambiental na agricultura familiar. Brasília: MMA, 2012. p. 39-49.
SCHMITZ, H. De receptores a propositores: os agricultores nas
abordagens de pesquisa e extensão rural. In: SCHMITZ, H. Agricultura familiar:
extensão rural e pesquisa participativa. São Paulo: Annablume,
2010. p. 109-153.
SKORUPA, L. A.; SAITO, M. L.; NEVES, M. C. Indicadores de
cobertura vegetal. In: MARQUES, J. F.; SKORUPA, L. A.; FERRAZ, J. M. G.
Indicadores de sustentabilidade em agroecossistemas. Jaguariúna: Embrapa Meio
Ambiente, 2003. p. 155-189.
SOUZA, H. D.;
GRAAF, J.; PULLEMAN, M. M. Strategies and economics of farming systems with coffe in the Atlantic Rainforest Biome. Agroforestry Systems,
v. 84, p. 227-242, 2012. 10.1007/s10457-011-9452-x.
SWIFT, M. J.;
IZAC, A. M. N.; NOORDWIJK, M. Biodiversity and ecosystem services in
agricultural landscapes - are we asking the right questions? Agriculture, Ecosystems and
Environment, v. 104, p. 113-134, 2004. 10.1016/j.agee.2004.01.013.
THE PLANT LIST. Version 1.1. 2013. Disponível em:
<http://www.theplantlist.org/>. Acesso em: 21 dezembro 2019.
TELLO, E.;
CASTILLO, E. G. Sistemas agrarios sustentables y transiciones en el metabolismo
agrario: desigualdad social, cambios institucionales y transformaciones del
paisaje en Catalunya (1850-2010). Halac, v. II, n. 2, p. 367-306, 2013.
VIEIRA, T. A.; ROSA, L. S.; VASCONCELOS, P. C. S.; SANTOS, M. M.;
MODESTO, R. S. Sistemas agroflorestais em áreas de agricultores familiares em
Igarapé-Açú, Pará: caracterização florística,
implantação e manejo. Acta Amazonica, v. 37, n. 4, p.
549-558, 2007. 10.1590/S0044-59672007000400010.
WOOD, S. A.; KARP,
D. S.; DECLERCK, F.; KREMEN, C.; NAEEM, S.; PALM, C. A. Functional traits in
agriculture: agrobiodiversity and ecosystem services. Trends in Ecology &
Evolution, v. 30, n. 9, p. 531-539, 2015. 10.1016/j.tree.2015.06.013.
WORSTER, D. Transformações da Terra: para uma perspectiva
agroecológica da história. Ambiente & Sociedade, v. 6, n.1, p. 23-44, 2003.
10.1590/S1414-753X2003000200003.