Efeito letal
de extratos de piperáceas ao ácaro-vermelho-das-palmeiras, Raoiella indica (Acari: Tenuipalpidae)
Lethal effect of piperaceous extracts on palm red mite, Raoiella indica (Acari: Tenuipalpidae)
Efecto letal de
extractos de Piperaceae sobre
el ácaro rojo de la palma, Raoiella indica (Acari: Tenuipalpidae).
Esmael
Cunha Pinheiro1; Geraldo José Nascimento de Vasconcelos2
Recebido: 21/01/2020; Aprovado: 26/06/2020
Resumo: Desde a
introdução do ácaro-vermelho-das-palmeiras, Raoiella indica, no Brasil, diversos métodos de controle têm sido estudados
para supressão desta praga, a exemplo dos métodos de controle quarentenários,
químicos, biológicos e com extratos vegetais. O presente estudo objetivou
avaliar o potencial letal de extratos aquosos de folha de Piper aduncum, P. callosum, P. hostmannianum, P. marginatum e P. peltatum sobre R. indica. Foi avaliada a ação residual de contato dos extratos,
aplicados por imersão, nas concentrações de 0, 5, 10, 15, 20, 25 e 30%, sendo a
ação avaliada em três períodos de exposição, 24, 48 e 72 h. A partir dos dados
de mortalidade nas diferentes concentrações e em cada período de exposição
foram determinadas as mortalidades corrigidas e as concentrações letais (CL25%
e CL50%) dos extratos das piperáceas para a população de R. indica. Apenas os extratos de P. aduncum, a
5% após 24 h de exposição, e P. callosum, nesta mesma concentração em todos os tempos
de exposição, não apresentaram mortalidade corrigida diferente do controle. As CL25%
variaram de 0,99 a 13,02%, 1,29 a 7,89% e 1,82 a 7,69%, respectivamente, para
os períodos de exposição de 24, 48 e 72 h. Já as CL50%, respectivamente para os mesmos períodos, variaram de 2,27
a 21,29%, 2,33 a 13,26% e 2,84 a 10,94%. Os extratos aquosos de folha
das cinco espécies de piperáceas apresentaram efeito
toxicológico sobre a população de R. indica.
Palavras-chave: Controle
alternativo; Acaricidas botânicos; Metabólitos
secundários; Agricultura orgânica.
Abstract: Since the
introduction of the red palm mite, Raoiella indica, in Brazil, some control methods have been
studied to suppress this pest, such as the quarantine, chemical, biological and
plant extract control. This study aimed to evaluate the lethal potential of
aqueous extracts of Piper aduncum, P.
callosum, P. hostmannianum,
P. marginatum and P. peltatum
against R. indica.
The residual contact action of the extracts applied by immersion at
concentrations of 0, 5, 10, 15, 20, 25 and 30% was evaluated, and the action
evaluated at three exposure periods, 24, 48 and 72 h. From the mortality data
at the different concentrations and at each exposure period, corrected
mortalities and lethal concentrations (LC25% and LC50%)
of the piperaceous extracts for the R. indica
population were determined. Only the extracts of P. aduncum, at 5% after 24 h of exposure,
and P. callosum, in this same
concentration at all times of exposure, did not
present corrected mortality different from the control. The LC25%
ranged from 0.99 to 13.02%, 1.29 to 7.89% and 1.82 to 7.69%, respectively, for
the 24, 48 and 72 h exposure periods. Already the LC50%,
respectively for the same exposure periods, ranged from 2.27 to 21.29%, 2.33 to
13.26% and 2.84 to 10.94%. The aqueous leaf extract of the five species of piperaceous showed toxicological effects the R. indica population.
Key
words: Alternative control; Botanical acaricides; Secondary metabolites; Organic
farming.
Resumen: Desde la introducción del ácaro rojo de las palmas
(Raoiella indica) en Brasil, se han
estudiado varios métodos de control para esta plaga en el país, como los
métodos de control de cuarentena, químicos, biológicos y extractos de plantas.
El objetivo de este trabajo es evaluar el potencial letal de los extractos
acuosos de hojas de Piper aduncum, P. callosum, P. hostmannianum,
P. marginatum y P. peltatum
en R. indica. Se evaluó la acción residual por contacto de los
extractos, aplicada por inmersión, en concentraciones de 0, 5, 10, 15, 20, 25 y
30%. La acción se evaluó en tres períodos de exposición, 24, 48 y 72 h. A
partir de los datos de mortalidad en las diferentes concentraciones y en cada
período de exposición, se determinaron las mortalidades corregidas y las
concentraciones letales (CL25% y CL50%) de los extractos
de piperaceae para la población de R. indica.
Solo los extractos de P. aduncum, al 5%
después de 24 h de exposición, y P. callosum,
en esta misma concentración en todo momento de exposición, no presentaron una
mortalidad corregida diferente del control. El CL25% varió de 0,99 a
13,02%, 1,29 a 7,89% y 1,82 a 7,69%, respectivamente, para los períodos de
exposición de 24, 48 y 72 h. El CL50%, para los mismos períodos,
respectivamente, osciló entre 2,27 a 21,29%, 2,33 a 13,26% y 2,84 a 10,94%. Los
extractos acuosos de las hojas de las cinco especies de Piperaceae
presentaron efecto toxicológico sen la población de R. indica.
Palabras clave: Control alternativo; Acaricidas botánicos; Metabolitos
secundarios; Agricultura orgânica.
INTRODUÇÃO
O ácaro-vermelho-das-palmeiras, Raoiella indica Hirst,
1924 (Acari: Tenuipalpidae), pode se reproduzir
em mais de 90 espécies de plantas das famílias Arecaceae, Musaceae,
Heliconiaceae, Strelitziaceae, Zingiberaceae e Pandanaceae (CARRILLO et al.,
2012). Atualmente este ácaro é encontado em toda a região neotropical, onde causa
danos principalmente em coqueiro e bananeira (TEODORO et al., 2016). Esse ácaro foi introduzido
no Brasil, através da região Norte em 2009, e atualmente, está disseminada em
vários Estados (NAVIA et al., 2011; BRASIL, 2013; 2018).
Dado a importância de R.
indica como praga, são importantes os estudos que visem avaliar a
eficiência de métodos de controle sobre este organismo. Neste sentido, alguns
trabalhos têm avaliado a eficiência de métodos de controle químico, biológico e
alternativo. Entre os trabalhos relacionados ao controle alternativo, o uso de
extratos e óleos essenciais tem sido avaliados, com alguns resultados
promissores (PINO et al., 2011; ALEXANDER; KHAN, 2013; CASTILLO-SÁNCHEZ et al.,
2018; SOUSA et al., 2018; COELHO et al., 2019; SANTOS et al., 2019).
Algumas plantas, como
diversas espécies de Piperaceae possuem muitas substâncias
fitoquímicas com atividade promissora sobre artrópodes
(ARNASON et al., 2002). A maioria dessas substâncias tem origem no metabolismo
secundário das plantas, podendo ter vários modos de ação, incluindo contato,
deterrência alimentar, repelência, retardo no crescimento,
esterilização e sinergismo (SCOTT
et al., 2002; 2003; 2004; 2005; JENSEN et al., 2006; LIMA et al., 2013; HIKAL et al., 2017). Estes metabolitos secundários,
podem não causar efeito acaricida com mortalidade imediata, porém, sua
eficiência a longo prazo pode ser observada através de alterações no
funcionamento normal de funções bioquímicas e fisiológicas do organismo alvo
(PRAKASH; RAO, 1997).
Entre as espécies de piperáceas
que apresentam possibilidades de uso no controle de pragas, as mais estudadas pertencem
ao gênero Piper L, o qual agrupa
espécies que também tem potencial de uso na culinária, medicina, cosmético entre
outros (FAZOLIN et al., 2014). No Amazonas, são encontradas várias espécies desse
gênero, e algumas destas já estão sendo estudadas para o controle de artrópodes
pragas (SRIVASTAVA et al., 2001; SILVA et
al., 2009; PINO et al., 2011; ARAÚJO et al., 2012; FAZOLIN et al., 2014; SALEHI
et al., 2019).
Devido a riqueza de espécies
de piperáceas no Amazonas e ao potencial destas para o controle de alguns
artrópodes indesejados, bem como o problema causado por R. indica na região, objetivou-se avaliar o efeito letal de
extratos aquosos de cinco espécies de Piperaceae
sobre R. indica.
MATERIAL E
MÉTODOS
O estudo foi conduzido entre
março de 2015 a abril de 2016, em laboratório e área experimental do Instituto
de Ciências Exatas e Tecnologia da Universidade Federal do Amazonas (ICET-UFAM).
Criação dos ácaros
A criação de R. indica foi iniciada com a adição de folíolos infestados com
a praga e livre de predadores. A criação foi inicialmente composta por cerca de
10.000 indivíduos em diferentes estágios de desenvolvimento. Para a
transferência dos ácaros, os folíolos infestados, foram fixados sobre mudas de
coqueiro anão, com auxílio de um grampo (tipo clips). Para evitar contaminação
por predadores nas criações, as mudas foram cobertas uma camada de cola
entomológica, a partir de 2 cm acima da região do colo. Alguns
exemplares adultos de R. indica
foram aleatoriamente coletados na criação e montados para confirmação da
espécie, tendo como base a descrição apresentada em Jeppson
et al. (1975).
Coletas de Piperaceae
As coletas foram realizadas
no perímetro urbano, bordas de matas e margens de estradas, no município de
Itacoatiara, Amazonas (Autorizado pelo MMA-ICMBio-SISBIO
Nº 41297-4). Cada piperácea encontrada foi fotografada (Figura 1), georreferenciada
(Tabela 1) e coletada. Amostras de cada espécie, em cada ponto de coleta, foram
acondicionadas em saco plástico de 10 L, devidamente identificado. Por ocasião
de cada coleta, foram preparadas exsicatas das plantas amostradas para
confirmação das espécies no Herbário do Instituto Nacional de Pesquisas da
Amazônia (INPA).
Figura 1. Espécies de piperáceas coletadas para preparação dos
extratos avaliados. A - Piper aduncum. B - P. callosum. C - P. hostmannianum. D - P.
marginatum. E - P. peltatum.
Tabela
1. Espécies
de piperáceas coletadas, com respectivos locais e datas de coleta e
georreferenciamento. |
||||
Espécie |
Local |
Data |
Coordenadas |
|
Latitude |
Longitude |
|||
Piper aduncum |
AM-010 |
27/03/2015 |
-3,061667 |
58,733611 |
P. callosum |
Área urbana de Itacoatiara-AM |
30/03/2015 |
-3,143333 |
58,430556 |
P. hostmannianum |
Área de mata ao lado da AM-363 |
27/03/2015 |
-2,987500 |
58,421100 |
P. marginatum |
Estrada vicinal saindo da AM-010 |
27/03/2015 |
-3,038611 |
58,342000 |
P. peltatum |
AM-010 |
29/02/2016 |
-2,736944 |
59,533400 |
Formulação dos extratos
O material coletado de cada
espécie foi seco em estufa de circulação forçada de ar (a 40 ºC por 48 h). Após
a secagem o material foi processado em moinho de facas (SOLAB SL-31®)
para obtenção do pó vegetal para preparação dos extratos. Estes foram
acondicionados em recipientes de vidros com tampa hermética, revestidos de
papel alumínio e armazenados em armário no laboratório, com temperatura de 28,7±1,2
°C, durante o período de realização do estudo, para utilização nos bioensaios.
Para obtenção dos extratos,
cada pó foi misturado à água destilada na proporção de 3 g para 10 mL e mantidos em frascos fechados durante 24 h. Em seguida,
cada suspensão foi filtrada em papel filtro com microfuros,
obtendo-se o extrato aquoso na concentração de 30% (m v-1). Por
diluição foram obtidos os extratos nas concentrações de 5, 10, 15, 20 e 25%.
Bioensaios
Para cada concentração estabelecida, tiras de folíolos de coqueiro com
2,5 cm de comprimento, sem a nervura principal e isenta de ácaros, foram
totalmente imersas em cada concentração de cada extrato por 30 segundos. Tiras
de folíolos foram imersas em água destilada para simular o controle, da mesma
forma descrita anteriormente. Após serem tratadas, as tiras de folíolos foram
postas sobre a bancada do laboratório, por cerca de 30 min, para secagem do extrato
na superfície do folíolo. Em seguida, os folíolos foram dispostos, com a
superfície abaxial voltada para cima, sobre papel filtro (3,5 cm de diâmetro)
sobreposto a algodão hidrófilo umedecido, dentro de uma placa de acrílico (3,6
cm de diâmetro). As bordas dos folíolos foram circundadas por algodão hidrófilo
umedecido, para evitar a fuga dos ácaros. Cada uma dessas montagens
caracterizou uma unidade experimental.
Posteriormente, 10 fêmeas adultas de R.indica
foram transferidas da criação para cada uma das unidades experimentais, com auxílio
de um pincel de cerdas finas. Em cada tratamento foram utilizadas 10 unidades
experimentais (repetições). As avaliações foram realizadas, com auxílio de um estereomicroscópio,
a cada 24 h por três dias consecutivos, fazendo o registro do número de fêmeas
sobreviventes em cada unidade. Para determinar o efeito residual de contato,
foram considerados somente os testes em que a mortalidade no controle foi
inferior a 20% (BAKKER et al., 1992). Durante o período de realização do
estudo, a média e desvio padrão da temperatura e umidade relativa do ar foram
de 28,7±1,2 °C e 64,0±11,1%, respectivamente.
Análise dos dados
Os testes com cada espécie de piperácea foram conduzidos em delineamento
inteiramente casualizado, com três tempos de
exposição, sete tratamentos, e dez repetições por tratamento. Para cada
concentração, de cada extrato em cada período de exposição (tempo de avaliação)
foi determinada a mortalidade corrigida em função da mortalidade natural da
população (estabelecida através do tratamento controle). O valor da mortalidade
corrigida para cada tratamento foi determinado segundo Abbott
(1925). Os dados de mortalidade corrigida foram submetidos ao teste de
normalidade e homocedasticidade. Em seguida os dados
foram submetidos a ANOVA e as médias comparadas pelo teste de Dunnett, sendo considerado o controle como tratamento
padrão.
A partir dos dados de
mortalidade, nas diferentes concentrações e em cada tempo de avaliação, foram
determinadas as concentrações letais (CL25% e CL50%) dos
extratos das piperáceas para a população de R.
indica em estudo. O valor médio das CLs e seus
respectivos intervalos de confiança (IC95%) foram determinados através
do método de análise de Probit (FINNEY, 1971), obtendo
também as inclinações das linhas de resposta (β) e seus respectivos erros
padrões, valores de t e probabilidades de significância. O valor da CL de cada
piperácea foi comparado entre as diferentes espécies no mesmo período de
exposição e para a mesma espécie em diferentes períodos de exposição. Essas
comparações foram realizadas através do IC95% para a diferença entre
duas médias (MIAO; CHIOU, 2008), sendo consideradas diferentes quando o valor
zero, que indicaria igualdade entre as duas médias, não ficou incluso no IC95%
para a diferença entre as médias (TAN; TAN, 2010).
Para todos os testes foi adotado um nível de
significância de 5% (p = 0,05). As
análises foram realizadas com auxílio do Software R (versão 3.3.1).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A partir das mortalidades
corrigidas, nas primeiras 24 h de exposição, observou-se que apenas os extratos
a 5% de P. aduncum
e P. callosum
não apresentaram mortalidade superior ao controle (Grau de Liberdade (GL) = 30;
279, Valor de F (F) = 641,64, Probabilidade de Significância (p) < 2,2.10-16 e Coeficiente
de Variação (CV) = 6,31%). Para este período, dentre os extratos que diferiram
do controle, a mortalidade corrigida variou de 15,7 a 97,5% (Figura 2A). Com 48
h de exposição, apenas a mortalidade no extrato a 5% de P. callosum não diferiu do controle (GL =
30; 279, F = 683,92, p < 2,2.10-16
e CV = 5,17%), tendo variado nos demais extratos de 11,8 a 100,0% (Figura 2B).
Após 72 h de exposição, a mortalidade no extrato a 5% de P. callosum continuou não diferindo do
controle (GL = 30; 279, F = 832,98, p
< 2,2.10-16 e CV = 4,37%), para os demais extratos, a variação na
mortalidade foi de 21,0 a 100,0% (Figura 2C).
Figura 2. Média da mortalidade corrigida (± Intervalo de Confiança
a 95%) para fêmeas de R. indica
expostas a tratamentos com extratos de P.
aduncum (P.
adu.), P. callosum (P. cal.), P. hostmannianum
(P. hos.), P. marginatum (P. mar.) e P. peltatum (P. pel.) a diferentes concentrações (médias apresentadas na ordem
crescente em cada concentração). A – Após 24 h de exposição. B – Após 48 h de
exposição. C – Após 72 h de exposição. nsNão
significativo, não difere do controle pelo teste do Dunnett
ao nível de 5% de probabilidade.
A mortalidade corrigida representa
a mortalidade efetivamente causada pelos extratos, com a eliminação da
mortalidade natural, inerente a qualquer população (ABBOTT,
1925). A partir da mortalidade corrigida, é possível estabelecer que todas
as piperáceas apresentam toxicidade sobre R. indica, no mínimo na concentração de
10%.
Com base nas inclinações das
linhas de respostas e nas concentrações letais, novamente se constata, que todas
as piperáceas apresentaram toxicidade sobre R. indica, com os ácaros respondendo a
doses crescentes dos extratos com o aumento em sua mortalidade (Tabela 2). As
inclinações das linhas de respostas obtidas para os extratos de P. peltatum, P. aduncum, P. callosum, P. hostmannianum
e P. marginatum,
nos três tempos de exposição, foram todas significativas (p ≤ 1,1.10-02), as quais variaram de 0,82 a 3,06. Todas
as CLs estimadas, e seus respectivos IC95%,
ficaram dentro do intervalo das doses estudadas (0% ≤ dose ≤ 30%). As CLs variaram de 0,99 a 13,02% e 2,27 a 21,29%, para CL25%
e CL50%, respectivamente.
Tabela
2. Inclinação
da linha de resposta (b) e erro padrão,
concentração letal média (CL) para 25 e 50% da população e respectivos
intervalos de confiança (IC), inferior (Inf.) e superior (Sup.), a 95% para
diferentes tempos de exposição de R.
indica a diferentes extratos de piperáceas. |
|||||||||||
Espécie - exposição |
gl1 |
n2 |
b |
t3 |
p4 |
CL25% |
IC95% Inf. |
IC95% Sup. |
CL50% |
IC95% Inf. |
IC95% Sup. |
Piper peltatum - 24 h |
6 |
70 |
0,82±0,32 |
2,54 |
1,1.10-02 |
0,99a5A6 |
0,39 |
2,51 |
2,27a5A6 |
1,20 |
4,27 |
P. margintum
- 24 h |
6 |
70 |
2,28±0,09 |
26,47 |
<2,2.10-16 |
4,29bA |
3,10 |
5,93 |
9,82bA |
8,29 |
11,62 |
P. hostmannianum
- 24 h |
6 |
70 |
2,58±0,09 |
27,70 |
<2,2.10-16 |
5,50cA |
3,75 |
8,06 |
13,15cA |
10,96 |
15,78 |
P. callosum
- 24 h |
6 |
35 |
2,78±0,06 |
50,50 |
<2,2.10-16 |
9,59dA |
8,04 |
11,44 |
16,16dA |
14,50 |
18,00 |
P. aduncum
- 24 h |
6 |
70 |
3,06±0,05 |
64,68 |
<2,2.10-16 |
13,02eA |
11,54 |
14,70 |
21,29eA |
19,40 |
23,35 |
P. peltatum
- 48 h |
6 |
70 |
0,85±0,28 |
3,04 |
2,4.10-03 |
1,29aAB |
0,60 |
2,76 |
2,33aA |
1,35 |
4,02 |
P. margintum
- 48 h |
6 |
70 |
2,03±0,11 |
18,90 |
<2,2.10-16 |
3,20bB |
2,16 |
4,75 |
7,62bB |
6,17 |
9,41 |
P. hostmannianum
- 48 h |
6 |
70 |
2,42±0,10 |
23,52 |
<2,2.10-16 |
4,70cA |
3,10 |
7,13 |
11,27cB |
9,21 |
13,79 |
P. callosum
- 48 h |
6 |
35 |
2,53±0,06 |
43,74 |
<2,2.10-16 |
7,89dB |
6,61 |
9,41 |
12,57dB |
11,22 |
14,07 |
P. aduncum
- 48 h |
6 |
70 |
2,58±0,05 |
47,36 |
<2,2.10-16 |
7,53dB |
6,33 |
8,97 |
13,26dB |
11,91 |
14,75 |
P. peltatum
- 72 h |
6 |
70 |
1,04±0,20 |
5,19 |
2,1.10-07 |
1,82aB |
1,05 |
3,15 |
2,84aA |
1,92 |
4,22 |
P. margintum
- 72 h |
6 |
70 |
1,99±0,10 |
20,30 |
<2,2.10-16 |
3,42bB |
2,44 |
4,80 |
7,34bB |
6,06 |
8,90 |
P. hostmannianum
- 72 h |
6 |
70 |
2,32±0,10 |
22,74 |
<2,2.10-16 |
4,60cA |
3,14 |
6,74 |
10,13cC |
8,30 |
12,37 |
P. callosum
- 72 h |
6 |
35 |
2,39±0,05 |
45,37 |
<2,2.10-16 |
7,69dB |
6,65 |
8,90 |
10,94cC |
9,86 |
12,13 |
P. aduncum
- 72 h |
6 |
70 |
2,04±0,08 |
26,73 |
<2,2.10-16 |
4,26cC |
3,35 |
5,42 |
7,70bC |
6,63 |
8,95 |
1Grau de liberdade. 2Número de
repetições. 3Valor calculado do teste t. 4Probabilidade
de significância do valor de t. 5Concentração letal média, para as
diferentes espécies de piperáceas em um mesmo tempo de exposição, seguidas
pela mesma letra minúscula, na coluna, não diferem entre si pelo teste do
intervalo de confiança a 95% para diferença entre duas médias. 6Concentração
letal média, para a mesma espécie de piperácea em diferentes tempos de
exposição, seguidas pela mesma letra maiúscula, na coluna, não diferem entre
si pelo teste do intervalo de confiança a 95% para diferença entre duas
médias. |
A inclinação da linha de
resposta é uma medida da variabilidade da população do ácaro em resposta a
aplicação dos extratos. Assim, valores mais elevados para a inclinação indicam
que o extrato se torna mais eficaz com o aumento das doses (MOTAZEDIAN et al.,
2012), o que leva a resultados mais homogêneos (ATKINS et al., 1973). Isso pode
ser observado pela maior proximidade entre o IC95% inferior e superior.
Por outro lado, à medida que o valor da inclinação diminui, menores mudanças na
mortalidade são observadas com o aumento nas concentrações do extrato (MOTAZEDIAN
et al., 2012).
Nas primeiras 24 h de
exposição da população de R. indica,
o extrato que apresentou valores mais baixos, tanto para CL25%
quanto para CL50%, foi o de P.
peltatum, com CLs
estimadas de 0,99% e 2,27%, respectivamente. Neste mesmo período de exposição,
o extrato de P. aduncum
foi o que causou mortalidade mais elevada apenas nas maiores concentrações, o
que também elevou o valor das CL25% e CL50%, para 13,02% e
21,29%, respectivamente.
Após 48 h de exposição de R. indica aos extratos, P. peltatum também
causou a maior toxicidade em relação as demais espécies, com CL25% e
CL50% de 1,29 e 2,33%, respectivamente. Neste período de exposição, P. callosum e P. aduncum
foram os extratos que causaram maiores mortalidades apenas nas maiores
concentrações, elevando os valores das CL25% e CL50%.
Com 72 h de exposição da
praga aos extratos, P. peltatum continuou causou a maior toxicidade entre as piperáceas, tanto para a CL25%
quanto a CL50%, que foram de 1,82 e 2,84%, respectivamente. A maior
CL25% foi observada em P. callosum, já as maiores CL50% foram
observadas em P. callosum
e P. hostmannianum.
Quando comparadas as CL25% para a mesma espécie de piperácea nos
diferentes tempos de exposição de R.
indica, observa-se que, para P. aduncum, P. callosum e P. marginatum
os extratos são mais eficientes nas primeiras 24 h, uma vez que, as menores
concentrações dos extratos que são necessárias para matar 25% da população da
praga foram determinadas neste tempo de exposição (Tabela 2). Em P. peltatum, nos dois primeiros períodos de exposição, não há diferença na
concentração de extrato necessária para matar 25% da população de R. indica, sendo os menores valores determinados
nestes períodos. Para P. hostmannianum não houve diferença na CL25%
ao longo dos períodos de exposição.
Na avaliação da CL50%
de cada piperácea nos diferentes períodos de exposição, as espécies P. aduncum, P. callosum, P. hostmannianum e P. marginatum são mais eficientes nas
primeiras 24 h, tendo neste período as menores CL50%. Para P. peltatum a eficiência se manteve
ao longo dos três períodos de exposição, não havendo diferença ente as CL50%.
As mortalidades observadas para os extratos das diferentes espécies de piperáceas,
nas diferentes concentrações e nos diferentes tempos de exposição, provavelmente,
estão relacionadas a compostos produzidos por estas plantas que são passiveis
de extração em solução aquosa. Vários compostos, conhecidos como metabólitos
secundários, são responsáveis pela defesa natural das plantas conta a herbivoria por invertebrados e vertebrados (WINK, 2008). Esses
são representados por cerca de 50.000 compostos já identificados, podendo ser
divididos em compostos nitrogenados e não-nitrogenados (WINK, 2010). As plantas
não produzem apenas um destes compostos para defesa, mas geralmente uma mistura
complexa de metabólitos secundários de diferentes classes que frequentemente
atuam de maneira sinérgica (WINK, 2008; MASON; SINGER; 2015; WINK, 2015). A
composição intra e interespecífica dessas misturas
não é fixa, e variam em relação a concentração e composição, sugerindo que essa
variação é uma estratégia importante para evitar a adaptação e resistência de
herbívoros contra a defesa química das plantas (ISMAN et al., 1996; WINK,
2018). Alguns destes compostos possuem forte efeito deterrente
alimentar e inibidor de crescimento contra várias pragas (ISMAN, 1999; 2006).
Entre os compostos nitrogenados são conhecidos aproximadamente 24.110 compostos
das classes alcaloides, aminoácidos não proteicos, aminas, glicosídeos cianogênicos, glucosinolatos, alquilamidas, lectinas, peptídeos e polipeptídeos
(WINK, 2010). Os não-nitrogenados compreendem cerca de 25.000 compostos que
podem ser subdivididos em dois grupos principais, os terpenóides
e os compostos fenólicos. Os terpenóides são os
compostos das classes monoterpenos, sesquiterpenos, diterpenos, triterpenos, esteróides,
saponinas e tetraterpenos. Os compostos fenólicos
compreendem as classes flavonoides (que representam a maior classe destes
compostos em plantas), taninos, fenilpropanoides,
lignina, cumarinas, lignanas,
poliacetilenos e poliquetídeos
(WINK, 2010; TAIZ et al., 2015). Além destes, outros metabólitos secundários
não-nitrogenados conhecidos em plantas são os ácidos graxos, ceras, carboidratos
e ácidos orgânicos (WINK, 2010). Entre todos os metabólitos secundários
mencionados, os alcaloides, terpenóides e compostos
fenólicos são os mais frequentes e abundantes (KENNEDY; WIGHTMAN, 2011). Estes
também representam os principais metabólitos secundários com bioatividade sobre pragas, sobretudo os terpenóides,
onde é conhecida a maior diversidade e os mais potentes deterrentes
alimentares (FRAZIER, 1986; ISMAN, 2002).
Quanto a solubilidade dos metabólitos secundários mencionados acima, há
compostos insolúveis, solúveis apenas em solvente orgânico e solúveis ou com
limitada solubilidade em água (TAIZ et al., 2015). Assim, a extração aquosa
pode extrair substâncias polares e hidrossolúveis, sobretudo, os compostos que
apresentem cadeia de carbono curta (MARTINS et al., 2013). Vários metabólitos
secundários nitrogenados são solúveis em água, como alcaloides, aminoácidos não
proteicos, glicosídeos cianogênicos e glucosinolatos (TRIGO, 2000; BELL et al., 2008; VERKERK et
al., 2010; BABBAR, 2015). Já entre os não-nitrogenados, os terpenóides apresentam poucos compostos com solubilidade em
água, como ocorre em algumas saponinas, monoterpenos,
sesquiterpenos e triterpenos,
mas, no geral, a solubilidade é muito baixa (TAIZ et al., 2015; FURTADO et al.,
2017; ALVES et al., 2019). Para
os compostos fenólicos, vários flavonoides podem solubilizar normalmente em
água (TAIZ et al., 2015; ARRAIZA et al., 2017).
Muitos metabólitos
secundários nitrogenados, a exemplo de alcaloides, aminoácidos não proteicos, glicosídeos
cianogênicos e glucosinolatos,
atuam na defesa das plantas contra ataques de
artrópodes herbívoros (WINK, 1998; TRIGO, 2000; ISMAN, 2002; HUANGA et al.,
2011; HIKAL et al., 2017). Nos terpenóides há
compostos que apresentam ação tóxica ou deterrente
alimentar para artrópodes herbívoros, sobretudo os monoterpenos
e sesquiterpenos (ISMAN, 2002; BERAN et al., 2019),
além destes as saponinas também apresentam ação tóxica (TAIZ et al., 2015). Vários
compostos fenólicos também servem para defesa contra artrópodes herbívora, como
alguns flavonoides e fenilpropanoides (MUCKENSTURM et
al., 1982; ISMAN, 2002; HIKAL et al., 2017).
Os óleos de Piper mostram ser
constituídos por substâncias terpênicas, mais especificamente monoterpenos e sesquiterpenos, e
de fenilpropanoides (ARAUJO, 2018; ARAUJO et al.,
2018). As cinco espécies de piperáceas avaliadas já tiveram as composições percentuais
dos seus óleos essenciais estabelecidas. Para uma população de P. aduncum
da região Amazônica (Pará), os compostos majoritários no óleo essencial das
folhas e caules finos foram o dilapiol (73,0% da composição percentual do óleo essencial),
o beta-cariofileno e o germacrene D (ambos com 2,7%) e a miristicina (2,4%), além destes, mais 44 compostos foram
identificados (SILVA et al., 2016). Em uma população também amazonense de P. callosum, foram
identificados 22 compostos a partir do óleo essencial de suas folhas,
tendo como majoritários o timol (76,6%),
o orto-cimene (6,3%) e o beta-cariofileno (5,0%) (CHAVES
et al., 2011). Já em P. hostmannianum,
também para uma população amazonense, foram identificados 31 compostos do óleo
essencial obtido das folhas sendo os majoritários o dilapiol (22,4%), a miristicina (18,1%) e o espatulenol
(5,4%) (ARAUJO, 2018). Para uma
população de P. marginatum
coletada na região Amazônica (Rondônia), foram identificados 25 compostos a partir do óleo essencial de folhas
e inflorescências, tendo como majoritários o (E)-anetol (10,10%), o biciclogermacrene
(9,40%) e o germacrene D (8,83%) (BAY-HURTADO
et al., 2016). Por fim, em P. peltatum, coletada
em Cuba, o óleo essencial obtido das folhas apresentou 44 compostos, com os
três majoritários sendo o óxido de cariofileno (22,9%), o espatulenol
(9,0%) e o trans-calameneno
(5,4%) (PINO et al., 2004).
Dentre as substâncias
mencionadas como majoritárias nas cinco espécies de piperáceas, o monoterpeno timol e
os sesquiterpenos beta-cariofileno,
espatulenol e
germacrene D, bem como os fenilpropanoides
dilapiol e miristicina já
tiveram seus isolados, extraídos de plantas, testados contra artrópodes, como
insetos ou ácaros, tendo sua ação, na mortalidade ou repelência destes
organismos, comprovada (MARSTON et al., 1995; SRIVASTAVA et al., 2001; CANTRELL
et al., 2005; SILVA et al., 2009; KIM et al., 2010; LIU et al.; 2010; PINO et
al., 2011; ARAÚJO et al., 2012; KIRAN;
PUSHPALATHA 2013; ASHITANI et al., 2015; SANTOS et al., 2019). É
importante ressaltar que os efeitos dos metabólitos secundários dependem tanto
da presença dos compostos majoritários quanto dos minoritários, mesmo quando
estes se encontram em baixíssimas concentrações (WOLFFENBÜTTEL, 2007).
Para uma mesma espécie de planta, as composições percentuais dos
metabólitos secundários podem variar em função de diferentes fatores exógenos,
como luz, precipitação, local de cultivo, espaçamentos e solo (BARRA, 2009;
SILVA et al., 2013). Os fatores endógenos podem estar relacionados a idade das plantas e a variabilidade
genética nas populações, podendo influenciar na variação química entre as
plantas e entre diferentes partes da planta (SILVA et al., 2013; WINK, 2018). Como exemplo destas variações pode ser citado o percentual de dilapiol na composição do óleo essencial da parte aérea de P. aduncum coletadas
em diferentes épocas e locais no Brasil, o qual pode varias
de 34,4 a 91,1% (PAZ et al., 2017; SALEHI et al., 2019).
O efeito acaricida de extratos de algumas espécies vegetais já foi avaliado
sobre fêmeas de R. indica. Neste
sentido, Coelho et al. (2019) estudaram a ação de contato do extrato etanólico das partes aéreas de Spilanthes acmella (L.) Murr.
(Asteraceae), obtendo CL25% e CL50% de 0,1948 e 0,4598
mg/mL (equivalente as concentrações de 0,01948 e
0,04598%), respectivamente, após 24 h de exposição. Santos et al. (2019) também
testaram a ação de contato do óleo essencial, extraído por hidrodestilação,
de folhas de Lippia gracilis Schauer (Verbenaceae), a qual tem
uma CL50% de 4,99 mg/mL (equivalente a
concentração de 0,499%), após 24 h de exposição. A maior toxicidade
relatada nestes dois trabalhos, em relação às piperáceas do presente estudo,
pode estar relacionada não só a diferença entre as espécies de plantas, mas,
principalmente, a maior eficiência na extração.
Pino et al. (2011) também avaliaram a ação de contato do óleo essencial,
extraído por hidrodestilação, de folhas de Melaleuca quinquenervia
(Cav.) S.T. Blake (Myrtaceae) sobre fêmeas de R. indica, o qual causou uma alta
toxidade, com mortalidade de 100% após 24 h de exposição do ácaro ao óleo na
concentração de 2,5%. Castillo-Sánchez et al. (2018) também
avaliaram a ação de contato dos extratos etanólicos
de semente e de folha de Brosimum alicastrum Swartz (Moraceae) e da folha de Plectranthus amboinicus Sprengel (Lamiaceae), obtendo respectivamente mortalidades
de 4,15, 4,95 e 12,25% nas concentrações de 5, 10 e 13%, também respectivamente.
A ação residual de contato para fêmeas de R. indica, assim como no presente estudo, foi testada por Sousa et
al. (2018) com o extrato hidro-álcoolglicólico de
sementes e frutos de Myrciaria
dubia (H.B.K.) McVaugh
(Myrtaceae), o qual apresenta atividade acaricida, com
mortalidade de 96% dos ácaros após 24 h de exposição na concentração de 8%,
nesta mesma concentração, após 48 h de exposição a mortalidade foi de 100%.
Por fim, Alexander e Khan (2013), sem fazer menção as partes das plantas
utilizadas e a forma de extração, testaram a ação fumigante dos óleos essenciais de Jasminum officinale L.
(Oleaceae), Syzygium aromaticum (L.) Merr. e L.M. Perry (Myrtaceae), Musa spp. (Musaceae),
Eucalyptus obliqua L'Hérit (Myrtaceae), Cinnamomum cassia (L.) Presl. (Lauraceae) e Mentha piperita L.
(Lamiaceae), sobre fêmeas de R. indica,
obtendo mortalidades de 37,54, 50,63, 50,48, 38,95, 88,08 e 96,22%,
respectivamente, após 72 h de exposição na concentração de 33,3 µL/L de ar.
Apesar da extração aquosa, os extratos de P. aduncum, P. callosum, P. hostmannianum, P. marginatum e P. peltatum apresentaram
toxicidade sobre R. indica já a
partir de 24 h de exposição, no mínimo na concentração de 10% dos extratos.
Dessa forma, assim com as demais espécies vegetais discutidas anteriormente, as
cinco piperáceas avaliadas tem potencial para serem mais detalhadamente
estudadas, com intuito de isolar, caracterizar e sintetizar ou biositetizar compostos que possam ser utilizados como
acaricidas.
CONCLUSÕES
Os extratos aquosos das piperáceas P. aduncum, P. callosum, P. hostmannianum, P. marginatum e P. peltatum causaram
efeitos toxicológicos sobre R. indica
em condições de laboratório.
AGRADECIMENTOS
À Fundação de Amparo à
Pesquisa do Estado do Amazonas - FAPEAM, pelo financiamento e apoio da
pesquisa. A Técnica Agropecuária (ICET) Luzia
Correa Dunnemann pelo auxílio na manutenção
das plantas na área experimental. A Drª Marta Regina Silva Pereira pela identificação das
plantas.
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