Desidratação
osmótica de fatias de mamão (Carica papaya L.)
Osmotic dehydration of papaya
slices (Carica papaya L.)
Deshidratación osmótica de rodajas de papaya (Carica papaya L.)
Shênia
Santos Monteiro1;
Shirley Santos Monteiro2;
Newton Carlos Santos3;
Sâmela Leal Barros4;
Emmanuel Moreira Pereira5
1Mestranda em Engenharia
Agrícola, Universidade Federal de Campina Grande, Campina Grande, shenia-monteiro@hotmail.com; 2Doutoranda em
Engenharia Agrícola, Universidade Federal de Campina Grande, Campina Grande, shirley_pinto_monteiro@hotmail.com; 3Doutorando em
Engenharia Química, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, newtonquimicoindustrial@gmail.com; 4Doutorando em
Ciência e Tecnologia de Alimentos, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, samelaleal7@gmail.com; 5Doutor em
Agronomia, Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Jaboticabal,
São Paulo, emmanuel16mop@hotmail.com.
Recebido:
07/01/2020; Aprovado: 17/03/2020
Resumo: A aplicação de tecnologias como a desidratação
osmótica, promove a redução da água do produto em curtos períodos e a melhoria
de suas características sensoriais. Uma vez observada a influência das
condições na eficiência do processo de desidratação osmótica de frutos,
objetivou-se com esse estudo avaliar o efeito da temperatura e das
concentrações de sacarose e xilitol na cinética de desidratação osmótica, e os
efeitos da secagem complementar em micro-ondas nas características físicas e
químicas de fatias de mamão papaia. O método de análise de superfície de
resposta foi aplicado através de um planejamento fatorial rotacional completo
2² com 4 pontos axiais e 3 repetições no ponto central, totalizando 11
experimentos para cada agente osmótico, com o qual, foi possível avaliar os
efeitos da concentração do agente osmótico (sacarose ou xilitol) e da
temperatura, na perda de água das fatias de mamão Verificou-se que a condição
ideal para a realização do processo foi a concentração de 50 °Brix do agente osmótico na temperatura de 30 °C. As fatias
submetidas a desidratação osmótica nessas condições foram secas em micro-ondas
e avaliadas quanto as suas características físicas e químicas. A utilização do
xilitol como agente osmótico foi mais eficiente do que a sacarose,
proporcionando uma maior redução da água, influenciando significativamente na
retenção do conteúdo de vitamina C após secagem em micro-ondas e apresentando
menor teor de água.
Palavras-chave: Carica papaya L.; Micro-ondas; Secagem.
INTRODUÇÃO
O mamão (Carica papaya L.) pertence à família das
Caricaceae, consumido principalmente em sua forma fresca, porém com alto
potencial para ser industrializado (ZERPA-CATANHO et
al., 2017). Seu potencial para industrialização relaciona-se com
as características nutricionais do fruto e a necessidade de minimizar perdas na
pós-colheita. Esse é uma importante fonte de
nutrientes funcionais, como minerais (cálcio, ferro, potássio, sódio),
vitaminas (A, B1, B2, C) e carotenóides (licopeno, b-caroteno, b-criptoxantina)
(SCHWEIGGERT et al., 2011). Porém, as
perdas pós-colheita de mamão ocorrem ao longo de toda a cadeia produtiva,
devido à rápida deterioração do fruto e seus componentes químicos, o que
resulta em uma vida útil curta do produto fresco (UDOMKUN et al., 2015).
A maioria das
frutas comuns são produzidas sazonalmente e, portanto, podem não estar
disponíveis em condições frescas durante o ano, já quando processadas, essas
frutas podem ser consumidas por um período de tempo
maior (CHANG et al., 2016). Apesar do
mamão ser um fruto encontrado em sua forma fresca durante o ano, o estudo de
técnicas para o processamento possibilita um maior aproveitamento do produto,
minimizando o desperdício de alimentos. A secagem é uma das técnicas mais
amplamente utilizadas na conservação de frutas, pois possibilita a redução do
teor de água, reduzindo a atividade microbiana e deterioração do produto. No entanto, um
alto incremento da temperatura de secagem promove mudanças organolépticas e
nutricionais em produtos alimentícios, que podem promover a redução da sua
qualidade (GIAMPIERI et al., 2012).
Pré-tratamentos são aplicados com o objetivo de
minimizar os danos ocasionados pelos tratamentos térmicos, melhorando assim a
qualidade nutricional do produto final. A desidratação
osmótica é um pré-tratamento térmico que é usado para remover uma parte da água
dos alimentos, como frutas e legumes; é realizada imergindo os alimentos em
soluções hipertônicas com alta pressão osmótica, como soluções de açúcares,
sais ou álcoois (DEHGHANNYA et al., 2015).
A sacarose é um agente osmótico amplamente usado no processo de desidratação
osmótica de frutas obtendo resultados satisfatórios quando aos efeitos do seu
uso, melhorando as características organolépticas e aumento a perda de água. No
entanto, polióis, como xilitol e sorbitol,
são solutos cada vez mais empregados nessa técnica. O xilitol é um poliol com
cinco átomos de carbono e cinco grupos hidroxilo, de estrutura cristalina,
encontrado em muitas frutas e vegetais, é tão doce quando a sacarose, porém
menos calórico (RILEY et al., 2015). A principal vantagem do uso de polióis
como agente osmótico é que o produto desidratado apresenta menor valor calórico
e índice glicêmico do que o obtido quando a sacarose é utilizada (MENDONÇA et al., 2016). Porém, a deve-se
analisar a sua eficiência quando a perda de água do fruto durante o processo de
desidratação osmótica e comparar aos agentes osmóticos comumente usados, neste
caso, a sacarose.
A comparação de diferentes agentes osmóticos no
processo de desidratação osmótica de fatias de mamão sob iguais condições,
permite criar alternativas para melhoramento do processo, aliando os efeitos
desejáveis do processo com as vantagens do uso de agentes osmóticos como o
xilitol. Além disso, o estudo das concentrações do agente osmótico combinado a
diferentes temperaturas, torna possível o conhecimento das condições mais
adequadas para otimização do processo de desidratação das fatias de mamão.
Apesar do processo de desidratação osmótica possuir
inúmeros benefícios, a remoção de água do alimento durante o processo não é
suficiente para garantir a sua estabilidade durante o armazenamento, sendo
necessária a aplicação de um método de secagem complementar. A secagem
convectiva é o método mais utilizado em frutas e vegetais; porém, apresenta
baixa eficiência e longo tempo de secagem. Enquanto, a secagem por micro-ondas
tem várias vantagens sobre a secagem por convecção, como taxa de secagem mais
alta, aquecimento mínimo em locais com menos água, reduzindo assim o
superaquecimento de locais onde o aquecimento não é necessário (DEMIRAY et al., 2017). Diante dessas
condições, objetivou-se com esse trabalho avaliar o efeito da temperatura e
concentração de sacarose e xilitol na cinética de desidratação osmótica, e os
efeitos da secagem complementar em micro-ondas nas características físicas e
químicas de fatias de mamão papaia.
MATERIAL E
MÉTODOS
A sacarose comercial (Cia União) e o xilitol (NUTRANATUS) assim como os frutos, foram
adquiridos no comércio da cidade de Campina Grande, Paraíba. Os mamões papaia
adquiridos foram selecionados quanto a coloração da casca, onde o estádio de
maturação foi definido visualmente. Os mamões selecionados apresentavam entre
15 a 25% da superfície amarela, classificados como ¼ de madura segundo Prates
(2005), o qual classifica o percentual de cor amarela na casca dos frutos de
mamoeiro nos seguintes estádios de maturação: estádio 0 - verde (frutos
crescidos e desenvolvidos com 100% da casca verde); estádio 1 - amadurecendo
(início da mudança de cor da casca com 15% amarelecida); estádio 2 - ¼ madura
(fruto com até 25% da superfície da casca amarela); estádio 3 - ½ madura (fruto
com até 50% da superfície da casca amarela); estádio 4 - ¾ madura (fruto com
50% - 75% da superfície da casca amarela) e estádio 5 - madura (fruto com 76% -
100% da superfície da casca amarela e adequado para consumo). Os frutos foram sanitizados em solução de hipoclorito de sódio (150 m.g.L-1
de cloro livre) durante 15 minutos, descascados e cortados em fatias de com
espessura de 5,0 mm. O corte das fatias de mamão orientado por medições com paquímetro
da espessura e cortada com uma lâmina de aço inoxidável.
As soluções hipertônicas de sacarose e xilitol foram
elaboradas nas concentrações de 7,8, 15,0, 32,5, 50,0 e 57,2 °Brix. As concentrações dos agentes osmóticos foram
estabelecidas com base em testes preliminares, onde foram testadas várias
concentrações e observado as alterações nas características organolépticas e de
perda de água das fatias de mamão. As soluções foram preparadas a partir da
dissolução da sacarose e do xilitol em água destilada e agitadas até completa
dissolução.
Processo
de desidratação osmótica
As fatias de mamão foram completamente imersas nas
soluções osmóticas, utilizando uma proporção de 1:10 (amostra/solução)
determinada em julgamento preliminar. Os recipientes contendo o fruto e a
solução osmótica foram inseridos em uma incubadora com temperatura controlada e
agitador orbital, modelo TE-421, com agitação de 100 rpm e temperaturas de
25,90, 30,00, 40,00, 50,00 e 54,10 °C. As temperaturas foram definidas com base
em estudos como o de Aires et al. (2019) e Ferreira et al. (2020) onde foram
estudas temperaturas de 40 e 60 °C, para a maçã e temperaturas de 50, 60 e 70 °C
para cubos de mamão, respectivamente. Apesar das temperaturas citadas nas
literaturas, temperaturas menores de 40 °C foram consideradas nesse estudo uma
vez que é conhecido que temperaturas superiores aumenta a probabilidade de
perdas na qualidade nutricional do fruto. As amostras foram retiradas da
solução hipertônica após 30, 60, 90, 120, 150 e 180 min de imersão. Essas
amostras foram lavadas rapidamente com água destilada para remoção da sacarose
e xilitol aderente à superfície das fatias e o excesso de água foi absorvido em
papel absorvente e posteriormente as amostras foram pesadas.
Cinética de transferência de massa
O modelo de Peleg (Equação 1) foi considerado para ajuste aos dados
experimentais do parâmetro perda de água.
(1)
Em que, PA é a perda de água com o tempo (%); a e b são
constantes do modelo de Peleg e t é o tempo (min).
Determinação
do teor de água, sólidos totais e perda de água
Os teores de água e sólidos totais foram determinados
em estufa a 105 °C, até massa constante. Todas as análises foram realizadas em
triplicada e o valor médio obtido para análise. Foi determinada a perda de água
segundo a Equação 2 (KUCNER et al., 2013).
(2)
Em que: PA é a perda de água (%); é a massa inicial da amostra (g); é
a massa da amostra após desidratação osmótica (g); S0 é os sólidos
totais inicial da amostra (g de água / g de amostra) e Si é os
sólidos totais após a desidratação osmótica (g de água / g de amostra).
Secagem por micro-ondas
Os fornos de
micro-ondas têm sido utilizados com sucesso como fonte de calor na indústria de
alimentos, porque as micro-ondas penetram diretamente nos produtos, causando
rápido aquecimento interno através da rotação de dipolos e condutância iônica
nos materiais da matriz (FAN et
al., 2019). Para a secagem foi utilizado um equipamento de
micro-ondas, modelo MM25EL2VB, com potência de 800 Watts. Durante a secagem, foram
realizadas pesagens em intervalos de tempo de 30 segundos até peso constante,
para acompanhamento da perda de água com o tempo de secagem. O processo de
secagem foi interrompido quando não foi observada variações na massa por duas
medições consecutivas (SHARMA, PRASAD, 2004). Os volumes das fatias foram determinados
em intervalos de 60 segundos, por medidas do comprimento, largura e espessura,
usando um paquímetro digital.
Características
físicas químicas
Foram determinados o
teor de água (% b.u), sólidos totais (%), pH, Acidez
total titulável (% de ácido cítrico) (IAL, 2008),
sólidos solúveis totais (°Brix) utilizando um
refratômetro portátil Modelo rt-95, ratio, açúcares
redutores (MILLER, 1959) e vitamina C (STROHECKER, HENNING, 1967) das fatias de
mamão in natura e secas em
micro-ondas após o processo de desidratação osmótica com xilitol e sacarose.
Análise estatística
Foi realizado um
planejamento fatorial 2², com quatro pontos axiais e três repetições no ponto
central, totalizando 11 experimentos para cada solução osmótica. Os níveis dos
fatores concentração de sólidos solúveis totais (°Brix)
e temperatura de incubação (°C) foram definidas de acordo com o planejamento
experimental apresentado na Tabela 1.
Tabela 1. Matriz do planejamento experimental com valores
reais das variáveis independentes do processo de desidratação osmótica das
fatias de mamão. |
||
Experimento |
Concentração do agente osmótico (°Brix) |
Temperatura (°C) |
1 |
15,00 |
30,00 |
2 |
15,00 |
50,00 |
3 |
50,00 |
30,00 |
4 |
50,00 |
50,00 |
5 |
7,80 |
40,00 |
6 |
57,20 |
40,00 |
7 |
32,50 |
25,90 |
8 |
32,50 |
54,10 |
9 |
32,50 |
40,00 |
10 |
32,50 |
40,00 |
11 |
32,50 |
40,00 |
Os dados da
desidratação osmótica das fatias de mamão foram analisados conforme a metodologia
de superfície de resposta, a qual, assume que existe uma função polinomial
(Equação 3) que se relaciona as respostas as variáveis independentes.
Em que, y é a resposta ou variável dependente, x1 e
x2 são as variáveis independentes; βn são constantes
ajustáveis.
O teste estatístico de
análise de variância (ANOVA) foi desenvolvido com um nível de confiança de 95%,
que inclui a significância estatística de cada termo do modelo ajustável
(valor-p), os efeitos estimados em cada termo (βn), o coeficiente de
determinação do modelo (R2 > 0,90), a fim de estabelecer a
precisão do modelo usando o software Statistica 7.0 (STATSOFT, 2004).
Os modelos foram apresentados
com os termos independente da equação estatisticamente significativos. Os
termos não significativos do modelo foram desconsiderados uma vez que não tem
influência significativa para a resposta ou variável independente.
Os resultados da
caracterização do mamão in natura e
secos por micro-ondas para cada agente osmóticos foram submetidos a análise de
variância (ANOVA), utilizando o teste de comparação de Tukey
1% de probabilidade. Esses cálculos foram realizados usando o software Assistat 7.7 (SILVA;
AZEVEDO, 2016).
RESULTADOS E
DISCUSSÃO
Cinética de transferência de massa
O modelo de Peleg se ajustou aos dados experimentais da perda de água
das fatias de mamão desidratadas osmoticamente, com R² maior que 99,0% para
todos os experimentos com o xilitol e superior a 98,0% para os experimentos com
a sacarose (Tabela 2).
Ao analisar os
resultados da Tabela 2, foi visto que o parâmetro ‘a’ aumenta nas maiores
temperaturas, para ambos os agentes osmóticos. Além da temperatura, a
concentração do agente osmótico foi influente nesse parâmetro, porém, em menor
proporção. Os menores valores de ‘a’ obtidos pelo modelo de Peleg
foram obtidos nos experimentos 7, 1 e 3, tanto para o xilitol como a sacarose.
O menor valor foi o do experimento 7, neste foram estudadas as concentrações de
32,50% do agente osmótico, na temperatura de 25,90 °C. O menor valor de ‘a’ se
refere ao recíproco da taxa de transferência de massa, o que nos diz que no
experimento 7, se obteve a maior taxa de transferência de água, para ambos os
agentes osmóticos. O parâmetro ‘b’ apresentou baixos valores, o que é esperado,
uma vez que se refere ao recíproco da composição de equilíbrio.
Tabela 2.
Parâmetros de ajuste (a, b) e coeficiente de determinação (R²) do modelo de Peleg para os dados de perda de água das fatias de mamão
para cada agente osmótico. |
||||||
Experimentos |
Xilitol |
Sacarose |
||||
a |
b |
R² |
a |
B |
R² |
|
1 |
17,41980 |
0,146388 |
99,97 |
14,17831 |
0,219099 |
99,89 |
2 |
31,82486 |
0,185327 |
99,14 |
54,99840 |
0,181817 |
98,90 |
3 |
17,46692 |
0,115912 |
99,94 |
16,32320 |
0,208097 |
99,49 |
4 |
31,74318 |
0,124258 |
99,36 |
37,19568 |
0,128343 |
99,37 |
5 |
29,90304 |
0,216470 |
99,97 |
23,58552 |
0,359885 |
99,94 |
6 |
30,22829 |
0,118300 |
99,36 |
35,56699 |
0,122677 |
99,37 |
7 |
16,47679 |
0,138381 |
99,97 |
13,47882 |
0,208006 |
99,89 |
8 |
26,15309 |
0,173455 |
99,97 |
28,59023 |
0,311974 |
99,74 |
9 |
45,15396 |
0,392990 |
99,72 |
81,26680 |
0,390450 |
98,98 |
10 |
61,37301 |
0,323302 |
99,78 |
73,86503 |
1,048232 |
99,95 |
11 |
53,68636 |
0,356495 |
99,75 |
97,94301 |
0,567921 |
99,50 |
*Experimentos: 1 (15,00 °Brix e
30,00 °C); 2 (15,00 °Brix e 50,00°C); 3 (50,00 °Brix e 30,00 °C); 4 (50,00 °Brix
e 50,00 °C); 5 (7,80 °Brix e 40,00 °C); 6 (57,50 °Brix e 40,00°C); 7 (32,50 °Brix
e 25,90 °C); 8 (32,50 °Brix e 54,10 °C); 9 (32,50 °Brix e 40,00 °C); 10 (32,50 °Brix
e 40,00°C) e 11 (32,50 °Brix e 40,00 °C). |
Verificou-se que a
perda de água nas fatias de mamão aumentou com o tempo de desidratação osmótica
em todos os experimentos (Figura 1). Na Fugira 1A, observa-se que a perda de
água das fatias de mamão desidratada osmoticamente com xilitol foi superior aos
resultados das amostras tradas com sacarose (Figura 1B).
Figura 1. Perda de água de fatias de mamão com ajuste do modelo
de Peleg para os agentes osmóticos: (A) xilitol e (B)
sacarose.
*Experimentos:
E1 (15,00 °Brix e 30,00 °C); E2 (15,00 °Brix e 50,00°C); E3 (50,00 °Brix
e 30,00 °C); E4 (50,00 °Brix e 50,00 °C); E5 (7,80 °Brix e 40,00 °C); E6 (57,50 °Brix
e 40,00°C); E7 (32,50 °Brix e 25,90 °C); E8 (32,50 °Brix e 54,10 °C); E9 (32,50 °Brix
e 40,00 °C); E10 (32,50 °Brix e 40,00°C) e E11 (32,50
°Brix e 40,00 °C).
O aumento da perda de
água nas fatias de mamão durante o processo de desidratação osmótica está em
concordância com os resultados observados em estudo da cinética de desidratação
osmótica de manga (SULISTYAWATI et al., 2020)
e em cinética de desidratação osmótica de Terung Asam
(Solanum lasiocarpum
Dunal) (CHIU et
al., 2017). No entanto, os experimentos submetidos a desidratação osmótica
utilizando como agente osmótico a sacarose, mostrou rápido aumento da perda de
água nos primeiros 90 minutos, comparado com os experimentos utilizando o
xilitol como agente osmótico, que apresentou o aumento quase linear com o
tempo. Comportamento semelhante aos experimentos com a sacarose foi relatado
por Chiu et al. (2017) e colaboradores,
que afirmaram que a grande força motriz osmótica entre a seiva das fatias de Terung Asam e a solução hipertônica circundante promoveu a
rápida remoção da água do Terung Asam para o meio
osmótico durante a fase inicial do processo osmótico. No entanto, a remoção é
atribuída à solução hipertônica, a seiva não alterou a concentração da solução,
porém houve interação, o que as vezes não ocorre.
Observou-se que o
xilitol como agente osmótico contribuiu para uma maior remoção da água contida
nas fatias de mamão (Figura 1A), comparado ao convencional uso da sacarose
(Figura 1B). O que reflete uma maior eficácia em termos de perda de água, isso
também foi observado por Cichowska et al. (2019) ao estudar o uso de solutos não
convencionais como agentes osmóticos.
Os efeitos da concentração do agente osmótico e da
temperatura sobre a perda de água pode ser observado na Figura 2. Na Figura 2A
e 2B, observa-se que tanto para o xilitol como a sacarose, na temperatura de 40
°C, foram obtidas as menores taxas de perda de água, independente da
concentração do agente osmótico, isso é evidenciado ao analisar o termo linear
da temperatura no modelo, mostrando um efeito negativo (Equações 4 e 5).
Enquanto, os experimentos em que foram analisados os níveis extremos,
apresentam a maior perda de água, a exemplo, o experimento 3 (50,0 °Brix e 30 °C) utilizando o xilitol, obtendo uma perda de
4,69%, e utilizando a sacarose, obteve uma perda de água de 3,61%; como pode
ser observado a partir dos efeitos dos termos linear e quadráticos da
concentração do agente osmótico e da temperatura no modelo, mostrando que ao
aumentar a concentração do agente osmótico, tem-se o aumento da perda de água.
Durante a desidratação osmótica a taxa de perda de água é diretamente
proporcional a: concentração da solução osmótica; tempo de imersão;
temperatura; relação de peso da solução de alimentação; agitação; e depende da
estrutura dos alimentos, tamanho e geometria dos sólidos e da área de troca de
massa e pressão do sistema (BROCHIER et al., 2019). Apesar da maior perda de
água ter sido observada no experimento 3, os experimentos 7 e 1, com menores
concentrações dos agentes osmóticos também apresentaram bons resultados com
taxa de perda de água próximo ao observado no experimento 3.Vale destacar que
para o estudo foi utilizado fatias finas de mamão ¼ de maduro, onde a estrutura
no produto é um dos fatores determinantes no processo de desidratação. Os
modelos polinomiais ajustados aos resultados da perda de água das fatias de
mamão são apresentados apenas com os parâmetros estatisticamente significativos
na Equação 4, para o xilitol e na Equação 5, para a sacarose.
(4)
R²=97,21%
(5)
R²=96,67%
Em
que, PA é a perda de água (g.g-1); CX é a concentração de xilitol (°Brix), CS é a concentração de sacarose (°Brix) e T é a temperatura (°C).
Figura 2. Efeito da concentração do agente osmótico e
temperatura na perda de água para o (A) xilitol, (B) sacarose.
Esse comportamento observado para a perda de água das
fatias de mamão durante a desidratação osmótica corrobora com os apresentados
por Islam et al. (2019) e Najafi
et al. (2014) ao estudarem a influência
da desidratação osmótica na cinética de transferência de massa e retenção da
qualidade do mamão maduro (Carica papaya L) durante a secagem, e no processo de
desidratação osmótica utilizando solução de sacarose a temperatura amena na
transferência de massa e nos atributos de qualidade de pitaya
vermelha (Hylocereus polyrhizusis),
respectivamente. Nesses estudos, foi observando o aumento da remoção de água
com o aumento da concentração de sacarose na solução hipertônica.
Os efeitos das variações da concentração do agente
osmótico e da temperatura sobre o teor de água e sólidos totais das fatias de
mamão papaia são apresentados na Figura 3.
O uso do xilitol como agente osmótico (Figura 3A)
promoveu maior redução do teor de água das fatias de mamão, como previsto ao
analisar as demais respostas a influências das variáveis independentes,
comparado com o uso da sacarose (Figura 3B). Obtendo teores de água em base
úmida entre 68,59% no experimento 3 (50,0 °Brix e
30,0 °C) e 84,41% no experimento 10 (32,5 °Brix e
40,0 °C), para as fatias de mamão tratadas com xilitol. Enquanto, as fatias de
mamão tratadas como sacarose, apresentaram valores entre 76,55% no experimento
3 (50,0 °Brix e 30,0 °C) a 86,11% no experimento 10
(32,5 °Brix e 40,0 °C). Esses dados evidenciam a
eficácia do xilitol como agente osmótico na remoção de água de fatias de mamão,
proporcionando uma alternativa ao convencional uso da sacarose nos processos de
desidratação osmótica.
Figura 3. Efeito da concentração do agente osmótico e
temperatura no teor de água para o (A) xilitol, (B) sacarose e sólidos totais
para (C) xilitol e (D) sacarose.
As Equações 6 e 7, apresentam os modelos polinomiais
ajustados aos dados do teor de água sobre os experimentos com xilitol e
sacarose. Os termos apresentados foram estatisticamente significativos.
(6)
R²=94,44%
(7)
R²=96,93%
Quanto aos sólidos totais, um comportamento inverso ao
teor de água foi observado, uma vez que, ao reduzir o teor de água das fatias
de mamão, ocorreu a concentração dos sólidos totais, como mostra a Figura 3C
para o xilitol e a Figura 3D para a sacarose. A influência da concentração do
agente osmótico e da temperatura do processo, resultou em fatias de mamão com
conteúdo de sólidos totais variando entre 31,41% a 15,59% utilizando o xilitol,
e de 23,45% a 13,89% utilizando a sacarose como agente osmótico, ambos os
resultados foram obtidos nos experimentos 3 e 10 para os dois agentes osmóticos
estudados.
Os modelos polinomiais ajustados aos resultados
obtidos para o conteúdo de sólidos totais, sobre os efeitos das variáveis
independentes estão apresentados na Equação 8, para o xilitol e na Equação 9,
para a sacarose. Os termos apresentados foram estatisticamente significativos.
(8)
R²=94,44%
(9)
R²=96,93%
Secagem
em micro-ondas
A partir do estudo da desidratação osmótica das fatias
de mamão, foi possível estabelecer as melhores condições as quais ocorreu a
maior remoção de água das fatias, para posterior secagem complementar em
micro-ondas. Para isso, foi escolhida as condições com 50 °Brix
do agente osmótico e temperatura de 30 °C, para ambos os agentes osmótico.
A Figura 4, mostra a influência da secagem em
micro-ondas na razão do teor de água e no volume das fatias de mamão papaia pré-desidratadas osmoticamente com xilitol e sacarose
durante o tempo de secagem.
Na Figura 4A, observa-se que as fatias de mamão
submetidas ao tratamento de desidratação osmótica com xilitol obtiveram o maior
tempo de secagem até chegar ao equilíbrio termodinâmico. Enquanto, a tratada
com sacarose, atingiu o equilíbrio termodinâmico no tempo de 420 segundos.
Porém, observa-se que para as fatias tratadas com xilitol, obteve uma taxa de
secagem maior que as fatias tratadas como sacarose (Figura 4A). Já quanto ao
volume (Figura 4B), observou-se uma redução gradual do volume das fatias de
mamão, tanto nas tratadas como xilitol como as tratadas com sacarose. Durante a
secagem por micro-ondas se observou a formação de bolsas de ar na superfície
das fatias de mamão, as bolsas de ar refletem a rápida evaporação da água e a
resistência da estrutura da superfície das fatias de mamão. A rápida evaporação
da água reduz o encolhimento dos produtos alimentícios quando comparado a
outras técnicas de secagem. Lopes e Pereira, (2015) ao estudarem o encolhimento
na secagem convectiva de abacaxi com aplicação de micro-ondas variável, concluiu
que o encolhimento observado foi linear com o decréscimo de umidade.
Entretanto, há indício de que a elevação da potência proporciona pode reduzir o
encolhimento.
Figura 4. Razão do teor de água (A) e volume (B) das fatias de
mamão pré-desidratadas osmoticamente com xilitol e
sacarose durante o tempo de secagem.
Apesar da redução do tempo de secagem comparado com as
técnicas de secagem convencionalmente utilizadas no processamento de alimentos,
a qualidade do produto, em ambos os tratamentos, foi baixa, em termos de
aspecto visual relacionado a cor e textura, sendo ainda observados quanto a
cor, alterações não uniformes. Enquanto a textura, o processo não favoreceu a
obtenção de um produto crocante, sendo observado um aspecto gomoso. A baixa
qualidade em termos de aspecto visual das fatias de mamão pode ser explicada
pelo fornecimento contínuo de energia de micro-ondas para material sensível ao
calor, causando aquecimento ou superaquecimento desigual ou até criar pontos
quentes e frios (KUMAR et al., 2014). Dehghannya et
al. (2018) na secagem em micro-ondas de
marmelo, relatou o efeito da secagem em micro-ondas sobre a qualidade sensorial
do produto (cor e textura), onde foi relatado pontos escuros na superfície do
produto.
As fatias de mamão foram analisadas in natura e
após secagem em micro-ondas pré-desidratadas sob as condições
que apresentou as melhores taxas de perda de água, experimento 3 (50,0 °Brix e 30,0 °C), e os resultados obtidos estão
apresentados na Tabela 3. Para análise das características físicas e químicas
das amostras secas, o processo de secagem foi interrompido no tempo de 480
segundo, onde, a partir desse tempo, foi observado alterações consideráveis no
aspecto visual e estrutural das fatias (pontos de carbonização).
Tabela 3. Caracterização físico-química das fatias de mamão
papaia in natura e secas em micro-ondas para cada agente osmótico. |
|||
Parâmetros |
Experimentos |
||
in natura |
Xilitol |
Sacarose |
|
Teor de água (% b.u) |
89,22 a |
39,52 c |
55,05 b |
Sólidos Totais (%) |
10,78 c |
60,48 a |
45,09 b |
Sólidos Solúveis Totais (°Brix) |
13,72 c |
44,06 b |
53,00 a |
pH |
5,63 a |
4,93 b |
4,80 b |
Acidez Total Titulável (%
de ácido cítrico) |
0,23 b |
0,67 a |
0,67 a |
Ratio |
58,81 b |
70,35 a |
79,42 a |
Açucares Redutores (g glicose.100.mL-1) |
9,07 c |
32,47 b |
51,57 a |
Vitamina C (% de ácido ascórbico) |
37,36 a |
29,75 b |
20,94 c |
*Médias seguidas pela mesma letra na linha, não
diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey
a 5% de probabilidade. |
Os teores de água das fatias de mamão apresentaram
diferença significativa (p<0,01) entre os tratamentos. Foi observado que as
fatias de mamão tratadas como o xilitol apresentaram valores inferiores com
relação ao teor de água após a secagem e consequentemente valores superiores
com relação ao teor de sólidos totais, quando comparadas aos demais
experimentos. Os teores de água obtidos após a secagem em micro-ondas, neste
estudo, foram superiores a estudos de desidratação de frutas em micro-ondas. A
exemplo, Rodriguéz et al. (2019) ao estudar a
desidratação de framboesas em micro-ondas com potência selecionada de 350 W
(densidade de potência 7,5 W.g-1), onde encontraram um teor de água
de 21,26%, e Veja-Gálvez et al. (2019) no estudo das
características químicas e bioativa do mamão (Vasconcellea
pubescens) sob diferentes tecnologias de secagem,
encontrado um valor de 21,57% para o mamão submetido a secagem solar, cujas condições
foram variáveis durante o dia, registando temperaturas entre 31,0 a 49,9 °C e
umidade do ar entre 20 a 45%.
O conteúdo de sólidos solúveis totais nas fatias in
natura foi semelhante aos encontrados por Kandasamy et al. (2014) para a polpa de mamão (Carica papaya L.) fresca (13,0 °Brix), Barragán-Iglesias et al. (2019), para cubos de mamão fresco (12,0 °Brix) e Nunes et al. (2017),
ao estudar o mamão formosa (11,35 °Brix). Após o
processo de secagem em micro-ondas, observa-se o aumento significativo dos
sólidos solúveis totais, especialmente nas fatias tratadas com a sacarose,
resultado do contato das fatias com o soluto contido nas soluções hipertónicas
utilizadas no tratamento osmótica, devido a transferência de massa.
Através da Tabela 2, pode-se observar que o processo
de secagem em micro-ondas provocou a redução do pH e o aumento da acidez do
produto, havendo diferença estatística significativa entre as amostras
desidratadas e a amostras in natura.
Esse aumento está relacionado a remoção da água, resultando na maior
concentração dos ácidos orgânicos presentes nas fatias de mamão. A concentração
dos ácidos orgânicos com a secagem resulta em alterações sensoriais desejáveis
para o produto, assim como, um ambiente ácido dificulta o desenvolvimento de
micro-organismo indesejáveis durante o armazenamento do produto. Comportamento
similar foi reportado por Santos et al. (2019) ao realizarem a cinética de
secagem convectiva de fatias de pêssego, observaram que o acréscimo da
temperatura aplicada ao processo de secagem proporcionou redução do pH e
aumento da acidez do produto, apresentando valores de 1,26 a 1,82% e pH de 6,32
a 6,52. Com relação aos agentes osmóticos, não foi observada diferença
significativa entre as fatias tratadas com o xilitol e a sacarose.
Com relação ao parâmetro ratio, observou-se um aumento
significativo (p<0,01) para as fatias de mamão secas comparadas com a
amostra in natura; porém, entre as amostras secas, tratadas como xilitol
e sacarose, não foi observado diferença estatística. O aumento desse parâmetro está
relacionado ao aumento dos sólidos solúveis totais (°Brix),
que se deu devido a pré-desidratação osmótica e
concentração dos constituintes pela secagem, o que indica um produto com sabor
mais adocicado. Variação nos valores do ratio
foram relatados por Santana et al. (2004),
ao analisar cinco genótipos do Banco Ativo de Germoplasma de Mamão (Carica papaya L.) da
EMBRAPA-CNPMF, onde observou variações entre 173,41 e 68,26, conforme o
genótipo no mamão estudado. Resultados inferiores a estes foram observadas
neste estudo para o fruto in natura.
As diferenças encontradas entre os valores relatados na literatura, pode estar
relacionado com fatores intrínsecos e extrínsecos que influenciam a composição
dos frutos, podendo citar a variedade do fruto e o estádio de maturação.
Quanto aos açúcares redutores das fatias de mamão, o
resultado obtido para as fatias de mamão in natura está em concordância
com os relatados por Santana et al. (2004),
cujos resultados obtidos variaram de 9,5 a 11,3%, conforme o genótipo do mamão.
Em relação aos açúcares redutores das fatias de mamão secas, observou-se o
aumento desse parâmetro, diferindo entre os tratamentos com xilitol e sacarose.
O maior conteúdo de açúcares redutores foi observado para as fatias pré-desidratadas como sacarose. O mesmo ocorreu com o teor
de sólidos solúveis totais, justificado devido a remoção da água e concentração
dos sólidos nas fatias secas em micro-ondas.
O teor de vitamina C inicial nas fatias de mamão foi
inferior aos observados em algumas pesquisas, observando uma variação conforme
o genótipo do mamão. Outra
justificativa para essa é o estádio de maturação do fruto. Vega-Gálvez et al. (2019),
encontraram o teor inicial de vitamina C de 7,27 mg.g-1
para o mamão fresco. Já para o mamão submetido a diferentes técnicas de
secagem, foi relatado valores de 2,14 mg.g-1
no processo de secagem solar, a 5,39 mg.g-1 no mamão desidratado
pelo método de secagem a vácuo. Neste estudo foi observado que as amostras submetidas
a secagem em micro-ondas apresentaram uma redução estatisticamente
significativa (p<0,01), comparado as fatias de mamão in natura, o que
era previsto, devido à alta sensibilidade deste componente ao calor; porém, as
fatias tratadas com o xilitol, apresentaram uma maior retenção da vitamina C
após o processo de secagem comparado as fatias de mamão pré-desidratadas
com sacarose. Isso pode ser resultado da maior estabilidade química do xilitol,
além de que, devido à ausência de grupos aldeídos ou cetônicos em suas
moléculas, o xilitol não participa de reações com aminoácidos, proporcionando a
conservação de produtos alimentícios (MUSSATTO; ROBERTO,
2002).
CONCLUSÕES
O uso do xilitol como agente osmótico no processo de
desidratação osmótica é eficaz na redução da água presente nas fatias de mamão,
com resultados superiores ao uso da sacarose. E, o uso do agente osmótico
xilitol em fatias de mamão com 50 °Brix em
temperatura de 30 °C é a melhor condição na remoção de água empregando a
desidratação osmótica.
A secagem complementar em micro-ondas das fatias de
mamão pré-desidratadas osmoticamente é eficiente na
rápida remoção da água resultante no produto pré-tratado,
em vista do curto período de tempo do processo,
comparado ao tempo de secagem empregando em outras técnicas como a secagem
convectiva.
O uso do xilitol como agente osmótico apresenta bons
resultados, com menor teor de água e maior preservação da vitamina C, comparado
ao uso da sacarose.
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