Plântulas
de Syzygium malaccense (L.) Merr. &
L.M. Perry em função da coleta e temperaturas
Seedlings of Syzygium malaccense (L.) Merr. & L.M.
Perry according to temperatures and temperatures
Plántulas de Syzygium malaccense (L.) Merr. & L.M.
Perry según recogida y
temperaturas
Thaíse dos Santos Berto1, Luan Danilo Ferreira
de Andrade Melo2, João Luciano de
Andrade Melo Junior2, Natália Marinho
Silva Crisostomo1,
João Correia de Araújo Neto2, Vilma Marques
Ferreira2
1Alunas do Curso de Agroecologia,
Universidade Federal de Alagoas, Campus de Engenharias e Ciências Agrárias,
BR-104, Rio Largo, Alagoas. E-mails: thaiseberto7@gmail.com, natymarinhos@gmail.com; 2Professores
da Universidade Federal de Alagoas, Campus de Engenharias e Ciências Agrárias,
BR-104, Rio Largo, Alagoas. E-mails: luan.danilo@yahoo.com.br;
luciiano.andrade@yahoo.com.br; jcanetto2@hotmail.com; vmarques_ferreira@hotmail.com
Recebido: 08/05/2020; Aprovado: 26/09/2020
Resumo: O mercado do
jambo (Syzygium malaccense
(L.) Meer. & L.M.Perry)
tem crescido nos últimos anos, despertando a atenção de produtores brasileiros,
que buscam a diversificação na produção e melhores preços no comércio. Hoje não
há registro de nenhuma variedade, sendo a maioria dos pomares formados por
mudas produzidas por sementes. Dessa forma, o trabalho teve como objetivo
verificar a emergência de plântulas de jambeiro vermelho provenientes de
sementes coletados no solo e na copa sob diferentes temperaturas. Foi adotado o
delineamento experimental inteiramente casualizado,
em esquema fatorial 2x5, sendo duas formas de coleta (solo e copa do jambeiro)
e cinco temperaturas (20, 25, 30, 35, 20-30 ºC). Os parâmetros avaliados foram:
teor de água, primeira contagem de emergência, emergência, índice de velocidade
de emergência, comprimento da raiz e parte aérea e massa seca de plântulas. As sementes
de jambo oriundas de frutos coletados no solo exibiram maior potencial
fisiológico.
Palavras-chave:
Fruticultura; Jambo vermelho; Myrtaceae; Produção vegetal.
Abstract: The market for jambo (Syzygium malaccense (L.) Meer. & L.M. Perry)
has grown in recent years, attracting the attention of Brazilian producers, who
seek diversification in production and better prices in the fruit trade. Today
there is no record of any variety, with most orchards formed by seedlings
produced by seeds. Thus, the work aimed to verify the emergence of seedlings of
jambo from seeds collected in the soil and in the
crown under different temperatures. The work was conducted at the Plant
Propagation Laboratory belonging to the Engineering and Agricultural Sciences
Campus of the Federal University of Alagoas. A completely randomized
experimental design was adopted, in a 2x5 factorial scheme, with two forms of
collection (soil and canopy) and five temperatures (20, 25, 30, 35, 20-30 ºC). The
evaluated parameters were: water content, first
emergency count, emergency, emergency speed index, root and shoot length and
seedling dry mass. Jambo seeds from fruits collected
in the soil exhibited greater physiological potential.
Keywords: Fruit
growing; Jambo Vermelho; Myrtaceae;
Vegetables production.
Resumen: El mercado del
jambo (Syzygium malaccense
(L.) Meer. & L.M.Perry) ha crecido en
los últimos años, atrayendo la atención
de los productores brasileños, que buscan la diversificación en la producción
y mejores precios en el comercio. Hoy no hay registro de ninguna variedad, con la mayoría
de los huertos formados por
plántulas producidas por semillas. Así, el trabajo tuvo
como objetivo verificar la emergencia
de plántulas de jambeiro rojo a partir de semillas recolectadas en el suelo
y el dosel a diferentes
temperaturas. Se adoptó un diseño experimental completamente al azar, en un esquema factorial
2x5, con dos formas de recolección (suelo y dosel de jambeiro) y cinco temperaturas (20, 25, 30, 35,
20-30 ºC). Los parámetros evaluados
fueron: contenido de agua, primer conteo de emergencia, emergencia, índice de
velocidad de emergencia, longitud de raíz y brote y masa seca de plántula. Las semillas de jambo de frutos recolectados en el suelo exhibieron
un mayor potencial
fisiológico.
Palabras
clave:
Cultivo de frutas; Jambo rojo; Myrtaceae; Producción de planta.
INTRODUÇÃO
O gênero Syzygium, ao qual pertence o jambeiro, está inserido
na família Myrtaceae, sendo o maior gênero da
família, com 1200 espécies (JUDD et al., 2009). Incluso no gênero, destaca-se a
espécie jambeiro vermelho (Syzygium malaccense (L.) Meer. & L.M.Perry) que têm como centro de origem o Continente
Asiático, encontra-se em toda faixa tropical e, no
Brasil, nas regiões da Amazônia, Cerrado, Pantanal
e Mata Atlântica, com ampla comercialização nas regiões Norte e Nordeste
(AUGUSTA et al., 2010).
O mercado do jambo
tem crescido nos últimos anos, despertando a atenção de produtores brasileiros,
que buscam a diversificação na produção e melhores preços no comércio dos
frutos. O jambeiro vermelho apresenta excelente potencial de mercado, contudo são
necessários mais estudos e pesquisas que viabilizem sua exploração comercial
(NACATA, 2017).
Atualmente no Brasil não há registro de variedades da espécie, sendo a maioria
dos pomares formados por mudas produzidas por sementes. Portanto, para que seja
plausível explorar todo o seu potencial agrícola, o entendimento das relações
que influenciam diretamente sua produção são essenciais para o estabelecimento
da cultura (NACATA, 2017).
Trabalhos que
retratam o potencial fisiológico de sementes auxiliam na determinação de
padrões de plantas em programas de melhoramento genético, além de fornecer
subsídios para o manuseio e acondicionamento das sementes, padronizações de
testes em laboratórios e melhoria na produção de mudas (MELO et al., 2018).
O
processo de germinação e consequentemente emergência envolvem uma série de
atividades metabólicas, onde ocorre uma sequência de reações químicas que
apresentam exigências próprias quanto à temperatura, pois dependem das
atividades enzimáticas específicas (MARCOS FILHO, 2015). O processo de
germinação pode ser afetado por uma série de condições intrínsecas e
extrínsecas, dentre as quais umidade, temperatura, substrato, luz e oxigênio. Entretanto,
o conjunto é essencial para que o processo se realize normalmente, e a ausência
de uma delas impeça a germinação da semente (CARVALHO; NAKAGAWA, 2012).
A
forma como uma espécie responde a esses fatores define o sucesso no
estabelecimento de suas plântulas, a descoberta da forma ideal de coleta de um
fruto também pode auxiliar na identificação do ponto de maturidade fisiológica
da semente, ou seja, quando ela atinge o máximo de germinação e vigor. Dentre
as condições que afetam o processo germinativo, a temperatura é considerada um
dos fatores que tem uma interferência significativa. As variações de
temperatura influenciam a velocidade, a percentagem e a uniformidade de
germinação (SILVA et al., 2016).
Dessa forma, o
trabalho teve como objetivo verificar a emergência de plântulas de jambeiro
vermelho provenientes de sementes coletados no solo e na copa sob diferentes
temperaturas.
MATERIAL
E MÉTODOS
O experimento foi
conduzido no Laboratório de Propagação de Plantas, pertencente ao Campus de Engenharias
e Ciências Agrárias (CECA)/ Universidade Federal de Alagoas (UFAL), Rio Largo,
AL, Brasil. As sementes de jambo utilizadas foram extraídas de frutos maduros
de jambeiros vermelhos, coletados de sete árvores localizadas nas dependências
do CECA (solo e copa das árvores). Após a extração, as sementes foram lavadas
em água corrente, secas em condição ambiente (± 25ºC) por 24 horas e
desinfestadas, por imersão sequencial, durante 30 segundos, em álcool (70%) e
hipoclorito de sódio (2%), a seguir sendo lavadas por 5 minutos em água
corrente (MELO, 2017).
Após a
desinfestação, as sementes foram homogeneizadas para formar dois lotes
distintos e colocadas em bandejas plásticas, com substrato areia lavada (autoclavada), umedecida com água destilada a 60% da
capacidade de retenção de água, conforme Brasil (2009), em uma profundidade de
2 cm e submetidas a diferentes temperaturas: 20, 25,
30, 35ºC com 12 horas de luz e alternada 20-30°C (8 horas à 30 ºC e 16 horas à
20 ºC), em câmaras de germinação tipo BOD (Biochemical Oxygen Demand).
Para cada temperatura foram realizadas 4 repetições contendo 25 sementes. O
experimento teve duração de aproximadamente 100 dias, sendo este período
determinado pela estabilização completa da germinação.
Para a
determinação do teor de água das sementes, foi utilizado o método de estufa a
105 ± 3 ºC por 24 horas, conforme prescrições das Regras para Análise de
Sementes (BRASIL, 2009). Essa determinação foi realizada, por ocasião da
instalação do ensaio, utilizando-se quatro amostras por tratamento.
Avaliou-se
porcentagem diária de emergência, computando-se a primeira contagem de emergência
(36 dias) e a emergência final (plântulas normais).
O índice de
velocidade de emergência (IVE) foi calculado com os dados diários de emergência
obtidos, utilizando-se a fórmula de cálculo de Maguire (1962): IVE = (E1/N1) + (E2/N2)
+ (E3/N3) +...+ (En/Nn),
sendo: E1, E2, E3, En = número de plântulas
computadas na primeira, segunda, terceira e última contagem; N1, N2, N3, Nn = número de dias da semeadura à primeira, segunda e
última contagem.
Ao
final do teste de emergência, o hipocótilo e a raiz primária das plântulas
normais de cada subamostras foram medidas com auxílio
de régua graduada e os resultados expressos em centímetro por plântulas (MELO
et al., 2017).
Logo
após, as plântulas normais de cada repetição foram acondicionadas em sacos de
papel, em seguida colocadas em estufa de ventilação forçada a 80 ºC, por um
período de 24 horas. Transcorrido esse tempo, as amostras foram colocadas em
dessecadores com sílica gel ativada e, pesadas em balança analítica com
precisão de 0,0001g, e o resultado expresso em g/plântulas (CRISOSTOMO et al.,
2018).
Foi adotado o
delineamento experimental inteiramente casualizado
(DIC), em esquema fatorial 2x5, sendo duas formas de coleta (solo e copa do
jambeiro) e cinco temperaturas (20, 25, 30, 35 e 20-30 ºC). Quando houve
significância do teste F, as médias foram comparadas pelo teste de Tukey 5% de probabilidade O programa utilizado para as
análises estatísticas foi o software SISVAR
5.6 (FERREIRA, 2011).
RESULTADOS E
DISCUSSÃO
As sementes de
jambo oriundas dos frutos que foram coletados no chão continham o maior teor de
água inicial, como mostra a Tabela 1. De acordo com Guollo
et al. (2016) os frutos abertos e em contato com solo podem necessitar de um
período mais elevado para a perda de umidade e podem se umedecer principalmente
à noite, em função da condensação do orvalho, fato ocorrido na presente
pesquisa. Os frutos fechados tiveram sementes com menores teores de água,
provavelmente por estarem presos à árvore, contudo, distante do solo, ficavam
mais expostos às correntes de ar para perderem mais água. O conhecimento do
ponto de maturidade fisiológica é primordial para se definir o ponto ideal de
colheita (CARVALHO; NAKAGAWA, 2012).
Tabela
1.
Teor de água de sementes de Syzygium malaccense (L.) Meer. & L.M.Perry em função do tipo de coleta |
|
Tipo de coleta |
Teor de água (%) |
Solo |
30,2 |
Copa |
27,2 |
Estudos mostram
informações a respeito do melhor momento para a coleta de sementes, como
afirmam Vieira (2011) que para se obter máxima germinação em sementes de Anacardium occidentale L.,
estas devem ser colhidas com teor de água entre 10,4 – 15,5%.
Para os resultados
referentes ao vigor, observados na primeira contagem de emergência (PCE) (Tabela
2), observa-se que a combinação sementes coletadas no solo com temperatura
constante de 30 ºC foi responsável pelo maior valor, diferindo estatisticamente
das demais combinações. Verifica-se ainda que não se obteve PCE para as
sementes submetidas as temperaturas de 20 ºC (Solo e Copa) e 25 ºC (Copa).
Tabela
2. Primeira
contagem de emergência (%) de plântulas oriundas de sementes de Syzygium malaccense (L.)
Meer. & L.M.Perry em função do tipo de
coleta e submetidas a temperaturas. |
|||||
COLETA |
TEMPERATURA (ºC) |
||||
20 |
25 |
30 |
35 |
20-30 |
|
Solo |
0aD |
37aC |
96aA |
37aC |
87aB |
Copa |
0aC |
0bC |
85bA |
37aB |
85bA |
CV (%) |
8,96 |
|
|
|
|
Médias seguidas
de mesma letra maiúscula na linha
e minúscula na coluna não diferem a 5% de probabilidade pelo teste de Tukey. |
O fato de as
sementes oriundas de frutos do solo muitas vezes apresentarem um maior
percentual germinativo pode estar ligado à sua maturidade fisiológica. As
sementes provindas das copas das árvores na maioria das vezes não se encontram
no ponto de maturidade fisiológica (CARVALHO; NAKAGAWA, 2012; GUOLLO et al.,
2016). Resultados diferentes foram descobertos em investigações realizadas com Anacardium occidentale
L., quando se observou que os frutos colhidos na copa, apresentaram sementes
com maior percentual germinativo, comparadas aquelas retiradas de frutos que
estavam no solo (VIEIRA, 2011).
A faixa de temperatura ótima, para maioria das
espécies, situa-se entre 20 e 30 ºC (MARCOS FILHO, 2015). Para Larcher (2000) esta faixa se amplia ainda até os 35 ºC. Em
sementes Eugenia uniflora L. a utilização da temperatura de 30 °C proporcionou o
maior número de sementes germinadas na primeira contagem (MELO et al., 2016). Brancalion et al. (2008) informaram que a temperatura 30 °C
é a mais favorável para a germinação e consequentemente emergência da maioria
das espécies vegetais, havendo relação entre a temperatura ótima e o bioma de
ocorrência da espécie. Desta forma, o teste de primeira contagem de emergência
é de suma relevância, pois estima a velocidade de emergência, apontando que
quanto maior a germinação das sementes na primeira contagem, maior será seu
vigor (PAIVA, 2012).
Na Tabela 3,
encontra-se a porcentagem de emergência das plântulas de jambo, verifica-se que
as sementes oriundas de frutos coletados do solo na temperatura constante de 30
ºC e alternada 20-30 ºC apresentaram maiores porcentagens de emergência, não
diferindo estatisticamente entre si. Costa et al. (2006) examinado o
comportamento germinativo de sementes de Syzygium malaccense (L.) Merryl
et Perry provindas de frutos coletados na copa, também verificaram resultados
semelhantes.
Tabela
3. Emergência
(%) de plântulas oriundas de sementes de Syzygium
malaccense (L.) Meer. & L.M.Perry em função do tipo de coleta e submetidas a
temperaturas. |
|||||
COLETA |
TEMPERATURA (ºC) |
||||
20 |
25 |
30 |
35 |
20-30 |
|
Solo |
0aC |
70aB |
100aA |
70aB |
94aA |
Copa |
0aD |
42bC |
94bA |
70aB |
90bA |
CV (%) |
5,09 |
|
|
|
|
Médias seguidas
de mesma letra maiúscula na linha
e minúscula na coluna não diferem a 5% de probabilidade pelo teste de Tukey. |
Esses dados
comprovam a amplitude de temperaturas em que pode ocorrer a germinação das
sementes dessa espécie, o que possibilita maior capacidade de estabelecimento
das plântulas em campo, tornando-as capazes de suportar as condições adversas
do ambiente. Segundo Melo (2017) a temperatura ideal de germinação, geralmente,
varia dentro da faixa de temperatura encontrada no local e na época ideal para
emergência e estabelecimento das plântulas.
Foi observado no
trabalho que as sementes de jambo germinaram em diferentes temperaturas, o que
permite sua colonização em maior diversidade de habitat, facilitando assim sua
dispersão. A amplitude térmica para germinação de sementes de uma espécie pode
indicar a distância de uma semente enterrada em relação à superfície do solo,
já que ela tende a diminuir com o aumento da profundidade (CARVALHO; NAKAGAWA,
2012).
No que se refere
ao índice de velocidade de emergência (IVE) (Tabela 4), observou-se o maior
índice com o uso da temperatura de 30 ºC nas sementes coletadas no solo,
diferindo estatisticamente das demais combinações. Silva et al. (2014)
estudando os efeitos da temperatura na germinação de sementes de Sideroxylon obtusifolium (Roem. & Schult.) T.D. Penn. afirmaram que o índice em
questão é linearmente dependente da temperatura, sendo bom para avaliar a
ocupação de uma espécie em um determinado ambiente, pois a germinação rápida é
característica de espécies cuja estratégia é de se estabelecer no ambiente o
mais rápido possível aproveitando condições ambientais favoráveis.
Tabela
4. Índice
de Velocidade de Emergência de
plântulas de Syzygium malaccense
(L.) Meer. & L.M.Perry
em função
do tipo de coleta e submetidas a temperaturas. |
|||||
COLETA |
TEMPERATURA (ºC) |
||||
20 |
25 |
30 |
35 |
20-30 |
|
Solo |
0,00aC |
3,67aB |
5,49aA |
3,67aB |
5,12aB |
Copa |
0,00aC |
0,10bC |
5,12bA |
3,67aB |
5,00bA |
CV (%) |
9,76 |
|
|
|
|
Médias seguidas
de mesma letra maiúscula na linha
e minúscula na coluna não diferem a 5% de probabilidade pelo teste de Tukey. |
Ainda que os
maiores percentuais de emergência serem encontrados em sementes provindas de
coletas no solo, de acordo com Nogueira e Medeiros (2007) este método pode ter
algumas desvantagens, já que, as sementes encontradas no chão estão mais passíveis
à contaminação por fungos e ao ataque de insetos e roedores.
Ao se utilizar
sementes provindas do solo, alguns cuidados devem ser tomados para evitar as
desvantagens do processo, tais como, limpar o terreno e estender uma lona ou
colocar coletores na projeção da copa para facilitar a coleta e diminuir os
danos às sementes e realizar a coleta dos frutos ou sementes logo após sua
dispersão, a fim de diminuir o ataque de fungos, insetos e roedores (FIGLIOLIA;
PIÑA-RODRIGUES, 1995).
Quanto ao
desenvolvimento inicial das plântulas, avaliado pelo comprimento da raiz primária
e da parte aérea (Tabelas 5 e 6), observou-se que as maiores médias foram
alcançadas quando empregada à temperatura de 30 ºC combinada com as sementes
coletadas no solo, diferindo estatisticamente das demais combinações.
Provavelmente na referida temperatura tenha ocorrido uma degradação mais
eficiente das reservas presentes nas sementes, o que acabou favorecendo o
desenvolvimento das radículas e da parte aérea, uma vez que nessa fase todo o
desenvolvimento das plântulas se deve à composição química das sementes (CARVALHO; NAKAGAWA, 2012).
Tabela
5. Comprimento
radicular de plântulas (cm) oriundas de sementes de Syzygium
malaccense (L.) Meer. & L.M.Perry em função do tipo de coleta e submetidas a
temperaturas. |
|||||
COLETA |
TEMPERATURA (ºC) |
||||
20 |
25 |
30 |
35 |
20-30 |
|
Solo |
0,00aD |
2,90aC |
6,00aA |
2,70aC |
4,70aB |
Copa |
0,00aC |
2,80bB |
4,70bA |
2,65aB |
4,20bB |
CV (%) |
12,68 |
|
|
|
|
Médias seguidas
de mesma letra maiúscula na linha
e minúscula na coluna não diferem a 5% de probabilidade pelo teste de Tukey. |
Tabela
6.
Comprimento da parte aérea de plântulas (cm) oriundas de sementes de Syzygium malaccense (L.)
Meer. & L.M.Perry em função do tipo de coleta
e submetidas a temperaturas. |
|||||
COLETA |
TEMPERATURA (ºC) |
||||
20 |
25 |
30 |
35 |
20-30 |
|
Solo |
0,00aC |
5,30aC |
9,50aA |
5,30aC |
9,00aB |
Copa |
0,00aD |
4,10bC |
9,00bA |
5,30aB |
8,90bA |
CV (%) |
8,66 |
|
|
|
|
Médias seguidas
de mesma letra maiúscula na linha
e minúscula na coluna não diferem a 5% de probabilidade pelo teste de Tukey. |
Melo et al. (2017)
constatam que, além de pesado, o substrato areia pode apresentar a desvantagem
de drenar excessivamente a água, ficando a parte superior ressecada,
prejudicando a germinação e emergência. Na presente pesquisa, não foi visto
ressecamento superficial desse substrato durante a realização dos testes de emergência.
Segundo Rosseto
et al. (2009) a determinação do comprimento de plântula é importante,
conjuntamente com o teste de emergência, pois podem ocorrer sementes que
apresentam alta porcentagem de emergência e baixo comprimento médio de
plântulas, assim como baixa porcentagem de emergência, mas com alto comprimento
médio de plântulas.
Ao avaliar a massa
seca das plântulas (Tabela 7), o maior valor foi obtido quando se utilizou a
combinação de sementes coletadas no solo em junção com a temperatura de 30ºC. Oliveira
et al. (2014) relatam que as avaliações da massa seca são de grande importância
na análise do desenvolvimento das plantas, assegurando o desenvolvimento
inicial das plântulas no campo.
Tabela
7. Massa
seca de plântulas (g) oriundas de sementes de Syzygium
malaccense (L.) Meer. & L.M.Perry em função do tipo de coleta e submetidas a
temperaturas. |
|||||
COLETA |
TEMPERATURA (ºC) |
||||
20 |
25 |
30 |
35 |
20-30 |
|
Solo |
0,00aD |
0,17aC |
0,53aA |
0,17aC |
0,51aB |
Copa |
0,00aD |
0,10bC |
0,20bA |
0,17aB |
0,16aB |
CV (%) |
8,75 |
|
|
|
|
Médias seguidas
de mesma letra maiúscula na linha
e minúscula na coluna não diferem a 5% de probabilidade pelo teste de Tukey. |
CONCLUSÃO
Sementes de jambo
oriundas de frutos coletados no solo exibiram maior potencial fisiológico.
REFERÊNCIAS
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