Óleos essenciais
e hidrolatos de orégano e cravo-da-índia sobre o desenvolvimento
micelial de Botrytis cinerea isolado de morangos
Essential oils and hydrolats of oregano and clove
on the mycelial
development of Botrytis cinerea isolated from strawberries
Aceites esenciales e hidrolatos de orégano y clavo en el desarrollo
micelal de Botrytis cinerea aislado de fresas
Bruna Bento Drawanz1* Thalles
da Rosa Bueno2,
Carla Azambuja Centeno Bocchese1,
Felipe Suzin Bez2, Luidi Eric Guimarães Antunes1
1Professor Adjunto, Universidade Estadual do Rio Grande do
Sul, Vacaria, Rio Grande do Sul. +55 54 3232 3577. bruna-drawanz@uergs.edu.br; carla-bocchese@uergs.edu.br; luidi-antunes@uergs.edu.br. 2Graduando em Bacharelado
em Agronomia, Universidade Estadual do Rio Grande do Sul em convênio com Instituto
Federal do Rio Grande do Sul, Vacaria, Rio Grande do Sul. thalles783@gmail.com; felipesuzinbez232@gmail.com.
Recebido: 12/05/2020; Aprovado: 24/07/2020
Resumo: O objetivo deste trabalho foi avaliar os óleos essenciais e hidrolatos de Origanum vulgare e Syzygium aromaticum, extraídos por hidrodestilação
frente suas capacidades de controlar o crescimento micelial do fungo Botrytis cinerea (mofo
cinzento), isolado de morangos Albion, para uma proposta de manejo alternativo,
ecológico e sustentável no combate à doença. A inibição do crescimento micelial
foi estudada nos tratamentos: 5, 15 e 30% para cada hidrolato
e 10% para cada óleo essencial. Não houve atividade fúngica considerável nas
primeiras 24 horas de experimento. Os hidrolatos
mostraram-se ativos em 48 horas, já na menor concentração (5%), com porcentagem
de inibição do crescimento micelial (PIC) = 94% (O. vulgare) e 84% (S. aromaticum). Hidrolatos
no tratamento a 15% mantiveram a PIC acima de
90% por até 72 horas, não diferenciando estatisticamente das 48 horas de acompanhamento.
Nos tratamentos com hidrolatos à 30%, a PIC foi de 100% por todo período de
experimento e não diferenciou estatisticamente entre os dias de tratamento. Ambos
os óleos essenciais diferiram estatisticamente da testemunha entre 48 e 96
horas. O óleo de O. vulgare
mostrou-se mais eficiente com PIC= 100% por todo o experimento e o óleo de S. aromaticum,
em 48 horas, um PIC= 64% que se manteve até 96 horas. O estudo demonstrou a ação
antifúngica frente ao B. cinerea de todos os produtos naturais extraídos,
aquosos e oleosos.
Palavras-chave: Mofo cinzento; Manejo sustentável; Fungicidas naturais.
Key
words: Gray mold; Sustainable
management; Natural fungicides.
Palabras Clave: Moho gris; Gestión sostenible; Fungicidas natural.
INTRODUÇÃO
As plantas em seu metabolismo produzem substâncias aromáticas que
desempenham funções de proteção contra predadores e patógenos, ou seja, são
fontes de agentes biocidas que se acumulam em todos os órgãos das plantas.
Estas propriedades naturais das substâncias aromáticas produzidas pelas plantas
têm atraído as mais diferentes áreas, desde a farmacêutica, a cosmética, a
alimentícia, até a agricultura, para as mais diferentes formas de aplicação
(BAKKALI et al., 2008; KNAAK; FIUZA, 2010).
As substâncias aromáticas das plantas são extraídas de diferentes partes
do vegetal, majoritariamente, por hidrodestilação
(arraste a vapor), sendo então, obtidos óleos essenciais e hidrolatos.
O óleo essencial é a porção lipofílica obtida no processo de arraste a vapor e
o hidrolato é a porção aquosa. O codestilado
da extração, rico em compostos hidrofílicos e polares o qual por muitas vezes é
descartado após o processo (FONTELES et al., 1988; BAKKALI et al., 2008).
Os óleos essenciais podem ser constituídos por até 60 substâncias
diferentes, que em sua maioria são terpenos, sesquiterpenos
e compostos fenólicos. Os hidrolatos por sua vez, são
ricos em aminas, aldeídos, ácidos carboxílicos e estima-se que uma pequena
porção de óleo essencial também os constitua. Os óleos essenciais e hidrolatos tem se mostrado uma alternativa viável e sustentável
na agricultura orgânica em substituição aos agrotóxicos sintéticos, pois em
virtude de suas origens naturais são facilmente degradados na natureza e por
isso mantem o equilíbrio ecológico (KNAAK; FIUZA, 2010).
Dentre as cultivares frutíferas, o morango é amplamente consumido e também é uma das culturas que mais utiliza agrotóxicos no
sistema convencional de cultivo (ANVISA, 2016). A principal doença desta
cultura é o mofo cinzento, cujo agente causal é o fungo Botrytis
cinerea, que leva a podridão do fruto, sendo o
fitopatógeno que mais acomete os morangos nas fases de pré
e pós-colheita. Quando não há nenhum tipo de controle desse fungo, as perdas na
colheita podem chegar a 30 e 40%, em situações de alta intensidade da doença,
ocasionadas por condições ambientais favoráveis, as perdas chegam a 60%
(LORENZETTI et al., 2011; MOURA et al., 2016). Ainda, a grande esporulação e
variabilidade genética deste patógeno representa alto risco para obtenção de
resistência aos principais fungicidas sistêmicos utilizados para seu controle
(GHINI, 1996).
Nos últimos anos, o uso de compostos naturais de origem vegetal (óleos
essenciais, hidrolatos, extratos) vem ganhando
importância entre os cientistas, como método alternativo de manejo no controle
de doenças de plantas causadas por fungos. (LORENZETTI et al., 2011; SANTOS et
al., 2014; PASSAGLIA, 2017; FILIPPI, 2018; CASSINELLI et al., 2019; PEIXINHO et
al., 2019; DA ROCHA et al., 2020). Inclusive neste sentido, o mercado agrícola
conta com o extrato de Melaleuca alternifólia
(Timorex Gold®), o primeiro fungicida natural de
amplo espectro, comercial e autorizado pelo Ministério da Agricultura Pecuária
e Abastecimento (MAPA) para o tratamento de doenças fúngicas em algumas
culturas sob n° de registro 22116 (STOCKTON AGRIMOR, 2018).
No Brasil, há oito estados que se destacam na produção de morango,
incluindo o Rio Grande do Sul. A maior parte da área cultivada ocorre em
pequenas propriedades familiares, o que demonstra ser uma atividade de
relevância econômica e social (ANTUNES et al., 2011).
Tendo em vista, a severidade e o impacto econômico causado pelo B. cinerea, os elevados teores de agrotóxicos (fungicidas
sintéticos) que se acumulam nos frutos e a resistência fúngica, considerando
ainda a necessidade de haver um manejo mais eficiente e ecologicamente
adequado, bem como uma produção saudável, segura e rentável para a cultura do
morango. O objetivo deste trabalho foi avaliar a potencialidade fungitóxica dos produtos naturais extraídos, óleos e hidrolatos, de Origanum
vulgare (orégano) e Syzygium
aromaticum (cravo-da-índia) frente à inibição do
crescimento micelial de B. cinerea isolado de
morangos.
MATERIAL E
MÉTODOS
Os óleos essenciais e hidrolatos
das folhas secas de O. vulgare e dos botões florísticos secos de S. aromaticum, ambos
adquiridos do comércio de produtos naturais, foram extraídos por hidrodestilação sendo cada matéria-prima acondicionada em balão
de fundo redondo contendo água destilada, submetidas ao processo de arraste a
vapor por 4 horas. Os óleos essenciais foram separados do hidrolato
com o auxílio de hexano. Após, os produtos foram acondicionados em vidros âmbar
de 25 mL (óleos) e 1000 mL
(hidrolatos) em geladeira à 4 ºC.
A obtenção do isolado de B. cinerea para os ensaios in vitro, foi realizada
a coleta de morangos da variedade
Albion apresentando os sintomas característicos da doença do mofo cinzento em
uma propriedade localizada no munícipio de Vacaria no Estado do Rio Grande do
Sul/Brasil e encaminhados ao Laboratório de Microbiologia
da Universidade Estadual do Rio Grande do Sul - Unidade de Vacaria. Os morangos
foram analisados com o auxílio de um microscópio óptico e estereomicroscópio
identificando-se a presença de estruturas características (conídios e
conidióforos) do fungo B. cinerea.
Em seguida, os morangos foram higienizados com solução
de hipoclorito de sódio 1%, com o auxílio de um bisturi foram cortados pedaços
das regiões marginais aos sintomas e colocados em placas de Petri contendo o
meio de cultura Batata Dextrose Ágar (BDA). As placas vedadas foram armazenadas
em estufa de crescimento BOD a 24 °C e fotoperíodo de 12 horas durante sete
dias e repicagens foram realizadas a fim de obter os isolados puros. A
patogenicidade dos isolados foi avaliada, com a inoculação do patógeno isolado,
em morangos higienizados e desinfectados, mantidos em recipiente plástico
fechado e em temperatura ambiente fazendo-se o acompanhamento do aparecimento
dos sintomas do mofo cinzento (LORENZETTI et al., 2011).
Os ensaios de avaliação de inibição do crescimento
micelial de B. cinerea pelos óleos e hidrolatos previamente obtidos foram realizados em
triplicata. Os tratamentos avaliados foram: testemunha 0%; óleos essenciais 10%
e hidrolatos a 5, 15 e 30%.
Para todas as avaliações biológicas o meio de cultura
BDA foi previamente vertido nas placas e após a sua solidificação foram inoculados com um disco de 5 mm de diâmetro de ágar
colonizado com micélio de B. cinerea no
centro de cada placa. Para cada óleo essencial
testado, três discos de papeis filtro embebidos em soluções alcoólicas
10% do óleo essencial foram distribuídos equidistantes ao micélio. Para os
ensaios dos hidrolatos, ao meio de cultura fundente os mesmos foram incorporados (LORENZETTI
et al., 2011). Todas as placas foram armazenadas em estufa de crescimento
BOD a 24 °C com fotoperíodo de 12 horas.
Com régua milimetrada foram efetuadas medições
do diâmetro oposto dos micélios das colônias de cada placa em 24, 48, 72
e 96 horas de tratamento. Posteriormente as medições, mensurou-se a porcentagem
de inibição do crescimento micelial (PIC) através da fórmula: PIC = (diâmetro
da testemunha – diâmetro do tratamento) / (diâmetro da testemunha) x 100 (NASCIMENTO et al., 2016; PEIXINHO et al., 2019),
e as médias dos diâmetros foram submetidas a análise
estatística por Análise de Variância (ANOVA) com p≤ 0,01 seguido pelo teste de Tukey 1% com o uso do programa estatístico BioEstat 5.0 (AYRES et al., 2007).
RESULTADOS E
DISCUSSÃO
Após a extração dos óleos essenciais e hidrolatos,
obteve-se o óleo essencial de O. vulgare em
1,1% de rendimento e 700 mL de seu hidrolato. A extração do óleo essencial de S. aromaticum rendeu 1,7% e também,
700 mL de hidrolato. Com
exceção do óleo de S. aromaticum que
apresentou uma tonalidade amarelada, os demais mostraram-se como líquidos
incolores e transparentes.
Os morangos coletados com sintomas do mofo cinzento apresentavam necrose dos tecidos do fruto e presença de micélio de coloração acinzentada sobre as regiões afetadas (Figura 1A). Com a análise estereomicroscópica (Figura 1B) e microscópica (Figura 1C), em comparação com a literatura (KIMATI et al., 1997; ISAZA et al., 2019), foi identificada a presença de estruturas características (conídios e conidióforos) do fungo B. cinerea Pers.
Figura 1.
Identificação do Botrytis cinerea: Morango coletado apresentando características
da doença mofo cinzento (A). Estruturas (conídios e conidióforos) do fungo Botrytis cinerea
Pers. observadas em estereomicroscópio (B). Estruturas
(conídios e conidióforos) do fungo Botrytis
cinerea Pers. observadas em microscópio óptico (C).
Fonte: Autores (2020)
A patogenicidade dos
isolados foi verificada após sete dias da inoculação do patógeno nos morangos
saudáveis, quando foi possível observar os sintomas característicos da doença.
Todos os processos de
obtenção de óleos essenciais e hidrolatos, resultaram
na obtenção de pequenas quantidades do produto oleoso em comparação aos hidrolatos. O rendimento dos óleos obtidos varia em virtude
das técnicas de extração e separação, da quantidade de material submetido ao
processo, parte vegetal utilizada, ciclo vegetativo, entre outros (KNAAK;
FIUZA, 2010). Considerando, o menor rendimento de extração dos óleos
essenciais, uma única concentração (10%) foi utilizada na avaliação antifúngica.
Já para os hidrolatos concentrações crescentes foram
analisadas: 5, 15 e 30%, além da testemunha (sem adição dos produtos
extraídos).
Em uma observação
geral sobre desenvolvimento dos micélios em todas as placas de testes, notou-se
um comportamento padrão em relação ao crescimento micelial do B. cinerea nas condições de ensaio. Nas primeiras 24
horas, observou-se uma menor atividade de crescimento fúngico, 1 mm, tanto nas
testemunhas quanto nos tratamentos, que pode ser compreendida como um período
de adaptação do micélio ao novo meio de cultura e condições de incubação, após
o repique. O desenvolvimento fúngico torna-se expressivo na testemunha, após 24
horas, sendo então, passível de comparação com os tratamentos (Figura 2A,
Figura 2B, e Figura 3). Em comparação, Moura et al. (2016) em seu trabalho
apresentou resultados do crescimento micelial do B. cinerea,
a partir de 48 horas de incubação. Por isso, neste trabalho, os PICs foram considerados a partir de 24 horas.
Os resultados
estatísticos demonstraram que em 48 horas de
incubação, os hidrolatos na menor concentração, 5%, diferiram-se estatisticamente
da testemunha, porém sem apresentar diferenças entre si neste período de
tratamento. Em contrapartida, Santos et al. (2014) em seu trabalho, constatou
que o hidrolato de aroeira não reduziu o crescimento micelial do fungo,
esta comparação pode indicar a potencialidade
dos hidrolatos avaliados no presente trabalho para controlar o desenvolvimento
do B. cinerea. Ainda, neste intervalo de experimento, o hidrolato de O.
vulgare apresentou PIC= 94% e o hidrolato de S. aromaticum PIC= 84%,
após 48 horas o fungo reiniciou seu
desenvolvimento. Na concentração de 15%, os hidrolatos mantiveram a PIC acima
de 90% por até 72 horas, não
diferenciado estatisticamente entre 48 e 72 horas de tratamento.
Destaca-se que na concentração de
30%, tanto o hidrolato de O. vulgare, quanto o de S. aromaticum diferenciaram-se estatisticamente da
testemunha e não apresentaram diferença significativa no crescimento
micelial durante os dias de tratamento. Ainda nesta concentração (30%), ambos hidrolatos
mantiveram uma PIC de 100% durante as 96 horas de ensaio, enfatizando a
eficiência destes produtos naturais aquosos na inibição do crescimento micelial
de B. cinerea (Figura 2a e 2b).
Figura 2. Crescimentos miceliais de Botrytis
cinerea tratados com: Hidrolato
de Orégano (A) e Hidrolato de Cravo-da-índia (B).*
*Submetidos a Análise de Variância (ANOVA) com p≤ 0,01 seguido
pelo teste de Tukey 1% para os hidrolatos.
Médias seguidas de mesma letra maiúscula dentro do mesmo período (horas) não
diferem estatísticamente entre os tratamentos. Médias
seguidas de mesma letra minúscula no mesmo tratamento não diferem estatísticamente entre os períodos (horas de tratamento).
Nas análises dos óleos essenciais, os resultados de PIC demonstraram
que o óleo essencial de O. vulgare, 10%,
inibiu totalmente (PIC=100%) o crescimento fúngico durante todo o período de
atividade fúngica no experimento. Após 24 horas, diferiu significativamente da
testemunha em todas as horas subsequentes de tratamento. Não demostrando
diferença significativa entre si nas horas de tratamento (Figura 3).
O óleo de S. aromaticum (10%) em 48 horas de tratamento demonstrou
uma PIC de 64%, que se manteve para as horas seguintes de tratamento. Os
resultados estatísticos apontaram uma diferença significativa entre tratamento
e testemunha em todas as horas consideráveis de experimento e diferença entre
si nas horas de tratamento (Figura 3). Com estes resultados pode-se inferir uma
maior eficiência de inibição fúngica de O. vulgare,
pois inibiu 100% do crescimento micelial durante todo experimento. Bouchra et al. (2003), ao avaliar a inibição do crescimento
micelial do B. cinerea, por óleos essenciais
de plantas nativas do Marrocos, encontraram que o óleo essencial de Origanum compactum,
inibiu em 100% o crescimento micelial na dosagem de 100 ppm.
Figura 3. Crescimentos
miceliais de Botrytis cinerea
tratados com: Óleo essencial de Orégano (A)
e Óleo essencial de cravo-da-índia (B).
*Submetidos a Análise de Variância (ANOVA) com p≤ 0,01 seguido pelo teste de Tukey 1% para os hidrolatos. Médias seguidas de mesma letra maiúscula dentro do mesmo periodo (horas) não diferem estatísticamente entre os tratamentos. Médias seguidas de mesma letra minúscula no mesmo tratamento não diferem estatísticamente entre os periodos (horas de tratamento).
A sumarização e
interpretação dos dados deste trabalho, corrobora com os estudos da literatura
acerca da potencialidade da ação antifúngica dos compostos aromáticos de origem
vegetal, como agentes antifúngicos no tratamento de doenças de plantas
(LORENZETI et al., 2011; NASCIMENTO et al., 2016; FILIPPI, 2018). Em virtude do
carácter lipofílico das substâncias que compõem os óleos essenciais, é possível
que os mesmos atravessem a parede celular e a membrana
plasmática, levando à morte as células fúngicas em virtude de danos causados
neste processo (BAKKALI et al., 2008). Destaca-se nos resultados do presente
estudo, a eficiência dos hidrolatos na inibição do
crescimento do B. cinerea, cujo mecanismo de
ação ainda não está esclarecido. O estudo da potencialidade dos hidrolatos como agentes fungitóxicos
ainda é pouco explorado na literatura. Os hidrolatos
são subprodutos da obtenção de óleos essenciais e majoritariamente aquosos, o
que enfatiza sua exploração como um eficiente e ecologicamente adequado
fungicida natural. Esses resultados são estimulantes para a investigação da
ação desses produtos em condições de campo, pré ou
pós-colheita.
CONCLUSÕES
Os óleos essenciais e hidrolatos das folhas
secas de Origanum vulgare (orégano)
e dos botões florísticos secos de Syzygium aromaticum (cravo-da-índia)
são quatro novos promissores produtos de origem vegetal, para atuarem
como agentes fungicidas no combate à doença do mofo cinzento, pois todos demostram
atividade de inibição do crescimento micelial.
Os dois óleos essenciais de O. vulgare e S. aromaticum, demostraram
ação de inibição do crescimento micelial do fungo B. cinerea, na concentração de 10%.
Para os hidrolatos, a concentração de 30% em
relação ao meio de cultura, foi a mais eficiente, com inibição de 100% do crescimento
micelial ao longo das 96 horas de tratamento.
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