Dinâmica socioeconômica da folha de “bijao”,
uma embalagem artesanal e responsável, marcada pela sustentabilidade
Socio economic dynamic of the “bijao”
sheet, a sustainable artisanal wrapper
Dinámica socioeconómica de la
hoja de “bijao”, un empaque artesanal y responsable, marcado por la
sostenibilidad
Iván Darío Medina Rojas1; Mayra Alejandra
Rodríguez Rodríguez2; Nubia Carolina
Higuera Mora3; Juan Felipe
Martínez Izquierdo4
1Professor-investigador da Corporación Universitaria Minuto
de Dios, Bogotá, +57 3167544947, imedina@uniminuto.edu;
2Professora-investigadora da Corporación Universitaria Minuto de Dios, Bogotá, malrodriguez@uniminuto.edu; 3Professora-investigadora
da Corporación Universitaria
Minuto de Dios, Bogotá, nhiguera@uniminuto.edu;
4Engenheiro Agroecológico (Corporación Universidad Minuto de Dios), Bogotá, jmartineziz@uniminuto.edu.co
Recebido:
18/06/2020; Aprovado: 26/12/2020
Resumo: A cadeia de valor atua como um catalisador para as relações entre os
agentes que interagem a fim de perseguir objetivos comuns. Dentro do presente estudo, se realiza uma
aproximação a um elo na produção do “bocadillo veleño”, que recebeu recentemente a denominação de origem e
por isso, a proteção contra imitações ou produtos similares que são elaborados
fora do ambiente que inclui a área geográfica de interesse: os municípios de
Vélez, Barbosa, Moniquirá, Puente Nacional e Guavatá, onde estão localizados produtores de goiaba, e
processadores de folhas de “bijao” (Calathea lutea (Aubl.) E. Mey. ex Schult.), embalagem do
produto, tema central deste artigo, e “bocadillo veleño” como produto final. O estudo
contempla uma amostra de 16 propriedades onde o “bijao”
é produzido, localizadas no município de Moniquirá (Boyacá, Colômbia), e que possuem ou tiveram algum tipo de
relação com a “Associação dos Bijaeros da Província
de Ricaurte” (ASOBIJAO),
associação que reúne os produtores da folha, como agente integrador, e onde se
faz uma aproximação ao seu perfil socioeconômico. Os achados do estudo
ratificam a necessidade de alavancar esses esforços que surgem de uma dinâmica
associativa, que gira em torno de um produto, com renome nacional e com alguns
mercados estabelecidos no exterior; nele, as famílias se beneficiam, com seu
conhecimento ancestral, e propõem um valor agregado artesanal focado na
sustentabilidade, já que seu selo é um invólucro natural de um produto que ainda
resiste ao uso do plástico.
Palavras-chave: Calathea lutea; Agricultura familiar; Cadeia produtiva;
Desenvolvimento endógeno; Bioembalagem.
Key
words: Calathea lutea; Family farming; Productive chains; Endogenous
development; Natural wrapper.
Palabras
Clave: Calathea lutea; Agricultura
familiar; Cadena productiva; Desarrollo endógeno; Bioempaque.
INTRODUÇÃO
A agricultura continua sendo o motor de crescimento nos países em
desenvolvimento e sua estrutura fundamental tem sido os pequenos produtores (DE
JANVRI; SADOULET, 2020); muito importante no cenário colombiano, com uma grande
contribuição para sua economia graças às características naturais da Colômbia, cujos
serviços ecossistêmicos contribuem muito na geração de valor para o ser humano,
por exemplo, alimentos, água potável, energia, regulação climática e recreação
(ARIAS et al., 2017; ETTER et al., 2006). No entanto, o ambiente agrícola pode
ser afetado por mudanças climáticas e outros choques exógenos que aumentam a
incerteza e podem ser prejudiciais à produção e à segurança alimentar (BOURONCLE
et al, 2019); em relação a sua disponibilidade, acesso e utilização (STEPHENS
et al., 2018).
As tendências derivadas da globalização são cada vez mais perceptíveis
e há uma propensão por parte dos pequenos produtores a encontrar novos e
variados caminhos de desenvolvimento que sirvam de instrumento para uma maior
intervenção, quando se considera este cenário de boom endógeno que permite a
inserção em novos mercados (SAGASTUME et al., 2020; SOTO; VARGAS, 2007); é
importante não perder de vista a competitividade, pois este conceito agrupa de
forma geral a capacidade de pessoas, empresas, regiões e economias que lhes
permitem estabelecer-se em ambientes nacionais ou internacionais de tal forma
que se beneficiem disso, aumentando assim a interação entre seus agentes
(MANOLE et al., 2014). A competitividade deve ser impulsionada pelo conhecimento
gerado pela experiência, pela adoção de novas tecnologias e pelo apoio do
comércio para melhorar os resultados no mercado e criando economias de escala
(ARGÜELLO; LOZANO, 2007). A pequena propriedade enfrenta certas desvantagens, o
que acaba reduzindo a competitividade, como é o caso do acesso aos recursos. No
entanto, existem mecanismos nos quais a pequena empresa pode ser mais
competitiva, melhorando a produção com uma margem de lucro maior em benefício
de seus atores. Por exemplo, promover as cadeias de valor é importante para a
redução da pobreza, melhorar os benefícios das famílias camponesas, acrescentando
elementos como a cooperação, coordenação e acesso à informação (TROGER et al.,
2018).
A agricultura tem sido uma grande arquiteta na construção de estruturas
sociais, culturais, morais, linguísticas, estéticas e artísticas em todo o
planeta, também tem sido atuante dentro da dinâmica econômica como setor
produtivo e da troca comercial, bens, custos, preços, excedentes, eficiência e
lucros, todos eles derivados de benefícios dos ecossistemas (CIUTACU, et al.,
2014; WARDROPPER et al., 2020), a partir da diversificação observada no campo. Por
outro lado, a situação interna do lar das comunidades camponesas, em sua
dimensão socioeconômica, tem ganhado grande destaque em estudos recentes (FU et
al., 2010). É importante manter uma agricultura sustentável necessária para a
segurança alimentar, aumentar a produção, mas reduzindo o impacto negativo no
ambiente (SHARMA et al., 2020; JANKER et al, 2019); ponto de consideração,
porque o sector agrícola também contribui nas alterações climáticas como, por
exemplo, a utilização de fertilizantes inorgânicos, produção animal, queima de
biomassa, e mais (LIVERPOOL-TASIE, et al., 2020).
No caso colombiano, a agricultura e a pecuária historicamente foram os
principais motores da economia. A agricultura em pequena escala desempenha um
papel muito importante na segurança alimentar rural do país e existem aspectos
que são característicos do pequeno produtor: difícil acesso à comunicação e ao
transporte (devido em grande parte à geografia acidentada do território);
tecnologia incipiente (gerada por uma marcada falta de transferência na
tecnologia agrícola); déficit de assistência governamental; sistemas mistos no
momento da produção (em vez de culturas únicas ou monocultura), trabalho
familiar; conhecimento tradicional e abordagem de produção para o autoconsumo e
para o mercado, onde tendem a gerar uma boa integração com o mercado interno,
formal e informal (UNEP, 2006; CHIHAIA et al, 2014; GERMAN, et al., 2020).
A cobertura florestal deve ser assumida com uma
importância considerável das comunidades locais e as mudanças nela observadas
são de natureza biofísica ou antropogênica (FERRARA et al., 2017). A Calathea
lutea (Aubl.) E. Mey. ex Schult. (BORCHSENIUS, et al.,
2012), abreviado para Calathea lutea daqui em diante, uma espécie de
arbusto da subclasse monocotiledônea, está associada a um biotipo de erva
daninha da palmeira de óleo (Maranthaceae),
com cerca de 550 espécies agrupadas em 32 gêneros, distribuídas principalmente nas
selvas e florestas neotropicais (ZANOTTI et al., 2018). É conhecida em vários
países e, entre o uso da folha de “bijao”, descobriu-se que é amplamente
distribuído no Estado de Tabasco (México) com o grande potencial que tem para a
produção de fibras naturais de celulose, utilizadas como um material de reforço
em polímeros bioplásticos (BOLIO-LÓPEZ et al., 2015) e também é usado no Equador para preparar o "Ayampaco", um prato nativo do país, assado em folhas
de "bijao (RUÍZ et al., 2014). O Brasil apresenta outro exemplo de uso,
onde um grupo de mulheres pertencentes à Reserva de Desenvolvimento Sustentável
em Amaña (AM - Brasil) produz peneiras e cestos
usando o “bijao” como matéria-prima, cujos clientes-alvo são mercados
municipais, proprietários de hotéis e uma pequena parte de compradores
internacionais (MENEGASSI; CAPELOTTO, 2013).
Uma descrição da atividade econômica é que ela é desenvolvida
por um grupo de famílias que fazem parte de uma cadeia de valor, que, com seu
trabalho, contribuem para a geração de valor adicionado (FRIEDRICHSEN et al.,
2019), contribuindo de forma considerável para um produto final que recebeu a
denominação de origem, resultado de um conjunto de práticas conjuntas que conquistou
reconhecimento a nível nacional (GIVENS; DUNNING, 2019); e tendo a folha de
"bijao" como produto intermediário e embalagem natural, que
desempenha um papel fundamental no mercado que é dominado pelos polímeros à
base de petróleo. De acordo com Popa et al. (2010) tem como objetivo preservar
a qualidade e a segurança, evitando danos físicos, químicos e biológicos, com a
diferença de não ser uma embalagem convencional, sintetizada a partir do petróleo,
um verdadeiro problema para o meio ambiente.
Em seguida, há a influência da associatividade e do cooperativismo, que
proporcionam ao pequeno produtor uma redução nos custos da comercialização de
seus produtos e, em termos gerais, proporcionam captar um maior benefício (BURIN,
2017). Para isso, é importante levar em conta duas condições principais:
exógena e endógena. A primeira, exógena, com base na terra: seu grau de
concentração em termos de extensão e qualidade; crédito formal, acesso para
pequenos agricultores; tecnologia, acesso a serviços técnicos e especializados
do pequeno proprietário; e mercados, acesso a mercados locais, regionais,
nacionais e internacionais. A segunda, exógena, tem o aumento das condições de
focalização, concentração de capital humano no meio rural, percepção dos
agricultores sobre o nível de custos no âmbito do cooperativismo, cumprimento
dos aspectos legais da cooperativa e capacidade do grupo para cooperar; e o
capital social acumulado, acumulação que pode revelar as motivações em relação
ao nível e qualidade da ação coletiva (GUTIÉRREZ, 2014).
A cadeia
produtiva da Calathea lutea reúne famílias
nos departamentos (divisão administrativa na Colômbia) de Santander e Boyacá
(região nordeste), resultante de um comércio de tradição, com uma mistura entre
plantações silvestres e determinados cultivos, com técnicas de multiplicação
por rizomas e colinas, sem a adição de substâncias químicas. E dada a sua
importância no território, pretende-se caracterizar econômica e socialmente os produtores
de folha de bijao (Calathea lutea) no município de Moniquirá (Boyacá), por ser
um dos espaços geográficos de importância na região, e por sua vez, que tem (ou
teve) vínculo com a ASOBIJAO, como agente unificador de seus agentes
produtivos.
A área de estudo é o município de Moniquirá, Província de Ricaurte, no
departamento de Boyacá (Colômbia), em três aldeias (San Esteban, Pueblo Viejo e
El Naranjal), conforme observado na figura 1. É
conhecido como o "doce município da Colômbia", título atribuído graças
às produções de “bocadillo veleño”, insumos como goiaba e “bijao”, com o uso na forma de embalagem do “bocadillo veleño”, doce que é o
resultado da mistura de goiabas maduras e açúcar branco: através de um processo
de cozimento, obtém-se uma textura dura e uma cor vermelha brilhante;
apresentada em pequenos blocos com duas faixas finas de pasta leve (é usado
neste caso a goiaba branca) e no centro há a pasta vermelha (goiaba vermelha),
e é embalado individualmente em folha de “bijao”, colocado em pequenas caixas
de madeira produzidas na região (SOTO; VARGAS, 2007; HOSPITAL REGIONAL DE
MONIQUIRÁ, 2013). Da mesma forma que sua principal atividade se concentra no
setor agrícola, sendo um importante produtor de goiaba, cana-de-açúcar, café,
mandioca, feijão e milho, entre muitos outros. De acordo com a prefeitura de
Moniquirá (2016), o território é caracterizado por uma utilização tradicional
intensiva do solo agrícola, e dentro das atividades de produção industrial tais
como “bocadillo” e “panela” (produto oriundo da cana-de-açúcar, semelhante à
rapadura), são as que fornece a maior quantia de empregos na região.
Figura 1. Município
de Moniquirá, Província de Ricaurte, no departamento de Boyacá (Colômbia), em
três aldeias (San Esteban, Pueblo Viejo e El Naranjal).
Fonte: Elaboração
própria, mapas obtidos (DANE, 2018).
Metodologia de pesquisa
O presente estudo classifica-se como descritivo e participativo, com
abordagem misto (KUMAR, 2013); envolve revisão da literatura, cujo objetivo
consiste em descrever um estado de fenômenos já existentes; escolhendo um
ambiente geográfico com características específicas, envolvendo uma comunidade
ou um grupo de pessoas protagonistas na produção e transformação da folha de
“bijao” (Calathea lutea), como bem intermédio (embalagem artesanal e
biodegradável) na indústria do “bocadillo veleño”.
Questionário da pesquisa
As 16 propriedades a serem pesquisadas foram selecionadas com base em
dois critérios: sua relação com a ASOBIJAO e localizadas no município de Moniquirá,
no seio de três aldeias, a saber, San Esteban, Pueblo Viejo e El Naranjal; foram identificadas para implementar o
questionário e as entrevistas. As pequenas unidades agrícolas cultivam e/ou
processam a folha do Calathea lutea, cuja característica é ser uma planta
que apresenta como caraterísticas folhas largas com alternância secundária
(HERBERT; LARSEN, 1985) ou processam a folha que é a embalagem característica
do “bocadillo veleño”. Sobre as propriedades, foi aplicado um questionário
semiestruturado ao chefe da família (o dono da propriedade), segmentado em
componentes inerentes à dinâmica socioeconômica, com o objetivo fundamental de
extrair informações que descrevem a população alvo, infraestrutura e
instituições do seu entorno, posse de terras, insumos necessários, bens de
consumo e comercialização de “bijao”, e, finalmente, projetos e programas de
desenvolvimento local, bem como aspectos relacionados à liderança social.
Considerando assim as variáveis sociais e econômicas relacionadas às propriedades
produtivas, principais fontes de renda, serviços disponíveis, percepção da
qualidade da rede viária, modelo econômico da propriedade, comprometimento do
trabalho do chefe da família, intensidade dos recursos de capital, custos
relacionados à produção e ao relacionamento com exercícios de associação entre
produtores; de forma que os dados obtidos sejam agrupados por características
e, com os achados obtidos, sejam construídos os resultados e a discussão. Por
fim, e tendo em vista que há relacionamento com a ASOBIJAO, os produtores
concordam voluntariamente em participar do estudo, cujos resultados de
divulgação são puramente acadêmicos.
RESULTADOS E
DISCUSSÃO
Produto e denominação de origem
O processamento da Calathea lutea é um elo
muito importante na cadeia de produção do “bocadillo veleño” e tem na produção
do “bijao” um dos seus elementos fundamentais, um complemento que lhe confere
um valor característico para a obtenção do produto final.
Estes tipos de bens permitem que a articulação de diferentes organizações
floresça (BURIN, 2017). Outro ponto adicional para a cadeia do “bocadillo” é o
nome dado a um produto originário de uma região (no presente caso) com a
particularidade de que sua qualidade ou características dependentes do ambiente
geográfico (LONDOÑO, 2009).
O impacto positivo da atividade dessas famílias não
pode ser ignorado. Atualmente e como resultado de atividades antropogênicas,
evidencia-se um rápido incremento no consumo de plástico, gerando um aumento significativo
nos indicadores de poluição, devido à sua composição e resistência à degradação
(REN et al., 2015). Com a descoberta dos plásticos, a utilização de outros
tipos de materiais, como vidro ou metal, foi gradativamente substituída, a
produção mundial cresceu perto de 3,5% ao ano, passando de 230 milhões de
toneladas em 2005 para 359 milhões de toneladas em 2017, algo que é preocupante (PITA; CASTILHO, 2020).
A pesquisa sobre o tema é variada e levou ao
desenvolvimento de plásticos biodegradáveis que minimizam o impacto ambiental
(MIR et al., 2018), um exemplo que começou a se desenvolver a partir da década
de 80 com polihidroxialcanoatos, PHA's
(comumente divididos em poli-hidroxibutiratos,
PHB ou poliidroxibutiratos-co-hidroxivalerato),
embora o dilema esteja em ter um preço maior do que os plásticos convencionais
(GUILLARD et al., 2018; GONZÁLEZ, 2013). No entanto, e para não ir tão longe,
muitos esforços artesanais devem ser considerados, juntamente com os serviços
prestados por Calathea lutea, e por outros vegetais, como Phrynium pubinerve Blume (Marantaceae), Typha latifolia (Roxb. Ex Hornem.)
e Eulaliopsis Honda (Poaceae), que
foram usados no sul da China por minorias étnicas. O Phrynium
pubinerve é tomado como um substituto do plástico
para embrulhar legumes e carnes no mercado, para embalar um prato tradicional,
o "baoshan", onde o conhecimento
tradicional tem contribuído para preservar os alimentos da umidade e da alta
temperatura do sul da China (REN et al., 2015).
Caracterização dos produtores e da infraestrutura de
produção
Entre as propriedades, em média são habitadas por 4
pessoas, e é possível identificar que 87,5% direcionam seus esforços, a principal
fonte de renda da propriedade, para a venda de produtos agrícolas cuja
principal fonte de renda vem da produção de Calathea
lutea. Os produtores concordam que têm serviço de saúde, acesso a escolas
rurais, vinculação a aqueduto rural e eletrificação na ordem de 81,25%,
concordam que a qualidade da malha viária é boa, enquanto que
18,75% pensam que é de um estado regular, sendo conectores fundamentais com o
município e outras aldeias. Por outro lado, o transporte atravessa as estradas,
frequentemente levando pessoas e mercadorias das aldeias ao município e vice-versa
(a Colômbia é uma República dividida em departamentos que não são independentes
da União, como no caso brasileiro, cuja divisão é feita em estados
independentes, por ser uma Federação), há presença de estoques de alguns
produtos que são cultivados ou produzidos em suas terras rurais e também
possuem alta presença de indústrias no meio rural, como a indústria de “panela”
(produto semelhante à rapadura).
As propriedades têm fechamento perimetral que permite
estabelecer a divisão entre si, são usados pequenos postes com arame farpado;
sobre o tipo de modelo produtivo utilizado, quatro cenários foram levados em
consideração (1. Relações de produção pouco ou nada familiares, com alta
dependência, contratação assalariada e força de trabalho marginal; 2. Modelo de
negócio familiar: patrimônio e mão-de-obra familiar e expectativas voltadas
para o bem-estar da família; 3. Modelo de agricultura de subsistência: produção
escassa guiada por técnicas tradicionais; e 4. Modelo de propriedade familiar
moderna: diminuição do papel desempenhado pela família em relação à produção, o
que leva a maior autonomia). O modelo de produção das propriedades apresenta um
índice de 75% do modelo de empresa familiar (na propriedade, a força de trabalho
é determinada pelo esforço da família em favor de seu próprio benefício) e, em
segundo lugar, o modelo de agricultura de subsistência compõe os 25% restantes
(com a característica clara de uma produção em pequena escala, com pouca ou
nenhuma tecnologia).
O compromisso laboral do chefe de família com a força
de trabalho é apresentado da seguinte forma: em 81,25% das propriedades é
efetivo , uma vez que, da perspectiva do modelo de empresa familiar, o lar é a
força motriz do seu próprio fator de produção de referência ao trabalho, 6,25%
das propriedades com valor intermediário, combinando força de trabalho em
propriedade própria com oferta de trabalho em outros imóveis (salários) e 12,5%
das propriedades parcialmente , resultado de uma estrutura de renda que vem de
outra parte; no entanto, é necessário esclarecer que o esforço na transformação
do “bijao” não permite muito tempo adicional para executar outro trabalho. O
capital empregado pelas propriedades é modesto e o processo de transformação
não variou substancialmente ao longo do tempo, mantendo suas características
artesanais.
Para que a folha de “bijao” sirva como uma embalagem
do “bocadillo veleño”, é importante realizar um processo de transformação (Figura
2), que em resumo é transformar a folha de verde para branca, através dos processos
de cozimento, lavagem, secagem, emparelhamento e corte. Aqui é importante a
padronização dos processos nas propriedades, já que as empresas têm exigências
em relação à qualidade do produto, o que não interfere em padrões básicos como
o tipo de corte, tamanho ou falhas que reduzem a vida útil do produto.
Figura 2.
Processo de transformação da folha de "bijao" (Calathea lutea)
no município de Moniquirá, Província de Ricaurte, no departamento de Boyacá, Colômbia.
Fonte: Autores
(2019).
Custos e comercialização
Os custos verificados pelas propriedades foram
classificados em cinco aspectos fundamentais: instalações, veículos, salários,
equipamentos e máquinas. A análise foi focada em duas direções. Em primeiro
lugar, quando o corte é feito em terras próprias (deixa um lucro maior), no
entanto, os trabalhadores devem ser contratados, como trabalhadores
assalariados, onde lhes são pagos 6,2 dólares (US$) por dia, três refeições e
bebidas; o volume de trabalhadores contratados depende da quantidade de
"bijao" necessária para cortar, lavar e consertar (cada um desses
processos requer mão de obra adicional), a tecnologia utilizada para cortar é
constituída apenas por um facão afiado. Além disso, são necessárias cargas de
lenha para cada fervura, o preço para cada carga varia entre 3,7 e 4,7 US$, e
seu desempenho depende da tecnologia utilizada (barris ou com o sistema composto
por queimadores, polias, colunas e sua estrutura em geral, com uma tecnologia
diferente da empregada tradicionalmente, onde os lucros são maiores).
No processo, alguns insumos também são necessários
para fertilizar a terra, uso de fertilizantes naturais, mas também se usa os
convencionais, como o "triplo 15" em saco de 50 quilos que, com o
transporte, são gastos entre 24,9 – 28 US$, cujo desempenho pode ultrapassar o
semestre, dependendo da intensidade de uso, limpar a terra através da remoção
de plantas que estão localizadas próximas ao “bijao” (erva daninha), o que envolve
custos para a produção (também depende do tamanho da propriedade), fumigação
(herbicidas, que tem um custo de 4 US$ por litro, com uma dosagem de 140 cm3
por 20 litros de água). Porém, quando o corte é feito na propriedade de outro,
é feito um pagamento "pontual", que é descritivamente um espaço onde
o “bijao” está pendurado (ainda sem cortes); em que contrata-se
trabalhadores assalariados para corte e transporte para a área onde o processo
é realizado, diminuindo a margem de lucro e aumentando os custos.
Sendo assim, em termos gerais, um corte de 57,71 US$
pode custar entre 115,41 US$ e 144,27 US$; no entanto, devemos ter em mente que
a tecnologia é rudimentar e a geração de economias de escala é inatingível sob
este modelo. Durante o processo, o clima desempenha um papel importante (pode
haver perda total da colheita se ocorrer chuva de granizo em qualquer etapa de
crescimento da folha, seja no estágio verde ou no branco), na grande maioria
das propriedades não há recursos suficientes para concluir todo o processo de
produção; por esse motivo, existe a presença de intermediários, aumentando
assim os custos de transação, pois o produto passa por mais etapas. É
importante esclarecer que o produto final é vendido
por caixas de folha (usando um molde para homogeneizar o tamanho da folha
necessária para a embalagem), e cada caixa de papelão (oito pacotes) tem um
custo médio de 28,85 US$.
O produto é levado ao mercado e às fábricas do
município de Moniquirá (Boyacá) ou de Barbosa (Santander) como no caso de
algumas propriedades que são seus fornecedores. A isso devemos acrescentar o
custo de transporte que varia entre 5,77 – 10 US$, quando esporadicamente são
transportados ao município de Barbosa, custos semanais, já que as transações
nos mercados dos municípios são levadas a cabo nas quartas-feiras.
A atividade dentro do mercado regional é relativamente
estática; praticamente todo produtor da folha de “bijao” tem antecipadamente
seu cliente selecionado e a transação é feita em total calma, tanto sua compra
em estado verde, como em branco. No entanto, muito “bijao” é comercializado em
estado verde, já que a transação derivada da transformação tende a ser
realizada nas empresas produtoras de “bocadillo”. Com relação a isso, a
totalidade das propriedades considera não ter grandes problemas devido à falta
de compradores, transporte ou altos custos de transação, embora estes últimos
possam ser diminuídos caso haja maior autonomia da propriedade produtora. A
Tabela 1 resume de forma estatística os elementos mais relevantes relacionados
aos custos mensais incorridos pelos produtores pesquisados.
Tabela 1. Custos
(média mensal) dos produtores que usam a folha
de "bijao" (Calathea lutea) no município de Moniquirá,
Província de Ricaurte, no departamento de Boyacá, Colômbia |
|||||
Variável |
Obs. |
Meia |
Desvio padrão |
Mín. |
Máx. |
Transporte |
16 |
15,76438 |
6,866653 |
0 |
24,91 |
Equipamento |
16 |
3,500625 |
7,526118 |
0 |
18,67 |
Maquinaria |
16 |
3,110625 |
1,969045 |
0 |
9,34 |
Manutenção das instalações |
16 |
10,69875 |
8,941963 |
0 |
26,4 |
Jornais eventuais |
16 |
18,21375 |
8,902275 |
0 |
37,2 |
Lenha |
16 |
3,04375 |
1,830471 |
0 |
4,7 |
Insumos (vitaminas e fertilizantes) |
16 |
3,54625 |
1,507178 |
0 |
5,11 |
Custos mensais
(valor aproximado em US $) / média mensal |
Papel do
território e desenvolvimento local
O papel do território é relevante, deve ser analisado
a partir do seu componente físico e seu mecanismo sociocultural (MAZUREK,
2018). A produção, constituída por pessoas jurídicas imersas na cadeia produtiva
do “bocadillo veleño” (produtores de goiaba, produtores e processadores de
folha de “bijao” e processadoras de “bocadillo veleño”), surge a denominação de
origem como um produto que, em essência, é definido como um "produto que
resulta de um processo agroindustrial tradicional, que agrega a matéria-prima
da goiaba, misturada ao açúcar branco e empacotado em folha de “bijao". A
folha de Calathea lutea é um bem
intermediário que confere estética ao produto, sabor e cheiro característicos
que geram uma lembrança nacional do produto, por isso, esta embalagem é
preferencialmente ainda utilizada no lugar do plástico.
As dinâmicas territoriais são elementos estratégicos
na configuração do espaço geográfico e de seus atores, e os produtores dão um
valor característico ao seu produto, diferenciando-o de outros e imprimindo
seus próprios atributos desde sua criação, e a partir da base, uma comunidade
territorial tem um agregado de recursos econômicos, humanos, ambientais,
institucionais e culturais, que são particularmente característicos de uma
região, porque se originam da respectiva área geográfica e possuem
características especiais de qualidade ou reputação (MONTENEGRO; CABRERA, 2018;
HAAS; RAMBO, 2017); e aspectos pontuais, tais como as condições meteorológicas
que alteram a gestão da produção, transformação e comercialização (LOBOGUERRERO
et al., 2018) imperativos para o “bijao”.
É assim que o território se torna uma mistura, um
componente decisivo na partilha de identidade e transmissão de conhecimento
(MARSANASCO; GARCÍA, 2017). Dentro do mesmo deve ser enfatizada a promoção do desenvolvimento
econômico, envolvendo atores locais, recursos, atividades econômicas e relações
observadas entre eles (NARVÁEZ et al., 2008). Um problema identificado no
território como um aspecto conjuntural ou estrutural e de grande influência
para o pequeno produtor rural deriva de que há migração para outras fontes de
trabalho e fora da propriedade (geralmente dirigida para as grandes cidades)
desde que um emprego assalariado é aquele que predomina fora do patrimônio
familiar (MALETTA, 2011).
A atuação do pequeno produtor na América Latina tem
tentado canalizar esforços na busca de diferentes alternativas de
desenvolvimento para fortalecer seu componente econômico e, de uma forma ou de
outra, entrar no mundo globalizado com a participação das administrações locais
e em sintonia, buscar o desenvolvimento endógeno (SOTO; VARGAS, 2007; LOWDER et
al., 2016). Dentro desse desenvolvimento latino-americano, a participação da
agricultura é substancial (graças ao seu peso nas economias locais), mas um
problema muitas vezes observado é a falta de organização dos produtores, o que
por sua vez reduz drasticamente a dinâmica produtiva. Neste ponto, deve haver
uma sincronização com a agenda de competitividade regional e os processos de
associatividade e solidariedade (SUERO; MERCADO, 2014) que o pequeno produtor
de “bijao” deve ter em Moniquirá. Por esta razão, ao unir esforços, a
produtividade e a competitividade aumentam em relação aos esforços individuais
(SÁENZ, 2006).
A associatividade é tão importante que a única maneira
que não desempenhe um papel fundamental é quando o Estado intervém diretamente
no mercado ou nas cadeias de produção (aspecto que não é observado para o
presente estudo), de tal maneira que são afetados os preços de troca, caso o
pequeno produtor compre ou pré-financie a compra das safras (GUTIÉRREZ DE
PIÑERES et al., 2017). Geralmente, na Colômbia, os pequenos produtores estão
habituados a tomar decisões de produção e vendas através de mecanismos informais
e antiquados, por exemplo, informação direta da família, vizinhos, ou da sua
tradição, que pode conduzir a imprecisão que afeta o seu rendimento e bem-estar
(CAMACHO; CONOVER, 2019); no entanto, os conhecimentos locais são relevantes
porque são um corpo dinâmico no qual interagem conhecimentos, práticas e
competências, preservadas pelas comunidades com histórias e experiências
próprias (GUTIÉRREZ et al., 2020).
A ASOBIJAO é uma organização que reúne propriedades de
produção de folhas de Calathea lutea,
e busca um objetivo claro que é direcionado para a melhoria da qualidade de
vida de seus membros. Faz parte de uma cadeia produtiva, mas há um consenso de
que sua união a torna vulnerável. No entanto, com base em quatro questões, a
comunidade dá grande importância à cooperação ou geração de espaços para a
criação de projetos. Nessa ordem de ideias, 93,75% afirmam conhecer projetos ou
programas de desenvolvimento local para a lavoura; 81,25% estão em algum tipo
de associação; 87,5% dizem que têm acesso a serviços de apoio e 81,25% dizem
conhecer as atividades de liderança social que permitem desenvolver a produção
e o marketing. A presença da ASOBIJAO contribuiu para dar simetria em muitos aspectos;
às vezes, os participantes mantêm posições diferentes, mas é muito normal a
procura de pontos em comum. Da mesma forma, é importante manter o
relacionamento com outras organizações da mesma cadeia ou de outra cadeia
produtiva, e com programas oriundos da administração pública, o que se
constitui numa estratégia de grande importância para o pequeno produtor, fomentando
a cooperação em prol do fortalecimento das práticas locais.
Por outro lado, a prática socioeconômica rural é
orientada para uma agricultura familiar, tradicional e de subsistência, onde há
grande dependência das condições climáticas, o conhecimento tem sido guiado
pela experiência e as técnicas utilizadas são rudimentares; sua descrição
inclui dois critérios, de um lado, a propriedade familiar da terra ou seus
direitos, de ocupação ao longo das gerações; e, em segundo lugar, uso de
mão-de-obra familiar (VAN VLIET et al., 2015). Dentro das práticas, é normal
encontrar a presença de trabalhadores temporários, mobilização laboral,
esforços individuais e familiares (é altamente valorizado o esforço adquirido
com o trabalho, a ajuda e a aprendizagem mútua) (ENTRENA; JIMÉNEZ, 2014),
condições amplamente observadas na área de trabalho.
Os resultados do mercado dependem de certas
características, e não devem ser interpretados de maneira simplista porque
liberam uma quantidade significativa de competitividade, em primeiro lugar, por
melhoria técnica, acesso ao crédito e marketing (ARGÜELLO; LOZANO, 2007), que
aumentam as chances de sucesso do pequeno produtor. Da mesma forma, a importância
do processo associativo também não deve ser negligenciada, a pequena produção
ganha competitividade ao se relacionar com outros para assumir objetivos
conjuntos, aumentando a capacidade de negociação na comercialização e aquisição
de insumos, tendendo a economias de escala e permitindo acesso à tecnologia e
implementação de programas de treinamento, como alguns de seus elementos mais
importantes (DURÁN, 2011). No entanto, deve basear-se numa estrutura flexível
(VERGARA et al., 2010).
É assim que os componentes necessários para o sucesso
têm que ser analisados a partir de uma perspectiva holística, sua avaliação
deve ter conhecimento, peculiaridades, características do entorno, aspectos e
condições ecológicas, disponibilidade de recursos naturais (valorização do
capital natural como eixo vital para o desenvolvimento econômico de uma
região), acesso a mercados, cultura sócio organizacional prévia, costumes,
gostos (a maior parte do componente cultural) e o apoio do governo local e do
governo em nível nacional. Estes aspectos devem ser ungidos em sincronia com a
geração e reprodução social da família em condições dignas, mantendo sua
herança, valores culturais e, sobretudo, respeitando sua identidade e modos de
produção (BURIN, 2017).
CONCLUSÕES
Os elementos socioeconômicos inerentes à dinâmica de produção
e transformação da Calathea lutea
como um bem intermediário do “bocadillo veleño” e que é para muitos pequenos
agricultores a principal fonte de renda. Vários custos são assumidos na
modificação que tem a folha de “bijao” para ser usada como um invólucro dentro
do bem final (em cada um dos processos de transformação em que são incorridos).
Dessa forma, o esforço despendido é significativo nas etapas de produção e, por
essa razão, se busca um adequado reconhecimento monetário dentro dos grupos de famílias.
O papel da associação (ASOBIJAO) tem sido interessante
na medida em que se propôs a articular o pequeno produtor e levá-lo a objetivos
que tendem a melhorar sua renda, qualidade de vida, método de trabalho e, em
geral, encarar cada um dos obstáculos enfrentados.
As ações que estão sendo realizadas para melhorar esse
segmento da agroindústria de “bocadillos” serão
testemunhadas a longo prazo; no entanto, uma ação coletiva entre três setores,
a citada associação, o setor público e a universidade, é
importante, com o objetivo de contribuir para o seu crescimento. A nível
nacional, o número de famílias que trabalham com a terra é considerável, a
grande maioria é em pequenas propriedades de terra e, por isso, devem ser
conduzidas por atores com autonomia para trabalhar no sentido de obter maior
competitividade local.
AGRADECIMENTOS
Agradecimentos para a
Corporação Universitária Minuto de Dios, UNIMINUTO, como fonte de financiamento. Para os produtores de “bijao” de Moniquirá,
principais autores de apoio e acompanhamento na investigação.
REFERÊNCIAS
ALCALDÍA
DE MONIQUIRÁ. Plan Municipal de Desarrollo 2016-2019. Moniquirá grandes cambios, grandes resultados. 2016. 194p.
ARGÜELLO,
R.; LOZANO, M. C. Agricultural sector and competition policy in Colombia.
Serie documentos de trabajo, p. 1-20, nov 2007.
ARIAS,
P.; MARTÍN, B.; GÓMEZ, E. Exploring intrinsic, instrumental, and relational
values for sustainable management of social-ecological systems. Ecology and Society, v. 22 n. 4, p. 1-15, 2017. 10.5751/ES-09812-220443
BOLIO-LÓPEZ,
G.; CÁRDENAS-MADRIGAL, G.; VELEVA, L.; FALCONI, R.; De LA CRUZ-BURELO, P.;
HERNÁNDEZ-VILLEGAS, M.; PELAYO-MUÑOZ, L. Extraction of celulose
fibers from to leaf petioles (Calathea lutea) and characterization.
International Journal of Innovative, Engineering & Technology, v. 2, n. 4,
p. 977-981, 2015.
BORCHSENIUS,
F.; SUÁREZ, L.; PRINCE, L. Molecular Phylogeny and Redefined Generic Limits of Calathea
(Marantaceae).
Systematic Botany, v. 37, n. 3, p. 620-635, 2012. 10.1600/036364412X648571
BOURONCLE,
C.; MÜLLER, A; GIRALDO, D.; RIOS, D.; IMBACH; P.; GIRÓN, E.; PORTILLO, F.;
BONI, A.; VAN ETTEN, J.; RAMÍREZ-VILLEGAS, J. A systematic approach to assess climate
information products applied to agriculture and food security in Guatemala and
Colombia. Climate Services, v. 16, p. 1 – 17, 2019. 10.1016/j.cliser.2019.100137
BURIN,
D. Manual de Facilitadores de Procesos de Innovación Comercial. Buenos Aires:
Instituto Nacional de Tecnología Agropecuaria. 2017.
572p.
CAMACHO,
A.; CONOVER, E. The impact of receiving SMS price and weather information on
small scale farmers in Colombia. World development, v. 123, p. 1-11, 2019. 10.1016/j.worlddev.2019.06.020
CHIHAIA,
A.; COSTAICHE, G. M.; CHIHAIA, O. Establishment for breakeven point in organic
farms whose surface is less than 5 hectares. Scientific Papers Series
Management, Economic Engineering in Agriculture and Rural Development, v. 14,
n. 4, p. 45-50, 2014.
CIUTACU,
C.; CHIVU, L.; ANDREI, J. V. Similarities and dissimilarities between the EU
agricultural and rural development model and Romanian agriculture. Challenges
and perspectives. Land Use Policy, v. 44, p. 169-176, 2014. 10.1016/j.landusepol.2014.08.009
DANE. Geoportal, 2018.
Disponível em <https://geoportal.dane.gov.co/servicios/descarga-y-metadatos/descarga-divipola/>.
Acesso em: 20 de nov. de 2020.
DE JANVRI,
A.; SADOULET, E. Using agriculture for development: Supply- and
demand-side approaches. World Development,
v. 133, 2020. 10.1016/j.worlddev.2020.105003
DURÁN,
W. Redes empresariales: experiencias y estrategias para el desarrollo de la competitividad
en las regiones. Revista MBA EAFIT, p. 74-82, 2011.
ENTRENA,
F.; JIMÉNEZ, J. Valores y estrategias de los agricultores familiares de
invernadero del sudeste andaluz. Revista Española de Investigaciones Sociológicas
Reis, n. 147, p. 21-52, 2014. 10.5477/cis/reis.147.21
ETTER,
A.; McALPINE, C.; WILSON, K.; PHINN, S.; POSSINGHAM,
H. Regional patterns of agricultural land use and deforestation in Colombia.
Agriculture, Ecosystem and Environment. V. 104, p. 369-386, 2006. 10.1016/j.agee.2005.11.013
FERRARA, C.; CARLUCCI, M.; GRIGORIADIS, E.; CORONA,
P.; SALVATI, L. A
comprehensive insight into the geography of forest cover in Italy: Exploring the
importance of socioeconomic local contexts. Forest Policy and Economics, v. 75,
n. 2017, p. 12-22, 2017. 10.1016/j.forpol.2016.11.008
FRIEDRICHSEN,
G.; DAROUB, Z.; MONROE, M.; STEPP, J.; GERBER. Stakeholders’ mental models of
soil food value chain in the Everglades. Geoderma, V.
343, p. 166-175, 2019. 10.1016/j.geoderma.2019.02.037
FU,
Y.; CHEN, J.; GUO, H.; HU, H.; CHEN, A.; CUI, J. Agrobiodiversity loss and
livelihood vulnerability as a consequence of
converting from subsistence farming systems to commercial plantation-dominated
systems in Xishuangbanna, Yunnan, China: a household level analysis. Land
Degradation and Development, v. 21, n. 3, p. 274-284, 2010. 10.1002/ldr.974
GERMAN,
L.; BONANNO, A.; FOSTER, L.; COTULA, L. “Inclusive business” in agriculture:
evidence from the evolution of agricultural value chains. World Development, v.
134, p. 1-21, 2020. 10.1016/j.worlddev.2020.105018
GIVENS,
G.; DUNNING, R. Distributor intermediation in the farm to food service value
chain. Renewable Agriculture and Food Systems, v. 34, n. 3, p. 268-270, 2019. 10.1017/S1742170517000746
GONZÁLEZ,
Y.; MEZA, J.; GONZÁLEZ, O.; CÓRDOVA, J. Síntesis y degradación de polihidroxialcanoatos:
plásticos de origen microbiano. La Revista internacional de contaminación ambiental, v. 29, n. 1, p. 77-115, 2013.
GUILLARD,
V.; GAUCEL, S.; FORNACIARI, C.; ANGELLIER-COUSSY, H.; BUCHE, P.; GONTARD, N. The
next generation of sustainable food packaging to preserve our environment in a
circular economy context. Frontiers in Nutrition, v. 5, p. 1-13, 2018. 10.3389/fnut.2018.00121
GUTIÉRREZ
DE PIÑERES, C.; VIDAL, C.; CUELLO, A. Rural microeconomic development from the
transformation of taruya (eichornia
cressipis) into peasant communities. Revista Espacios, v. 38, n. 42, p. 1-14, 2017.
GUTIÉRREZ,
G.; GUTIÉRREZ-MONTES, I. HERNÁNDEZ, H. SUÁREZ, J. CASANOVES, F. Relevance of
local knowledge in decision-making and rural innovation: A methodological
proposal for leveraging participation of Colombian cocoa producers. Journal of Rural
Studies, v. 75, p. 119-124, 2020. 10.1016/j.jrurstud.2020.01.012
GUTIÉRREZ,
J. D. Smallholders’ Agricultural Cooperatives in Colombia: ¿Vehicles for Rural
Development? Revista Desarrollo y Sociedad, n. 73, p.
219-271, 2014. 10.13043/dys.73.6
HERBERT,
T.; LARSEN, P. Leaf movement
in Calathea lutea (Marantaceae). Oecologia, v. 67,
n. 2, p. 238-243, 1985. 10.1007/BF00384292
HOSPITAL
REGIONAL DE MONIQUIRÁ E. S. E. Análisis de situación en salud con el modelo de
determinantes sociales de salud. Moniquirá (Boyacá). 2013.
118p.
JANKER,
J.; MANN, S.; RIST, S. Social sustainability in agriculture – A system-based
framework. Journal of Rural Studies, v. 65, p. 32-42, 2019. 10.1016/j.jrurstud.2018.12.010
LIVERPOOL-TASIE,
L.; PUMMEL, H.; TAMBO, J.; OLABISI, L.; OLUBUKOLA, O. Perceptions and exposure
to climate events along agricultural value chains: evidence from Nigeria. Journal
of environmental Management, v. 264, p. 1-11, 2020. 10.1016/j.jenvman.2020.110430
LOBOGUERRERO,
A.; BOSCHELL, F.; LEÓN, G.; MARTINEZ-BARON, D.; GIRALDO, D.; RECAMAN, L.; DÍAZ,
E.; COCK, J. Bridging the gap between climate science and farmers in Colombia. Climate
Risk Management, v. 22, p. 67-81, 2018. 10.1016/j.crm.2018.08.001
LONDOÑO,
J. La denominación de origen y el alcance de su protección. Revista la Propiedad Inmaterial,
n. 13, p. 41-58, 2009.
LOWDER,
S.; SKOET, J; RANEY, T. The number, size, and distribution of farms,
smallholder farms and family farms worldwide. World Development, v. 87,
p. 16-29, 2016. 10.1016/j.worlddev.2015.10.041
MALETTA,
H. Tendencias y perspectivas de la agricultura familiar en América Latina. Centro Latinoamericano
para el Desarrollo Rural -
RIMISP, 2011.
HAAS, J. M.; RAMBO, A.G.; Mecanismo de diferenciação
de produtos e suas repercussões territoriais: o caso do arroz Doña Ana (Espanha) e do arroz do Litoral Norte (Brasil).
Revista Brasileira de Gestão e Desenvolvimento Regional, v. 4, n.2, p. 272-299,
2017.
KUMAR,
P. Research Methodology: A Guide for Researchers in Agricultural Science,
Social Science and Other Related Fields. Springer India, 2013. 432p.
MANOLE,
D. S.; NISIPEANU, E.; DECUSEARA, R. Study on the competitiveness of Small and
Medium sized Enterprises (SMEs) in Vâlcea County. Theoretical
and Applied Economics, v. 21, n. 4, p. 113-130, 2014.
MARSANASCO,
A.; GARCÍA, P. The management of knowledge and the learning process in sames clusters: a study case. Economía,
Sociedad y Territorio, v. 13, n. 41, p. 1-36, 2017.
MAZUREK,
H. Espacio y territorio, instrumentos metodológicos de investigación social. IRD Editions, 2018. 203p.
MENEGASSI,
J.; CAPELOTTO, F. Sustainable Use of Calathea
lutea in Handicrafts: A Case Study from the Amanã
Sustainable Development Reserve in the Brazilian Amazon. Economic Botany, v.
67, n. 1, p. 30-40, 2013. 10.1007/s12231-013-9223-x
MIR,
S. A.; DAR, B. N.; WANI, A. A.; SHAH, M. A. Effect of plant extracts on the
techno-functional properties of biodegradable packaging films. Trends in Food
Science & Technology, v. 80, p. 141-154, 2018. 10.1016/j.tifs.2018.08.004
MONTENEGRO,
Y. A; CABRERA, K. I. El mercado de los productos con denominación de origen a
través del comercio justo. Perspectivas y retos. Revistas Jurídicas UNAM, v.
50, n.152, p. 655-677, 2018.
NARVÁEZ,
M.; FERNÁNDEZ, G.; SENIOR, A. El desarrollo local sobre la base de
asociatividad empresarial: una propuesta estratégica. Opción, v. 24, n. 57, p.
74-92, 2008.
PITA,
F.; CASTILHO, A. Separation of PET from other plastics by flotation combined
with alkaline pretreatment. Polímeros, v. 30, n. 3, 2020. 10.1590/0104-1428.03320
POPA,
M. E.; MITELUT, A.; NICULITA, P.; GEICU, M.; GUIDURUS, M.; TURTOI, M. Biodegradable
materials for food packaging applications. Journal of
environmental protection and ecology, p. 1-9, 2010.
REN,
L.; HUA-BIN, H.; XIU-FEN, L.; PINC, Z.; YOU-KAI, X.; JING-JING, Y.; YUANG-FEI,
W. Essential oils composition and bioactivities of two species leaves used as
packaging materials in Xishuangbanna, China. Food Control, v. 51, p. 9-14, 2015. 10.1016/j.foodcont.2014.11.009
RUÍZ,
E.; TORRES, E.; CERDA, V.; TORRES, A. Análisis interno y externo de la
comunidad Shuar de Chinimp en la provincial de Morona
Santiago, Ecuador para el desarrollo de la actividad turística. Revista
Amazónica Ciencia y Tecnología, v. 3, n. 2, p. 105-129, 2014.
SÁENZ,
H. Asociatividad: una opción deseable. Revista CIFE, v. 11, p. 138-153, 2006.
SAGASTUME, A.; CABELLO, J. J.; HENS, L.;
VANDECASTEELE, C. The energy potential of agriculture, agroindustrial,
livestock, and slaughterhouse biomass wastes through direct combustion and
anaerobic digestion. The case of Colombia. Journal of Cleaner Production. 2020.
10.1016/j.jclepro.2020.122317
SHARMA,
R.; KAMBLE, S. S.; GUNASEKARAN, A.; KUMAR, V.; KUMAR, A. A systematic
literature review on machine learning applications for sustainable agriculture
supply chain performance. Computers & Operations Research.
2020. 10.1016/j.cor.2020.104926
SOTO,
D.; VARGAS, J. Valorización de la identidad territorial, políticas públicas. Revista Opera, n. 7, p. 109-138, 2007.
STEPHENS,
E. C.; JONES, A. D.; PARSONS, D. Agricultural systems research
and global food security in the 21st century: An overview and roadmap for
future opportunities. Agricultural Systems, v. 163, p. 1-6, 2018. 10.1016/j.agsy.2017.01.011
SUERO,
D.; MERCADO, H. Associative models and business
competitiveness. Ingeniare, v. 9, n. 16, p. 63-76,
2014.
TROGER,
K.; LELEA, M. A.; KAUFMANN, B. The fine
line between trusting and cheating: exploring relationships between actors in
Ugandan pineapple value chains. The European Journal of Development Research.
V. 30, P. 823-841, 2018. 10.1057/s41287-018-0134-7
UNEP,
UNITED NATIONS ENVIRONMENT PROGRAMME. (2006). Colombia: Integrated assessment
of agricultural trade liberalization: with a focus on the corn sector. 2006.
VAN
VLIET, J. A.; SCHUT, A. G. T.; REIDSMA, P.; DESCHEEMAEKER, K.; SLINGERLAND, M,
VAN DE VEN, G. W. J.; GILLER, K. E. De-mystifying family farming: Features, diversity and trends across the globe. Global Food Security,
v. 5, p. 11-18, 2015. 10.1016/j.gfs.2015.03.001
VERGARA,
J. C.; MAZA, F.; FONTALVO, T. J. Potencialidad de asociatividad de restaurantes
del centro histórico de la ciudad de Cartagena de Indias- Colombia. Revista Facultad de Ciencias
Económicas, v. 18, n. 2, p. 137-146, 2010.
WARDROPPER,
C. B.; MASE, A. S.; QIU, J.; KOHL, P.; BOOTH, E. G.; RISSMAN, A. R. Ecological
worldview, agricultural or natural resource-based activities, and geography
affect perceived importance of ecosystem services. Landscape and Urban
Planning, v. 197. P 1-9, 2020. 10.1016/j.landurbplan.2020.103768
ZANOTTI,
C.; OSPINA, J.; KELLER, H. Sinopsis y novedades taxonómicas de la familia Marantaceae en la Argentina, incluyendo una nueva cita para
el Paraguay. Boletín de la Sociedad Argentina de Botánica, v. 53, n. 3, p.
469-486, 2018. 10.31055/1851.2372