Revista Verde (1981-8203) Pombal, Brasil
v. 18, n. 4, out-dez, p. 103-114, 2023.
doi: https://doi.org/10.18378/rvads.v18i4.9631
Comportamento agronômico de genótipos de morangueiro submetidos a formas de
cultivo
Agronomic behaviour of strawberry genotypes subjected to different cultivation methods
Ana
Paula Sampietro¹, Luiz Fernando de Jesus Oliveira ², Claudia
Simone Madruga Lima³,
Elaine
Rodrigues dos Santos 4 *, Josimeire
Aparecida Leandrini5; Pedro Luís Panissom Kaltbach Lemos6
¹Engª Agronoma, Universidade Federal da Fronteira Sul-
Laranjeiras do Sul, PR- Brasil; E- mail: ana21sampietro2017@gmail.com; https://orcid.org/0000-0002-0702-0843 ²
Engº Agronomo, Universidade
Federal da Fronteira Sul- Laranjeiras do Sul, PR- Brasil; E- mail: luiz007oliveira@gmail.com; https://orcid.org/0000-0001-9212-9642 ³Engª
Agronoma pela Uniersidade
Federal de Pelotas, Mestre em Ciências, e Doutora em Ciências pela Universidade
de Agronomia Eliseu Maciel. Professora do curso de agronomia e do programa de
pós graduação em Ciência e Tecnologia de Alimentos da Universidade Federal da
Fronteira Sul, Laranjeiras do Sul, PR- Brasil, E-mail: claudia.lima@uffs.edu.br; https://orcid.org/0000-0002-1953-1552
4Engª Agronoma, mestranda em Ciência e
Tecnologia de Alimentos, Laranjeiras do Sul, PR- Brasil, E-mail: rdselaine@hotmail.com; 5Graduada
em Ciências Biológicas pela Universidade Estadual de Maringá, Mestre em
Botânica, Universidade Federal do Paraná e doutora em Ecologia de Ambientes
Aquáticos Continentais pela Universidade Estadual de Maringá, Professora do
Programa de Mestrado em Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentável. Universidade Federal da Fronteira Sul, Brasil,
E-mail: jaleandrini@uffs.edu.br.
https://orcid.org/0000-0002-2420-7116 6
Engenheiro Agronomo pela Universidade Federal
de Santa Maria, RS-Brasil, pedrokaltbach@gmail.com; Mestre
em European Master of Scienses in Food Sciense pela Katholieke Universiteit Leuven; https://orcid.org/0000-0001-7477-0751
*Autor
correspondente.
Recebido:
07-12-2022; Aprovado: 26-07-2023
Resumo: O objetivo deste
trabalho foi avaliar
o desempenho agronômico de dois genótipos de morangueiro submetidos a diferentes formas
de cultivo em sistema orgânico
de produção. Os genótipos utilizados foram CREA FRF LAM 269.19 (dia curto) e CREA FRF 114.01 (dia
neutro). Os morangueiros foram cultivados em solo, calhas, slabs
ou vasos. O delineamento experimental foi com arranjo casualizado
em sistema bifatorial. As avaliações foram: datas de
início de floração, frutificação e colheita; aspectos
da planta e de frutas; e aspectos produtivos -
produção total; número de frutas, produção comercial; produção de frutas
pequenos e; produtividade total. O genótipo CREA FRF 114.01 apresentou maior precocidade de colheita e maior
desenvolvimento vegetativo. O cultivo em calha e canteiros
proporcionaram maior produção e qualidade de frutas em ambos os genótipos. Nos
canteiros, as frutas produzidas apresentaram maior teor de sólidos
solúveis em ambos os genótipos. Conclui-se que o genótipo CREA FRF 114.01 associado ao cultivo em canteiros proporcionou melhor aptidão de cultivo
nessas condições, melhorando os atributos de qualidade e desenvolvimento no sistema
de cultivo orgânico.
Palavras-chave: Produção Orgânica. Comportamento fenotípico. Sistemas de cultivo. Fragaria x ananassa
Duch.
Abstract: The objective of this work
was to evaluate the agronomic performance of two strawberry
genotypes submitted to different cultivation technologies in an organic production system. The genotypes
tested were CREA FRF LAM
269.19 (short-day) and CREA
FRF 114.01(day-neutral). The
plants were grown in soil, troughs, slabs and pots. The
experimental design was completely
randomized in a factorial arrangement. The parameters evaluated were: dates of bloom onset, fructification
and harvesting; several plant features; several fruit features; and yield components - total production; number of fruits, commercial production; production of small
fruits and; total productivity. The data was subject to ANOVA and Scott- Knott test for comparison of means. The
day-neutral genotype allowed earlier onset of harvesting
and greater vegetative development. Trough and bed cultivation provided higher fruit yield and quality in both genotypes. In beds, the fruits
presented higher soluble solids content in both genotypes. In sum, the day- neutral genotype associated with the cultivation in beds provided the
best agronomic performance
in an organic cultivation system.
Key-words: Organic Cultivation.
Cultivation in the soil. Low tunnels. Fragaria x ananassa.
A maioria das cultivares de morangueiro (Fragaria x ananassa Duch.) utilizadas no Brasil
atualmente são estrangeiras,
de origem norte-americana ou européia. Essas cultivares passam por inúmeras
avaliações para que o
registro para cultivo
no Brasil seja expedido. No entanto, esses dados e informações muitas vezes
permanecem sob domínio das empresas realizadoras, dificultando o acesso dos
produtores, por isso a verificação do desempenho nas condições
ambientais nacionais das cultivares realizados pelas universidades é fundamental (BECKER et al., 2016).
Tradicionalmente o morangueiro é cultivado diretamente no solo. Nessa forma de
cultivo, o plantio é realizado em canteiros com cobertura vegetal
morta ou plásticos
(mulching) e protegidos por túneis baixos. A cobertura do solo é de extrema
importância, e tem por finalidade, otimizar o uso da água e fertilizantes,
evitando a competição por plantas
espontâneas e o contato das frutas direto
com o solo (RADIN et al., 2011).
O cultivo no solo apresenta menor custo de
implantação, quando comparado ao cultivo fora de solo, além de não requerer
rotinas tão intensas de manejo (DAL’SOTTO, 2013). Contudo, causa dificuldades
ergonômicas, aumentando a penosidade no trabalho, o que dificulta contratação
de trabalhadores, além disso, as plantas são mais suscetíveis a doenças,
principalmente, as radiculares (GODOI et al., 2009).
Como alternativa para contornar esses
problemas há o cultivo fora do solo.
Esse pode ser em substrato também conhecido como semi-hidropônico, que vem ganhando destaque, pois nesta
forma os recipientes são preenchidos com substrato, material inerte ou pouco
ativo quimicamente como areia lavada, cascalho e argila expandida, que servem
para dar sustentação às plantas
(TREVISAN et al., 2017). Neste sistema os recipientes de cultivo ficam
alojados em estruturas suspensas, o que proporciona melhor conforto para a realização dos trabalhos (GONÇALVES et al., 2016a). Entre os
diferentes recipientes que podem ser utilizados neste tipo de cultivo estão os
sacos de cultivo (slabs), as calhas ou os vasos
(SAUSEN et al., 2020).
Entre as formas
de cultivo fora de solo a de saco de cultivo (slabs) é a mais conhecida e difundida. Essa forma proporciona maior controle da fertilidade, redução
da incidência de doenças, praticidade no manejo e permite uso de áreas antes
inviáveis ao cultivo, além de possibilitar o adensamento das plantas por ser
acondicionado em estruturas suspensas (FRANCO et al.,
2017a). Entretanto, apresenta a desvantagem do tempo de duração dos slabs plásticos, que se recomenda que seja realizada
substituição a cada dois anos, por serem facilmente danificados, devido à
contaminação por patógenos e a compactação do substrato (GONÇALVES et al., 2017).
Nos últimos anos,
o cultivo do morangueiro em calhas vem ganhando destaque
devido ao menor custo
de implantação quando
comparado aos sacos
de cultivo, pois permite a construção das calhas pelos próprios produtores com materiais
encontrados em sua propriedade que favorecem a instalação e manejo na
implantação do sistema. E ainda, permite a reutilização por um longo período,
desde que tomadas as medidas sanitárias adequadas (GONÇALVES et al., 2016b).
O uso de vasos é outra forma de cultivo de
morangueiro fora do solo que vem se ampliando. Neste sistema, a condução e o
manejo das plantas são facilitados, o desenvolvimento radicular ocorre com
facilidade devido ao espaço para
crescimento e ainda, proporciona menor dependência de irrigação.
Outra vantagem é a possibilidade de utilizar uma área sem precisar de rotação,
apenas substituição do substrato, reduzindo a incidência de pragas e doenças, facilitando um desenvolvimento sadio principalmente da parte
radicular (CHARLO et al., 2009).
O cultivo de morangueiro de forma convencional caracteriza-se pela grande quantidade de agrotóxicos
aplicados durante o ciclo produtivo (PILLA; GIMENEZ, 2017). Em contrapartida, a
produção orgânica vem como uma alternativa ao atual modelo utilizado, buscando
sistemas eficientes no uso de energia e conservando o ambiente. Além disso,
apresenta potencial competitivo, quando comparado ao sistema convencional, pois é iminente
a redução de custos com a aquisição
de insumos externos
(DONADELLI; KANO; JUNIOR,
2012).
No sistema de produção fora de solo,
emprega-se uma adaptação ao modelo convencional, ou seja, com utilização de
adubos minerais e agrotóxicos. No
sistema orgânico são utilizados compostos orgânicos para preenchimento dos
recipientes de cultivo (PIVOTO; MARTELLETO, 2014). A nutrição das plantas é realizada por meio da fertirrigação utilizando biofertilizantes (PIVOTO et al., 2015).
Apesar da diversidade de opções de insumos
alternativos, as pesquisas com formas de cultivo do morangueiro fora de solo,
ainda são escassas para o cultivo orgânico. Com o crescimento do cultivo do
morangueiro no Brasil e no mundo, têm-se motivado estudos de novas técnicas e
cultivares, tornando-se necessário analisar a adaptabilidade desses novos
materiais nas regiões em que se deseja introduzi-los (ANTUNES; PERES, 2013),
além do potencial produtivo e a qualidade físico-química das frutas produzidas (PÁDUA
et al., 2015). Os estudos direcionam-se para o
cultivo de morangueiro de forma orgânica, com viabilidade em aspectos técnicos e com retorno econômico, além de minimizar os impactos
ambientais (SANTI; COUTO, 2013).
Desta maneira, o objetivo neste trabalho foi avaliar o desempenho agronômico de dois genótipos
de morangueiro submetidos a diferentes formas de cultivo.
O experimento foi realizado na área
experimental da Universidade Federal da Fronteira Sul, campus Laranjeiras do
Sul-PR, no setor de Horticultura, localização 25°24’28’’ S 52°24’, 58’ W e
altitude de 840 m. O solo da região é classificado como um LATOSSOLO VERMELHO Eutróférrico (EMBRAPA, 2013).
O clima da região é classificado como (Cfb), clima temperado segundo a classificação de Köeppen- Geiger (1948), com temperatura média anual entre
18 e 19ºC e precipitação de 1800 a 2000 mm.ano-1 (CALVIGLIONE et al., 2000). Durante o período de execução do
experimento, que foi de junho de 2020 a janeiro de 2021, as médias de
temperaturas mínimas e máximas permaneceram entre 11,7 e 28,6°C, respectivamente, e a precipitação acumulada foi de 1759,9
mm (Figura 1) (UFFS, 2020).
Figura 1. Valores médios de precipitação (mm), temperaturas
(°C) mínima, média e máxima do ar nos meses de avaliação de junho a dezembro
de 2020 e janeiro
de 2021, Laranjeiras do Sul-PR. Dados obtidos
na estação climática da UFFS - Laranjeiras do Sul-PR.
Foram utilizados dois genótipos de morangueiro oriundos
da Itália, provenientes do programa de melhoramento do Consiglio per La Ricerca in Agricoltura e l'Analisi dell'Economia Agraria
– Unitá di Ricerca per La Frutticoltura di Forlı̀ (CREA-FRF). Estes materiais foram enviados para o Brasil através de uma parceria com o Centro de
Ciências Agroveterinárias (CAV) da
Universidade do Estado de Santa
Catarina (UDESC). Sendo
identificados como CREA FRF LAM 269.19 de dias curtos e CREA FRF 114.01 de dias neutros.
Os genótipos foram cedidos à Universidade
Federal da Fronteira Sul para realização de experimentos nas condições edafoclimáticas de Laranjeiras do Sul/PR. As plantas foram cultivadas
em sistema orgânico de produção
e foram avaliadas quatro diferentes formas de cultivo,
sendo estes: em calhas,
sacos de cultivo (slabs), solo e vasos, todos em
ambiente protegido.
Foi realizado dois delineamento experimental,
sendo um para os aspectos pós-colheita de qualidade
de frutas, e outro para avaliações a campo, sobre a influência que a época de
colheita exerce nas características das mesmas.
Para avaliações a campo, foi utilizado o delineamento
inteiramente casualizado em esquema bifatorial 4 x 4, sendo as quatro formas de cultivo e quatro
meses de colheita (setembro, outubro, novembro e dezembro), utilizando três
repetições com cinco frutas cada.
Para as demais
variáveis, utilizou-se delineamento completamente casualizado em que se assume que as condições locais
são homogêneas e não tem efeito significativo sobre os tratamentos em esquema
bifatorial, 2
x 4 (dois genótipos
e quatro formas de cultivo). Foram utilizadas três repetições com cinco
plantas cada, totalizando 120
plantas avaliadas no experimento, sendo que para cada forma de cultivo e genotipo havia mais duas plantas de bordadura totalizando
para cada genótipo 8 bordaduras.
O ambiente protegido utilizado para formas de
cultivo em calha, slab e vaso foi uma estrutura tipo
túnel alto com 2,5 m de altura,
5,0 m de largura e 30,0 m de comprimento. Para o cultivo
em solo, utilizou- se canteiros cobertos com filme
plástico (mulching) dupla face. Posteriormente, realizou-se a construção dos túneis baixos, utilizando filme plástico em polietileno de baixa densidade (PEBD) de coloração leitosa, com espessura de 100 micras, arcos de aço galvanizado
revestidos com tubos de PVC, com altura de 0,75 m dos canteiros e espaçados a
2,00 m.
Nos cultivos fora de solo,
o substrato utilizado foi formulado considerando os materiais que o agricultor possa dispor na propriedade. Assim a mistura
foi composta por 25% de composto orgânico,
29% terra para vaso, 35% de substrato comercial
Turfa Fertil®, composto de turfa e casca
de arroz desidratada, 22,5% de húmus, 12,5% vermiculita e 1% de turfa, que foi adaptado
levando em consideração o indicado por Mazon
(2019).
Os sacos de cultivo (slabs)
utilizados foram de plástico e medem 1,20 m de comprimento, 0,30 m de largura e
0,30 m de altura. Foram preenchidos com 33,6 L de substrato, em cada e ficaram
alocados horizontalmente em bancadas a 1,00m do solo. As calhas foram
construídas, com madeira proveniente de reflorestamento não tratada. As
dimensões das calhas foram 2,40 m de comprimento, 0,30 m de largura e 0,20 m de altura,
posicionadas a um metro do solo no ponto mais alto e com 2% de declividade para permitir o
escoamento da água em excesso, cada calha foi forrada com filme plástico dupla
face e preenchida com 144 L de substrato. Os slabs e
as calhas estavam alocadas a 0,40 m um do outro.
Os vasos utilizados foram de plástico com
coloração preta e capacidade de cinco litros, apresentando altura e diâmetro de
0,20 m. Optou-se pelo uso de vasos com capacidade de cinco litros, pois de
acordo com Lopes et al., (2019), não há necessidade de volumes maiores
que esse para o bom desenvolvimento da cultura. Os mesmos foram
acondicionados sobre palets de madeira, e preenchidos
com substrato.
O cultivo em solo iniciou-se com o preparo dos
canteiros, realizando gradagem, encanteiramento, adubação e correção do solo,
tendo como base a análise de solo realizada na área em anos anteriores (Tabela
1) e o Manual de Adubação e Calagem para o Estado
do Paraná (2017).
Os canteiros apresentavam as seguintes dimensões: 6,00
m de comprimento, 1,00 m de largura e 0,30 m de altura. A calagem foi realizada cerca
de 30 dias antes do plantio utilizando 2780 kg. ha-1 de calcário calcítico
com PRNT de 80%.
No mesmo período, foi realizada
a adubação necessária, sendo adicionados 100 kg. ha-1 de fosfato natural, 4550 kg.ha-1 de cama de aviário peletizada
e 50 kg.ha-1 de cloreto de
potássio.
Tabela 1. Composição química do solo
na área destinada ao experimento no Setor de Horticultura da Área
Experimental da UFFS. |
||||||||||||
pH CaCl2 |
MO g/dm3 |
P Melichi-1 Mg/dm3 |
K |
Ca |
Mg |
Al |
H+Al |
CTC pH7 |
V% |
Ca/M g |
Ca/K |
Mg/K |
5,41 |
40,53 |
23,91 |
0,34 |
3,62 |
1,66 |
0,0 |
5,68 |
11,30 |
60,7 |
2,2/1 |
10,6/1 |
4,9/1 |
O plantio das mudas foi realizado dia 19 de junho de
2020. Sendo que antes do plantio as mudas foram caracterizadas quanto ao diâmetro e número de folhas. Os valores médios de diâmetro
obtidos foram 7,18 mm para os genótipos
CREA FRF LAM 269.19 de dia curto e 9,47 mm, para o genótipo CREA FRF 114.01 de dia
neutro. O tamanho mínimo indicado pela legislação brasileira para o diâmetro da coroa é de 5 mm (BRASIL,
2012). Desta maneira,
as mudas encontram-se dentro dos padrões recomendados. O número médio de
folhas foi 1,70 e 1,50 folhas, para os genótipos de dia curto e dia neutro,
respectivamente. Posteriormente, aplicou-se calda de alho nas mudas, que vieram
em torrão e foram imediatamente transplantadas.
O espaçamento utilizado foi de 0,20m entre plantas
nos sistemas slab, calha e 0,40m x 0,40m entre plantas e linhas, nos canteiros e os vasos
abrigavam uma única planta cada,
sendo alocados a 0,10m um do outro.
A irrigação foi realizada por gotejamento com
frequência de três vezes distribuída ao longo do dia. A adubação, tanto no solo quanto nos cultivos em substrato, foi
realizada a partir de fertirrigação utilizando fontes orgânicas, sendo utilizado fertilizante Super Magro®, formulado
de acordo com o proposto
por Leite e Meira (2012), urina de vaca, cinza vegetal, entre outros.
Para o cultivo fora de solo a frequência das adubações
foi definida a partir das aferições constantes da condutividade elétrica no
experimento, sendo que na fase vegetativa a solução drenada foi mantida entre
1,1 a 1,2
dS.cm-1, para acelerar o desenvolvimento vegetativo e o engrossamento da coroa (ANTUNES et al., 2016). Quando a planta estava na
fase reprodutiva a condutividade elétrica permaneceu entre 1,5 e 1,8 dS.cm-1
A adubação foi realizada três vezes por semana,
variando principalmente, conforme as condições
do clima. Nas formas de cultivo fora de solo o sistema
adotado para o cultivo era aberto, ou seja,
a solução nutritiva lixiviada era liberada diretamente no solo. Este sistema representa a maioria dos cultivos
comerciais de morangueiro e praticamente a totalidade da produção das demais
hortaliças de fruto (PALOMBINI et al., 2019).
As flores iniciais foram retiradas nos primeiros 15
dias após o plantio para garantir o desenvolvimento estrutural adequado
das mudas. As demais práticas
de manejo foram realizadas de acordo com a legislação
de orgânicos (BRASIL, 2011), conforme as necessidades das plantas e o
controle de insetos-pragas e doenças.
As avaliações realizadas foram: datas de início de
floração, frutificação e colheita, aspectos da planta
e produtivos.
Quanto aos parâmetros fenológicos foram baseados
na metodologia de Antunes et al. (2006), os quais
consideram início da floração quando 50% das plantas apresentaram pelo menos
uma flor aberta. A partir do início da floração determinou-se a data de início
dos seguintes parâmetros: transplantio ao início da floração (T-F),
início da floração
ao início da colheita (IF-IC)
e do transplantio ao início
da colheita (T-IC). Para as avaliações de início de colheita realizado de forma visual, consideram-se maduras
as frutas que apresentaram 75% da epiderme com coloração vermelha.
Os parâmetros das plantas avaliados quinzenalmente
foram: número de folhas e coroas, diâmetro da planta, considerando todas as
coroas, medidas na base da planta, sendo verificado com paquímetro digital (mm)
e teor de clorofila total, determinado de forma não destrutiva utilizando o clorofilômetro Falker Clorofilog modelo CFL 1030, em que o resultado é expresso
em ICF (índice de clorofila Falker), sendo realizadas
duas leituras por plantas que posteriormente foram feitas médias.
As frutas colhidas foram avaliadas mensalmente nos
meses de setembro, outubro, novembro e dezembro de 2020. As avaliações
realizadas foram: diâmetro, sólidos solúveis, comprimento das frutas e massa unitária. A massa unitária
(g) foi avaliada com o auxílio de balança digital
semi analítica. As medidas
de diâmetro e comprimento de frutas foram obtidas com o uso de paquímetro
digital e os resultados expressos em milímetros. Para a análise de sólidos
solúveis retirou-se uma amostra de suco das frutas adicionando-o no refratômetro digital Hanna
Hi96801 com compensação automática de temperatura, em que o resultado é
expresso em graus °Brix.
Os aspectos produtivos
verificados foram: número de frutas por planta e massa fresca (g) verificada em
balança digital. Frutas pequenas,
sendo considerados as que obtiveram
massa menor que o valor mínimo de 6g (PEREIRA
et al., 2013).
A partir do número e massa das frutas foram
quantificadas: produção total
(g.planta-1); produtividade total, estimada
por hectare (t.ha-1); produção comercial (g.planta-1) e
produção de frutas pequenas (g.planta-1).
Os dados obtidos foram submetidos à análise de
variância e as diferenças entre médias comparadas pelo teste de Scott-Knott a 5% de probabilidade. As análises ocorreram
com o auxílio do programa
Sisvar 5.6 (FERREIRA, 2011).
Para as avaliações fenológicas não houve interação entre os fatores
(genótipos x formas
de cultivo), sendo que
somente o fator genótipo atuou de maneira significativa para a variável
transplantio ao início da floração (T-IF) e transplante ao início da colheita
(T-IC) (Tabela 2).
Tabela 2. Duração dos
estádios fenológicos (dias), início da floração (T-IF) e início da colheita (T-IC)
do genótipos CREA FRF LAM 269.19 de dias curtos e
CREA FRF 114.01
de dias neutros de morangueiro em condições
edafoclimáticas de Laranjeiras do Sul, Paraná
Genótipos |
T - IF
(dias) |
T - IC
(dias) |
CREA FRF LAM
269.19 |
63,41 a |
88,66 a |
CREA FRF 114.01 |
52,08 b |
79,66 b |
CV(%) |
19,28 |
11,55 |
Erro |
3,21 |
2,80 |
Médias seguidas de letras iguais não diferem
entre si pelo teste de Scott-Knott a 5% de significância.
Com relação às avaliações fenológicas, verificou-se
que ambos os genótipos se desenvolveram adequadamente e expressaram precocidade
em relação à colheita na região de estudo. Assim, os materiais apresentam-se como uma adequada opção para os
produtores, principalmente o genótipo CREA FRF 114.01, que atingium
maior produção gramas de fruto por planta em todas as formas de cultivo
avaliadas (Tabela 3).
Tabela 3. Produção total (g. planta-1), Número de
Frutas, Frutas pequenas (g. planta-1), Produção Comercial (g. planta-1), Produtividade (t. ha-1) de dois genótipos (CREA FRF LAM 269.19 de dias curtos - DC e CREA FRF
114.01 de dias neutros - DN) de morangueiro em diferentes sistemas
de cultivo no período de junho
de 2020 a janeiro de 2021 para as condições edafoclimáticas de Laranjeiras do Sul,
Paraná
Aspectos Produtivos |
||||||||||
Formas de cultivo |
Produção total (g.planta-1) |
N° de Frutas |
Frutas pequenas (g.planta-1) |
Produção Comercial (g.planta-1) |
Produtividade (t.ha-1) |
|||||
|
|
|
|
Genótipos |
|
|
|
|
||
|
DC |
DN |
DC |
DN |
DC |
DN |
DC |
DN |
DC |
DN |
Slab |
212,34 bB |
638,57 bA |
17,933 bB |
62,00 bA |
10,53 aA |
21,38 cA |
202,18 bB |
613,86 bA |
13,47 bB |
40,92 aA |
Calha |
385,44 aB |
653,46 bA |
33,00 aB |
63,46 bA |
31,71 aB |
77,43 aA |
353,05 aB |
558,69 bA |
23,53 aB |
39,04 aA |
Vaso |
215,90 bB |
338,57 cA |
21,26 bA |
32,00 cA |
20,48 aA |
24,96 cA |
194,93 bB |
363,81 cA |
11,69 bB |
21,82 bA |
Canteiro |
375,18 aB |
802,65 aA |
31,20 aB |
79,13 aA |
22,57 aB |
62,09 bA |
360,77 aB |
740,47 aA |
9,61 bB |
19,74 bA |
CV (%) |
14,47 |
15,41 |
21,06 |
14,65 |
17,62 |
|||||
Erro |
37,66 |
3,75 |
4,12 |
35,94 |
2,27 |
Médias seguidas por letras iguais
não diferem entre si pelo teste de Scott-Knott, ao nível de 5% de probabilidade; letras minúsculas na coluna; letras maiúsculas na linha.
Em pesquisa realizada em Laranjeiras do Sul/PR, Moritz
et al. (2021), ao avaliarem a cultivar Albion (dia neutro) e outros quatro genótipos, sendo um de
dia neutro e três de dias curtos em cultivo no solo e nas mesmas condições
climáticas do presente trabalho, constataram valores superiores aos obtidos
nesta pesquisa. Os autores verificaram que para as cultivares de dias curtos
entre o T – IF período foi de 88,16 dias e T - IC
118,02 dias. Para os materiais de dias neutros os
períodos do T – IF foram de
92,76 dias e do T - IC, 111,15 dias.
A diferenciação floral em cultivares de morangueiro de
dias curtos ocorre quando o fotoperíodo é inferior a 14 horas e a temperatura
média encontra-se abaixo de 15°C (STRASSBURGER et
al., 2010). Fato este que pode explicar
o atraso no início da floração, assim
como para o início da colheita do genótipo
de dia curto, considerando que nos meses
iniciais a temperatura média foi mais elevada (17 a 18°C) do que a requerida. E ainda, como o
transplantio foi realizado no mês de junho, período em que segundo Pilla e Gimenez (2017), as plantas são estimuladas a florescer, pode ter sido o fator
que contribuiu para a antecipação da floração das cultivares de dias
neutros. Além disso, as cultivares de dias neutros não respondem ao
fotoperíodo, e as temperaturas estavam favoráveis ao início da floração (abaixo
de 28°C) (Figura 1).
Para que o processo de floração e frutificação das
plantas de morangueiro se iniciem, uma série de processos fisiológicos são
desencadeados em sequência. Sendo completamente dependente de estímulos
externos, como a temperatura, o fotoperíodo e fatores internos
da planta, ou pelos três atuando em conjunto
(ANTUNES et al., 2016). Porém esta sensibilidade varia de acordo
com as cultivares e o ambiente, em que
para cultivares de dia neutro, por exemplo, os fatores internos e a temperatura
são mais relevantes do que o fotoperíodo (BUENO et
al., 2002).
A colheita das frutas pode ser iniciada de 60 a 80
dias após o transplantio das mudas, sem a retirada das flores iniciais (ANTUNES
et al., 2011). Desta maneira, pode-se inferir que as
plantas neste experimento, estavam dentro
do esperado para cultura mesmo
com a retirada das flores
iniciais. Esta prática de poda, consiste na remoção das
flores iniciais pós transplantio, exercendo grande influência no
desenvolvimento das plantas em fase inicial, favorecendo a concentração de
fotoassimilados e nutrientes no desenvolvimento estrutural da planta, isto
implicará na maior capacidade produtiva das plantas, visto que as flores são drenos que demandam de grande quantidade de energia. Para as variáveis: clorofila, número de
folhas e coroas não houve interação, sendo que o fator genótipo atuou de forma
isolada (Tabela 4).
Tabela 4. Médias de clorofila
total (IFC), número de folhas e de
coroas de dois genótipos (CREA FRF LAM 269.19 de dias curtos e CREA
FRF 114.01 de dias neutros) de
morangueiro para as condições edafoclimáticas de Laranjeiras do Sul, Paraná
|
|
Aspectos da planta |
|
Genótipos |
|||
|
Clorofila total (ICF) |
N° de folhas |
N° de coroas |
CREA FRF LAM 269.19 |
43,93 a |
11,95 b |
2,31 b |
CREA FRF 114.01 |
41,75 b |
13,78 a |
2,62 a |
CV (%) |
3,83 |
37,32 |
24,71 |
Erro |
0,21 |
0,62 |
0,07 |
Médias seguidas de letras iguais não diferem
entre si pelo teste de Scott-Knott a 5% de significância.
Tendo em vista que o nitrogênio é um dos nutrientes
mais demandados pela cultura do morangueiro, destaca-se a importância da medição do teor de clorofila. Visto que essa variável correlaciona-se de maneira
positiva com o teor de nitrogênio nas folhas das plantas (CARVALHO et al., 2012b). Além disso, a avaliação do teor de
clorofila é uma alternativa para observar a capacidade fotossintética da
planta. Desta maneira, nesta pesquisa o genótipo com maior índice de clorofila
total foi de dia curto. Resultado semelhante foi verificado por Vignolo et al. (2011), para a
cultivar Camarosa (dia curto) ao avaliarem a produção
de morangueiros cultivados em solo, a partir de fertilizantes
alternativos em pré-plantio, em que a cultivar apresentou média de 44,3 para o teor de clorofila, com uma produção
de 813,2 gramas por planta-
1.
A clorofila segundo Streit et al. (2005), é caracterizada por um grupo de pigmentos
presentes nos cloroplastos das folhas, que são responsáveis pela realização da
fotossíntese. O genótipo de dia curto apresentou número de folhas reduzido o
que pode ter proporcionado um incremento no teor de clorofila destas plantas,
indicando uma maior eficiência em relação à atividade fotossintética. Pois de
acordo com Trevisan et al., (2017), o
aumento no teor de clorofila, consequentemente resulta no aumento da produção
energética, de certa forma, compensando a redução da área foliar das plantas do
genótipo de dia curto.
Plantas com maior número de folhas e coroas foram
verificadas na cultivar de dia neutro.
Segundo Rosa et al. (2013),
o número de folhas aumenta
de maneira proporcional ao número de coroas, além disso,
um maior número de folhas representa maior área foliar e consequentemente, a interceptação da radiação solar aumenta, impactando de
maneira direta na produção e tamanho das frutas.
Franco et al. (2017b), ao
avaliarem diferentes posicionamentos de slab para
cultivar dia neutro (San Andreas), durante
sete meses (março
a novembro), em sistema de cultivo convencional nas condições edafoclimáticas
de Laranjeiras do Sul/PR, observaram um número médio de folhas superior (20,15)
às verificadas em ambos os genótipos estudados. Alves (2015) avaliando quatro
diferentes cultivares de dias neutros (Aromas, Albion,
Monterey e Portola),
durante oito meses, em diferentes densidades de plantio, na cidade de
Pelotas/RS, observou médias semelhantes às obtidas neste estudo para número de
coroas (3,47).
Para o diâmetro
da planta houve interação entre
os fatores (Tabela
5). O diâmetro da coroa,
juntamente com as raízes primárias das mudas, tem a função de armazenar
reservas e formar carboidratos, que são essenciais para o crescimento vegetativo das plantas
(ANTUNES et al., 2016). No momento do transplantio
as mudas de dias neutros obtiveram médias superiores no diâmetro da coroa (9,74
mm) em relação ao genótipo de dia curto (7,18 mm). Além disso, mudas com
maiores diâmetros de coroa produzem mais frutas, pois os primórdios florais são produzidos de maneira precoce, além de apresentarem capacidade de produzir um maior número de botões
florais. Acredita-se que estes
fatores podem ter contribuído para o maior crescimento das plantas ao longo do
ciclo. Além disso, a precocidade no florescimento, também é influenciada pelo
diâmetro da coroa (COCCO et al., 2015).
Tabela 5. Diâmetro de plantas (mm)
de morangueiro em função de dois genótipos (CREA FRF LAM 269.19 de dias curtos
e CREA FRF 114.01 de dias neutros) e quatro formas de cultivo
(slab, calha, vaso e canteiro) para
às condições edafoclimáticas de Laranjeiras do
Sul, Paraná
Genótipos |
||
Formas de cultivo |
CREA FRF LAM 269.19 |
CREA FRF 114.01 |
Slab |
25,93 bB |
33,38 aA |
Calha |
32,36 aA |
31,73 bB |
Vaso |
25,47 bB |
29,78 bA |
Canteiro |
34,28 aA |
35,69 aA |
CV (%) |
17,77 |
|
Erro |
1,42 |
Médias seguidas por letras iguais não diferem
entre si pelo teste de Scott-Knott, ao nível de 5% de
probabilidade; letras minúsculas na coluna; letras maiúsculas na linha.
Lisboa et al. (2017),
estudando o desenvolvimento de cultivares de morangueiro em diferentes
substratos, em cultivo fora de solo, em oito meses de avaliação, constataram que o diâmetro da planta nas cultivares de dias curtos (27,60 mm), foi superior
em relação às cultivares
de dias neutros (26,15 mm). Os
valores obtidos pelos autores acima são superiores ao deste experimento somente
para o genótipo de dias curtos cultivados em slab e
vaso.
A superioridade no diâmetro da coroa no cultivo em
canteiro, independente do genótipo, pode ser atribuída ao maior espaço
disponível para o crescimento da planta como um todo. Richter
et al. (2017a), enfatizam que quando cultivado em solo as plantas de
morangueiro apresentaram maior crescimento da parte aérea. Além disso, a
restrição do crescimento radicular das plantas ocorre devido à limitação dos
recipientes de cultivo, pois volumes maiores de substrato, possibilitam o
crescimento das raízes e consequentemente, aumentando o aporte hídrico e
nutricional, promovendo maior desenvolvimento vegetativo da planta e acúmulo de
substâncias de reserva na coroa (SANTOS et al.,
2012).
O menor desenvolvimento das plantas cultivadas em vaso
pode ter sido devido a menor distribuição de
água e solução nutritiva. Pois cada vaso contava com apenas uma saída de gotejo, diferente das demais formas
de cultivo que a água tinha capacidade de espalhar-se pelo sistema de
cultivo, sendo o sistema de irrigação indicado é do tipo "espaguete”. Este
desenvolvimento deficiente das plantas cultivadas em vaso impactou na produção
das plantas que foram submetidas a este sistema, como é possível observar na
tabela 8.
Para as
variáveis de qualidade de frutas, os genótipos foram avaliados separadamente.
Para ambos os genótipos se
verificou que, quando
analisados sólidos solúveis
e massa unitária
das frutas houve interação
entre os fatores (formas de cultivo x meses de colheita) (Tabelas 6 e 7). Para o genótipo de dia curto
CREA FRF LAM 269.19 também se obteve interação quando avaliado o
comprimento das frutas. O genótipo de
dia neutro CREA FRF 114.01, o diâmetro das frutas respondeu a interação dos
fatores.
Quando analisado o comprimento das frutas para
genótipo de dia neutro e diâmetro das frutas do genótipo de dia curto CREA FRF LAM
269.19 somente o fator meses de colheita foi significativo (Tabela 8 e 9).
Tabela 6. Sólidos solúveis (°Brix), diâmetro
(mm) e massa unitária (g) de frutas
do genótipo de morangueiro
CREA FRF LAM 269.19 de dias curtos em função dos quatro meses de avaliação (setembro-set,
outubro- out, novembro-nov e dezembro-dez) e quatro
formas cultivo (Slab-SL, Calha-CL,Vaso-V, Canteiro-CA) Laranjeiras do Sul, Paraná
CREA FRF LAM
269.19 |
||||||||||||||||||||||||
|
|
Sólidos solúveis (°Brix) |
|
|
Diâmetro (mm) |
|
|
Massa unitária (g) |
|
|||||||||||||||
Meses de colheita |
|
|
|
|
|
Formas de cultivo |
|
|
|
|
|
|||||||||||||
|
SL |
CL |
V |
CA |
SL |
CL |
V |
CA |
SL |
CL |
V |
CA |
||||||||||||
set |
7,44 bB |
7,8 aB |
7,46 bB |
9,04 cA |
41,85 aA |
31,53 bB |
35,93 aB |
30,17 aB |
21,59 aA |
21,59 aA |
19,57 aA |
15,82 aB |
||||||||||||
out |
5,68 cB |
5,6 bB |
5,31 cB |
8,87 cA |
27,75 bB |
34,94 aA |
29,90 bB |
28,76 aB |
11,63 bA |
17,03 bA |
14,51 bA |
13,21 aA |
||||||||||||
nov |
9,67 aB |
8,54 aC |
8,54 aB |
11,10 aA |
25,04 aB |
26,52 bA |
27,20 bA |
28,24 aA |
9,655 bB |
9,95 cB |
12,81 bA |
15,09 aA |
||||||||||||
dez |
7,82 bB |
6,20 bC |
6,25 cB |
10,04 bA |
24,01 bB |
31,88 bA |
27,46 bB |
16,54 aA |
9,15 bB |
11,53 bA |
9,74 bB |
11,33 aB |
||||||||||||
CV (%) |
|
7,72 |
|
|
7,9 |
|
|
16,19 |
|
|||||||||||||||
Erro |
|
0,34 |
|
|
1,32 |
|
|
1,21 |
|
|||||||||||||||
Médias seguidas por letras iguais não diferem entre si
pelo teste de Scott-Knott, ao nível de 5% de
probabilidade; letras minúsculas na coluna; letras maiúsculas na linha.
Tabela 7. Sólidos solúveis (°Brix), comprimento de frutas (mm) e massa unitária
(g) de frutas do genótipo CREA FRF 114.01 de dias neutros
de morangueiro em função dos quatro meses de avaliação (setembro- set,
outubro-out, novembro-nov e dezembro-dez) e quatro
formas cultivo (Slab-SL, Calha-CL,Vaso-V, Canteiro-CA) Laranjeiras do Sul, Paraná
CREA FRF 114.01 |
||||||||||||
|
|
Sólidos solúveis (°Brix) |
|
Comprimento (mm) |
|
|
Massa unitária (g) |
|
||||
Colheita |
|
|
|
|
|
Formas de cultivo |
|
|
|
|
|
|
|
SL |
CL |
V |
CA |
SL |
CL |
V |
CA |
SL |
CL |
V |
CA |
set |
7,00 bA |
7,98 bA |
7,73 bA |
8,82 bA |
34,33 aB |
40,29 aA |
37,3 aB |
41,67 aA |
12,87 aB |
12,87 bB |
12,24 aB |
19,15 aA |
out |
6,11 bA |
6,94 bA |
5,69 cA |
6,90 cA |
30,64 aA |
31,48 aA |
32,31 bA |
33,07 aB |
12,23 aB |
17,46 aA |
14,99 aA |
13,23 bB |
nov |
8,68 aB |
9,54 aB |
7,73 bC |
11,83 aA |
33,47 aA |
33,93 bA |
31,28 bA |
31,72 bA |
12,95 aA |
12,95 bA |
9,74 bA |
13,49 bA |
dez |
7,60 aB |
6,90 bB |
9,14 aA |
9,15 bA |
33,03 aA |
33,42 bA |
32,55 bA |
32,55 bA |
11,23 aA |
11,53 bA |
9,75 bA |
11,06 bA |
CV (%) |
|
|
9,64 |
|
|
|
5,82 |
|
|
16,2 |
|
|
Erro |
|
|
0,44 |
|
|
|
1,14 |
|
|
1,21 |
|
|
Médias seguidas por letras iguais
não diferem entre
si pelo teste de Scott-Knott, ao nível de 5% de probabilidade; letras
minúsculas na coluna;
letras maiúsculas na linha.
Tabela 8. Comprimento de frutas (mm) do genótipo CREA FRF LAM 269.19 de dias curtos
nos meses de avaliação de setembro a dezembro em quatro diferentes sistemas de
cultivo (Slab-SL, Calha-CL,Vaso-V, Canteiro-CA) para às condições edafoclimáticas de Laranjeiras do Sul, Paraná
|
Meses de avaliação |
|
CREA FRF LAM 269.19 |
|
|
|
SL |
CL |
V |
CA |
|
|
set |
42,29 a |
39,35 a |
40,90 a |
39,59 a |
out |
33,24 a |
36,39 a |
34,76 a |
33,45 a |
|
nov |
29,95 a |
30,13 a |
31,18 a |
33,60 a |
|
dez |
32,63 b |
38,36 a |
33,89 b |
38,42 a |
|
CV (%) |
|
7,2 |
|
|
|
Erro |
|
1,47 |
|
|
|
Médias seguidas por letras iguais não diferem
entre si pelo teste de Scott-Knott, ao nível de 5% de probabilidade.
Tabela 9. Diâmetro de frutas (mm)
de do genótipo CREA FRF 114.01 de dias neutros nos meses de avaliação de
setembro a dezembro em quatro diferentes sistemas de cultivo (Slab-SL, Calha-CL,Vaso-V,
Canteiro-CA) para às condições edafoclimáticas de
Laranjeiras do Sul, Paraná
Meses de avaliação |
|
CREA FRF 114.01 |
|
|
SL |
CL |
V |
CA |
|
set |
27,54 b |
30,16 a |
25,38 b |
30,81 a |
out |
29,66 a |
31,86 a |
27,89 a |
29,14 a |
nov |
26,95 a |
28,96 a |
25,51 a |
28,84 a |
dez |
25,85 a |
25,95 a |
25,28 a |
25,28 a |
CV (%) |
6,47 |
|||
Erro |
1,04 |
Médias seguidas por letras iguais não diferem
entre si pelo teste de Scott-Knott, ao nível de 5% de probabilidade.
O teor de sólidos solúveis é uma característica de
interesse no consumo de frutas, principalmente in natura, pois expressa o teor de açúcares e outros compostos,
como ácidos, vitaminas, aminoácidos e algumas pectinas, porém em menores
quantidades (CHITARRA; CHITARRA, 2005). Antunes et
al., (2010), destacam que para um sabor aceitável, as frutas de morango devem
apresentar pelo menos
7,0°Brix. Desta forma,
as frutas do genótipo CREA FRF LAM 269.19 de dias curtos colhidas nos
meses de outubro nas formas de cultivo slab, calha e
vaso, assim como as frutas colhidas em dezembro nas formas de cultivo em calha
e vaso não apresentaram teores satisfatórios de sólidos solúveis.
Comportamento semelhante foi verificado para o genótipo
CREA FRF 114.01
também no mês de outubro para as frutas colhidas em todas as formas de
cultivo assim como no mês de dezembro para forma
de cultivo em calha. Acredita que estes resultados podem estar relacionados com as condições
climáticas, pois o mês de outubro apresentou temperaturas elevadas, com máxima
de 36°C, (Figura 1) temperatura acima do ideal para a cultura. Pois em altas
temperaturas a transpiração e a respiração aumentam, ocasionando um alto gasto energético, provocando a translocação das reservas armazenadas nas frutas, em forma de açúcares, para manutenção das atividades
essenciais da planta.
No mês de dezembro em que se obteve uma produção
acentuada, levou a maior distribuição dos sólidos entre as frutas produzidas,
estes fatores podem ter causado a redução no teor de sólidos solúveis nos respectivos meses de avaliação e genótipos. Além disso, as temperaturas também se
encontravam altas (máxima de 31°C),
e a pluviosidade no mês de dezembro foi elevada (413 mm), (Figura 1) o que
resultou em dias nublados com baixa incidência solar, resultando na deficiência
da atividade fotossintética e distribuição de fotoassimilados entre as frutas.
O teor de sólidos solúveis pode variar conforme as
condições climáticas, genéticas e nutricionais (PINELLI et al., 2011). Este último fator pode ter apresentado maior contribuição para a superioridade no teor de sólidos
das frutas colhidas
nas plantas cultivadas em canteiro/solo em todos os meses de colheita e para os dois genótipos estudados,
considerando a complexidade da composição do solo em relação ao substrato.
Além disso, maiores temperaturas proporcionam a
colheita de frutas com maior qualidade, devido a síntese de compostos
secundários e pelo acúmulo de açúcares solúveis ser maior nestas condições
(RESENDE et al., 2010). Estes
resultados corroboram com os observados por Fernandes Júnior
et al., (2002), ao estudarem o comportamento agronômico do morangueiro cultivar Campinas IAC 2712 (dias curtos), nos sistemas hidropônico-NFT, em substrato de casca de arroz carbonizada acondicionada em colunas
verticais e no solo.
As frutas do morangueiro podem ser enquadradas em duas
classes distintas em relação ao diâmetro, classe 15 quando o diâmetro da fruta estiver
entre 15 a 35 mm e classe 35, em que as frutas
devem apresentar diâmetro acima
de 35mm, de acordo com as Normas de Classificação
do Morango (PBMH; PIMo, 2009). Dentro deste contexto,
somente a forma de cultivo em slab no mês de setembro
no genótipo de dia curto, as frutas colhidas
agrupam-se na classe
35. Para as demais formas
de cultivo, meses de colheita
e genótipos a média do diâmetro
das frutas pertence
à classe 15. Além disso, cabe destacar que, 15 mm é o diâmetro
mínimo para comercialização das frutas, desta
maneira as frutas produzidas em todas as formas de cultivo e meses de colheita estão aptas à comercialização.
O diâmetro das frutas manifestou-se de maneira
diferenciada em ambos os genótipos em relação aos sistemas de cultivo. Richter et al., (2017b), ao avaliarem a produção de três
cultivares de morangueiro de dia neutro (Albion, San Andreas e Capitola) na safra
2016/17, em diferentes sistemas de cultivo, não observaram diferenças significativas entre os sistemas em solo e suspenso. O contrário foi observado neste estudo, que em todos os meses de
colheita observou-se diferenças entre as formas de cultivo.
O comprimento médio
das frutas entre os meses
de colheita foi de 33,94 e 35,50 mm para os genótipos de dia curto e neutro
respectivamente. Valores superiores aos observados por Guimarães et al., (2013), ao estudarem as características físico-química em diferentes cultivares de morangueiro, em que o comprimento
médio das frutas foi de 30,74 mm (cultivares de dia curto - Oso Grande,
Festival, Camarosa, Ventana e Palomar) e 30,60 mm
(cultivar Albion de dia neutro).
O comprimento e o diâmetro das frutas podem ser influenciados
pelas condições climáticas, ou seja, meses que apresentam temperaturas mais elevadas
e dias mais longos podem
proporcionar um incremento significativo no tamanho das frutas,
pois proporcionam maior atividade fotossintética (FRANCO et
al., 2017a).
De maneira geral, para os dois genótipos
e em todas as formas
de cultivo, as frutas colhidas
no mês de setembro obtiveram maior comprimento e massa. Provavelmente devido ao fato de que neste mês a colheita incipiente foi pequena,
proporcionando o maior incremento no tamanho destas frutas, fator interessante
para as características do genótipo. Além disso, as flores primárias que
produzem as primeiras frutas a serem colhidas, são maiores devido ao maior aporte de pistilos, que dão origem aos aquênios,
pois sabe-se que quanto maior
for a produção de aquênios, mais auxina é produzida, induzindo o aumento no
tamanho das frutas (ANTUNES et al., 2016).
Os valores obtidos para comprimento e massa corroboram
com os verificados por Franco et al., (2017a), ao
avaliarem as frutas colhidas de maio a setembro. Observaram para este último
mês, comprimento e massa superiores aos demais meses para cultivar
San Andreas. Ao avaliarem o desempenho
de cinco cultivares de dia neutro (Albion, Aromas, Portola, San Andreas e Monterrey)
e três cultivares de dia curto (Camarosa, Camino Real e Benícia), Züge et al. (2016) colheram frutas com massa unitária
semelhantes às observadas no presente estudo, sendo de 13,1 e 13,4 g para as
cultivares de dia neutro e curto respectivamente. O aumento da massa das frutas
colhidas no genótipo de dia curto pode estar correlacionado com o teor de clorofila, resultando na maior
produção de fotoassimilados, o que possibilitou o aumento da deposição de
matéria vegetal nas frutas, incrementando na massa das frutas produzidos.
Quanto à massa, as frutas podem ser classificadas em
extra (maior que 14g) e de primeira (entre 13 e 6g) (REBELO; BALARDIN, 1997).
Desta maneira, no genótipo de dias curtos, as frutas colhidas que se enquadram
na classe “extra” foram obtidos no
mês de setembro em todas as formas de cultivo, no mês de outubro, nas formas de
cultivo calha e vaso, e em novembro
somente no cultivo canteiro. Já no genótipo de
dias neutros as frutas colhidas
nos canteiros agrupam-se na classe “extra”
no mês de setembro no cultivo
em canteiro e nas formas de cultivos em calha e vaso no mês de outubro. Para os
demais meses e formas de cultivo, as frutas colhidas pertencem à classe “de
primeira”.
Para aspectos produtivos houve interação entre
os fatores (genótipos x formas de cultivo) em todas as variáveis analisadas (Tabela 3). Plantas com maior produção
total e número
de frutas foram
obtidas quando cultivadas em canteiro e calha, para os dois genótipos estudados. Podendo estar correlacionado com o maior espaço para desenvolvimento do
sistema radicular e, consequentemente da planta como um todo. Da mesma maneira, as formas de cultivos em
slab e vasos podem estar relacionados com as
limitações proporcionadas pelo sistema de cultivo ocasionando a redução da
produção nestes sistemas (Tabela 5).
Resultado semelhante foi observado por Miranda et al., (2014), ao avaliarem o uso de slabs
e calhas no cultivo das cultivares Festival e Oso Grande de dias curtos em
Ibiapina/CE, com as colheitas sendo realizadas de junho de 2012 a janeiro de
2013. Os autores concluíram que a produção total na forma de cultivo em calhas
foi superior ao das plantas produzidas em slab. No
entanto, as médias observadas pelos autores foram superiores às obtidas no
presente estudo, para ambos os sistemas de cultivo (calha 1220,8 g.planta-1 e slab 872
g.planta-1).
Fernandes Júnior et al., (2002), não observaram para produção total por planta
diferenças significativas
entre o sistema hidropônico utilizando calhas
e em solo para a cultivar de dias curtos
Campinas IAC-2712 em seu estudo conduzido
em Jundiaí/SP. Estes
resultados corroboram com os observados neste estudo para o genótipo de dia curto. Por outro
lado, Cecatto et al.,
(2013) estudando o desempenho de cultivares de morangueiro (Camarosa,
Florida Festival, Camino Real, San Andreas, Monterey, Portola e Ventana), observaram que a produção em sistema fora de solo com substrato (326,00 g. planta-1) foi significativamente
menor em relação ao cultivo em solo (873,00 g. planta-1),
corroborando com este trabalho.
A produção média por planta
de cultivares já estabelecidas, de acordo com Gonçalve, Cocco e Antunes (2015), podem ser utilizadas para comparação de
desempenho produtivo dos genótipos estudados. A cultivar Camarosa
(dias curtos) apresenta capacidade produtiva de 850 a 1050 g, e a cultivar San Andreas (insensível ao fotoperíodo) pode produzir de 700 a 900 g por planta.
Diante do exposto,
conclui-se que o genótipo de dias
curtos apresentou produção inferior em todos os sistemas. Já o genótipo de dia
neutro CREA FRF 114.01, somente nos canteiros a produção encontrou-se
aproximada da cultivar San Andreas.
Importante ressaltar que a implantação do experimento foi realizada tardiamente, sendo um dos fatores
contribuintes para que a cultivar de dia curto tivesse a produção prejudicada.
Visto que a janela ideal para plantio de cultivares de dias curtos
é de fevereiro a março,
possibilitando que a planta possa se desenvolver de maneira adequada e
consequentemente afetar na produção. Além disso, cabe destacar que no mês de
setembro os dias começam a alongar-se, e foi neste mês que a produção foi
iniciada, prejudicando a produtividade do genótipo de dias curtos.
E ainda, pode-se observar que o genótipo de dia neutro
apresentou maior número de folhas e coroas (Tabela 5) aliado a isso a área
fotossinteticamente ativa é maior, resultando no incremento dos resultados de
produção e número de frutas.
Identificou-se que,
em ambos os genótipos e formas de cultivo, quanto
mais elevado o número de frutas produzidos, maior é o número de frutas que possuem massa menor que 6g, e que não são comercializáveis como fruto in natura (Tabela 3). Esse fato pode
estar relacionado à quantidade de eixos florais formados em que são originadas
as flores. Sendo classificadas como: primárias que frutificam primeiro produzindo frutas maiores, já as flores
secundárias e terciárias dão origem a frutas menores
devido a possuírem um menor número de pistilos (PALHA, 2005).
Para todas as situações fatoriais desta pesquisa,
verificou-se que a produção de frutas comerciais, caracterizada pelo somatório das frutas com massa maior
que 6 g, está de acordo com o recomendado para cultivo. Pois de acordo com Rebelo e Balardin
(1997), a produção mínima de frutas comerciais não deve ser inferior
a 300 g.planta-1. Além disso, esses resultados são superiores aos observados por Mazon (2019), a autora em seu estudo conduzido
na cidade de Verê/PR, que teve por objetivo avaliar o
desempenho de diferentes cultivares em slab, obteve
valores de 212,23g para a cultivar de dia curto e 295,84 g para as cultivares
de dia neutro.
Esses valores obtidos em relação à produção e produtividade, são semelhantes aos verificados por Moritz et al. (2021), observaram maior produção e produtividade
dos genótipos de dia neutro em relação aos de dia curto nas condições de Laranjeiras do Sul/PR. Verificaram a produção em gramas por planta de 373,24
g para os genótipos de dia neutro, e
325,47 g para os genótipos de dia curto, porém
com produtividade superior quando analisado
o cultivo em solo (27,99 t.ha-1 para os genótipo
de dia neutro e 23,40 t.ha-1 para os
genótipos de dia curto). Cabe ressaltar que o espaçamento entre plantas foi menor (0,30m)
que o adotado no presente estudo.
Para produtividade o desempenho dos genótipos
estudados em Laranjeiras do Sul/PR nas diferentes formas de cultivo pode ser
considerado satisfatório quando comparados com cultivares já estabelecidas.
Além disso, de acordo com Antunes et al., (2020), a
produtividade média do morangueiro no Paraná é de 30 t. ha-1.
A baixa produtividade no cultivo em canteiro se deve
ao menor número de plantas que podem ser alocadas por hectare (26.666 plantas.ha-1) em relação às demais formas de
cultivo. Enquanto nas formas de cultivo em slab,
calha (66.666 plantas.ha-1) e vasos (60.000
plantas.ha-1) o número de plantas por área é maior. Além disso, as
plantas cultivadas em solo tendem a manter-se mais vigorosas e desta maneira,
necessitam de um espaçamento maior. E ainda, ao observar
a produção por planta, nota-se
que o cultivo em canteiro
se apresenta com produção significativa (Tabela 3).
Cabe destacar que a produtividade alcançada nos canteiros foi satisfatória se comparada a cultivares já estabelecidas, cultivadas na região.
Pois, Camargo et al., (2010), ao avaliarem a produção
em canteiro em sistema orgânico e convencional na cidade de Guarapuava/PR,
obtiveram produtividade inferiores às quantificadas neste estudo, com valores
de 16,83 t. ha-1 para a cultivar Aromas (dia neutro). Quando
observada a produtividade no sistema de cultivo em slab, Franco
et al., (2017b),
observou média de 26,02 t.ha-1
para cultivar San Andreas, resultado inferior ao
obtido para o genótipo de dias neutros no presente estudo.
A maior produção
total, comercial e produtividade das plantas do genótipo de dias neutros
em todas as formas de cultivo, se deve ao fato de
que o fotoperíodo não interfere na diferenciação floral, permitindo com que a produção
possa persistir durante todo o ano, desde que as temperaturas médias permaneçam
inferiores a 28°C, pois no período de avaliação do experimento as médias de
temperaturas permaneceram na faixa dos 22°C. Já o genótipo de dias curtos tem
seu pico produtivo nos meses de inverno, cessando a produção quando
o número de horas de luz diárias
ultrapassa de 14 horas. Além disso, pode-se
correlacionar o aumento da produção do genótipo de dia neutro com o
maior desenvolvimento da planta em relação ao número de folhas e coroas (Tabela
5), desta maneira, tem-se maior área fotossinteticamente ativa, impactando na
produção.
O genótipo CREA FRF 114.01
iniciou a produção
antecipadamente em relação
a CREA FRF LAM 269.19. A maior produção e teor de sólidos
solúveis das frutas foram obtidos em canteiro em ambos os genótipos. O genótipo
de dias neutros CREA FRF 114.01 foi mais produtivo nas condições edafoclimáticas de Laranjeiras do Sul-PR. O genótipo
de dias curtos CREA FRF LAM 269.19 teve
seu desempenho prejudicado pelas condições climáticas.
A Universidade Federal
da Fronteira Sul, pela concessão
da bolsa pelo Edital Nº 270/GR/UFFS/2020, para execução do projeto PES2020-0308. Ao
Edital MCTI/MAPA/SEAD/MEC/CNPq – Nº21/2016, Processo
403087/2017. Ao grupo
de pesquisa Horticultura da UFFS - LS, pelas contribuições prestadas. A todos que de alguma forma contribuíram para a
realização deste trabalho.
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