Revista Verde (1981-8203) Pombal, Brasil
v. 18, n. 4, out-dez, p. 127-131, 2023.
doi: https://doi.org/10.18378/rvads.v18i4.9802
Levantamento fitossociológico
de plantas daninhas em área de produção de pitaya
Phytosociological survey
of weeds in pitaya production area
Relevamiento fitosociológico
de malezas en zona de producción
de pitaya
Romário Guimarães Verçosa de Araújo1; Jorge Luiz Xavier Lins Cunha2; Maria Gilberlândia Ferreira Ferro3; Charles Fraga Pereira4; Laysa Maria Moreira da Costa Silva5; Renan Cantalice de Souza6
1Doutorando em Produção
Vegetal; Universidade Federal de Alagoas, Rio Largo, Alagoas; E-mail: romariorgva@hotmail.com; 2Doutor
em Fitotecnia; Universidade Federal de Alagoas, Rio Largo, Alagoas; E-mail: jorge.cunha.xavier@gmail.com; 3Doutoranda
em Produção Vegetal; Universidade Federal de Alagoas, Rio Largo, Alagoas;
E-mail: gilberlandiafferro@gmail.com; 4Graduando em Agroecologia; Universidade Federal de
Alagoas, Rio Largo, Alagoas; E-mail: charles.pereira@ceca.ufal.br; 5Engenheira
Agrônoma; Universidade Federal de Alagoas, Rio Largo, Alagoas; E-mail:
lay-samoreira@hotmail.com; 6Doutor em Fitotecnia; Universidade
Federal de Alagoas, Rio Largo, Alagoas; E-mail: renancantalice@gmail.com
Recebido:
26-05-2023; Aprovado: 11-09-2023
Resumo: A pitaya tem ganhado destaque no mercado de
frutos exóticos no Brasil, no entanto, diversos fatores limitam a
produtividade, dentre eles, a interferência provocada por plantas daninhas. Nesse
contexto a identificação da dinâmica populacional das plantas daninhas é a
primeira etapa para adoção do manejo integrado, contribuindo para um controle
eficiente e sustentável, e pode ser realizado através de levantamento fitossociológico. Objetivou-se por meio deste trabalho
identificar e quantificar a composição florística de plantas daninhas em um
pomar de pitaya, no primeiro ano de implantação, no
município de Rio Largo, Alagoas. A fitossociologia foi realizada aos 120 dias
após o plantio, utilizando um quadrado vazado de 0,50 m de largura, as espécies
foram coletadas, identificadas, contabilizadas e acondicionadas em estufa à 65
°C. Foram calculados os seguintes índices: densidade, densidade relativa,
frequência, frequência relativa, índice de valor de importância, abundância,
abundância relativa, massa seca, massa seca relativa e índice de importância
relativa. A comunidade de plantas infestantes apresentou considerável
diversidade, com 24 espécies distribuídas em 12 famílias botânicas, sendo Poaceae
e Asteraceae com maiores ocorrências. Observou-se que as espécies Cenchrus echinatus,
Ageratum conyzoides,
Galinsoga parviflora,
Eleusine indica e Eclipta
alba apresentaram maior classe de abundância, índice de valor de
importância relativo, e devem ser as principais espécies para o controle.
Palavras-chave: Fitossociologia, Hylocereus
sp., cactácea
Abstract: The pitaya has gained prominence
in the exotic fruit market in Brazil, however, several factors limit productivity, among them, the
interference caused by weeds. In this
context, the identification of weed population dynamics is the first
step towards the adoption of
integrated management, contributing
to efficient and sustainable control, and can
be carried out through a phytosociological survey. The objective of this work
was to identify
and quantify the floristic composition
of weeds in a pitaya orchard, in the first year
of implementation, in the municipality of Rio Largo, Alagoas, Brazil. Phytosociology was carried out 120 days after planting, using a hollow square 0.50 m wide, the species were
collected, identified, counted and placed
in an oven at 65 °C. The following indices were calculated:
density, relative density, frequency, relative frequency, importance value index, abundance, relative abundance, dry mass, relative dry mass and
relative importance index.
The community of weeds showed considerable
diversity, with 24 species distributed in 12 botanical families, with Poaceae and Asteraceae having the highest
occurrences. It was observed that the
species Cenchrus echinatus, Ageratum
conyzoides, Galinsoga
parviflora, Eleusine
indica and Eclipta
alba had the highest abundance class, index of relative importance value, and should
be the main
species for control.
Key words: Phytosociology, Hylocereus sp., Cactus
Resumen: La pitaya tem ganhado destaque no mercado de
frutos exóticos no Brasil, sin embargo, diversos factores limitam a produtividade, entre ellos,
una interferencia provocada por plantas daninas. Nesse contexto a identificação da dinâmica
populacional das plantas daninhas é a primeira etapa para adoção do manejo
integrado, contribuyendo para un
control eficiente y sustentable,
y pode ser realizado através de levantamento fitossociológico.
Objetivou-se por meio deste trabalho identificar y quantificar a composição
florística de plantas daninhas em um pomar de pitaya,
no primeiro ano de implantação, no município de Rio Largo, Alagoas, Brasil. La fitosociología se realizó durante
120 días después de la planta, utilizando un cuadrado vazado de 0,50 m de largo, como especies para coletadas, identificadas, contabilizadas y
acondicionadas en estufa a 65 °C. Foram calculas os siguientes índices: densidade, densidade relativa,
frequência, frequência relativa, índice de valor de importância, abundância,
abundância relativa, masa seca, masa
seca relativa e índice de importância relativa. La comunidad
de plantas infestantes presenta una gran diversidad, con 24 especies distribuidas en 12 familias botánicas, entre ellas Poaceae y
Asteraceae con mayores
olores. Observe que las especies
Cenchrus echinatus,
Ageratum conyzoides,
Galinsoga parviflora,
Eleusine indica y Eclipta
alba presentan la mayor clase de abundancia,
índice de valor de importancia relativa, y deben ser la especies
principales para el control.
Palabras Clave: Fitosociología, Hylocereus
sp., Cactus
INTRODUÇÃO
O Brasil é o terceiro maior produtor mundial de frutas (FAO, 2021) e
dentre as frutas produzidas e comercializadas, as frutas exóticas vêm ganhando
espaço (WATANABE et al., 2014). É nesse cenário que a pitaya
(Hylocereus sp.) por seu sabor adocicado e
propriedades nutricionais vêm ganhando espaço no mercado brasileiro.
É considerada uma fruta exótica, no sentido ecólogo, e
também pelo fato de ser pouco conhecida, exuberante e comercializada com
alto valor, principalmente em mercados mais exigentes (EMBRAPA, 2022). O Brasil
conta com 640 estabelecimentos agropecuários produzindo essa cultura, com uma
área colhida de 536 hectares (IBGE, 2017). Vale salientar, ainda, que houve
grande evolução no volume de pitayas comercializadas
no Brasil, o que indica um mercado em pleno crescimento no país (EMBRAPA,
2022).
No entanto, diversos fatores limitam o crescimento dessa cultura no
país, dentre eles, destaca-se a interferência provocada por plantas daninhas. E
é justamente no primeiro ano após a implantação do pomar que a incidência de
plantas daninhas na área ocorre intensivamente, devido à correção e ao preparo
do solo para o plantio. Nesta fase pode ocorrer a competição mais importante,
pois, geralmente, as plantas daninhas crescem rapidamente e exploram um volume
maior de solo, aumentando sua capacidade competitiva pelos recursos hídricos,
luz, nutrientes e gás carbônico (CRUZ et al., 2022).
A identificação da dinâmica populacional das plantas daninhas torna-se
uma ferramenta muito importante, pois o conhecimento das espécies permite a
utilização de práticas de manejo conjugadas, contribuindo para que o controle
seja mais eficiente e sustentável (FLECK et al., 2008). Além do mais, a
identificação da dinâmica populacional das plantas daninhas consiste na
primeira etapa para adoção do manejo integrado de forma eficiente e pode ser
realizado através de levantamento fitossociológico.
A fitossociologia é o estudo das comunidades vegetais comparando as
populações de plantas daninhas num determinado tempo e espaço. O levantamento fitossociológico da lavoura é de extrema importância para
se obter parâmetros confiáveis sobre a composição florística das espécies em
uma lavoura, e realizar a caracterização da comunidade vegetal com base em
aspectos qualitativos e quantitativos. A fitossociologia é ferramenta de apoio
para um manejo adequado de plantas daninhas em uma lavoura, pois permite a
identificação das espécies presentes na área e as que têm maior importância,
considerando frequência, densidade e dominância. (OLIVEIRA et al., 2008).
No Brasil, as informações relacionadas ao manejo de plantas daninhas
nesta cultura são incipientes. Diante do exposto, objetivou-se identificar e
quantificar a composição florística de plantas daninhas em área de produção de pitaya, em seu primeiro ano de implantação, no município de
Rio Largo, Alagoas.
MATERIAL E
MÉTODOS
O experimento foi realizado no Campus de Engenharias e Ciências
Agrárias da Universidade Federal de Alagoas, no município de Rio Largo – AL, no
período de dezembro de 2021 a abril de 2022. O local apresenta as seguintes
coordenadas geográficas (latitude 09°28’30” S;
longitude 35°49’43” W’; altitude 127 m). De acordo com Alvares (2014), o solo é
classificado como latossolo amarelo coeso argissólico
de textura média-argilosa. O clima da região segundo a classificação de Koppen é As’ (tropical
megatérmico com chuvas no outono – inverno). Durante o período experimental a
precipitação acumulada foi de 629,7 mm e com variação de temperatura de 23 a
32°C. Os dados de precipitação e temperatura foram obtidos da estação
meteorológica do Centro de Ciências Agrárias em Rio Largo/AL locada à 300
metros da aérea experimental.
Antes do plantio foi realizada amostragem de solo na área
experimental na profundidade de 0 a 20 centímetros e enviadas ao laboratório
para análise química. O resultado pode ser visualizado na (Tabela 1) e foi
utilizada para recomendação de calagem e adubação. O preparo da área foi
realizado de forma mecanizada com aração 30 dias antes do plantio. A calagem
foi realizada de forma manual na área de plantio aplicando-se 1,20 t ha-1
de calcário dolomítico, com poder relativo de neutralização de 80%. Para
realização do cálculo da necessidade de calagem (NC) utilizou-se o método de
elevação da saturação por bases, neste caso para 70%.
Tabela 1. Resultado da análise química do solo
realizada na camada de 0 – 20 centímetros. |
||||||||||||||||
pH |
Na |
P |
K |
Ca+Mg |
Ca |
Mg |
Al |
H+Al |
SB |
t |
T |
V |
m |
Na |
K |
MO |
H2O |
ppm |
cmolc dm-3 |
% |
|||||||||||||
6,1 |
22 |
10 |
31 |
2,0 |
2,5 |
2,5 |
0,07 |
3,6 |
5,2 |
5,24 |
8,77 |
59 |
1,3 |
1,1 |
0,9 |
2,85 |
pH: Potencial Hidrogeniônico; Na: Sódio; P: Fósforo; Ca+Mg: Cálcio + Magnésio; Al: Alumínio; H+Al: Hidrogênio + Alumínio; SB: Saturação por Bases; t:
CTC Efetiva; T: CTC Total; V: Saturação por Bases; m: Saturação por Alumínio;
MO: Matéria Orgânica. |
O plantio foi realizado de forma manual com espaçamento de 3,00 metros
entre linhas e 2,50 metros entre plantas totalizando 1.333 plantas por hectare.
Sessenta dias após o plantio foi realizada adubação de fundação, em todas as
parcelas, com nitrogênio (N), fósforo (P) e potássio (K) nas doses de 40, 55 e
120 kg ha-1 respectivamente, baseando-se
no resultado da análise do solo. Como fonte de N utilizou-se o sulfato de
amônio que possui 20% de N, para o P utilizou-se o superfosfato simples que
possui 18% de P2O5 e 12% de SO4-2,
e para K foi utilizado cloreto de potássio com 60% de K2O.
O estudo fitossociológico foi realizado aos
120 dias após o plantio (DAP). Foram coletadas 20 amostras utilizando um
quadrado vazado de 0,50 m de largura, onde todas as plantas daninhas foram
coletadas ao nível do solo e separadas por espécie, contabilizadas e,
posteriormente, acondicionadas à estufa com circulação forçada de ar à 65 °C,
até atingir peso constante, para obtenção da massa seca.
A identificação das espécies coletadas foi realizada tomando como base
o Manual de Identificação de Plantas Daninhas (LORENZI, 2014). Após
identificadas, foram contabilizadas as espécies coletadas, e calculados os
seguintes índices fitossociológicos: densidade e
densidade relativa (CURTIS et al., 1950); frequência, frequência relativa e
índice de valor de importância (MUELLER-DOMBOIS, 1974); abundância e abundância
relativa (BRAUN-BLANQUET, 1979); massa seca, massa seca relativa e índice de
importância relativa (NASCIMENTO et al., 2011). Para o cálculo das variáveis
foram utilizadas as equações 1-7.
Frequência (Fre)= Nº de parcelas que contém a
espécie ÷ Nº total de amostras utilizadas (Eq. 1)
Densidade (Den)= Nº de total de indivíduos por espécie ÷ Área total coletada (Eq. 2)
Abundância (Abu)= (Densidade da espécie x 100) ÷ Densidade total das espécies (Eq. 3)
Abundância relativa (Abr)= (Abundância da espécie
x 100) ÷ Abundância total de todas as espécies (Eq. 4)
Massa seca relativa (Msr)=
(Massa seca da espécie x 100) ÷Massa seca total de todas as espécies (Eq. 5)
Índice de valor de importância (IVI)= Frr + Der + Abr + MSr (Eq.
6)
Índice de valor de importância relativa (IVIr)=
(IVI x 100) ÷ IVI total de todas as espécies (Eq. 7)
RESULTADOS E
DISCUSSÃO
A comunidade de plantas infestantes no pomar estudado apresentou
considerável diversidade, com 24 espécies distribuídas em 12 famílias
botânicas. Sendo Poaceae a família mais representativa com cinco espécies
identificadas, seguida por Asteraceae com quatro espécies; Fabaceae e
Euphorbiaceae apresentaram três espécies cada. A família Cyperaceae
apresentou duas espécies, e foram constatados apenas uma espécie nas seguintes
famílias: Solanaceae, Rubiaceae, Phyllanthaceae,
Amaranthaceae, Molluginaceae,
Brassicaceae e Turneraceae (Tabela 2).
Tabela 2. Distribuição das plantas
daninhas por família e espécies coletadas em um pomar de pitaya.
Rio Largo, Alagoas. |
|||
Família |
Nome Científico |
Nome Comum |
Classe |
Poaceae |
Eleusine indica |
Capim-pé-de-galinha |
Monocotiledônea |
Dactyloctenium aegyptium |
Capim-mão-de-sapo |
Monocotiledônea |
|
Digitaria horizontalis |
Capim-colchão |
Monocotiledônea |
|
Panicum maximum |
Capim-sempre-verde |
Monocotiledônea |
|
Cenchrus echinatus |
Capim-carrapicho |
Monocotiledônea |
|
Asteraceae |
Ageratum conyzoides |
Mentrasto |
Dicotiledônea |
Galinsoga parviflora |
Picão-branco |
Dicotiledônea |
|
Eclipta alba |
Erva botão |
Dicotiledônea |
|
Emilia fosbergii |
Pincel |
Dicotiledônea |
|
Fabaceae |
Calopogonium mucunoides |
Calopogônio |
Dicotiledônea |
Mimosa candollei |
Malícia |
Dicotiledônea |
|
Indigofera hirsuta |
Anil |
Dicotiledônea |
|
Euphorbiaceae |
Croton glandulosus |
Malva |
Dicotiledônea |
Croton lobatus |
Erva-de-rola |
Dicotiledônea |
|
Chamaesyce hirta |
Burra leiteira |
Dicotiledônea |
|
Cyperaceae |
Cyperus rotundus |
Tiririca |
Monocotiledônea |
Cyperus iria |
Tiririca |
Monocotiledônea |
|
Solanaceae |
Solanum paniculatum |
Jurubeba |
Dicotiledônea |
Rubiaceae |
Richardia brasiliensis |
Poaia |
Dicotiledônea |
Phyllanthaceae |
Phyllanthus tenellus |
Quebra-pedra |
Dicotiledônea |
Amaranthaceae |
Alternanthera philoxeroides |
Bredo d’água |
Dicotiledônea |
Molluginaceae |
Mollugo verticillata |
Capim tapete |
Dicotiledônea |
Brassicaceae |
Cleome affinis |
Mussambé |
Dicotiledônea |
Turneraceae |
Turnera ulmifolia |
Xanana |
Dicotiledônea |
Observou-se maior frequência das plantas dicotiledôneas, com 70,83% do
total de espécies identificadas, sendo representada por 10 famílias botânicas,
abrangendo 17 espécies, enquanto as monocotiledôneas apresentaram frequência de
29,16%, sendo representadas apenas por duas famílias (Cyperaceae
e Poaceae) e abrangendo 6 espécies. Todas as espécies de plantas daninhas
identificadas são relatadas como extremamente prejudicial na competição com
espécie cultivada, e apresentam como características rápida germinação, ciclo
curto de desenvolvimento, grande produção de diásporos e elevada partição de
recursos nas estruturas de reprodução (SOARES, 2004).
Em um estudo fitossociológico da comunidade
infestante em um pomar de pinha (Annona squamosa) no município de Rio Largo, Alagoas, foi
verificado resultados semelhantes, com maior predominância de plantas da classe
dicotiledônea e as famílias que apresentaram maior número de espécies foram
Asteraceae e Poaceae (SILVA et al., 2020). A composição das populações de
plantas daninhas em um agroecossistema é reflexo de
suas características edafoclimáticas e das práticas agrícolas adotadas, como
preparo do solo e controle das plantas daninhas. (GODOY et al., 1995).
A frequência e a densidade com que as espécies são relatadas nas
amostras pode determinar o tipo de distribuição, se é uniforme ou desuniforme
na área, sendo uma alta densidade e baixa frequência um indicativo de
distribuição desuniforme. Verificaram os maiores índices de frequência para as
espécies Richardia brasiliensis, Calopogonium mucunoides
e Ageratum conyzoides,
sendo estas observadas em 85%, 75% e 65% nas amostras avaliadas,
respectivamente (Tabela 3).
Tabela 3. Relação de plantas
daninhas em densidade (plantas/m²), densidade relativa (%), frequência,
frequência relativa (%), abundância, abundância relativa (%); índice de valor
de importância (%), índice de valor de importância relativa (%), massa seca e
massa seca relativa (%) coletadas em um pomar de pitaya,
em Rio Largo, Alagoas. |
|||||||||||
Espécie |
D |
DR |
F |
FR |
Ab |
AbR |
IVI |
IVIR |
MS |
MSR |
|
Richardia brasiliensis |
33,6 |
0,15 |
0,85 |
0,11 |
9,88 |
5,53 |
5,79 |
5,68 |
62,12 |
8,81 |
|
Solanum paniculatum |
7,4 |
0,03 |
0,50 |
0,07 |
3,70 |
2,07 |
2,17 |
2,13 |
61,04 |
8,65 |
|
Phyllanthus tenellus |
6,6 |
0,03 |
0,60 |
0,08 |
2,75 |
1,54 |
1,65 |
1,61 |
2,82 |
0,40 |
|
Ageratum conyzoides |
53,8 |
0,24 |
0,65 |
0,09 |
20,69 |
11,58 |
11,9 |
11,67 |
5,28 |
0,75 |
|
Galinsoga parviflora |
38,0 |
0,17 |
0,55 |
0,07 |
17,27 |
9,66 |
9,91 |
9,71 |
44,26 |
6,28 |
|
Eleusine indica |
16,4 |
0,07 |
0,50 |
0,07 |
17,27 |
9,66 |
9,91 |
9,71 |
44,26 |
6,28 |
|
Calopogonium mucunoides |
9,20 |
0,04 |
0,75 |
0,10 |
3,07 |
1,72 |
1,86 |
1,82 |
436,04 |
61,8 |
|
Dactyloctenium aegyptium |
6,40 |
0,03 |
0,15 |
0,02 |
10,67 |
5,97 |
6,02 |
5,90 |
2,39 |
0,34 |
|
Indigofera hirsuta |
1,80 |
0,01 |
0,35 |
0,05 |
1,29 |
0,72 |
0,77 |
0,76 |
2,97 |
0,42 |
|
Alternanthera philoxeroides |
2,00 |
0,01 |
0,10 |
0,01 |
5,00 |
2,80 |
2,82 |
2,76 |
11,40 |
1,62 |
|
Mimosa candollei |
2,20 |
0,01 |
0,30 |
0,04 |
1,83 |
1,03 |
1,08 |
1,05 |
11,12 |
1,58 |
|
Croton glandulosus |
6,40 |
0,03 |
0,40 |
0,05 |
4,00 |
2,24 |
2,32 |
2,27 |
27,96 |
3,96 |
|
Cyperus rotundus |
4,20 |
0,02 |
0,15 |
0,02 |
7,00 |
3,92 |
3,95 |
3,88 |
1,48 |
0,21 |
|
Chamaesyce hirta |
2,80 |
0,01 |
0,20 |
0,03 |
3,50 |
1,96 |
2,00 |
1,96 |
3,36 |
0,48 |
|
Mollugo verticillata |
1,20 |
0,01 |
0,25 |
0,03 |
1,20 |
0,67 |
0,71 |
0,70 |
0,16 |
0,02 |
|
Digitaria horizontalis |
1,00 |
0,00 |
0,15 |
0,02 |
1,67 |
0,93 |
0,96 |
0,94 |
1,21 |
0,17 |
|
Cleome affinis |
1,20 |
0,01 |
0,25 |
0,03 |
1,20 |
0,67 |
0,71 |
0,70 |
1,72 |
0,24 |
|
Eclipta alba |
3,40 |
0,02 |
0,05 |
0,01 |
17,00 |
9,51 |
9,53 |
9,35 |
0,28 |
0,04 |
|
Emilia sonchifolia |
0,80 |
0,00 |
0,10 |
0,01 |
2,00 |
1,12 |
1,14 |
1,11 |
0,26 |
0,04 |
|
Cyperus iria |
9,40 |
0,04 |
0,30 |
0,04 |
7,83 |
4,38 |
4,46 |
4,38 |
2,12 |
0,30 |
|
Turnera ulmifolia |
0,80 |
0,00 |
0,10 |
0,01 |
2,00 |
1,12 |
1,14 |
1,11 |
5,46 |
0,77 |
|
Croton lobatus |
4,00 |
0,02 |
0,25 |
0,03 |
4,00 |
2,24 |
2,29 |
2,24 |
2,30 |
0,33 |
|
Panicum maximum |
0,20 |
0,00 |
0,05 |
0,01 |
1,00 |
0,56 |
0,57 |
0,56 |
0,23 |
0,03 |
|
Cenchrus echinatu |
8,40 |
0,04 |
0,05 |
0,01 |
42,00 |
23,50 |
23,54 |
23,08 |
7,69 |
1,09 |
|
Total |
221,2 |
100 |
7,60 |
100 |
178,75 |
100 |
102 |
100 |
705,35 |
100 |
|
D: Densidade; DR: Densidade relativa; F: Frequência;
FR: Frequência relativa; Ab: Abundância; Abr: Abundância relativa; IVI: Índice de valor de
importância; IVIr: Índice de valor de importância
relativa; MS: Massa seca; MSr: Massa seca relativa. |
A densidade total encontrada foi de 221,20 plantas por m², com destaque
para as espécies Ageratum conyzoides, Galinsoga
parviflora e Richardia
brasiliensis, que juntas somaram 56% da densidade relativa, e apresentaram
respectivamente: 538.000, 380.000 e 336.000 plantas por hectare. As menores
densidades foram encontradas nas espécies Panicum
maximum, Turnera
ulmifolia e Emilia fosbergii
que apresentaram respectivamente: 2.000, 8.000 e 8.000 plantas por hectare.
A massa seca total das espécies daninhas foi de 705,35 g m², a espécie Calopogonium mucunoides
apresentou 61,8% desse total, com aproximadamente 4.360,4 kg de matéria
seca por hectare. As espécies Richardia
brasiliensis e Solanum paniculatum apresentaram, respectivamente, 8,81% (621,2
kg de matéria seca por hectare) e 8,65% (610,4 kg de matéria seca por hectare)
do total da massa seca obtida na área. Os menores índices de massa seca foram
encontrados para as espécies: Panicum maximum, Emilia fosbergii e Eclipta
alba, apresentando respectivamente: 0,03%, 0,04% e 0,03% do total de massa
seca obtida na área do estudo.
O acúmulo de massa seca é influenciado pela densidade e capacidade
competitiva da espécie, sendo um dos critérios de importância na avaliação do
crescimento de plantas, indivíduos que produzem maior matéria seca em um menor
intervalo de tendo tendem a ter maior sucesso na competição pelos fatores de
crescimento (FREITAS et al., 2009). À medida que a densidade de plantas
daninhas aumenta numa determinada área, é intensificado a competição interespecífica
e intraespecífica, de modo que as plantas com maior estatura e mais
desenvolvidas tornam-se dominantes, suprimindo as menores (SANTOS et al.,
2004).
As espécies Cenchrus echinatus, Ageratum
conyzoides, Galinsoga
parviflora, Eleusine
indica e Eclipta alba apresentaram
maior classe de abundância, indicando que sua infestação na área está ocorrendo
em reboleiras. Uma forma de analisar todas as informações e avaliar a real
importância de uma espécie de planta daninha em um sistema agrícola é por meio
do índice de valor de importância relativo, onde as espécies Cenchrus echinatus,
Ageratum conyzoides,
Galinsoga parviflora,
Eleusine indica e Eclipta
alba com 23,08%, 11,67%, 9,71%, 9,71% e 9,35%, respectivamente,
apresentando relevante importância e devem ser consideradas como alvo principal
para controle.
De acordo com Cruz et al. (2022) deixar a área totalmente limpa, sem
vegetação, não é recomendável, pois o solo ficará mais propenso à erosão e à
compactação, com menor infiltração de água e maior evaporação. Dessa forma, é
aconselhável a utilização de práticas do manejo integrado de plantas daninhas
mantendo-se a cobertura vegetal ou com culturas anuais de porte baixo no
primeiro ano. Após realização da fitossociologia a área de estudo vem sendo manejada
deixando a cobertura vegetal em um raio de 1 m² em volta das plantas e com
cultivo de amendoim forrageiro nas entrelinhas. As medidas adotadas reduziram a
incidência de plantas daninhas na área, proporcionam infiltração, retenção de
água no solo, redução da erosão, além de melhorar as propriedades físicas e
químicas do solo.
CONCLUSÕES
Foram identificadas 24 espécies de plantas. As espécies Ageratum conyzoides,
Galinsoga parviflora
e Richardia brasiliensis apresentaram
as maiores densidades populacionais.
As espécies Cenchrus echinatus, Ageratum
conyzoides, Galinsoga
parviflora, Eleusine
indica e Eclipta alba apresentaram
maior classe de abundância e maior índice de valor de importância relativo,
devendo ser consideradas como alvo principal para o controle.
AGRADECIMENTO(S)
A Fundação de Amparo à Pesquisa de Alagoas – FAPEAL
pela concessão de bolsa de estudo de pós-graduação e de recursos financeiros
destinados a este projeto, por meio do programa Auxílio à Pesquisa – Exatas e
da Terra, Ciências Agrárias, Engenharias, Ciências Biológicas e Ciência da
Vida.
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