Etnoconhecimento sobre abelhas sem ferrão (Anthophila, Apidae: Meliponini) por moradores de comunidade em Cabeceiras do Piauí, Piauí
DOI:
https://doi.org/10.18378/aab.v8i0.7671Palavras-chave:
Etnobiologia, Etnoentomologia, Comunidades tradicionais, Conhecimento tradicional, MeliponíneosResumo
A acuidade de se obter o conhecimento da diversidade de abelhas nativas de um determinado local e suas inter-relações com o ecossistema são inúmeras, afinal, além de serem os maiores polinizadores e responsáveis pelo desenvolvimento das plantas existentes do meio ambiente, também se destacam pelo seu valor econômico e sociocultural. Objetivou-se registrar o etnoconhecimento sobre abelhas sem ferrão pelos moradores da comunidade José Gomes, município de Cabeceiras do Piauí, Piauí. Os dados foram levantados por meio de entrevistas semiestruturadas aplicadas a 43 atores locais, sendo 39 homens e quatro mulheres. Os meliponíneos foram capturados por meio de rede entomológica e vasilhames, e encaminhados para identificação. Foram coletados 124 espécimes, distribuídos em seis gêneros e 13 espécies de abelhas sem ferrão. Das espécies amostradas, as mais abundantes foram Scaptotrigona sp. (n=25), Trigona sp. (n=17), Tetragona sp. (n=14), Trigona spinipes (n=13) e Partamona ailyae (n=10). O índice de Shannon-Wiener (H’) foi utilizado para estimar a diversidade de abelhas sem ferrão, que foi de H’=1,02. Constatou-se que os moradores percebem e reconhecem a diversidade de meliponíneos existentes na área estudada, não obstante é necessário que se estabeleça maior divulgação sobre a importância do papel desses insetos para a conservação do ecossistema, aprimorado por meio de uma intensificada educação ambiental, principalmente no que concerne a conservação das abelhas sem ferrão e das plantas melitófilas.Downloads
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