TECNOLOGIAS DE CONVIVÊNCIA COM O SEMI-ÁRIDO, ALTERNATIVAS VIÁVEIS PARA A AGRICULTURA FAMILIAR NO OESTE DO RIO GRANDE DO NORTE
Resumen
A visão do semi-árido veiculado nos grandes meios de comunicação nos reflete a um semi-árido esquecido e sem concerto, a mercê de projetos governamentais pontuais que nunca resolvem os problemas, apenas são paliativos ao sofrimento do sertanejo. A noção de Convivência com o Semi-Árido, nesse contexto, não é somente a resposta a uma característica peculiar do semi-árido nordestino, a estiagem, ela incorpora modos e técnicas de saber-fazer capitaneadas por governos, organizações e atores locais que refletem contextos sócio-espaciais específicos e interesses em disputa em torno da questão do desenvolvimento. Esse é o caso do conceito de ruralidade, que se propõe a mudar o lugar do sujeito do desenvolvimento a partir de novas relações territoriais. Daí ser possível uma concepção de Desenvolvimento Rural a partir não só de um conjunto de atividades (agrícolas e não-agrícolas) como também do entendimento de uma relação espacial diferenciada com a sociedade e a natureza. Nesta perspectiva a seca não é a grande vilã, mais um fenômeno natural. Assim, os habitantes desta região devem construir alternativas e estar preparados para conviver com este fenômeno. Nesta nova perspectiva a agricultura familiar inserida no contexto do semi-árido tem um papel protagonista de ajudar a construir alternativas sustentáveis para a região. A partir desses questionamentos e do conhecimento construído pela troca de saberes técnicos, agricultores e agricultoras familiares da região do médio oeste do estado do Rio grande do Norte, assessorados por organizações não governamentais de atuação direta, construíram experiências positivas de mudanças de vida em uma região rural pobre fadada ao insucesso.