Ecologia reprodutiva de crotalária (Crotalaria spectabilis Roth, Fabaceae) em área de cultivo agroecológico

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.18378/rvads.v13i3.5425

Palabras clave:

Sudeste brasileiro, Agroecologia, Mamangava.

Resumen

O estudo dos adubos verdes tem demonstrado grande potencial na recuperação da produtividade do solo e, dentre as diversas leguminosas usadas como adubo, destaca-se a crotalária. O objetivo do presente trabalho é descrever a morfologia floral e a fenologia reprodutiva, bem como caracterizar o processo de reprodução, a predação de frutos e a germinação de sementes de Crotalaria spectabilis Roth (Fabaceae). O estudo foi conduzido em uma área de cultivo agroecológico em Araras (SP). Indivíduos foram marcados e acompanhados para as observações fenológicas e os visitantes florais foram registrados ao longo do período do experimento, anotando-se a frequência, o horário e a duração de suas visitas. Experimentos de germinação das sementes foram conduzidos em condições naturais. Verificou-se que as flores se reúnem em racemos do tipo cacho, apresentam a formação típica das papilionáceas, com corola de cor amarela, e a porção mediana do estandarte, o qual funciona como guia de néctar, apresenta linhas marrons. A antese é diurna, caracterizada pela distensão e reflexão do estandarte, e a duração das flores é de aproximadamente, cinco dias. Quanto ao sistema de reprodução, a espécie é autocompatível, mas apresenta preferência pela polinização cruzada, sendo Xylocopa sp. polinizadora efetiva. Para o teste de germinação, utilizaram-se sementes oriundas de frutos predados e não predados, obtendo-se as porcentagens de germinação para C. spectabilis de 86,57% e 56,67%, respectivamente.

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Biografía del autor/a

Maressa de Oliveira Henrique, Universidade Federal de São Carlos

Bacharel em Biotecnologia pela Universidade Federal de São Carlos e Mestre em Imunologia pela Universidade de São Paulo.

Rodolfo Antônio de Figueiredo, Universidade Federal de São Carlos

Bacharel e Licenciado em Ciências Biológicas (UFSCar), Mestre e Doutor em Ecologia (UNICAMP). Professor Associado I do Departamento de Ciências Ambientais (DCAm/CCBS) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).

Citas

ALCÂNTARA, F. A.; FURTINI NETO, A. E.; DE PAULA, M. B.; MESQUITA, H. A.; MUNIZ, J. A. Adubação verde na recuperação da fertilidade de um latossolo vermelho-escuro degradado. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v.35, n.2, p.277-288, 2000.

AL-SNAFI, A. E. The contents and pharmacology of Crotalaria juncea - A review. IOSR Journal of Pharmacy, v.6, n.6, p.77-86, 2016.

BAZZAZ, F. A.; ACKERLY, D. D. Reproductive allocation and reproductive effort in plants. In: FENNER, M. (ed.). Seeds: the ecology of regeneration in plant communities. Wallingford: CAB International, 1992. p.1-26.

BRITO, V. L. G.; PINHEIRO, M.; SAZIMA, M. Sophora tomentosa e Crotalaria vitellina (Fabaceae): biologia reprodutiva e interações com abelhas na restinga de Ubatuba, São Paulo. Biota Neotropica, v.10, n.1, 2010. http://dx.doi.org/10.1590/S1676-06032010000100019

CALEGARI, A.; MONDARDO, A.; BULIZANI, E. A.; COSTA, M. B. B.; MIYASAKA, S.; AMADO, T. J. Aspectos gerais de adubação verde. In: COSTA, M. B. B. (org.) Adubação verde no sul do Brasil. Rio de Janeiro: AS-PTA, 1993. p.1-55.

CINTRA, F. L. D.; IVO, W. D. M.; DA SILVA, L. V.; LEAL, M. D. L. Distribuição das raízes de cana-de-açúcar em sistemas de cultivo com adubação orgânica e Crotalaria spectabilis. Aracajú: Embrapa Tabuleiros Costeiros-Boletim de Pesquisa e Desenvolvimento, 2006.

COSTA-LIMA, A. M. Insetos do Brasil. 6º tomo, 2ª parte (Série Didática número 8, Capítulo XXVIII). Rio de Janeiro: Escola Nacional de Agronomia, 1950.

ENDRESS, P. K. Diversity and evolutionary biology of tropical flowers. Cambridge: Cambridge University Press, 1994.

ETCHEVERRY, A. V.; PROTOMASTRO, J. J.; WESTERKAMP, C. Delayed autonomous self-pollination in the colonizer Crotalaria micans (Fabaceae, Papilionoideae): structural and functional aspects. Plant Systematics and Evolution, v.239, n.1-2, p.15-28, 2003. https://doi.org/10.1007/s00606-002-0244-7

FAEGRI, K.; VAN DER PIJL, L. The principles of pollination ecology. Oxford: Pergamon Press, 1979.

FIGUEIREDO, R. A.; PERIN, E. Germination ecology of Ficus luschnathiana druplets after bird and bat ingestion. Acta Oecologica, v.16, n.1, p.71-75, 1995.

FRANCHINI, J. C.; COSTA, J. D.; DEBIASI, H.; TORRES, E. Importância da rotação de culturas para a produção agrícola sustentável no Paraná. Londrina: Embrapa Soja, 2011.

FREE, J. B. Insect pollination of crops. New York: Academic Press, 1970.

GARCIA, J. M.; KAWAKITA, K.; DE SOUZA, M. C.; MIOTTO, S. T. S. O gênero Crotalaria L.(Leguminosae, Faboideae, Crotalarieae) na planície de inundação do alto Rio Paraná, Brasil. Revista Brasileira de Biociências, v.11, n.2, p.209-226, 2013.

GOMES, J. E.; PAVANI, M. C. M. D.; PERECIN, D.; MARTINS, A. B. G. M. Morfologia floral e biologia reprodutiva de genótipos de aceroleira. Scientia Agricola, v.58, n.3, p.519-523, 2001.

GRANTSAU, R. Os beija-flores do Brasil. Rio de Janeiro: Expressão e Cultura, 1989.

JACOBI, M. C.; RAMALHO, M.; SILVA, M. Pollination biology of the exotic rattleweed Crotalaria retusa L. (Fabaceae) in NE Brazil. Biotropica, v.37, n.3, p.357-363, 2005. https://doi.org/10.1111/j.1744-7429.2005.00047.x

LOPES, H. M.; QUEIROZ, O. A.; MOREIRA, L. B. Características agronômicas e qualidade de sementes de crotalária (Crotalaria juncea L.) na maturação. Revista Universidade Rural, Série Ciências da Vida, v.25, n.2, p.24-30, 2005.

LORDELLO, L. G. E. Nematóides das plantas cultivadas. 2. ed. São Paulo: Nobel, 1973.

LORENZI, H. Plantas daninhas do Brasil: terrestres, aquáticas, parasitas e tóxicas. 4.ed. Nova Odessa: Plantarum, 2008.

MAEDA, J. A.; SALGADO, A. L. B.; LAGO, A. A. Deterioração de sementes de Crotalaria juncea e suas conseqüências em laboratório e campo. Bragantia, v.45, n.2, p.353-362, 1986. http://dx.doi.org/10.1590/S0006-87051986000200013

MARCHINI, L. C.; MORETI, A. C. C. C.; TEIXEIRA, E. W.; SILVA, E. C. A.; RODRIGUES, R. R.; SOUZA, V. C. Plantas visitadas por abelhas africanizadas em duas localidades do estado de São Paulo. Scientia Agricola, v.58, n.2, p.413-420, 2001. http://dx.doi.org/10.1590/S0103-90162001000200028

MONEGAT, C. Plantas de cobertura do solo: características e manejo em pequenas propriedades. Chapecó: Ed. do Autor, 1991.

NASCIMENTO, W. M.; GOMES, E. M. L.; BATISTA, E. A.; FREITAS, R. A. Utilização de agentes polinizadores na produção de sementes de cenoura e pimenta doce em cultivo protegido. Horticultura Brasileira, v.30, n.3, p.494-498, 2012. http://dx.doi.org/10.1590/S0102-05362012000300023

NEWSTROM, L. E.; FRANKIE, G. W.; BAKER, H. G. A new classification for plant phenology based on flowering patterns in lowland tropical rain forest trees at La Selva, Costa Rica. Biotropica, v.26, n.2, p.141-159, 1994. http://dx.doi.org/10.2307/2388804

OBERMULLE, E. A.; NASCIMENTO, G.; GAVA, H. Z.; RIBEIRO, L. F.; SILVA, A. G. O contraste entre síndromes de polinização e sistemas efetivos de polinização e suas perspectivas para ecossistemas associados à Mata Atlântica. Natureza on line, v.6, n.1, p.42-47, 2008.

OLIVEIRA, M. I. B.; SIGRIST, M. R. Fenologia reprodutiva, polinização e reprodução de Dipteryx alata Vogel (Leguminosae: Papilionoideae) em Mato Grosso do Sul, Brasil. Revista Brasileira de Botânica, v.31, n.2, p.195-207, 2008. http://dx.doi.org/10.1590/S0100-84042008000200002

OLIVEIRA, P. E.; MARUYAMA, P. K. Sistemas reprodutivos. In: RECH, A. R.; AGOSTINI, K; OLIVEIRA, P. E.; MACHADO, I. C. (eds.). Biologia da polinização. Rio de Janeiro: Projeto Cultural, 2014. p.71-92.

PEIXOTO, M. G. L. Germinação e vigor de sementes e desenvolvimento pós-seminal de Crotalaria spectabilis Roth. 2007. 78f. Dissertação (Mestrado em Agronomia) - Universidade Federal do Alagoas, Rio Largo. 2007.

PRICE, P. W. Species interactions and the evolution of biodiversity. In: HERRERA, C. M.; PELLMYR, O. (Eds.) Plant-animal interactions: An evolutionary approach. Oxford: Blackwell Publishing, 2002. p.3-25.

RECH, A. R.; AVILA Jr., R. S.; SCHLINDWEIN, C. Síndromes de polinização: especialização e generalização. In: RECH, A. R.; AGOSTINI, K; OLIVEIRA, P. E.; MACHADO, I. C. (eds). Biologia da polinização. Rio de Janeiro: Projeto Cultural, 2014. p.171-181. http://www.mma.gov.br/publicacoes/biodiversidade/category/57-polinizadores

RIBEIRO, M. D. F.; MALAGODI-BRAGA, K. S.; DE CAMARGO, C. C. F.; CANUTO, J. C.; MORICONI, W.; SANTOS, J. J. Avaliação da reprodução de Crotalaria spectabilis e C. juncea. In: SIMPÓSIO BRASILEIRO DE POLINIZAÇÃO, 2., 2016, Catalão. Anais... Catalão: Universidade Federal de Goiás, 2016. p.93.

SAKAI, S.; KATO, M.; INOUE, T. Three pollination guilds and variation in floral characteristics of Bornean gingers (Zingiberaceae and Costaceae). American Journal of Botany, v.86, n.5, p.646-658, 1999.

SILVEIRA, P. M.; RAVA, C. A. Utilização de crotalária no controle de nematóides da raiz do feijoeiro. Santo Antônio de Goiás: Embrapa, 2004.

TEIXEIRA, S. P.; MARINHO, C. R.; PAULINO, J. V. A flor: aspectos morfofuncionais e evolutivos. In: RECH, A. R.; AGOSTINI, K; OLIVEIRA, P. E.; MACHADO, I. C. (eds.). Biologia da polinização. Rio de Janeiro: Projeto Cultural, 2014. p.45-69.

VIDAL, W. N.; VIDAL, M. R. R. Botânica – Organografia. Viçosa: Universidade Federal de Viçosa, 1995.

VILLALOBOS, S.; RAMIREZ, N. Biología reproductiva de Crotalaria micans Link (Fabaceae): espécie colonizadora de amplia distribución geográfica. Acta Botánica Venezuelica, v.33, n.1, p.67-81, 2010.

ZAR, J. H. Bioestatistical analysis. 5th ed. London: Pearson, 2010.

ZEISLER, M. Uber die Abgrenzung der eigentlichen Narbenfläche mit Hilfe von Reaktionen. Beihefte zum Botanischen Central Blatt, v.58, p.308-318, 1938.

Publicado

2018-07-01

Cómo citar

HENRIQUE, M. de O.; FIGUEIREDO, R. A. de. Ecologia reprodutiva de crotalária (Crotalaria spectabilis Roth, Fabaceae) em área de cultivo agroecológico. Revista Verde de Agroecologia e Desenvolvimento Sustentável, [S. l.], v. 13, n. 3, p. 385–391, 2018. DOI: 10.18378/rvads.v13i3.5425. Disponível em: https://gvaa.com.br/revista/index.php/RVADS/article/view/5425. Acesso em: 21 nov. 2024.

Número

Sección

BIODIVERSIDAD