Qualidade hídrica para uso em cultivo agroecológico de olerícolas

Autores/as

  • Ana Carolina Roque Cardoso Universidade do Estado de Minas Gerais
  • Pedro Gomes Peixoto Universidade do Estado de Minas Gerais
  • Rodrigo Ney Millan Universidade do Estado de Minas Gerais

DOI:

https://doi.org/10.18378/rvads.v13i3.5714

Palabras clave:

Água, Agroecologia, Cyanobacteria, Hortaliças, Cianotoxinas.

Resumen

Diversas são as atividades antrópicas que disponibilizam resíduos e rejeitos nos ecossistemas, principalmente os aquáticos, e geralmente de forma inadequada. Como resultado, pode-se haver incrementos da quantidade de nutrientes, principalmente de fósforo e nitrogênio, tornando um meio propício para florações de Cyanobacteria. Objetivou-se com esse estudo identificar a comunidade fitoplanctônica e nutrientes da água em um braço do Rio Grande, Frutal, Minas Gerais, para verificar a possibilidade de uso da água na irrigação de cultivo agroecológico de olerícolas. Nos três pontos amostrais as variáveis temperatura, condutividade, oxigênio dissolvido e pH estavam em conformidade com a CONAMA 357/2005. Os nutrientes (fósforo total, ortofosfato, nitrato, nitrito e nitrogênio amoniacal total) apresentaram baixas concentrações e mantiveram-se em conformidade com a resolução em todos os pontos e períodos analisados. A abundância do fitoplâncton ficou dividida em 3 grandes grupos: Bacillariophyceae, Chlorophyceae e Cyanobacteria. Grandes quantidades de cianobactérias foram observadas nas amostras, trazendo risco devido ao potencial dessas algas para produzir toxinas. Para ser utilizada na irrigação de cultivo agroecológico, é necessário que a água em questão passe por tratamento.

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Biografía del autor/a

Ana Carolina Roque Cardoso, Universidade do Estado de Minas Gerais

Graduada em Ciências Biológicas na modalidade de Licenciatura pela Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM). Atualmente cursando especialização em Agroecologia no Cerrado pela Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG). Linhas de pesquisa com Botânica (Fitorremediação) e Educação. Participação e atualização constantes por meio de congressos e demais eventos. Foi bolsista do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação a Docência e Iniciação Cientifica.

Pedro Gomes Peixoto, Universidade do Estado de Minas Gerais

Trabalha como Técnico de Laboratório na Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG) onde atua na divulgação científica de informações sobre o Aedes sp. Possui graduação em Ciências Biológicas na modalidade de Licenciatura pela Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM), realiza pesquisas na área de Ecologia, Entomologia e Bioquimica na Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM).

Rodrigo Ney Millan, Universidade do Estado de Minas Gerais

Professor nível VI-B na Universidade do Estado de Minas Gerais, Unidade Frutal. Possui Licenciatura e Bacharelado em Ciências Biológicas (2002-2006) pela Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" (UNESP), mestrado em Aquicultura pelo Centro de Aquicultura da UNESP (2007-2009) e doutorado em Microbiologia Agropecuária pela Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" (2009-2012). Atua principalmente nos seguintes temas: limnologia, fitoplâncton, zooplâncton, qualidade da água.

Citas

ALTIERI, M. Agroecologia: a dinâmica produtiva da agricultura sustentável. Porto Alegre: UFRGS, 1998.

ANA - Agência Nacional de Águas. Regiões Hidrográficas do Brasil. Caracterização geral e aspectos prioritários. Brasília, 2002.

ASSIS, R. L. Agricultura orgânica e agroecologia: questões conceituais e processo de conversão, 2005.

BELLINGER, E. G.; SIGEE, D. C. Freshwater algae identification, enumeration and use as Bioindicators. Chichester: John Wiley & Sons, 2015.

BICUDO, C. E. M.; MENEZES, M. Gênero de algas de águas continentais do Brasil: chave para identificação e descrições. São Carlos: Rima, 2006.

BITTENCOURT-OLIVEIRA, M. C.; CORDEIRO-ARAÚJO, M. K.; CHIA, M. A.; ARRUDA-NETO, J. D.; OLIVEIRA, E. T.; SANTOS, F. Lettuce irrigated with contaminated water: photosynthetic effects, antioxidative response and bioaccumulation of microcystin congeners. Ecotoxicology and Environmental Safety, v. 128, p. 83-90, 2016.

BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria n° 2914, de 12 de dezembro de 2011. Dispõe sobre os procedimentos de controle e de vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil. Brasília, DF, 12 dez. 2011.

BRASIL. Ministério do Meio Ambiente, Conselho Nacional de Meio Ambiente, CONAMA. Resolução CONAMA nº 357/2005, de 4 de maio de 2009. In: Resoluções, 2005. Disponível em: http://www.mma.gov.br. Acesso em: 05 set. 2016.

CARMICHAEL, W. W.; AZEVEDO, S. M. F. O.; AN, J. S.; MOLICA, R. J. R.; JOCHIMSEN, E. M., LAU, S.; RINEHART, K. L.; SHAW, G. R.; EAGLESHAM, G. K. Humam fatalities from Cyanobacteria: Chemical and biological evidence for cyanotoxins. Environmental Health Perspectives, v. 109, n. 7, p. 663-668, 2001.

CERIONE, E. M.; CAVAGIONI, M. G.; BREIR, T. B.; BARRELLA, W.; ALMEIDA, V. P. Levantamento de espécies de algas planctônicas e analise da água do lago do Zoológico Quinzinho de Barros, Sorocaba (SP). Revista Eletrônica de Biologia, v. 2, n. 2, p. 18-27, 2008.

CHEN, J.; SONG, L.; DAI, J.; GAN, N.; LIU, Z. Effects of microcystins on the growth and the activity of superoxide dismutase and peroxidase of rape (Brassica napus L.) and rice (Oryza sativa L.). Toxicon, v. 43, n. 4, p. 393-400, 2004.

CHIA, M.; CORDEIRO-ARAÚJO, M. K.; LORENZI, A. S.; BITENCOURT-OLIVEIRA, M. C. Cylindroespermopsin induced changes in growth, toxin production and antioxidante response of Acutodesmus acuminatus and Microcystis aeruginosa under differing light and nitrogen conditions. Ecotoxicology and Environmental Safety, v. 142, p. 189-199. 2017.

CHORUS, I. Cyanotoxins: occurrence, causes and consequences. Germany: Springer, 2001.

CHORUS, I.; BARTRAM, J. Toxic cyanobacteria in water: a guide to their public health consequences, monitoring and management. New York: E & FN Spon Inc., 1999.

CODD, G. A.; BELL, S. G.; KAYA, K.; WARD, C. J.; BEATTIE, K. A.; METCALF, J. S. Cyanobacterial toxins, exposure routes and human health. European Journal of Phycology, v. 34, p. 405-415, 1999.

CORBEL. S; MOUGIN, C; BOUAICH, N. Cyanobacterial toxins: Modes of actions, fate in aquatic and soil ecosystems, phytotoxicity and bioaccumulation in agricultural crops Chemosphere, v. 96, p. 1-15, 2014.

DIETRICH, D.; HOEGER, S. Guidance values for microcystins in water and cyanobacterial supplement products (blue-green algal supplements): a reasonable or misguided approach? Toxicology and Applied Pharmacology, v. 203, p. 273-289, 2005.

ESTEVES, F. A. Fundamentos de limnologia. Rio de Janeiro: Interciência / FINEP, 1998.

ETTOUMI, A.; EL KHALLOUFI, F.; EL GHAZALI, I.; OUDRA, B.; AMRANI, A.; NASRI, H.; BOUAICHA, N. Bioaccumulation of cyanobacterial toxins in aquatic organisms and its consequences for public health. In: KATTEL, G. (Ed.). Zooplankton and phytoplankton: types, characteristics and ecology. New York: Nova Science Publishers Inc., p. 1–34, 2011.

FERNANDES NETO, M. L. F.; FERREIRA, A. P. Perspectivas da sustentabilidade ambiental diante da contaminação química da água: desafios normativos. Revista de Gestão Integrada em Saúde do Trabalho e Meio Ambiente, v. 2, n. 4, 2007.

FRANCESCHINI, I. M.; BURLIGA, A. L.; REVIERS, B.; PRADO, J. F.; RÉZIG, S. H. Algas: uma abordagem filogenética, taxonômica e ecológica. São Paulo: Artmed, 2010.

GOLTERMAN, H. L.; CLYMO, R. S.; OHNSTAD, M. A. M. Methods for physical and chemical analysis of freshwater. Oxford: BlackwellScientific Publications, 1978.

HENRY, R.; TUNDISI, J. G.; CURI, P. R. Fertilidade Potencial em Ecossistemas Aquáticos: Estimativa através de Experimentos de Eutrofização Artificial. Ciência e Cultura, v. 35, n. 6, p. 789-800, 1983.

HITZFELD, B. C.; HOGER, S. J.; DIETRICH, D. R. Cianobacterial toxins: removal during drinking water treatment and human risk assessment. Environmental Health Perspectives Supplements, v. 108, p. 113-122, 2000.

IBELINGS, B. W.; CHORUS, I., Accumulation of cyanobacterial toxins in freshwater “seafood” and its consequences for public health: a review. Environmental Pollution, v. 150, p. 177–192, 2007.

JAYATISSA, L. P.; SILVA, E. I. L.; MCELHINEY, J.; LAWTON, L. A. Occurrence of toxigenic cyanobacterial blooms in freshwaters of Sri Lanka. Sistematic and Applied Microbiology, v. 29, p. 156-164, 2006.

JOCHIMSEN, E. M.; CARMICHAEL, W. W.; AN, J. S.; CARDO, D. M.; COOKSON, S. T.; HOLMES, C. E. M.; ANTUNES, M. B. D.; DE MELO, D. A.; LYRA, T. M.; BARRETO, V. S. T.; AZEVEDO, S. M. F. O.; JARVIS, W. R. Liver Failure and Death after Exposure to Microcystins at a Hemodialysis Center in Brazil. The New England Journal of Medicine, v. 338, n. 13, p. 873-878, 1998.

JOLY, A. B. Introdução à taxonomia vegetal. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1979.

KOMÁREK, J.; ANAGNOSTIDIS, K. Cyanoprocaryota. 2. Oscillatoriales. In: BÜDEL, B.; KRIENITZ, L.; G. GÄRTNER, G.; SCHAGERL, M (Eds.). Subwasserflora von Mittleuropa, v. 19, n. 2. Gustav Fisher, Stutgart, BW. 2005. 759p.

KOMÁREK, J.; ANAGNOSTIDIS, K. Cyanoprokaryota I. Teil Chroococcales. In: ETTL, M.; GÄRTNER, G., HEYNIG H.; MOLLENHAUER D. (Eds.). Süsswasserflora von Mitteleuropa, v. 19, n. 1. Gustav Fischer, Stutgart, BW. 1999. 548p.

KOROLEFF, F. Determination of nutrients. In: GRASHOF, E.; KREMLING, E. Methods of seawater analysis. New York: Verlag Chemie Wenhein, 1976. p. 117-181.

KUJBIDA, P.; HATANAKA, E.; CAMPA, A.; COLEPICOLO, P.; PINTO, E. Effects of microcystins on human polymorphonuclear leukoctyes. Biochemical and Biophysical Research Communications, v. 341, n. 1, p. 273-277, 2006.

LAGUS, A.; SUOMELA, J.; HELMINEN, H.; SIPURA, J. Impacts of nutrient enrichment and sediment on phytoplankton community structure in the northern Baltic Sea. Hydrobiologia, v. 579, p. 351–368, 2007.

LEPSOVÁ-SKÁCELOVÁ, O.; FIBICH, P.; WILD, J.; LEPS, J. Trophic gradient is the main determinant of species and large taxonomic groups representation in phytoplankton of standing water bodies. Ecological Indicators, v. 85, p. 262-270, 2018.

LUND, J. W. G.; KIPLING, C.; LECREN, E. D. The inverted microscope method of estimating algal number and the estimating algal number and the statistical bases of estimating by counting. Hidrobiologia, v. 11, p. 143-170, 1958.

MANTOVANI, E. C.; BERNARDO, S.; PALARTTI, L. F. Irrigação: princípios e métodos. Viçosa: UFV, 2006.

MARQUES, M. N.; COTRIM, M. B.; PIRES, M. P. F. Avaliação do impacto da agricultura em áreas de proteção ambiental, pertencentes à bacia hidrográfica do rio Ribeira de Iguape. Química Nova, v. 30, n. 5, p. 1171-1178, 2007.

METCALF, J. S.; CODD, G. A. Cyanobacterial toxins in water environment. Review of current knowledge of Foundation for Water Research, 2014.

M-HAMVAS, M.; MÁTHÉ, C.; MOLNÁR, E.; VASAS, G.; GRIGORSZKY, I.; BORBELY, G. Microcystin-LR alters the growth, anthocyanin content and single-stranded DNase enzyme activities in Sinapis alba L seedlings. Aquatic Toxicology (Amsterdam, Netherlands), v. 62, n. 1, p. 1-9, 2003.

NASRI, H.; EL HERRY, S.; BOUAÏCHA, N. First reported case of turtle deaths during a toxic Microcystis spp. bloom in Lake Oubeira, Algeria. Ecotoxicology and Environmental Safety, v. 71, n. 2, p. 535-544, 2008.

REBOUÇAS, A. C. R.; BRAGA, B. B.; TUNDISI, J. G. T. Águas Doces no Brasil. 3. ed. São Paulo: Escrituras, 2006.

REVIERS, B. Biologia e Filogenia das Algas. Porto Alegre: Artmed, 2006.

ROGER, P. A. Biology and management of the floodwater ecosystem in rice fields. Manila 1099. Philippines: International Rice Research Institute (IRRI), P. O. Box 933, 1996. 250 p.

ROUND F. E.; CRAWFORD R. M.; MANN, D. G. The diatoms. Biology and morphology of genera. Cambridge, UK: Cambridge University Press. 1990.

SANCHES, S. M.; VIEIRA, E. M.; PRADO, E. L.; BENETI, F.; TAKAYANAGUI A. M. M. Estudo da presença da toxina microcistina - LR em água utilizada em clínica de hemodiálise e validação de um método analítico. Eclética Química, v. 32, n. 4, p. 43-48, 2007.

SANT'ANNA, C. L.; AZEVEDO, M. T. P. Contribuition to the knowledge of potentially toxic Cyanobacteria from Brazil. Nova Hedwigia v.71 ,p. 359-385. 2000.

SAQRANE, S.; OUAHID,Y.; GHAZALI, Y.; OUDRA, B.; BOUARAB, L.; CAMPO, F. F. Physiological changes in Triticum durum, Zea mays, Pisum sativum and Lens esculenta cultivars, caused by irrigation with water contaminated with microcystins: A laboratory experimental approach. Toxicon, n. 53, p. 786-796, 2009.

SAQUET, M. A. Agricultura camponesa e práticas (agro)ecológicas. Abordagem territorial histórico-crítica, relacional e pluridimensional. Revista Mercator, Fortaleza, v. 13, n. 2, p. 125-143, 2014.

SOUZA, D. A. Bacia do Ribeirão e Represa do Lobo: Bases Ecológicas para o Planejamento Regional, Manejo e Conservação. Tese (Dissertação de Doutorado em Engenharia Civil) – Escola de Engenharia de São Carlos Universidade de São Paulo. São Carlos, 1993. 158 p.

TEIXEIRA, M. G. L.; COSTA, M. C. N.; CARVALHO, V. L. P.; PEREIRA, M. S.; HAGE, E. Gatroenteritis epidemic in the área of the Itaparica Dam, Bahia, Brazil. Bulletin of Pan American Health Organization, v. 27, p. 244-253, 1993.

VAN DEN HOECK, C.; MANN, D.G.; JAHNS, H.M. Algae: an introduction to Phycology. Cambridge, UK: Cambridge University Press. 1993.

WANG, X.; LU, Y.; HE, G.; HAN, J.; WANG, T. Exploration of relationships between phytoplankton biomass and related environmental variables using multivariate statistic analysis in a eutrophic shallow lake: a 5-year study. Journal of Environmental Sciences, v. 19, p. 920-927, 2007.

WHO [World Health Organization]. Cyanobacterial toxins: microcystin-LR guidelines for drinking-water quality. World Health Organization, Geneva, p. 95-110, 1998.

Publicado

2018-07-01

Cómo citar

CARDOSO, A. C. R.; PEIXOTO, P. G.; MILLAN, R. N. Qualidade hídrica para uso em cultivo agroecológico de olerícolas. Revista Verde de Agroecologia e Desenvolvimento Sustentável, [S. l.], v. 13, n. 3, p. 348–355, 2018. DOI: 10.18378/rvads.v13i3.5714. Disponível em: https://gvaa.com.br/revista/index.php/RVADS/article/view/5714. Acesso em: 22 jul. 2024.

Número

Sección

INTERDISCIPLINARIAS