Relações estruturais e de diversidade de uma floresta ripária em unidade de conservação e sua zona de amortecimento
DOI:
https://doi.org/10.18378/rvads.v13i4.5822Palavras-chave:
Cerrado, Fitossociologia, HeterogeneidadeResumo
O objetivo do estudo foi analisar a estrutura, diversidade e heterogeneidade do componente arbóreo de uma Mata Ripária em uma Unidade de Conservação. Além disso, comparar a estrutura desta vegetação com a Mata Ripária da zona de amortecimento. A área de estudo está situada no Parque Estadual Lapa Grande, Minas Gerias (Brasil). O inventário florestal foi realizado na unidade de conservação (UC) e na sua zona de amortecimento. Como critério de inclusão, mensurou-se todos os indivíduos com DAP ≥ 3 cm, bem como a sua altura total. Processou-se os parâmetros fitossociológicos e florísticos da vegetação, e empreendeu-se a análise de correspondência distendida (DCA), análise de agrupamento de “cluster” do coeficiente de similaridade de Horn e o coeficiente de Jaccard. Foram amostrados 1.426 indivíduos dentro da unidade de conservação e 944 indivíduos para a zona de amortecimento. O índice de diversidade de Shannon encontrado para a UC foi de 4,61 nats.ind-1, a equabilidade de Pielou de 0,85. Em relação a zona de amortecimento, os valores de diversidade foram de 3,79 nats.ind-1, equabilidade de 0,82. Foi observado uma diferença significativa entre as diversidades das duas áreas, com valores de t= 10,98 para p < 0,001. Ao realizar a similaridade das parcelas através da análise de Cluster observa-se que as parcelas não formaram grupos distintos, a DCA mostrou a formação de fortes gradientes florísticos entre os ambientes. Conclui-se que há uma heterogeneidade entre as áreas. Além disso, as áreas da unidade de conservação e sua zona de amortecimento desempenham um papel de importância para conservação.
Downloads
Referências
ALVARES, C. A.; STAPE, J. L.; SENTELHAS, P. C.; GONÇALVES, J. L. de M.; SPAROVEK, G. Köppen’s climate classification map for Brazil. Meteorologische Zeitschrift, v. 22, n. 6, p. 711–728, 2013. 10.1127/0941-2948/2013/0507.
APG, Angiosperm Phylogeny Group. An update of the Angiosperm Phylogeny Group classification for the orders and families of flowering plants: APG IV. Botanical Journal of the Linnean Society, v. 181, p. 1-20, 2016. 10.1111/boj.12385.
BAMBI, P.; REZENDE, R. S.; CRUZ, T. M. S.; BATISTA, J. E. de A.; MIRANDA, F. G. G. F.; SANTOS, L. V. dos; GONÇALVES JÚNIOR, J. F. Diversidade da flora fanerogâmica de três matas de galeria no bioma cerrado. Heringeriana, v. 10, n. 2, p. 147–167, 2016. 10(2): 147-167. 2016.
BRANCALION, P. H. S.; GARCIA, L. C.; LOYOLA, R.; RODRIGUES, R. R.; PILLAR, V. D.; LEWINSOHN, T. M. Análise crítica da Lei de Proteção da Vegetação Nativa (2012), que substituiu o antigo Código Florestal: atualizações e ações em curso. Natureza & Conservação, v. 14, n. abril, p. e1–e16, 2016. 10.1016/j.ncon.2016.03.004.
BROWER, J. E.; ZAR, J. H. von ENDE, C. N. Field and laboratory methods for general ecology. 4 ed. New York: WCB McGraw-Hill, 1997. 273p.
CARVALHO, D. A.; OLIVEIRA FILHO, A. T.; VILELA, E. A.; CURI, N.; VAN DEN BERG, E.; FONTES, M. A. L. BOTEZELLI, L. Distribuição de espécies arbóreo-arbustivas ao longo de um gradiente de solos e topografia em um trecho de floresta ripária do rio São Francisco em Três Marias, MG, Brasil. Revista Brasileira de Botânica, v. 28, n. 2, p. 329–345, 2005. 10.1590/S0100-84042005000200013.
CARVALHO, F. A.; NASCIMENTO, M. T. Estrutura diamétrica da comunidade e das principais populações árboreas de um remanescente de Floresta Atlântica Submontana. Árvore, v. 33, n. 2, p. 327–337, 2009. 10.1590/S0100-67622009000200014.
CASTRO, M. N.; CASTRO, R. M.; SOUZA, P. C. DE. A importância da mata ciliar no contexto da conservação do solo. Revista Eletrônica de educação da Faculdade Araguaia, v. 4, n. 4, p. 230–241, 2013.
CERQUEIRA, C. L.; LISBOA, G. S.; STEPKA, T. F.; LOPES, M. S.; VENDRUSCOLO, D. G. S.; FRANÇA, L. C. de J.; MIRANDA, D. L. C. Floristic, Phytosociology and Diametric Distribution of a Fragment of Ciliary Area in a Cerrado Area in Piauí, Brazil. Nativa, v. 4, n. 6, p. 360–367, 2016. 10.14583/2318-7670.v04n06a03.
CHAVES, T. F. Uma Análise dos principais impactos ambientais verificados no Estado de Santa Catarina. Revista Gestão & Sustentabilidade Ambiental, v. 5, n. 2, p. 611–634, 2016. 10.19177/rgsa.v5e22016611-634.
COSTA, D. R. T. R.; BOTEZELLI, L.; SILVA, B. G.; FARIAS, O. L. M.. Zonas de Amortecimento em Unidades de Conservação: levantamento legal e comparativo das normas nos Estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo. Desenvolvimento e Meio ambiente, v. 27, n. jan/jun, p. 57–70, 2013. 10.5380/dma.v27i0.28036.
FELFILI, J. M.; CARVALHO, F. A.; VENTUROLI, F.; PEREIRA, B. A. S.; LÍBANO, A. M.; MACHADO, E. L. M. Análise multivariada: princípios e métodos em estudos de vegetação. In: FELFILI, J. M.; EISENLOHR, P. V.; MELO, M. M. R. F.; ANDRADE, L. A.; MEIRA NETO, J. A. A. (eds.). Fitossociologia no Brasil: métodos e estudos de caso. Viçosa: Editora UFV, 2011. cap. 4, p. 122–155.
FINGER, Z.; FINGER, F. A. Fitossociologia em comunidades arbóreas remanescentes de Cerrado sensu stricto no Brasil Central. Revista Floresta, v. 45, n. 4, p. 769-780, 2015. 10.5380/rf.v45i4.30860.
Flora do Brasil 2020 em construção. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em: < http://floradobrasil.jbrj.gov.br/ >. Acesso em: 02 Mai. 2018.
FLORES, A. S.; RODRIGUES, R. S. Diversidade de Leguminosae em uma área de savana do estado de Roraima, Brasil. Acta Botanica Brasilica, v. 24, n. 1, p. 175–183, 2010. 10.1590/S0102-33062010000100017.
GARÇÃO, L. M. DA C.; SOUZA, D. G. Caracterização da fitofisionomia do cerrado no município de Porangatu. Revista Mirante, v. 10, n. 2, p. 158–172, 2017.
HAMMER, Ø.; HARPER, D. A. T.; RYAN, P. D. Paleontological statistics software package for education and data analysis. Palaeontologia Electronica, v. 4, n. 1, p. 9–18, 2001.
KUNZ, S. H.; MOREAU, J.; SPADETO, C.; MARTINS, S. V.; STEFANELLO, D.; IVANAUSKAS, N. M. Estrutura da comunidade arbórea de trecho de Floresta Estacional Sempre-Verde e similaridade florística da região nordeste do Mato Grosso, Brasil. Floram, v. 21, n. 4, p. 429-440, 2014. 10.1590/2179-8087.029313.
MALCZEWSKI, F. L.; FRITSCH, M.; POVALUK, M. Ocorrência de Fabaceae – Mimosoidea em apps da faixa de domínio da rodovia BR-116, trecho Curitiba, PR a Capão Alto, SC. Saúde e Meio Ambiente, v. 3, n. 2, p. 102–117, 2014. 10.24302/sma.v3i2.549.
MARANGON, L. C.; FELICIANO, A. L. P.; BRANDÃO, C. F. L. S.; ALVES JÚNIOR, F. T. A. Relações florísticas, estrutura diamétrica e hipsométrica de um fragmento de Floresta Estacional Semidecidual em Viçosa (MG). Floresta, v. 38, n. 4, p. 699–709, 2008. 10.5380/rf.v38i4.13166.
MEIRA, M. R.; CABACINHA, C. D.; GAMA, A. T.; MARTINS, E. R.; FIGUEIREDO, L. S de. Caracterização estrutural do Barbatimão (Stryphnodendron adstringens (Mart.) Coville) no Cerrado do Norte de Minas Gerais. Ciência Florestal, v. 26, n. 2, p. 627–638, 2016. 10.5902/1980509822762 .
MINAMI, P.; RIBEIRO, E. S.; MARTINS, V. G.; MOREIRA, E. L. Florística e Fitossociologia em Mata de Galeria e Cerradão no município de Nova Mutum – MT, Brasil. Biodiversidade, v. 16, n. 1, p. 46–63, 2017.
MINAS GERAIS. Decreto nº 44.204, de 10 de janeiro de 2006. Cria o Parque Estadual da Lapa Grande, no Município de Montes Claros. Diário do Executivo; Minas Gerais, 2006.
MORENO, C.; MAGALHÃES, F. C.; REZENDE, L. H. G.; NEVES, K.; FERRO, V. Riqueza e composição de Arctiinae (Lepidoptera, Eribidae) em cinco Unidades de Conservação do Cerrado. Ilheringia, v. 105, n. 3, p. 297-306, 2015. 10.1590/1678-476620151053297306.
MORETTO, S. P. Na fronteira do cerrado: as transformações ambientais no norte de Goiás. Revista Expedições: Teoria da História e Historiografia, v. 7, n. 1, p. 119–130, 2016.
MORO, M. F.; MARTINS, F. R. Métodos de Levantamento do Componente Arbóreo-Arbustivo. In: FELFILI, J. M.; EISENLOHR., P. V.; MELO, M. M. da R. F de.; ANDRADE, L. A. de.; MEIRA NETO, J. A. A. (Eds.). Fitossociologia no Brasil: métodos e estudos de caso. Viçosa: Editora UFV, 2011. p. 558.
MUELLER-DOMBOIS, D.; ELLENBERG, H. Aims and Methods of Vegetation Ecology. 1 ed. New York: John Wiley & Sons, 1974.
NASCIMENTO, C. M. D.; DOMINGUEZ, L. M. J. Remanescentes da cobertura vegetal: uma contribuição cartográfica à gestão ambiental no zona costeira dos municípios de Belmonte e Canavieiras na Bahia. Caderno de Geociências, v. 7, n. 2, p. 93–104, 2010.
NORA, E. L. D.; SANTOS, J. E. dos. Dinâmica ambiental da zona de amortecimento de áreas naturais. Revista Ambiência, v. 7, n. 2, p. 279–293, 2011. 10.5777/ambiencia.2011.02.06.
NUNES, Y. R. F, AZEVEDO, I. F. P.; NEVES, W. V.; VELOSO, M. das D. M.; SOUZA, R. de A.; G. FERNANDES, G. W. Pandeiros: o Pantanal Mineiro. MG.Biota, v. 2, n. 2, p. 4–17, 2009.
OLIVEIRA, L. C. de; PEREIRA, R.; VIEIRA, J. R. G. Análise da degradação ambiental da mata ciliar em um trecho do Rio Maxaranguape_RN: uma contribuição à gestão dos recursos hídricos do Rio Grande do Norte – Brasil. Holos, v. 5, p. 49-66, 2011. 10.15628/holos.2011.595.
OLIVEIRA, L. C. da S.; GUIMARÃES, J. C. O.; SOUZA, I. C. S.; LIMA, C. M. F.; WENDY C. Levantamento florístico e fitossociológico da regeneração natural de uma mata de galeria localizada no município de Jataí – GO. Global Science and Technology, v. 8, p. 59–77, 2015. 10.14688/1984-3801/gst.v8n3p59-77.
PEREIRA, K. G. Mirtáceas da formação entre-córregos, paleógeno da bacia de Aiuruoca, estado de Minas Gerais, Brasil: sua taxonomia e interpretações paleoclimáticas, paleofitogeográficas e paleoecológicas. 2015. 139p. Dissertação (Mestrado em Análise Geoambiental) Universidade de Guarulhos, Guarulhos. 2015.
RIBEIRO, J. F.; WALTER, B. M. T. Fitofisionomias do bioma Cerrado. In: SANO, S. M.; ALMEIDA, S. P. de (Ed.). Cerrado: ambiente e flora. Planaltina: EMBRAPA-CPAC, 1998. p. 89–166.
RIBEIRO-FILHO, A. A.; FUNCH, L. S.; RODAL, M. J. N. Composição florística da floresta ciliar do rio Mandassaia, Parque Nacional da Chapada Diamantina, Bahia, Brasil. Rodriguésia, v. 60, n. 2, p. 265–276, 2009. 10.1590/2175-7860200960203.
SALAMENE, S.; FRANCELINO, M. R.; VALCARCEL, R.; LANI, J. L.; SÁ, M. M. F. Estratificação e caracterização ambiental da área de preservação permanente do Rio Guandu/ RJ. Revista Árvore, v. 35, n. 2, p. 221–231, 2011. 10.1590/S0100-67622011000200007.
SANO, E. E.; ROSA, R.; BRITO, J. L. S.; FERREIRA, L. G. Land cover mapping of the tropical savanna region in Brazil. Environmental monitoring and assessment, v. 166, n. 1-4, p. 113-24, 2010. 10.1007/s10661-009-0988-4.
SILVA NETO, V. L.; OLIVEIRA, A. L de.; FERREIRA, R. Q. de S.; SOUZA, P. B. de; VIOLA, M. R. Fitossociologia e distribuição diamétrica de uma área de Cerrado sensu stricto, Dueré-TO. Revista de Ciências Ambientais, v. 10, n. 1, p. 91–106, 2016. 10.18316/1981-8858.16.24.
SILVA, M. R.; LACERDA, D. B. C. L.; SANTOS, G. G.; MARTINS, D. M. de O. Caracterização química de frutos nativos do cerrado. Ciência Rural, v. 38, n. 6, p. 1790–1793, 2008. 10.1590/S0103-84782008000600051.
SILVA, S. B.; SOUSA, V. C.; SANTOS, C. M.; MARIANO, D. C; OKUMURA, R. S. Levantamento florístico do componente arbustivo-arbóreo da vegetação ciliar de fragmento no Rio Parauapebas. Agroecossistemas, v. 9, n. 1, p. 99–115, 2017. 10.18542/ragros.v9i1.4780.
SILVA-JÚNIOR, C. M.; PEREIRA, B. A. 100 árvores do Cerrado - Matas de Galeria. 1. ed. Brasília - DF: Rede de Sementes do Cerrado, 2012.
SIMON, M. F.; GRETHER, R.; QUEIROZ, L. P. de; SKEMA, C.; PENNINGTON, R. T.; HUGHES, C. E. Recent assembly of the Cerrado, a neotropical plant diversity hotspot, by in situ evolution of adaptations to fire. PNAS, v. 106, n. 48, p. 20359-20364, 2009. 10.1073/pnas.0903410106.
SOUZA, L. A. G. DE. Levantamento da habilidade nodulífera e fixação simbiótica de N2 nas Fabaceae da Região Amazônica. Enciclopédia Biosfera, v. 6, n. 10, p. 1–11, 2010.
STRASSBURG, B. B. N.; BROOKS, T.; FELTRAN-BARBIERI, R.; IRIBARREM, A.; CROUZEILLES, R.; LOYOLA, R.; LATAWLEC, A. E.; OLIVEIRA FILHO, F. J. B.; SCARAMUZZA, C. A. de M.; SCARANO, F. R.; SOARES-FILHO, B.; BALMFORD, A. Moment of truth for the Cerrado hotspot. Nature Ecology & Evolution, v. 1, n. 0099, p. 1-3, 2017. 10.1038/s41559-017-0099.
TILMAN, D.; CLARK, M.; WILLIAMS, D. R.; KIMMEL, K.; POLASKY, S.; PACKER, C. Future threats to biodiversity and pathways to their prevention. Nature, v. 546, n. June, p. 73-81 2017. 10.1038/nature22900.
TOLLEFSON, J. Deforestation ticks up in Brazil's savannah. Nature. Published online, 12 July 2018. doi:10.1038/d41586-018-05695-9.