Percepção de povos tradicionais do Cerrado sobre a implantação do Parque Nacional da Chapada das Mesas, Maranhão

Autores

DOI:

https://doi.org/10.18378/rvads.v14i3.6363

Palavras-chave:

Áreas protegidas, Conflitos socioambientais, Domínio fitogeográfico, Unidade de Conservação

Resumo

O Parque Nacional da Chapada das Mesas, foi criado em 2005, com objetivo de proteger a diversidade florística, faunística, espécies endêmicas, atributos naturais, como a presença de 400 nascentes de rios e morrarias esculpidas pelo processo de intemperismo natural presentes na região conhecida como Chapada das Mesas localizada no domínio fitogeográfico de Cerrado, no Sul do Maranhão, Brasil. Alguns aspectos a serem abordados quando se cria uma unidade de conservação são os conflitos gerados pela limitação da exploração dos recursos naturais pelos moradores do lugar, onde se implantará áreas protegidas e a questão fundiária. Neste sentido, a pesquisa teve como objetivo investigar a participação dos moradores no processo de criação do Parque Nacional da Chapada das Mesas. A pesquisa foi descritiva, com aplicação de formulários a 40 moradores. Verificou-se que 77,5% residem no Parque antes de sua criação, 75% não participaram do projeto de implantação da unidade de conservação e 50% foram contra. Com a perspectiva de as famílias ficarem morando dentro do Parque e com a elaboração do Plano de Manejo, espera-se que os moradores compreendam a importância do Parque Nacional para preservação desse ecossistema e passe a apoiar sua implantação.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Maria Lindalva Alves da Silva, Universidade Estadual do Maranhão

Programa de Pós-Graduação em Biodiversidade, Ambiente e Saúde/PPGBAS.

Maria de Fátima Veras Araújo, Universidade Estadual do Piauí

Professora Dra. do Centro de Ciências da Natureza (Universidade Estadual do Piauí, Brasil).

Gonçalo Mendes da Conceição, Universidade Estadual do Maranhão

Prof. Adjunto da Universidade Estadual do Maranhão - UEMA Departamento de Quimica e Biologia Núcleo de Pesquisa dos Rercursos Biológicos dos Cerrados Maranhenses - RBCEM

Referências

ARRUDA, R. Populações tradicionais e a proteção dos recursos naturais em unidades de conservação. Ambiente & Sociedade. v. 2, n. 5, p. 79-252, 1999. 10.1590/S1414-753X1999000200007.

ASSIS, D. R. SOTERO, M.C.; PELIZZOLI, M.L. O papel da hermenêutica na concepção da percepção ambiental. Revista de Geografia, v.30, n.2, p.17-31, 2013.

BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000. Dispõe sobre o Sistema Nacional de Unidades de conservação, 2000. Diário Oficial da União. Poder Executivo, 2000.

BRASIL. Decreto Federal nº 6.040, de 7 de fevereiro de 2007. Institui a Política Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais. Diário Oficial da União. Poder Executivo, 2007.

BRUNO, N. L.; PROFICE, C. C.; AGUIAR, P. C. B.; FERRAZ, M. I. F. Apego ao lugar e sustentabilidade ambiental em uma comunidade rural do sul do estado da Bahia, Brasil. Revista Gestão & Sustentabilidade Ambiental, v. 7, n. 1, p. 206-234, 2018. 10.19177/rgsa.v7e12018206-234

BRITO, D. M. C; BASTOS, C. M. C. B.; DE FARIAS, R. T. S.; BRITO, D. C.; DIAS, G. A. C. D. Conflitos Socioambientais no Século XXI. PRACS. Revista Eletrônica de Humanidades do Curso de Ciências Sociais da UNIFAP, v.4, n.4, p.51-58, 2011.

BANDEIRA, I. C. N.; DANTAS, M. E. Geodiversidade do estado do Maranhão. In: BANDEIRA, I. C. N., DANTAS, M. E. (Eds.). Geoturísticos, Polos turísticos e Unidades de conservação. Teresina: CPRM, 2013, cap.9, p. 115-130.

CRESWELL, J. W. Qualitative Inquiry and Research Design: Choosing Among Five Approaches. Thousand Oaks, CA: Sage, 2012, 448p.

COLLINS, P. H. The New Politics of Community. American Sociological Association. v.75, n.1, p. 7-30, 2010. 10.1177/0003122410363293.

CASTILHO, M. A. de.; ARENHARDT, M. M; LE BOURLEGAT, C. A. Cultura e identidade: os desafios para o desenvolvimento local no assentamento Aroeira, Chapadão do Sul, MS. Interações, Campo Grande, v. 10, n. 2, p. 159-169, 2009. 10.1590/S1518-70122009000200004.

COSTA, R. A. A identidade e o conhecimento etnobotânico dos moradores da Floresta Nacional do Amapá. 104f. Dissertação (Mestrado). Universidade Federal, 2013.

CAMPOS, A. A.; BATISTA, R. D. de C.; SANTOS, C. A.; SOUSA, M. F. L de. Educação e percepção ambiental na área do Parque Nacional Serra da Capivara–PI. Planeta Amazônia: Revista Internacional de Direito Ambiental e Políticas Públicas. Macapá, n. 8, p. 107-120, 2016.

DIEGUES, A. C.; AARUDA, R. Saberes tradicionais e biodiversidade no Brasil. Brasília, DF. Ministério do Meio Ambiente, São Paulo: USP, 2001, 176p.

DIEGUES, A. C. O mito moderno da natureza intocada. São Paulo: NUPAUB – USP. Núcleo de Apoio à Pesquisa sobre Populações Humanas e Áreas Úmidas Brasileiras. Hucitec, 2002.176p.

DEL RIO, V.; OLIVEIRA, L. In: DEL RIO, V.; OLIVEIRA, L. (Eds.). Percepção Ambiental: a experiência brasileira. São Carlos: Ed. UFSCar, 1996. 34p.

GONÇALVES, H.; TOMASI, E.; TOVO-RODRIGUES, L.; BIELEMMAN, R. M; MACHADO, A. K. F.; RUIVO, A. C. O.; BORBOLOTTO,C. C.; JAEGER, G. P.; XAVIER, M. O.; FERNANDES, M. P.; MARTINS, R.C.; HIRSCHMANN, R.; SILVA, T. M.; ASSUNÇÃO, M. C. F. Estudo de base populacional na zona rural: metodologia e desafios. Revista de Saúde Publica. v. 52, n. 1, 2018. 10.11606/s1518-8787.201805200027.

HAYWARD, T. Equality and ecological space. Just World Institute, 2014, 26 p.

ICMBIO. Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade. Nota Técnica nº 001/2016. Carolina/MA. Disponível em: <http://www.d1ij67glom3ric.cloudfront.net.> Acesso em: 27 Agosto 2019.

ICMBIO. Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade. Dados Geoestatísticos das Unidades de Conservação Federal. Disponível em <http://www.icmbio.gov.br/portal/images/stories/servicos/geoprocessamento/DCOL/dados_tabulares/DadosGerais_UC_julho_2019.pdf>. Acessado em 27. mai. 2019

IBAMA. Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis. Projeto de diagnóstico socioeconômico-cultural-ambiental no Parque da Chapada das Mesas/ MA. MARQUES, A. R.; TCHAICKA, L.; LIMA, L. P. (Elab.). São Luís, 2006.

IBAMA. Relatório técnico do sobrevoo na área abrangida pelo Parque Nacional da Chapada das Mesas e entorno. LIMA, L. P.; MORAES, R. C. TCHAICKA, L. (Elab.). São Luís, 2006b.

JEANNOT, K. K. Análise participativa da efetividade do Parque Estadual do Ibitipoca. 79 f. Dissertação (Mestrado). Curso de Engenharia Florestal, UFLA, Lavras, 2013.

LITTLE, Territórios sociais e povos tradicionais no Brasil: por uma antropologia da territorialidade. Série Antropologia, v. 322, Brasília: Departamento de antropologia, 2002, p.2-32.

LEÃO, V. de M.; JULIANO, R. de F. A Identidade da Comunidade Tradicional e seu Papel em uma Unidade de Conservação do Brasil Central: Uma Perspectiva da Ecologia Política. Fronteiras, v.7, n.2, 2018, p. 273-289. 10.21664/2238-8869.2018v7i2.p273-289.

MMA, Ministério do Meio Ambiente. Parque Nacional da Chapada das Mesas. Nota Técnica 001/2016. Disponível em <http://www.encurtador.com.br/pvPRS> Acesso em: Acessado em 27. mai. 2019.

MARQUES, A. R. Saberes Geográficos Integrados Aos Estudos Territoriais sob a ótica da Implantação do Parque Nacional Da Chapada das Mesas, Sertão de Carolina/MA. 2012. 199f. Tese. (Doutorado). Universidade Estadual Paulista Faculdade de Ciências e Tecnologia. Presidente Prudente, 2012.

MARQUES, A. R.; FRENANDES, M. L. B.; BEZZERRA, J. F. R.; SILVA, Q. D. Abordagens sobre o território e a territorialidade das comunidades sertanejas do cerrado da chapada das mesas/MA. Campo-Território. Revista de Geografia Agrária. v, 9. n.19, p. 472-507, 2014.

MEDEIROS, R.; YOUNG C. E. F. Contribuição das unidades de conservação brasileiras para a economia nacional: Relatório Final. Brasília: UNEP‐ WCMC. 2011. 120p.

MELO R. S.; MONTEIRO, M. L.; BRITO A. S. Desenvolvimento Turístico e Sustentabilidade na Unidade de Conservação APA do Delta do Parnaíba (PI). Revista Brasileira de Ecoturismo, São Paulo, v.11, n.3, 2018, p.335-361.

NÓBREGA, M. J. L. da. Perfil socioeconômico e ações dos agricultores familiares da comunidade rural de flores em Pombal, PB. INTESA, v. 8, n. 1, 2014, p. 44-56.

OKAMOTO, J. Percepção ambiental e comportamento: visão holística da percepção ambiental na arquitetura e na comunicação. São Paulo: Mackenzie, 2002. 261 p.

PEREIRA, B. E; DIEGUES, A. C. Conhecimento de populações tradicionais como possibilidade de conservação da natureza: uma reflexão sobre a perspectiva da etnoconservação. Revista Desenvolvimento e Meio Ambiente. n. 22, p. 37-50, 2010.

ROGRIGUES, M. L.; MALHEIROS, T. F.; FERNANDES, V.; DARÓS. T. D. A Percepção Ambiental Como Instrumento de Apoio na Gestão e na Formulação de Políticas Públicas Ambientais. Saúde Soc. São Paulo, v.21, suppl.3, 2012, p.96-110.

SANTOS, M. Metamorfose do espaço habitado. São Paulo: EDUSP, 2012, 136p.

SILVA, M.L. A; ARAÚJO, M.F.V.; CONCEIÇÃO, G.M. Identidade e modo de vida dos moradores do Parque Nacional da Chapada das Mesas, Maranhão, Brasil. Revista Biota Amazônia, v. 7, n. 4, p. 41-47, 2017. 10. 18561/2179-5746.

SERENINI, M. J.; MALYZS, S. Os desafios da escola pública paranaense na perspectiva do professor PDE. Produções Didático-Pedagógicas. In: SERENINI, M. J.; MALYZS, S. T. A importância da agricultura familiar na produção de alimentos. Cadernos PDE. v.2. UNESPAR. Paraná, 2014/2015.41p.

WANDERLEY, Maria N. B. O mundo rural como espaço de vida: reflexões sobre a propriedade da terra, agricultura familiar e ruralidade. Porto Alegre: Ed. UFRGS, 2009.328p.

Downloads

Publicado

2019-11-07

Como Citar

SILVA, M. L. A. da; ARAÚJO, M. de F. V.; CONCEIÇÃO, G. M. da. Percepção de povos tradicionais do Cerrado sobre a implantação do Parque Nacional da Chapada das Mesas, Maranhão. Revista Verde de Agroecologia e Desenvolvimento Sustentável, [S. l.], v. 14, n. 3, p. 429–435, 2019. DOI: 10.18378/rvads.v14i3.6363. Disponível em: https://gvaa.com.br/revista/index.php/RVADS/article/view/6363. Acesso em: 19 maio. 2024.

Edição

Seção

INTERDISCIPLINAR

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)