Classificação fisiológica de sementes florestais quanto a tolerância à dessecação e armazenamento
DOI:
https://doi.org/10.18378/rvads.v15i1.6625Palavras-chave:
Recalcitrantes, Ortodoxas. Sensibilidade à dessecaçãoResumo
Objetivou-se neste estudo classificar as sementes de aguano (Swietenia macrophylla King) e matamatá (Eschweilera juruensis R. Knuth) quanto à tolerância a dessecação pelo método SCR (Seed Coat Ratio), teste de 100 sementes, e pelo protocolo convencional. O experimento foi conduzido no Laboratório de Análises de Sementes Florestais da Universidade Federal do Acre. Para condução dos experimentos pelo método SCR foram utilizadas 40 sementes dissecadas em envoltório e eixo embrionário. Para o teste de 100 sementes foram utilizados dois ambientes, controle seco e controle úmido. Para o método convencional, as sementes de S. macrophylla foram submetidas à secagem a 6 e 5% e E. juruensis à secagem a 12 e 5%, ambas as espécies armazenadas por 90 dias com 5% do grau de umidade. Para avaliar o vigor foi utilizado o teste de emergência. O método SCR para as sementes de S. macrophylla foi de P=0,0046, classificadas como ortodoxas e as sementes de E. juruensis classificadas como recalcitrantes com P=0,96. No teste de 100 sementes a secagem a 15% ocasionou uma germinação de 76% para S. macrophylla e a perca do vigor das sementes de E. juruensis, após a secagem. Quando submetidas a secagem a 5% e armazenadas por 90 dias, as sementes de S. macrophylla apresentaram emergência de 93%, já as sementes de E. juruensis não mantiveram o vigor. A classificação fisiológica das espécies florestais quanto a tolerância a dessecação e ao armazenamento para Swietenia macrophylla classificada ortodoxa e Eschweilera juruensis como recalcitrante.
Downloads
Referências
BARBEDO, C. J.; SANTOS JUNIOR, N. A. Sementes do Brasil: produção e tecnologia para espécies da flora brasileira. São Paulo: Instituto de Botânica, 2018.
BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Regras para Análise de Sementes. Brasília: Secretaria Nacional de Defesa Agropecuária; 2009.
BRASIL. Instruções para Análise de Sementes de espécies florestais. Ministério da Agricultura e Reforma Agrária. SNDA/DNPV/ CLAV. Brasília. p. 98, 2013.
CALVI, G. P. Armazenamento das sementes recalcitrantes de Eugenia stipitata mcvaugh: aspectos tecnológicos e fisiológicos.101 f. Tese (Doutorado em Ciências de Florestas Tropicais) - Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia – INPA, Manaus, 2015.
CROMARTY, A. S.; ELLIS, R. H.; ROBERTS, E. H. Design of seed storage facilities for genetic conservation. Rome: IPGRI, p. 100, 1985.
DAWS, M. I.; GARWOOD, N. C.; PRITCHARD, H. W. Traits of recalcitrant seeds in a semideciduous tropical forest in Panamá: some ecological implications. Functional Ecology, v. 19; p. 874-855, 2005.
DAWS, M. I.; GARWOOD, N. C.; PRITCHARD, H. W. Prediction of Desiccation Sensitivity in Seeds of Woody Species: A Probabilistic Model Based on Two Seed Traits and 104 Species. Annals of Botany v.97, p. 667–674, 2006.
ELLIS, R. H.; HONG, T. D.; ROBERTS, H. An intermediate category of seed storage behaviour: I., coffee. Journal of Experimental Botany, Oxford, v. 41, n. 230, p. 1167- 1174, 1990.
FERREIRA, D. F. SISVAR: um programa para análises e ensino de estatística. Revista Symposium, Lavras, v. 6, p. 36-41, 2008.
FREITAS, J. S.; ALMEIDA, M. C. Predição da tolerância ao dessecamento de sementes florestais amazônicas. Enciclopédia Biosfera, Goiânia, v. 13, n. 23, p. 1002-1012, 2016.
GOLD, K., HAY, F. Identifying desiccation- sensitive seeds. Millennium Seed Bank Project, Wakehurst Place, Ardingly, Technical Information Sheet, 2008.
GUSSON, E. Uso e diversidade genética em populações naturais de biriba (Eschweilera ovata Cambess. Miers): subsídios ao manejo e conservação da espécie. 2003. 107 f. Dissertação (Mestrado em Ecologia de Agroecossistemas) – Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, Universidade de São Paulo, Piracicaba, 2003.
HAMILTON, K. I. M. N.; OFFORD, C. A.; CUNEO, P.; DESEO, M. A. A comparative study of seed morphology in relation to desication tolerance and other physiological responses in 71 Eastern Australian rainforest species. Plant Species Biology, v. 28, p. 51-62, 2013.
HONG, T. D.; ELLIS, R. H. A protocol to determine seed storage behaviour. Rome: International Plant Genetic Resources Institute, p. 55, 1996.
JAYASURIYA, K. M. G. G.; WIJETUNGA, A. S. T. B.; BASKIN, J. M.; BASKIN, C. C. Seed dormancy and storage beraviour in tropical Fabaceae: a study of 100 species from Sri Lanka. Seed Science Research, v.23, p. 257-269, 2013.
LAN, Q.; XIA, K.; WANG, X.; LIU, J.; ZHAO, J.; TAN, Y. Seed storage behavior of 101 woody species from the tropical rainforest of southern China: a test of the seed-coat ratio – seed mass (SCR – SM) model for determination of desiccation sensitivity. Australian Journal of Botany, Cap. 62, p. 305-311, 2014.
LIMA JÚNIOR, M. J. V.; GALVÃO, M. S. Informativo técnico rede de sementes da Amazônia. n° 8, Manaus, 2005.
MARCOS FILHO, J. Teste de envelhecimento acelerado. In: KRZYZANOWSKI, F. C.; VIEIRA, R. D.; FRANÇA NETO, J. B. (Ed.). Vigor de sementes: conceitos e testes. Londrina: ABRATES, Cap.3, p.1-24, 1999.
NERY, M. C.; DAVIDE, A. C.; SILVA, E. A. A.; SOARES, G. C. M., NERY, F.C. Classificação fisiológica de sementes florestais quanto a tolerância à dessecação e ao armazenamento. Cerne, v. 20, n. 3 p. 477-483, 2014.
NAUTIYAL, A. R.; PUROHIT, A. N. Seed viability in sal. II. Physiological and biochemical aspects of ageing in seeds of Shorea robusta. Seed Science and Technology, Zurich, v.13, p.69-76, 1985.
NASCIMENTO, W. M. O.; NOVEMBRE, A. S. L. C.; CICERO, S. M. Consequências fisiológicas da dessecação em sementes de açaí (Euterpe oleraceae Mart.). Revista Brasileira de Sementes, v. 29, n.2, p.38-43, 2007.
PELISSARI, F.; SILVA, C. J.; VIEIRA C. V. Classificação Quanto a Tolerância à Dessecação e ao Armazenamento de Sementes de Cassia fistula L. Scientific Electronic Archives, v. 2, p. 1-5, 2013.
PRITCHARD, H. W.; DAWS, M. I.; FLETCHER, B. J.; GAMÉNÉ, C. S.; MSANGA, H. P.; OMONDI, W. Ecological correlates of seed desiccation tolerance in tropical African drayland trees. American Journal of Botany, v.91 p. 863-870, 2004.
REGO, S. S.; NOGUEIRA, A. C.; MEDEIROS, A. C. S. PETKOWICZ, C. L. O.; SANTOS, A. F. Physiological behaviour of Blepharocalyx salicifolius and Casearia decandra seeds on the tolerance to dehydration. Journal of Seed Science, v.35, n.3, p.323-330, 2013.
ROBERTS, E. H. Predicting the storage life of seeds. Seed Science and Technology, Zurich, v. 1, n. 4, p. 499-514, 1973.
SACANDÉ, M.; JOKER, D.; DULLOO, M. E.; THOMPSEN, K. A. Comparative storage biology of tropical tree seeds. Rome: IPGRI, p. 363, 2004.
VAZ, T. A. A.; DAVIDE, A. C.; RODRIGUES – JUNIOR, A. G.; NAKAMURA, A. T. Swartzia langsdorffi Raddi: morphophysiological traits of a recalcitrant seed dispersed during the dry seadon. Seed Science Reserch, v.26, p. 47-56, 2016.
WALTERS, C.; BERJAK, P.; PAMMENTER, N.; KENNEDY, K.; RAVEN. P. preservation of recalcitrante seeds. Science, v. 339, p. 915-916, 2013.