Produção de etanol e seus impactos ambientais na indústria alcooleira de Alagoas
DOI:
https://doi.org/10.18378/rvads.v16i3.8616Palavras-chave:
Energia renovável, Cana-de-açúcar, Destilaria, Usinas.Resumo
Apesar de toda tradição da agroindústria sucroenergética, é notória a preocupação da população, e principalmente, do meio científico relacionado aos impactos ambientais negativos que seus processos industriais produzem no meio ambiente. Com isto, objetivou-se com este estudo avaliar a produção de etanol, açúcar e outros derivados da cana-de-açúcar de quatro unidades industriais de Alagoas, durante três safras e pontuar os possíveis impactos ambientais provocados pelo processo de industrialização. Foi feito um levantamento com um questionário em três destilarias anexas e em uma destilaria autônoma, localizadas no estado de Alagoas. As quatro destilarias conduziram a fermentação em batelada alimentada (processo descontínuo alimentado) e possuem dorna pulmão. Duas possuem dornas abertas e duas fermentadores fechados, para recuperação do etanol arrastado pelos gases desprendidos durante a fermentação etanólica. O questionário foi preenchido com dados operacionais de cada destilaria. Foi avaliada a matéria prima por meio das variáveis cana – de - açúcar moída para açúcar, cana moída para álcool, % cana moída crua, moagem horária, tipo de mosto (caldo / misto / melaço), açúcares redutores totais do mosto. Foi quantificada a produção, resíduos, eficiências e rendimentos das usinas. As destilarias avaliadas neste trabalho utilizam seus resíduos dentro de uma amplitude aceitável do ponto de vista ambiental, buscando sempre melhores tecnologias com intuito de minimizar os impactos ambientais. O procedimento operacional industrial adotado pelas quatro unidades é, salvo pequenas variações, padrão para todo o estado de Alagoas.
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