EDUCAÇÃO EM SAÚDE – ANTICONCEPCIONAIS NA ADOLESCÊNCIA: RELATO DE EXPERIÊNCIA
Palavras-chave:
Educação em Saúde, Saúde sexual e Reprodutiva, Enfermagem.Resumo
INTRODUÇÃO
Sabido que a adolescência é uma fase nova de conhecimento, amadurecimento, maturação e desenvolvimento biopsicossocial, este período fundamental requer uma atenção redobrada aos jovens, independentemente do sexo, para informar, educar e sanar dúvidas a respeito do corpo e de suas modificações. No Brasil, há ainda, um grande estigma sobre à sexualidade devido aos determinantes socioculturais que persistem na atualidade (OLIVEIRA, 2016).
Sabe-se que o corpo vive em constante transformação, junto a isso, essa passagem da infância para adolescência traz consigo etapas referentes a mudança social, psicológica, física e a própria maturação sexual. Essa descoberta do novo corpo e do prazer torna-se um tema importante para a área da saúde, tendo em vista que essa nova fase é marcada por comportamentos e vulnerabilidades.
Um dos fatores abarcados é a sexualidade na adolescência e como os jovens tornam-se os grupos de fragilidade, quando se trata do diagnóstico de infecções sexualmente transmissíveis, maiores que em adultos (FILHO, 2018). Conforme Oliveira, 2016, a maioria dos jovens iniciam a atividade sexual muito cedo, que inclui um conjunto de risco tanto pela falta de informação adequada, quanto pelas influencias do meio em que convive. Assim, tendo em vista a relevância da temática, tornou-se necessário a promoção da educação em saúde a respeito da atividade sexual e reprodutiva para jovens do sexo feminino, a fim de conscientizar e sanar dúvidas.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A atividade aqui relatada trata-se de uma ação educativa com mulheres atendidas por uma unidade básica de saúde localizada no município de Cajazeiras – PB, acerca do uso inadequado e indiscriminado de anticoncepcionais. A temática escolhida se deu ao identificar um grande número de adolescente que fazem uso inadequado de anticoncepcionais, afim de minimizar o número de gravidez na adolescência, bem como alertar as mesmas a cerda de Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs). Podemos observar que a maioria das mulheres esperavam por uma palestra tradicional, na qual seriam ‘bombardeados’ por informações, então expomos que trabalharíamos de uma forma dinâmica e que seus conhecimentos prévios seriam de fundamental importância. Logo, realizamos a ação através de uma roda de conversa, na qual as usuárias sentiram-se a vontade de falar acerca de sua experiência com o uso de anticoncepcional, bem como suas dúvidas e receios quanto ao método.
Ficou evidente a falta de informação pela maioria das usuárias acerca do uso correto de anticoncepcionais, principalmente quando se trata de adolescentes, sendo que a grande maioria não faz uso de nenhum outro método que previna das ISTs, apenas buscam evitar uma gravidez. Acerca desse fato, SANTOS (2011) aborda ser nítido a ausência de conhecimentos acerca da sexualidade entre os jovens, assim eles buscam informações com pessoas próximas, o que caracteriza uma forte problemática, uma vez que estes estão sujeitos a adquirirem informações erradas. Um fato importante é que a grande maioria das mulheres que fazem uso rotineiro de anticoncepcionais, seja eles oral ou injetáveis, não procuraram a ajuda de um profissional para decidir se tal método se adequa a si. A grande maioria das adolescentes quando questionadas, relatam fazer uso devido recomendação de amigas que já fazem uso. O planejamento familiar é um direito de homens, mulheres e casais previsto na Constituição Federal do Brasil em seu artigo 226, bem como na Lei 9.263/96, que o regulamenta (BRASIL, 2010).
A informação adequada no contexto do planejamento familiar é indispensável, visto que ele permite ao indivíduo exercer seus direitos, reconhecer os métodos contraceptivos e realizar escolhas de forma autônoma; deve abranger orientações acerca destes métodos, bem como sobre saúde sexual e reprodutiva. É fundamental que a escolha do método utilizado para anticoncepção seja junto a um profissional de saúde, seguido de todas as informações pertinentes para ocorra o sucesso do método escolhido (BRASIL, 2002).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Foi perceptível a importância de se trabalhar o tema com as jovens, principalmente, no que tange a boa interação desde o início da apresentação, assim como, o vínculo e confiança que foi depositado ao se sentirem à vontade para falar situações vividas por elas mesmas.Referências
BRASIL, Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. Área Técnica de Saúde da Mulher. Assistência em Planejamento Familiar: Manual Técnico/Secretaria de Políticas de Saúde, Área Técnica de Saúde da Mulher – 4ª edição – Brasília: Ministério da Saúde, 2002. Disponível em:http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/0102assistencia1.pdf. Acessado em: 12 de nov. 2018.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Saúde sexual e saúde reprodutiva / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. – Brasília: Ministério da Saúde, 2010. Disponível em: http://189.28.128.100/dab/docs/publicacoes/cadernos_ab/abcad26.pdf. Acessado em: 12 de nov. 2018.
FILHO, A. C. A. A. Uso de métodos anticoncepcionais por mulheres adolescentes de escola pública. Cogitare Enfermagem, (23) 3: e55230, 2018.
OLIVEIRA, F. C. Uso de anticoncepcional oral por adolescentes e seus efeitos colaterais: revisão integrativa da literatura. 2017. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Enfermagem), Universidade de Brasília – UNB, Campus Darcy Ribeiro, Brasília, 2016.
RAMOS, L. A. S. et al. USO DE MÉTODOS ANTICONCEPCIONAIS POR MULHERES ADOLESCENTES DE ESCOLA PÚBLICA. Cogitare Enferm, v. 23, n. 3, p. e55230, 2018.
SANTOS, G. R. Orientação sexual para adolescentes no âmbito escolar. 2011. Disponível em: http://bdm.unb.br/handle/10483/1863. Acessado em: 12 de nov. 2018.
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