DISCUSSÃO CONSTRUTIVA SOBRE PSICOFOBIA: DESCONSTRUINDO ESTIGMAS

Authors

  • Ana Clara Lins de Andrade Sampaio FACULDADE SANTA MARIA (FSM)
  • Carla Kerolayne de Oliveira Silva FACULDADE SANTA MARIA (FSM)
  • Lúcia Temóteo FACULDADE SANTA MARIA (FSM)

Keywords:

Estigmas, Transtornos Mentais, Psicofobia.

Abstract

INTRODUÇÃO

A psicofobia é o termo utilizado para caracterizar ações discriminatórias para com os transtornos mentais segundo a Associação Brasileira de Psiquiatria-ABP, neste sentido as definições de estigma e discriminação só afirmam o quão ativo é o preconceito para com estes sujeitos acometidos por alguma doença. Observa-se de acordo com o dicionário AURÉLIO (1999) que estigma resulta de um processo pelo qual grupos/pessoas são levados a sentir-se envergonhados e excluídos por uma condição, e discriminação é, a ação ou efeito de discriminar, diferenciar ou distinguir. Desta forma o preconceito cria raízes em sociedade muitas vezes por falta de informações ou por própria negligência social, conseguinte que qualquer ação discriminatória deve ser punida com base na Lei n.º 7.716, de 5 de janeiro de 1989. É notório que a construção de conhecimentos acerca dos transtornos mentais, seguem estereótipos nutridos por preconceitos, vindo a considerar uma descriminação baseada na incapacidade racional e nos comportamentos das pessoas com transtornos mentais, deste modo aqueles que possuem algum tipo de transtorno, questionam seus papeis na sociedade e sentem dificuldade em se inserir novamente no meio social (WEBER, 2017).

OBJETIVOS

Este trabalho teve como objetivo promover uma discussão e reflexão crítica acerca da exclusão e estigmatizarão de pessoas com transtornos mentais, levando em consideração também a psicofobia, no qual através das discussões procurou-se informar e tirar dúvidas acerca do tema.

METODOLOGIA

A ação foi realizada no dia 25 de outubro de 2018, tendo como público-alvo 30 alunos do curso de exatas da instituição FSM, com duração de 35 min; iniciando-se com a aplicação de uma dinâmica e apresentação de dois vídeos, abordando o tema exclusão e estigmas, de pessoas com transtornos mentais. Logo após, foi realizada uma roda de conversa elencando o tema e discutindo a respeito.

RESULTADOS

A ação iniciou-se a partir da dinâmica cujo objetivo era instigar a reflexão do tema, depois utilizou-se dois vídeos da ABP- Associação Brasileira de Psiquiatria, dos quais relatavam histórias de preconceito sofridas por pessoas com transtornos. Desta forma foi realizada uma roda de conversa a respeito do tema, e de como os estudantes ali presentes logo após a reflexão, se portariam em tais situações, se já viram ou ouviram situações semelhantes com outras pessoas. No decorrer da discussão relataram não ter conhecimento do assunto, e que as doenças mentais eram naturais no cotidiano das pessoas, outros propuseram já ter presenciado situações de preconceito e violência em seu dia-a-dia, onde indivíduos revelavam negligência perante ao sofrimento de pessoas com transtornos mentais, fazendo da situação um momento desconfortável para aqueles que recebiam tal crítica. No decorrer do debate houve reflexões que apontaram mudanças de perspectivas acerca do tema e de como se portar frente a situações, um exemplo pode ser visto na fala de um dos alunos que relatou “o preconceito com pessoas que tem sofrimento mental, só piora a situação dela, prejudica sua recuperação”. Percebe-se que o tabu construído acerca dos transtornos mentais, não é um tema discutido sobretudo no espaço acadêmico de ciências exatas. Por falta de informações episódios de preconceito e violência sofridos por pessoas com transtornos mentais são crescentes, deste modo vê-se que esta parcela da sociedade se encontra a margem da aceitação social (BARROS, 2009). Nesta perspectiva foi observado através da ação e do debate sobre a temática, que ainda existe muitos estigmas e preconceitos a respeito da saúde mental, e que as práticas de preconceito e violência são perceptíveis perante a sociedade. Neste sentido VENTURA e BRITO (2012), ressaltam que a sociedade naturaliza tais atitudes, limitando a participação de pessoas com transtornos mentais quanto cidadãos ativos da sociedade, excluindo tais direitos que essas pessoas possuem sob proteção dos direitos humanos, sobretudo principados por leis que visam a proteção e assistência aos mesmos.

CONCLUSÕES

Diante de tal experiência pôde-se observar a carência de informações a respeito da psicofobia, entre cursos que não compreendem o âmbito da saúde, onde viu-se a necessidade de partilhar conhecimentos a respeito dos transtornos mentais para aqueles que desconhecem ou não compreendem totalmente o assunto, ressaltando o respeito para com a saúde mental, e de como estes sujeitos sofrem com o preconceito, estigmas e violência. Desta forma conseguiu-se atingir a tais objetivos esperados, e levantar críticas construtivas a respeito do tema, levando ao curso escolhido para ação, a importância do respeito, da empatia e reflexão acerca de atitudes preconceituosas para com pessoas com transtornos mentais.

References

BARROS, Gustavo Machado, Cartilha: Saúde mental e direitos humanos. Revista Brasileira de Psiquiatria. vol 32. nº 1. Mar, 2010.

BRASIL. Projeto de lei n.º 2.002, de 2015. Acrescenta dispositivo à Lei n.º 7.716, de 5 de janeiro de 1989, que define os crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor. Câmara dos Deputados, 2015.

FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo Aurélio Século XXI: o dicionário da língua portuguesa/.- 3.ed. totalmente revistada e ampliada.- Rio de Janeiro : Nova Fronteira, 1999.

VENTURA, Carla Aparecida Arena; BRITO, Emanuele Seicenti. Pessoas portadoras de transtornos mentais e o exercício de seus direitos. Rev Rene. 2012; 13(4):744-54.

WEBER, César Augusto Trinta; JURUENA, Mario Francisco. Paradigmas de atenção e estigma da doença mental na reforma psiquiátrica brasileira. Psicologia, Saúde & Doença, 2017, 18(3), 640-656, ISSN-2182-8407.

Published

2020-02-19

How to Cite

de Andrade Sampaio, A. C. L., de Oliveira Silva, C. K., & Temóteo, L. (2020). DISCUSSÃO CONSTRUTIVA SOBRE PSICOFOBIA: DESCONSTRUINDO ESTIGMAS. Caderno Verde De Agroecologia E Desenvolvimento Sustentável, 9(3). Retrieved from https://gvaa.com.br/revista/index.php/CVADS/article/view/6800