ABUSO SEXUAL NA INFÂNCIA E A ASSISTÊNCIA DA EQUIPE DE ENFERMAGEM
Palabras clave:
Abuso sexual, Abuso sexual infantil, Assistência de enfermagem.Resumen
INTRODUÇÃO
Apontado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como uma importante questão de saúde pública, o abuso sexual infantil pode ser definido como qualquer tipo de contato ou comportamento sexual entre uma criança e alguém em posição de poder sobre ela, envolvendo atos que possam coagir ou motivar a vítima na participação de práticas sexuais, seja por meio de toques, prática sexual propriamente dita, entre outras ações que englobam tanto contato físico sem ou com penetração (WHO, 2003; RAABE; SPENGLER, 2013).
No Brasil, a violência sexual infantil é um fenômeno frequente, onde o agressor normalmente é um familiar, que envolve a criança em um processo gradual de intimidação, por possuir uma relação de confiança ou poder sobre ela, interferindo no seu desenvolvimento e deixando sequelas que se estendem, por vezes, até a vida adulta (WHO, 2003; CHARTIER; WALKER; NAIMARK, 2010).
Frente ao impacto do contexto supracitado nas diferentes esferas da vida do sujeito, se faz necessário que o profissional de saúde, em especial o enfermeiro, apresente competências para identificar e caracterizar situações de abuso sexual, como também prosseguir com a assistência apropriada no intuito de promover a saúde sexual da criança, consequentemente, sua qualidade de vida.
OBJETIVOS
Reunir e analisar textos científicos sobre a assistência de enfermagem frente ao abuso sexual infantil.
METODOLOGIA
Trata-se de uma revisão narrativa da literatura, com buscas realizadas BVS (Biblioteca Virtual em Saúde). A amostragem da literatura foi determinada pelos critérios de inclusão: artigos científicos originais, disponíveis na íntegra, publicados no período de 2010 a 2018, sendo excluídos os artigos que não contemplassem o tema abordado.
Foi utilizado inicialmente o descritor ‘abuso sexual na infância’ que teve como resultado 93 artigos que se adequaram aos critérios de inclusão e exclusão. Após leitura exploratória foram excluídos os que apresentavam enfoque em outras temáticas, sendo selecionados quatro artigos para discussão. Utilizando o descritor “Abuso sexual”, foram encontrados 741 artigos e após a leitura exploratória também foram selecionados quatro artigos.
RESULTADOS
Verifica-se que as vítimas de maus-tratos na infância apresentam maior probabilidade de impactos negativos na sua qualidade de vida e mais gastos com problemas de saúde, tais como o desenvolvimento de psicopatologias, como a depressão, transtorno afetivo bipolar, transtorno de abuso de substâncias, desamparo, baixa autoestima, distúrbios de sono e/ou alimentação, entre outros, além de tentativas suicidas na entrada da idade adulta (RISMAN; FIGUEIRA; MENDEIROS, 2014).
Frente a este contexto, em 2010, ocorreu a elaboração do Programa Nacional de Enfrentamento da Violência Sexual Infanto-Juvenil, que reafirma o compromisso de defesa intransigente dos direitos de crianças e adolescentes, o atendimento especializado e em rede às crianças e aos adolescentes em situação de violência sexual e às suas famílias seja feito por profissionais especializados e capacitados (BRASIL, 2010).
Sendo assim, os profissionais da saúde, principalmente da equipe de enfermagem, devem apresentar conhecimento para o atendimento referente a promoção, prevenção, diagnóstico e tratamento das crianças vítimas desse tipo de violência, defendendo seus direitos e assistência holística e de qualidade (VASCONCELOS et al., 2010; WOISKI; ROCHA, 2010).
Contudo, evidencia-se que a violência sexual infantil configura-se como uma questão desafiadora para a equipe de enfermagem, com a necessidade de cuidados que englobem ações que vão desde os aspectos físicos, psicológicos e sociais sofridos pela vítima até os envolvidos nessa situação, como a família, o abusador e a sociedade em geral, além de identificar sinais de alerta na criança, notificar casos suspeitos e confirmados, acolher, minimizar os danos prevenindo essas situações e a orientação de forma eficaz aos pais e/ou responsáveis da criança quanto a educação sexual (LUSTOSA et al., 2014).
CONCLUSÕES
Evidencia-se a necessidade de preparo dos profissionais da equipe de enfermagem para assistir de forma integral às vítimas de abuso sexual infantil, inclusive com implementação de estratégias na prevenção e diminuição de sequelas. Importante ressaltar a necessidade de conscientização da população na denúncia de casos de violência, abuso e exploração sexual infantil, afim de possibilitar maior visibilidade para esse problema de saúde pública e maior investimento em estratégias que defendam os direitos da criança e do adolescente. Ademais, torna-se imperativo mais estudos referentes à temática.Citas
BRASIL. Programa Nacional de Enfrentamento da Violência Sexual Infanto-Juvenil. Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República. 2010.
CHARTIER MJ, Walker JR, Naimark B. Separate and cumulative effects of adverse childhood experiences in predicting adult health and health care utilization. Child Abuse Negl. 2010;34:454-64.
LUSTOSA AP, Pereira AS, Moreira DP, Silva APS, Marques LA, Vieira LJES. Abuso Sexual contra crianças: evidências para o cuidado de enfermagem. Child sexual abuse: evidences for nursing care. Cadernos ESP, Ceará 8(2): 50-63, jul./dez. 2014.
RAABE FJ, Spengler D. Epigenetic Risk Factors in PTSD and Depression. Front
Psychiatry. 2013;4:80.
RISMAN ARL, Figueira G, Mendeiros V, Teixeira LA. Abuso sexual intrafamiliar: una mirada multifacetica al incesto. Psicol Am Lat. 2014:88-100.
VASCONCELOS KL, Ferreira EGN, Oliveira EM, Siqueira DD, Pinheiro PNC. Caracteristicas da violência sexual sofrida por crianças assistidas por um programa de apoio. Rev. Rene. 2010.
WOISKI ROS, Rocha DLB. Cuidado de enfermagem à criança vítima de violência sexual atendida em unidade de emergência hospitalar. Esc. Anna Nery. 2010.
WORLD HEALTH ORGANIZATION. Guidelines for medico-legal care for victims of sexual violence. Geneva: WHO; 2003.
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