LEVANTAMENTO BIBLIOGRAFICO ACERCA DA VIOLENCIA CONTRA A MULHER EM MONOGRAFIAS DO CURSO DE PSICOLOGIA

Resumen

INTRODUÇÃO

A desigualdade de poder entre os gêneros vem afetando diversas esferas da vida dos seres humanos. Ela se dá pelo processo de perpetuação de uma cultura que atribui papéis sociais e de relações de poder às condições biológicas e genéticas, como maneira de naturalizar a desigualdade (ZANATTA; FARIA, 2018). Uma das consequências mais preocupante dessa situação é a violência que vem sendo enfrentada pela mulher, que se configura de diferentes formas, como: física, sexual, psicológica e verbal. E os agressores podem vir da própria família ou do ciclo de convivência próximo (SCHRAIBER, et al, 2002).

OBJETIVOS

O presente trabalho objetivou realizar levantamento bibliográfico de trabalhos de conclusão de curso realizados pelos alunos do curso de Psicologia da Faculdade Santa Maria, localizada na cidade de Cajazeiras, no sertão da Paraíba, que efetuaram pesquisas voltadas à temática violência contra mulher.

METODOLOGIA

Realizou-se um levantamento bibliográfico de trabalhos de conclusão de curso de psicologia voltados à temática da violência contra a mulher. Buscaram-se monografias do curso de psicologia da Faculdade Santa Maria, realizadas no período de 2016 a 2018, ou seja, desde a primeira turma a graduar-se, até a mais recente, podendo-se identificar onze produções sobre: mulher, violência no âmbito familiar e relações de gênero. A seguir foram excluídos cinco trabalhos, pois se focavam na percepção infantil ou perfil dos agressores, distanciando-se da proposta de enfoque na mulher. O critério seguinte foi que só permaneceriam monografias que retratem temas ligados a violência contra a mulher, dois textos foram excluídos. Após todos os critérios serem aplicados na seleção de produções cientificas, quatro foram identificados como mais condizentes à proposta deste trabalho.

RESULTADOS

A partir do levantamento efetuado, identificaram-se quatro produções que debatem a violência contra mulher voltada à temas como: abuso sexual, violência doméstica e relacionamento abusivo.

Um dos estudos apresenta uma pesquisa de levantamento de jovens alunas do curso de psicologia que passaram por uma ou mais experiências de abuso sexual. A amostra foi de 113 estudantes que respondiam questionários acerca do abuso sexual que sofreram. E os dados mostram que a maior parte das estudantes tem entre 18 e 24 anos, não possuem um emprego ou união estável (TELES, 2016).

Na pesquisa realizada nos dispositivos de saúde (Hospital Regional de Cajazeiras) e de referência no atendimento da mulher (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher - DEAM e Centro de Referência de Atendimento à Mulher em Situação de Violência - CRAM), foram analisados os casos notificados a esse serviço. É percebido que a agressão geralmente vem de um parceiro com quem ela possui uma união estável e tem uma incidência maior em mulheres com um nível de escolaridade mais baixo. E destaca que o tipo de violência mais presente é a psicológica, seguida da física (LIMA, 2016).

Em outro estudo busca-se compreender a percepção que as mulheres vítimas de violência de gênero com relação ao atendimento psicológico recebido por elas no CRAM da cidade de Cajazeiras – PB, que concluiu o serviço humanizado dos profissionais de psicologia tem um impacto positivo na promoção de saúde mental das mulheres (MOREIRA, 2016).

Na produção sobre relacionamento abusivo é destaca a dificuldade que as vítimas têm em reconhecer a situação, pois existe uma grande diversidade de comportamentos violentos que podem estar presentes nesse tipo de relacionamento. Alguns acabam não sendo explícitos e as mulheres não tem clareza da violação sofrida. Foi compreendido que um fator que perpetua a incidência dos relacionamentos abusivos são os valores culturais que acabam negligenciando e naturalizando esse tipo de agressão (PINTO, 2018).

CONCLUSÕES

Compreendendo os dados apresentados pelas produções cientificas realizadas a acerca da violência contra a mulher, é perceptível o quanto a figura feminina culturalmente ainda é tem seus direitos mais básicos violados, permanecendo aviltada física, psicológica e socialmente. A análise desses trabalhos auxilia no sentido de proporcionar um norte para a prática psicológica, que tem como objetivo minimizar o sofrimento humano. Como também orientar sobre novas pesquisas, pois é necessário aprofundar os conhecimentos existentes em busca de novas práticas. E ainda pontuar novos aspectos da violência de gênero que possam auxiliar no aperfeiçoamento de mudanças sociais e reforma nas políticas públicas existentes.