METABOLISMO DE FLAVONOIDES PELOS LEPIDÓPTEROS-PRAGA DE SOJA Spodoptera frugiperda E Anticarsia gemmatalis
Palabras clave:
ECOLOGIA QUÍMICA, INTERAÇÕES PLANTA-INSETO, DETOXIFICAÇÃO, METABOLISMO, FLAVONOIDESResumen
A soja (Glycine max L. Merryl) produz uma variedade de flavonoides conhecidos por apresentar toxicidade frente a insetos herbívoros.1 Porém, Spodoptera frugiperda e Anticarsia gemmatalis (Lepidoptera: Noctuidae) são importante pragas agrícolas responsáveis por prejuízos em plantações de soja no Brasil.2,3 Pouco se conhece sobre como esses insetos metabolizam compostos de defesa de plantas, e como isso explica suas escolhas de plantas hospedeiras e status de praga agrícola. O presente trabalho tem o objetivo de investigar as principais rotas metabólicas usadas por esses insetos para minimizar os efeitos tóxicos de quercetina e rutina, aqui usadas como compostos modelo representando agliconas e glicosídeos de flavonoides, respectivamente. Lagartas de S. frugiperda e A. gemmatalis foram alimentadas com dietas artificiais4 contendo quercetina e rutina, e extratos das fezes resultantes foram analisados por UPLC-QToF. A interpretação dos cromatogramas e espectros de massas sugerem que ambas espécies metabolizam quercetina por glicosilação, metilação e sulfonação, sendo que S. frugiperda realiza também fosforilação. Algumas dessas reações acontecem sequencialmente, gerando produtos como metilglicosídeos, sulfoglicosídeos, fosfoglicosídeos, metil sulfoglicosídeos, derivados metilssulfonados, diglicosídeos e triglicosídeos. Ao todo, 23 metabólitos de quercetina foram detectados para S. frugiperda e 18 para A. gemmatalis. Nos experimentos com rutina, 7 metabólitos foram detectados nas fezes de S. frugiperda, e 4 nas de A. gemmatalis. Esses incluem derivados metilados e glicosilados de rutina, e metabólitos de quercetina provavelmente originados pela hidrólise in vivo da rutina e seu metabolismo subsequente como quercetina. Tais resultados mostram que o metabolismo de flavonoides nesses insetos constitui redes de reações de conjugação complementares, resultando em metabólitos provavelmente menos tóxicos e/ou mais facilmente excretáveis. Experimentos futuros visarão a elucidação das estruturas dos metabólitos desses insetos e da identidade das enzimas e genes envolvidos nessas rotas metabólicas.Citas
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