Análise da dinâmica no uso da terra maranhense na Amazônia Legal
DOI:
https://doi.org/10.18378/rvads.v14i3.6550Palabras clave:
Desmatamento, Bovinos, AgropecuáriaResumen
Por muitos anos as produções agropecuárias foram as principais causas do desmatamento na Amazônia Legal, principalmente após as políticas desenvolvimentistas para região amazônica, a partir da década 60. Neste contexto, objetivou-se analisar no período de 2002 a 2017, a dinâmica espaço-temporal do uso e cobertura do solo nos municípios maranhenses situados na Amazônia Legal. O estudo aconteceu em 170 municípios que fazem parte do território da Amazônia Legal. Utilizou-se para aplicação do coeficiente de correlação, os dados referentes às áreas desmatadas, área total utilizada na agricultura e quantidade de bovinos. Empregou-se também os dados de área territorial e estimativa populacional dos municípios de maior área desmatada. Observou-se que o desmatamento na Amazônia Legal, no Maranhão, teve expressiva redução de 131.428 hectares, entre os anos de 2002 a 2017. Em contraste a isso, o número de bovinos e a área utilizada na agricultura aumentaram de 4,33 para 7,098 milhões e 1,052 para 1,573 milhões de hectares, respectivamente. O desmatamento da Amazônia Legal no Maranhão, em 16 anos, esteve amplamente (70%) concentrado em 25 municípios, principalmente os localizados próximos a importantes rodovias federais ou com fácil acesso a outros estados, como o Pará. Embora, os indicadores de desmatamento na Amazônia Legal situada no Maranhão, indiquem que há redução em 16 anos, é necessário atentar ao desenvolvimento sustentável na agropecuária, ou seja, equilíbrio entre o econômico, ecológico e social, pois há muito que pode ser preservado, ainda. Também é importante a adequada fiscalização ambiental em áreas de divisa do estado, que demonstram uma forte tendência a impactos ambientais, associados ao desmatamento.
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