Florística, fitossociologia e estrutura diamétrica de um remanescente florestal no município de Gurupi, Tocantins
DOI:
https://doi.org/10.18378/rvads.v11i4.3797Palavras-chave:
Classe diamétrica, Diversidade florística, Parâmetros fitossociológicos.Resumo
Objetivou-se conhecer a composição florística e fitossociológica da formação florestal cerradão, domínio do Cerrado, Gurupi no estado de Tocantins. Foram demarcadas 2 parcelas de 20x50m2 cada nas quais foram registrados todos os indivíduos arbustivo-arbóreos com circunferência do tronco ≥ a 15 cm, na altura de 1.30m do solo. Os dados coletados foram analisados utilizando os softwares Microsoft Office Excel e Fitopac versão 2.1.2. Foi realizada análise dos valores absolutos e relativos de densidade, frequência, dominância e valor de Importância (VI), Índice de diversidade de Shannon (H’) e equabilidade de Pielou (J’). Foram amostrados 142 indivíduos, destes 133 indivíduos vivos e 9 mortos em pé, distribuídos em 26 espécies e 17 famílias, além do grupo das mortas e uma família indeterminada. A densidade total foi de 710 plantas/hectare-1, com área basal total de 6,787 m²/ha-1. A espécie mais abundante foi Tapirira guianensis (37 Ind. 26 %.). Os indivíduos das espécies Copaifera langsdorffii, Platypodium elegans, Plathymenia reticulata, Bauhinia rufa, Machaerium hirtum e Dalberbia miscolobium, pertencentes à família Fabaceae foram as que apresentaram os maiores números de indivíduos/espécie. As espécies com maior valor de IVI foram Tapirira guianensis (59,51%), Copaifera langsdorffii (24,81%), Protium heptaphyllum (22,27%) e Alibertia sessilis (14,87%). O padrão de distribuição dos indivíduos foi no intervalo de 11 classes de diâmetro no formato de “J” invertido. O Índice de Diversidade de Shannon (H') encontrado foi de 2,76, a equabilidade de Pielou apresentou valor de 0,83. Foram encontradas diversas espécies que caracterizaram a fitofisionomia cerradão, onde a mesma encontra-se em processo de regeneração.
Floristic, phytosociology and diametric structure of a remnant forest in the municipality of Gurupi, Tocantins
Abstract: This study aimed to know the floristic and phytosociological composition of Cerradão forest, a domain of Cerrado, in Gurupi Tocantins State. Two plots of 20x50m2 each were demarcated, in which were registered all the shrub-arboreal individuals with trunk circumference ≥ 15 cm, at a height of 1.30 m above the ground. The data collected were analyzed using the software Microsoft Office Excel and Fitopac version 2.1.2. The absolute and relative values of density, frequency, dominance and value of Importance (VI), Shannon diversity index (H’) and Pielou equability (J’) were analyzed. They were sampled 142 individuals and of these 133 living individuals and 9 dead standing, distributed in 26 species and 17 families, besides the group of the dead individuals and an unknown family. The total density was 710 plants ha-1, with a total basal area of 6,787 m² ha-1. The most abundant specie was Tapirira guianensis (37 Ind. 26 %). The individuals of the species Copaifera langsdorffii, Platypodium elegans, Plathymenia reticulata, Bauhinia rufa, Machaerium hirtum e Dalberbia miscolobium, belonging to the Fabaceae family were those that presented the largest numbers of individuals per specie. The species with the highest values of IVI were Tapirira guianensis (59,51%), Copaifera langsdorffii (24,81%), Protium heptaphyllum (22,27%) and Alibertia sessilis (14,87%). The distribution pattern of the individuals was in the range of 11 diameter classes in the inverted "J" format. The Shannon diversity index (H’) found was 2,76. In addition the Pielou equability showed the value of 0,83. It was found several species that characterized the cerradão phytophysiognomy, where it is in regeneration process.
Downloads
Referências
AGUIAR, L. M. S.; MACHADO, R. B.; MARINHO-FILHO, J. A. Diversidade Biológica do Cerrado. In: AGUIAR, L. M. S.; CAMARGO, A. J. A. (Eds.). Cerrado: ecologia e caracterização. Planaltina: Embrapa Cerrados, p. 17 - 40. 2004.
APG III. ANGIOSPERM PHYLOGENY GROUP III. An update of the Angiosperm Phylogeny Group classification for the orders and families of flowering plants: APG III. Botanical Journal of the Linnean Society. v. 161, p. 105-121, 2009.
BARBOSA, A. S. “O Cerrado está extinto e isso leva ao fim dos rios e dos reservatórios de água”, Jornal opção. Out. 2014, ed. 2048.
BARROS, L. G. V.; ALMEIDA, V. R. A contribuição da pesquisa empírica na análise da proteção jurídica do cerrado Mineiro. Revista Meio Ambiente e Sustentabilidade, v. 3, n. 2, p. 07 – 34, jan./jun., 2013.
BATALHA, M. A.; MANTOVANI, W. Floristic composition of the cerrado in the Pe-de-Gigante Reserve (Santa Rita do Passa Quatro, South east ern Brazil). Acta Botanica Brasilica, v. 15, n. 3, p. 289-304, 2001.
CAMPOS, É. P.; DUARTE, T. G.; NERI, A. V.; SILVA, A. F.; MEIRA NETO, J. A. A.; VALENTE, G. E. Composição florística de um trecho de cerradão e cerrado sensu stricto e sua relação com o solo na Floresta Nacional (FLONA) de Paraopeba, MG, Brasil. Revista Árvore, Viçosa, v. 30, n. 6, p. 471-479, 2006.
CARVALHO, J. O. P. Distribuição diamétrica de espécies comerciais e potenciais em floresta tropical úmida natural na Amazônia. Embrapa-CPATU, Belém, 1981.
CASTRO, A. A. J. F.; MARTINS, F. R.; TAMASHIRO, J. Y.; SHEPHERD, G. J How rich is the flora of Brazilian cerrados? Annals of the Missouri Botanical Garden, n.86, p.192-224, 1999.
COSTA, A. A.; ARAUJO, G. M. Comparação da vegetação arbórea de cerradão e cerrado na Reserva do Panga, Uberlândia, Minas Gerais. Acta Botânica Brasílica, v. 15, n. 1, p. 63-72, 2001.
EITEN G. Classificação da vegetação do Brasil. Brasília: Coordenação editorial do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq, Brasília, 305p, 1983.
EMBRAPA. EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA.. 2012. Disponível em http://saf.cnpgc.embrapa.br/02arvores.html#
FELFILI, J. M.; SILVA-JUNIOR, M. C.; NOGUEIRA, P. E. Levantamento da vegetação arbórea na região de Nova Xavantina, MT. Boletim do Herbário Ezechias Paulo Heringer, v. 3, p. 63-81, 1998.
FELFILI, J. M.; SILVA JÚNIOR, M. C.; SEVILHA, A. C.; FAGG, C. W.; WALTER, B. M .T.; NOGUEIRA, P. E.; REZENDE, A. V. Diversity, floristic and structural patterns of cerrado vegetation in Central Brazil. Plant Ecology, n.175, p.37-46, 2004.
FREITAS, E. D. "Cerrado"; Brasil Escola. Disponível em http://www.brasilescola.com/brasil/cerrado.htm. Acesso em 01 de setembro de 2015.
GOMES, B. Z.; MARTINS, F. R.; TAMASHIRO, J. Y. Estrutura do cerradão e da transição entre cerradão e floresta paludícola num fragmento da International Paper do Brasil Ltda., em Brotas, SP. Revista Brasileira de Botânica, v. 27, n. 2, p. 249-262, 2004.
GOODLAND, R. J. A.; FERRI, M. G. Ecologia do cerrado. Editora Itatiaia & EDUSP, Belo Horizonte e São Paulo, 193p, 1979.
HERINGER. E. P.. BARROSO. G. M.. RIZZO. J. A.; RIZZINI. C. T. A flora do Cerrado. In: FERRI. M.G. IV Simpósio sobre o Cerrado. Editora Universidade de São Paulo-Edusp/Livraria Itatiaia Editora Ltda.. São Paulo. p. 211-232, 1977.
IBGE. Mapa de biomas do Brasil. Escala 1:5.000.000. Rio de Janeiro: IBGE, 2004. Disponível em: http://mapas.ibge.gov.br/biomas2/ viewer.htm.
INSTITUTO CERRADO. Conservação e Pesquisa. Disponível em: http://www.institutocerrado.org.br/obioma.aspx.
KLINK, C. A.; MACHADO, R. B. A conservação do Cerrado brasileiro. Megadiversidade, v. 1, n. 1, p. 147-155, 2005.
KUNZ, S. H.; IVANAUSKAS, N. M.; MARTINS, S. V. Estrutura fitossociológica de uma área de cerradão em Canarana, Estado do Mato Grosso, Brasil. Acta Scientiarum. Biological Sciences, Maringá, v. 31, n. 3, p. 255-261, 2009.
Lista de Espécies da Flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2012/>. Acesso em Setembro de 2015.
LOPES, A. S.; COX, F. R. A survey of the fertility status of surface soils under `cerrado' vegetation in Brazil. Soil Science Society of America Journal, v.41, p.741-747, 1977.
MARIMON-JUNIOR, B. H.; HARIDASAN, M. Comparação da vegetação arbórea e características edáficas de um cerradão e um cerrado sensu stricto em áreas adjacentes sobre solo distrófico no leste de Mato Grosso, Brasil. Acta Botanica Brasilica, v. 19, n. 4, p. 913-926, 2005.
MENDONÇA, R. C.; FELFILI, J. M.; WALTER, B. M. T.; SILVA JÚNIOR. M. C.; REZENDE, A. V.; FILGUEIRAS, T. S.; NOGUEIRA, P. E.; FAGG, C. W. Flora vascular do cerrado: Checklist com 12.356 espécies. In Cerrado: ecologia e flora (S.M. Sano, S.P. Almeida & J.F. Ribeiro, ed.). EMBRAPA-CPAC, Planaltina, p. 417- 1279, 2008.
MMA. Ministério do Meio Ambiente. Monitoramento do desmatamento nos biomas brasileiros por satélite: Monitoramento do Bioma Cerrado. Secretaria de Biodiversidade e Florestas IBAMA, Brasília. 65p, 2011.
MUELLER-DOMBOIS; ELLENBERG, H. Aims And Methods Of Vegetation Ecology. John Willey & Sons, New York, 547p, 1974.
OLIVEIRA-FILHO, A. T.; RATTER, J. A. Vegetation physiognomies and woody flora of the Cerrado Biome. In: Oliveira, P.S. & Marquis, R.J. (Orgs.).The Cerrados of Brazil: ecology and natural history of a Neotropical savanna. New York, Columbia University Press. P. 91-120, 2002.
PIELOU, E. C. Ecological diversity. New York: Wiley, 165p. 1975.
PIRES, J. M.; PRANCE, G. T. The Amazon Forest: a natural heritage to be preserved. In Extinction is forever (G.T. Prance & T.S. Elias, eds.). New York Botanical Garden, New York, p.158-194. 1977.
POLHILL, R. R. P. H. (ed.). Advances in legume systematics: parts 1 & 2. Kew, Royal Botanic Gardens, v. 2, p. 1-7, 1981.
RATTER, J. A.; DARGIE, T. C. D. An analysis of the floristic composition of 26 cerrado areas in Brazil. Edinburgh Journal of Botany, n. 49, p. 235 - 250, 1992.
RATTER, J. A. As transições entre Cerrado e vegetação de floresta no Brasil. In: Furley, PA Proctor, J. & Ratter, J. A (Eds.). Natureza e Dinâmica de Fronteiras Forest-Savanna. Londres, Chapman & Hall, p. 417-430, 1992.
RATTER, J. A.; RIBEIRO, J. F.; BRIDGEWATER, S. The Brazilian cerrado vegetation and threats to its biodiversity.Annals of Botany, v.80, p.223-230, 1997.
REFLORA. Herbário Virtual. Disponível em: http://reflora.jbrj.gov.br/reflora/herbarioVirtual/
RIBEIRO, J. F.; SILVA, J. C. S.; BATMANIAN, G. J. Fitossociologia de tipos fisionômicos de cerrado em Planaltina - DF. Revista Brasileira de Botânica, v. 8, p. 131-142, 1985.
RIBEIRO, J. F.; WALTER, B. M. T. Fitofisionomias do Bioma Cerrado. In: SANO, S. M.; ALMEIDA, S. P. Cerrado: ambiente e flora. Embrapa: Brasília – DF, 556p, 1998.
RIBEIRO, J. F.; Walter, B. M. T. As principais fitofisionomias do Bioma Cerrado. In: Sano, S.M.; Almeida, S.P. & Ribeiro, J.F. (Eds.). Cerrado: Ecologia e Flora. Embrapa Cerrados. Brasília - DF. p. 151-212. 2008.
RIZZINI, C. T. Tratado de fitogeografia do Brasil: aspectos ecológicos, sociológicos e florísticos. Rio de janeiro: Âmbito Cultural Edições Ltda., 747p, 1997.
SANO, E. E.; ROSA, R.; BRITO, J. L. S.; FERREIRA, L. G. Mapeamento semi-detalhado do uso da terra do Bioma Cerrado. Pesquisa Agropecuária Brasileira, vol. 43, n. 1, p. 153-156, 2008.
SANTOS - DINIZ, V. S.; SILVA, A. R. L.; RODRIGUES, L. D. M.; CRISTOFOLI, M. Levantamento florístico e fitossociológico do Parque Municipal da Cachoeirinha, Município de Iporá, Goiás. Revista Enciclopédia Biosfera, v.8, n.14, p.1310. 2012.
SANO, E. E..; ROSA, R.; BRITO, J. L. S.; FERREIRA, L. G.; BEZERRA, H. S. Mapeamento da cobertura vegetal natural e antrópica do bioma Cerrado por meio de imagens Landsat ETM+. Anais XIV Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto, n. 2004, p. 1199-1206, 2009.
SARMIENTO, G. The savannas of tropical america. In Tropical savannas. Ecossystems of the world. Elsevier Science Publishers, New York, p. 245-288, 1983.
SCOLFORO, J.; MACHADO, S.; SILVA, S. O manejo da vegetação nativa através de cortes seletivos. EMBRAPA-CNPF. Documentos, 1997. ISSN 1414-3038.
SEPLAN. Secretaria Estadual do Planejamento e da Modernização da Gestão Pública. Atlas do Tocantins: subsídios ao planejamento da gestão territorial. 6. ed. revista atu. Palmas: SEPLAN, 80 p. 2012. Disponível em: http://seplan.to.gov.br/zoneamento/atlas-do-tocantins/
SILVA JÚNIOR. M. C.; FELFILI. J. M.; NOGUEIRA. P. E.; REZENDE. A. V. Análise florística das matas de galeria no Distrito Federal. In: RIBEIRO. J. F. Cerrado: matas de galeria. Brasília: Embrapa-CPAC. P. 53-84. 1998.
SILVA, J. S. V. Zoneamento ambiental da borda oeste do Pantanal: maciço do Urucum e adjacências. Brasília: Embrapa Comunicação para Transferência de Tecnologia; Corumbá: Embrapa Pantanal, 2000.
SIQUEIRA, A. S.; ARAÚJO, G. M.; SCHIAVINI, I. Caracterização florística da Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Fazenda Carneiro, Lagamar, MG, Brasil. Biota Neotropical, v. 6, n. 3, p.1-16, 2006.
SOUZA, P. B.; MEIRA NETO, J. A. A.; SILVA, A. F.; SOUZA, A. L. Composição florística da vegetação arbórea de um remanescente de cerradão, Paraopeba, MG. Revista Árvore, Viçosa, v. 32, p. 771-780, 2008.
SOUSA, P. A. B.; BORGES, R. S. T.; DIAS, R. R. Atlas do Tocantins: subsídios ao planejamento da gestão territorial. Secretaria do Planejamento e da Modernização da Gestão Pública - SEPLAN. 6. ed. rev. atu. 80p, Palmas, SEPLAN, 2012.
SOLORZANO, A.; PINTO, J. R. R; FELFILI, J. M; HAY, J. D. V. Perfil florístico e Estrutural do componente lenhoso em seis áreas de cerradão ao longo do bioma Cerrado. Acta Botanica Brasílica, V.26, p. 328-341, 2012.
SHEPHERD, G. Fitopac 2.1-Campinas. Departamento de Botânica, Universidade Estadual de Campinas, 2010.
WAIBEL, L. H. Vegetação e uso da terra no Planalto Central do Brasil. Revista Brasileira de Geografia, v. 10, n. 3, p. 335-370, 2 ed., 1948.