Programa Nacional de Frtalecimento da Agricultura Familiar : Promoção da Agricultura Familiar ou do Agronegócio no Brasil?

Autores

DOI:

https://doi.org/10.18378/rvads.v14i4.6514

Palavras-chave:

Agroecologia, Agrotóxicos, Insegurança Alimentar, Pobreza rural, Políticas públicas

Resumo

O objetivo deste artigo é discutir, como o PRONAF (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar), enquanto política pública de "Fortalecimento da Agricultura Familiar", contribuiu para o aumento da produção de mercadorias (produtos agricolas para exportação) em áreas predominantes de agricultores familiares. Para tanto, realizou-se uma pesquisa em áreas da agricultura familiar no norte do Rio Grande do Sul em 2017-18. Onde foram analisadas algumas considerações sobre a estrutura agrária, bem como os dados de aumento da produtividade e a área utilizada na produção das principais culturas exportadordas nos anos 2000-2017. E também algumas considerações sobre o rural e como esse modelo de agricultura baseado na produção intensiva degradou os ambientes, especialmente com o aumento de aplicação de pesticidas a cada ano no Rio Grande do Sul e no Brasil. Como resultado, observou-se que esse modelo baseado em financiamento público significativo manteve a pobreza rural, o endividamento e a dependência de algumas regiões com forte produção primária às custas de outras regiões mais industrializadas. Finalmente, apresentamos uma discussão sobre a necessidade de rever o papel das políticas públicas que promovam a segurança alimentar, a recuperação e a proteção ambiental, incentivando a agroecologia em áreas com a presença de agricultores pobres no Brasil.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Iran Carlos Lovis Trentin, Universidade Estadual do Rio Grande do Sul

Ph D em Agroecologia,

Professor adjunto na UERGS

Referências

BACEN. Banco Central do Brasil. Anuário estatístico do crédito rural 1999-2010. 2010. Disponible en: <https://www.bcb.gov.br/?id=RELRURAL&ano=2010> Consultada: 30/Abr/2018.

BEROLDT, L. Políticas públicas para a agricultura e dinâmica institucional: as transformações capitalistas na agricultura do Vale do Taquari, Rio Grande do Sul, Brasil. 124f. (Doutorado em Desenvolvimento Rural) Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre. 2010.

FEE. Fundação de Economia e Estatística Siegfried Emanuel Heuser. Indicadores Economicos. Porto Alegre - RS Porto Alegre, 2015. Disponible en: <https://www.fee.rs.gov.br/indicadores/> Consultada: 30/Abr/2018.

FIDA. Relatórios sobre pobreza e desenvolvimento. Organização das Nações Unidas. Brasília, Brasil. 98 p, 2014. Disponible en: Consultada: 30/Abr/2018.

FERNANDES, B. M. Movimento social como categoria geográfica. Terra Livre, n.15, p.59-86, 2015.

GEHLEN, I. Políticas públicas e desenvolvimento social rural. São Paulo em Perspectiva, v.18, n.2, p.95-103, 2004.

IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Censo Agropecuário 2006. Brasil, Grandes Regiões e Unidades da Federação. Rio de Janeiro, Brasil. 777p, 2015. Disponible en: Consultada: 30/Abr/2018.

JAMESON, F. As sementes do tempo. São Paulo: Ática, 1997.

NICHOLLS, C. Agroecología y resiliencia al cambio climático: principios y consideraciones metodológicas. Agroecología, v.8, n.1, p.7-20, 2013.

PRONAF: Ministério do Desenvolvimento Agrário. Lei da Agricultura Familiar.Brasilia, 2006. Disponible en: <http://www.mda.gov.br>. Consultado: 27/Sep/2018.

ROMANO, J. O. Política nas políticas: um olhar sobre a agricultura brasileira. Rio de Janeiro: Mauad Editora Ltda, 2009.

SARANDÓN, S. J. El desarrollo y uso de indicadores para evaluar la sustentabilidad de los agroecosistemas. En: Sarandón, S.J. (ed.) Agroecología: El camino hacia una agricultura sustentable. Ediciones Científicas Americanas: La plata, pp 350-394, 2002.

SCHNEIDER, S. Pobreza rural, desequilíbrios regionais e desenvolvimento agrário no Rio Grande do Sul. Teoria e Evidência Econômica, v.8, n.15, p.117-149, 2000.

SCHNEIDER, S. CAZELLA, A. A. MATTEI, L. Histórico, caracterização e dinâmica recente do PRONAF – Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar. In: SCHNEIDER, S.; SILVA, M. C.; MARQUES, P. E. M. (Orgs.). Políticas públicas e participação social no Brasil rural. Ed. Universidade/UFRGS: Porto Alegre, 2004. pp 21-49.

SCHNEIDER, S. CONTERATO, M. WAQUIL, P. Estilos de agricultura: uma perspectiva para a análise da diversidade da agricultura familiar. Ensaios FEE, v.31, n.1, p.149-186, 2011.

SEN, A. Desenvolvimento como liberdade. Editora Companhia das Letras: São Paulo, 461p, 2000.

TRENTIN, I. C. L. Desenvolvimento Regional e Agroecologia no Rio Grande do Sul/Brasil. Investigaciones Geográficas, v.49, p.99-115, 2015. 10.5354/0719-5370.2015.37516.

VEIGA, J. E. O Brasil rural ainda não encontrou seu eixo de desenvolvimento, Nead, Série Estudos Avançados, v.15, n.43, p.101-119, 2001.

Publicado

2019-10-01

Como Citar

TRENTIN, I. C. L. Programa Nacional de Frtalecimento da Agricultura Familiar : Promoção da Agricultura Familiar ou do Agronegócio no Brasil?. Revista Verde de Agroecologia e Desenvolvimento Sustentável, [S. l.], v. 14, n. 4, p. 554–561, 2019. DOI: 10.18378/rvads.v14i4.6514. Disponível em: https://gvaa.com.br/revista/index.php/RVADS/article/view/6514. Acesso em: 3 jul. 2024.

Edição

Seção

INTERDISCIPLINAR