Conhecimento de plantas alimentícias não convencionais em assentamentos rurais
DOI:
https://doi.org/10.18378/rvads.v15i2.7572Palavras-chave:
Agricultura familiar, Soberania alimentar, Bioma Pampa, PANCResumo
Plantas alimentícias não convencionais (PANC) refere-se a todas as plantas que possuem uma ou mais partes comestíveis para humanos, sendo espontâneas ou cultivadas, nativas ou exóticas, que não estão incluídas em nosso cardápio cotidiano. Agricultores familiares, ao terem consciência do potencial dessas plantas alimentícias, podem diversificar sua alimentação habitual e cultivá-las aproveitando áreas improdutivas ou de baixa fertilidade. Com isso, objetivou-se avaliar o nível de conhecimento de agricultores moradores em assentamentos rurais sobre as PANC, identificando as espécies presentes nos locais estudados. A pesquisa foi realizada entre março e junho de 2019 em três assentamentos da reforma agrária de Santana do Livramento, Rio Grade do Sul, com 15 informantes-chave, utilizando como metodologia a amostragem tipo bola de neve. Perguntas pré-elaboradas foram respondidas pelos agricultores assentados durante o método da turnê guiada. Como resultados, foram identificadas 20 espécies de PANC pertencendo a 12 famílias botânicas, sendo a maioria da família Astereaceae (38,8%), localizadas principalmente em pastagens naturais (50%). As espécies de maior ocorrência nos assentamentos foram a carqueja (Baccharis trimera), a buva (Conyza bonariensis), o picão preto (Bidens pilosa), a beldroega (Portulaca oleracea), as folhas da abóbora moranga (Curcubita maxima) e o caruru (Amaranthus deflexus). Observou-se que o conhecimento dos agricultores acerca das PANC é reduzido e baseado em crenças individuais e valores ancestrais, o que refletiu na ausência do consumo das espécies vegetais. Considera-se necessária a correta identificação botânica das PANC antes da coleta e consumo como alimento, afim de evitar ingerir espécies equivocadas ou tóxicas
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