IDENTIFICAÇÃO DE MONOCROTALINA EM ESPÉCIES DO GÊNERO Crotalária E SUA AÇÃO ANTAGÔNICA A FITONEMATÓIDES

Resumo

As Crotalárias são espécies muito utilizadas como rotação de culturas em sistemas agrícolas, somando-se à benefícios na redução da população de fitonematoides, fixação biológica de nitrogênio e do aumento no conteúdo de matéria orgânica dos solos. Os fitonematoides são causadores das principais doenças nas culturas agrícolas, principalmente à soja, resultando em perdas significativas de produtividade. A monocrotalina (MCT), é um alcaloide pirrolizidínico e tem sido descrito em plantas pertencentes ao gênero Crotalaria (Fabales: Fabaceae). É atribuído a este metabólito ação antagonista, na promoção da diminuição e/ou supressão de espécies infectantes de nematoides nos solos. O presente trabalho teve por objetivo determinar à presença de MCT em extrato aquoso de folhas das espécies de C. juncea, C. spectabilis e C. ochroleuca, e correlacionar os resultados obtidos com os apresentados na literatura. Para prospecção de MCT uma abordagem metabolômica alvo foi empregada utilizando UPLC-QToF-MSE, com ionização electrospray em modo negativo e positivo. Comparações de intensidade média entre as três espécies foram realizadas, com destaque a C. spectabilis que apresentou MCT em maior intensidade entre as demais espécies. Extratos aquosos de C. juncea apresentaram pico MCT com baixa intensidade e, em C. ochroleuca, não se detectou à sua presença nas condições de estudo. Quando consultada à literatura, autores que utilizaram extratos de crotalária de ambas espécies que apresentaram atividade nematicida e/ou nematostática, atribuíram tal efeito ao metabólito monocrotalina. Contudo, em nossa análise à baixa incidência ou ausência deste alcalóide pirrolizidínico nos extratos das espécies C. juncea e C. ochroleuca, sugere que à ação adversa aos fitonematoides pode não ser atribuída à monocrotalina, sugerindo novas investigações no perfil de metabólitos de plantas do gênero crotalária.