EXTRATOS LARVAIS COESPECÍFICOS E ALOESPECÍFICOS PODEM SER USADOS COMO ESTRATÉGIA DE CONTROLE DE MOSQUITOS

Resumen

Uma das estratégias do manejo integrado de mosquitos é de atrair fêmeas grávidas para estimular a deposição de ovos em armadilhas contendo biolarvicidas que eliminam a prole, objetivando seu controle populacional. Normalmente, o grande desafio dessa abordagem é o desenvolvimento de uma atração que estimula a oviposição combinado a toxina sem efeito dissuasor. O biolarvicida Bacillus thuringiensis var. israelensis (Bti) cumpre o último critério, mas é necessário o desenvolvimento de iscas para otimizar o desempenho das armadilhas. Neste estudo, avaliamos extratos das formas imaturas dos mosquitos como estimulantes de oviposição. Ovos, larvas de 4º estádio e pupas de Aedes aegypti, Aedes albopictus e Culex quinquefasciatus foram utilizadas para produção de extratos. Os bioensaios foram realizados utilizando gaiolas nas quais 2 recipientes de oviposição (teste versus controle) foram colocados como fontes de escolha. Utilizamos a equivalência de 0.33 larva ou pupa/ml e de 1 ovo/ml para produção dos extratos. Grupos de 30 fêmeas grávidas foram utilizadas em cada repetição (N=12) durante 7 dias. Observamos que A. aegypti, A. albopictus e C. quinquefasciatus depositaram significativamente mais ovos em recipientes com extratos de larvas do 4º estádio da mesma espécie ou de espécies diferentes. Extratos de larvas liofilizadas foram estimulativas mesmo após um mês de liofilização. Testando concentrações de 0,1 a 1 larva-equivalente por mililitro, a atividade de oviposição aumentou gradativamente à medida que a dose foi mais concentrada. Os resultados apontam eficiência na utilização de extratos larvais e para potencializar a coleta de ovos. Estudos relacionados ao isolamento e identificação dos compostos estimulativos à oviposição que estão presentes no corpo das larvas podem gerar produtos que otimizem o desempenho de armadilhas para vigilância e controle entomológico.