Avaliação do potencial antimicrobiano do extrato etanólico bruto e frações da Sida santaremnensis H. MONTEIRO (MALVACEAE) sobre cepas de Rhodotorula spp.
DOI:
https://doi.org/10.18378/rvads.v10i2.3499Keywords:
Rhodotorula spp., Sida santaremnensis, antifúngicos, microdiluiçãoAbstract
As leveduras do gênero Rhodotorula estão associadas a uma variedade de processos patológicos no homem, nos casos mais severos a taxa de mortalidade chega a 50%. A anfotericina B e o fluconazol são os fármacos de escolha utilizados no tratamento de infecções por Rhodotorula spp. no entanto, algumas cepas dessas leveduras já apresentam graus de resistência ao fluconazol. Por apresentarem diferentes propriedades terapêuticas e relatos de uso, as plantas do gênero Sida (Malvaceae) vêm sendo amplamente estudadas. A espécie Sida santaremnensis ocorre em quase todo o Brasil, apesar de sua ampla distribuição, não há relato de utilização dessa espécie na medicina popular. Contudo, verificando a variedade de compostos naturais, propriedades farmacológicas e relatos de uso descritos para espécies da família Malvaceae, notadamente no gênero Sida, e, visando contribuir para o desenvolvimento de novos antifúngicos, buscou-se avaliar através da determinação da Concentração Inibitória Mínima (CIM) e da Concentração Fungicida Mínima (CFM) a atividade antimicrobiana do extrato etanólico bruto (EEB) e das frações hexânica (HEX), diclorometânica (CH2Cl2), acetato de etila (AcOEt) e hidroalcoólica (ETOH:H2O) de S. santaremnensis sobre doze cepas de Rhodotorula spp. A determinação da CIM de S. santaremnensis foi realizada pela técnica de microdiluição, utilizando placas com 96 cavidades. Após realização da microdiluição determinou-se a CFM. Os ensaios foram realizados em duplicata e o resultado expresso pela média geométrica das concentrações inibitórias obtidas nos dois ensaios. Verificou-se que o EEB e as frações CH2Cl2 e AcOEt inibiram três das doze cepas testadas. A CIM, onde não se visualizou crescimento fúngico, esteve entre 2048 µg/mL e 512 µg/mL. O extrato e frações que apresentaram ação antifúngica, também demonstraram comportamento fungicida. A grande maioria das cepas de Rhodotorula spp. não foi sensível ao extrato etanólico bruto e frações de S. santaremnensis, demonstrando que o desenvolvimento de antifúngicos a base dessa planta, no futuro, não seria promissor para tratamento de infecções por Rhodotorulla spp.