Modelagem matemática da cinética de secagem da casca do abacaxi

Autores

  • Daniela Dantas de Farias Leite Universidade Federal de Campina Grande
  • Francislaine Suelia dos Santos Universidade Federal de Campina Grande
  • Dyego da Costa Santos Universidade Federal de Campina Grande
  • Jemima Ferreira Lisbôa Universidade Federal de Campina Grande
  • João Paulo de Lima Ferreira Universidade Federal de Campina Grande
  • Alexandre José de Melo Queiroz Universidade Federal de Campina Grande

DOI:

https://doi.org/10.18378/rvads.v12i4.4980

Palavras-chave:

Fruta tropical, Resíduo agroindustrial, Desidratação

Resumo

O Brasil é o segundo maior produtor de abacaxi do mundo. A polpa é a parte do fruto que é normalmente consumida, enquanto a porção mais consistente do eixo central e a casca são consideradas resíduos do seu processamento, não sendo devidamente aproveitadas pelas indústrias. Objetivou-se com este trabalho desidratar a casca do abacaxi, na forma de placas com comprimento de 15 cm e largura de 8 cm, em estufa com circulação forçada de ar nas temperaturas de 75 e 85 °C, e ajustando-os a modelos matemáticos. Como critério de avaliação do ajuste dos modelos matemáticos utilizou-se o coeficiente de determinação, o desvio quadrático médio e distribuição aleatória dos resíduos. A casca do abacaxi com teor de água inicial de 87,73% (b.u) apresentou teor de água final de 10,67% (b.u) na temperatura de 75 °C e 9,05% para a de 85 °C, havendo uma redução média de 88,76% (b.u) do material em estudo. Verificou-se que as amostras submetidas à desidratação na temperatura 75 °C demandaram maior intervalo de tempo para atingir o teor de água de equilíbrio em comparação com as amostras desidratadas na temperatura de 85 °C. Entre os modelos estudados, observou--se que os de Page, Aproximação da Difusão e Midilli apresentaram os maiores coeficientes de determinação (R² > 0,998) e os menores desvios quadráticos médios (DQM < 0,02), entretanto, o modelo de Page foi o único com distribuição aleatória dos resíduos em todas as temperaturas estudadas, resultando no melhor ajuste aos dados experimentais da secagem da casca do abacaxi.

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Referências

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Publicado

2017-10-01

Como Citar

LEITE, D. D. de F.; SANTOS, F. S. dos; SANTOS, D. da C.; LISBÔA, J. F.; FERREIRA, J. P. de L.; QUEIROZ, A. J. de M. Modelagem matemática da cinética de secagem da casca do abacaxi. Revista Verde de Agroecologia e Desenvolvimento Sustentável, [S. l.], v. 12, n. 4, p. 769–774, 2017. DOI: 10.18378/rvads.v12i4.4980. Disponível em: https://gvaa.com.br/revista/index.php/RVADS/article/view/4980. Acesso em: 19 dez. 2024.

Edição

Seção

CIÊNCIA DE ALIMENTOS

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