DISCUSSÃO SOBRE A EFETIVIDADE DAS PROPRIEDADES TERAPÊUTICAS DO MEL DE ABELHAS NO TRATAMENTO DE FERIDAS
Palavras-chave:
Cicatrização de Feridas, Propriedades Medicinais, Benefícios.Resumo
INTRODUÇÃO
O mel é um dos produtos fornecidos pelas abelhas mais conhecidos e disseminados pelo mundo, foi um dos primeiros alimentos do homem, que os utilizavam também como recurso medicinal (ESCOBAR; XAVIER, 2013). É um produto único dotado de numerosas propriedades terapêuticas, sendo utilizado pela medicina popular sob diversas formas e associações como fitoterápicos (MELO et al., 2016).
O uso do mel é relatado desde a antiguidade em diversas partes do mundo e ainda hoje tem grande prestígio devido ao seu alto valor calórico e terapêutico (VICTOR et al, 2017). Existem vários fatores que podem contribuir para a propriedade antimicrobiana desta substância, dentre os quais: baixa atividade de água, alta pressão osmótica, baixo valor de pH, sistema glucose-oxidase, com a formação de peróxido de hidrogênio, alta taxa carbono/nitrogênio, baixo potencial redox, relacionado ao alto conteúdo de açúcares redutores, baixo conteúdo de proteínas, presença de agentes químicos e substâncias voláteis (BORSATO et al, 2009).
A utilização do mel na cicatrização de feridas é amplamente referida na literatura médica do Egito, Grécia e Índia. Deste modo o mel reduz rapidamente as infecções das feridas, edemas, dor e odor, ocorrendo o processo de cicatrização (ESCOBAR; XAVIER, 2013).
OBJETIVO
Discutir a temática da efetividade das propriedades terapêuticas do mel de abelha no tratamento de feridas por diversos autores associando a importância do desenvolvimento de métodos inovadores para o tratamento de feridas.
METODOLOGIA
Para esclarecer a indagação feita através do objetivo traçado em primeira ordem, utilizou-se de um caráter exploratório e descritivo na tentativa de buscar explicações coerentes, lógicas e racionais para os fenômenos da natureza, da sociedade e do pensamento (TRIVINOS, 2009).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
O mel de abelhas tem demonstrado através de estudo que possui atividade antibacteriana e facilita a cicatrização de feridas, queimaduras, atuando como barreira viscosa, impedindo a entrada de substâncias e a perda de fluido para o meio externo (ALVES et al., 2008).
A formação do tecido de granulação e epitelização, pela formação de peróxido de hidrogênio e pelo pH ácido que promove a acidificação do meio, promovendo por sua vez a cicatrização ao estimular a libertação de oxigênio na ferida (MOLAN, 2001; SANTOS et al,2012).
Cada vez mais pesquisas têm comprovado cientificamente as diversas propriedades medicinais que são popularmente atribuídas ao mel, tais como, antibiótica, antifúngica, cicatrizante e antioxidante (CABRAL, 2014). Na mesma linha de pesquisa OLIVEIRA; MEDEIROS; MORAES (2017) relatam propriedades importantes atribuídas a alguns representantes da classe fitoquímica, por exemplo, são: anticarcinogênico, antiinflamatório, antialérgico, antiulcerogênico e antiviral.
Para ESCOBAR et al (2013) o mel possui atividade antimicrobiana, atua como antiinflamatório, pode ser utilizado topicamente em feridas e queimaduras, atuando na cicatrização das mesmas. Desta forma algumas formas farmacêuticas de mel já são utilizadas como produto médico para o tratamento de feridas na Europa e Austrália.
De modo a utilizar com segurança produtos com mel no tratamento de feridas é necessário cumprir alguns requisitos tais como, avaliação da quantidade de mel no produto e sua atividade antibacteriana, esterilização com radiação gama e seu registro com dispositivo médico. O desenvolvimento de diferentes compostos contendo mel constitui, assim, uma nova oportunidade no tratamento de diversos tipos de feridas, com especial ênfase nas feridas multitratadas, uma vez que o mel possui propriedades com ação osmótica, atividade antioxidante, ação desbridante, atividade anti-inflamatória, ação desodorizante e prevenção de cicatriz hipertrófica (DINIS., 2013).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Um processo cicatricial mais rápido acarreta benefícios para o usuário devolvendo-lhe autonomia e qualidade de vida, bem como diminui os gastos em recursos materiais e humanos das instituições de saúde. Diante deste contexto é necessária a realização de mais ensaios clínicos com o mel de abelhas para que se tenha a comprovação de suas propriedades terapêuticas, de modo a validar as vantagens e desvantagens no uso de mel nos diferentes tipos de feridas.Referências
ALVES, D. F. S. et al. Efeitos da aplicação tópica do mel de melípona subnitida em feridas infectadas de ratos. Revista do Colégio de Cirurgiões [online]. vol. 35. mai/jun. 2008. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rcbc/v35n3/a10v35n3.pdf. Acesso em Agosto de 2018.
BORSATO, D. M.et al. Atividade Antimicrobiana de Méis Comercializados na Região dos Campos Gerais - Paraná. Visão Acadêmica, Curitiba [online]. vol. 10, n.1. jan-jun. 2009. Disponível em: https://revistas.ufpr.br/academica/article/view/21319/14049. Acesso em Setembro 2018.
CABRAL, V. A. Atividade antimicrobiana do mel e geoprópolis de abelha uruçu (Melipona scutellaris Latreille,1811). 2014.
DINIS, A. R. O mel no tratamento de feridas-Estudo de caso. Jornal of aging and innovatuem [online]. Vol. 2, 2ª edição. 2013. Disponível em: http://journalofagingandinnovation.org/pt/volume2-edicao3-julho2013/mel-tratamento-feridas/. Acesso em: setembro 2018.
ESCOBAR, A.L.S; XAVIER, F. B. Propriedades fitoterápicas do mel de abelhas. Revista Uningá [online] Maringá - PR, n 37, p.159 - 172, jul/set. 2013. Disponível em: https://www.mastereditora.com.br/periodico/20131122_175144.pdf. Acesso em: setembro de 2018.
MELO, C. M. T. et al. Características físico-químicas do mel comercializado na região de Uberlândia. Ambiência Guanabara-PR [online] vol.12, n. 2, pp.739-763. Maio/Ago.2016.
Disponível em:https://revistas.unicentro.br/index.php//ambiência/article/view/3021. Acesso em: Setembro 2018.
OLIVEIRA, F.C.et al. Análise de mel de abelha coletado em comércio informal na cidade de Teresina-PI. Higiene Alimentar [online]. vol. 31. n, 268/269. mai/jun. 2017. Disponível em: http://docs.bvsalud.org/biblioref/2017/07/837459/268-269-site-36-40.pdf. Acesso em: agosto de 2018.
SANTOS, I. F. C. et al. Mel e açúcar mascavo na cicatrização de feridas. Ciência Rural [online]. vol. 42, n.12. p. 2219 - 2224. dez. 2012. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0103-84782012001200018&script=sci_abstract&tlng=pt. Acesso em: agosto 2018.
TRIVINOS, A. N. S. Introdução à pesquisa em ciências sociais: a pesquisa qualitativa em educação. 1ª Ed. 18ª Reimpressão-São Paulo: Atlas,2009.
VICTOR,V.G. et al.Avaliação da Qualidade do Mel Comercializado no Oeste do Pará, Brasil. Rev.Virtual Química.[online]vol.9,n.2.mar/abr.2017.Disponível em: http://rvq-sub.sbq.org.br/index.php/rvq/article/view/2005. Acesso em: Outubro 2018.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Termo de cessão de direitos autorias
Esta é uma revista de acesso livre, em que, utiliza o termo de cessão seguindo a lei nº 9.610/1998, que altera, atualiza e consolida a legislação sobre direitos autorais no Brasil.
O(s) autor(es) doravante designado(s) CEDENTE, por meio desta, publica a OBRA no Caderno Verde de Agroecologia e Desenvolvimento Sustentável, representada pelo Grupo Verde de Agroecologia e Abelhas (GVAA), estabelecida na Rua Vicente Alves da Silva, 101, Bairro Petrópolis, Cidade de Pombal, Paraíba, Brasil. Caixa Postal 54 CEP 58840-000 doravante designada CESSIONÁRIA, nas condições descritas a seguir:
O CEDENTE declara que é (são) autor(es) e titular(es) da propriedade dos direitos autorais da OBRA submetida.
O CEDENTE declara que a OBRA não infringe direitos autorais e/ou outros direitos de propriedade de terceiros, que a divulgação de imagens (caso as mesmas existam) foi autorizada e que assume integral responsabilidade moral e/ou patrimonial, pelo seu conteúdo, perante terceiros.
O CEDENTE mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de divulgação da OBRA, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons do tipo atribuição CC-BY.
O CEDENTE têm autorização para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista.
O CEDENTE têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.