Uma revisão de literatura sobre a cannabis como terapia alternativa no tratamento da epilepsia
DOI:
https://doi.org/10.18378/rebes.v13i3.10088Resumo
A epilepsia é uma condição neurológica crônica que afeta milhões de pessoas em todo o mundo. A busca por tratamentos eficazes tem sido constante, levando a investigações sobre terapias alternativas, incluindo o uso da cannabis. Nos últimos anos, houve um interesse crescente no potencial da cannabis como uma opção terapêutica para o controle das crises epilépticas. Esta revisão examina as evidências atuais sobre a eficácia e segurança do uso de cannabis no tratamento da epilepsia. O objetivo desta revisão é avaliar as pesquisas mais recentes relacionadas ao uso de cannabis no tratamento da epilepsia. Buscamos identificar as tendências emergentes, destacar os principais avanços científicos e fornecer uma visão geral das implicações clínicas para o uso da cannabis nesse contexto. Para alcançar os objetivos propostos, realizou-se uma extensa pesquisa bibliográfica, utilizando bases de dados científicas renomadas. Foram incluídos estudos clínicos, ensaios controlados randomizados, revisões sistemáticas e meta-análises que investigaram o uso de cannabis ou seus derivados para o tratamento da epilepsia. A análise dos dados foi realizada de forma sistemática, permitindo uma avaliação crítica da qualidade metodológica e dos resultados obtidos em cada estudo. A análise dos estudos selecionados revela um crescente corpo de evidências que sugere o potencial terapêutico da cannabis no manejo da epilepsia. Vários estudos relataram uma redução significativa na frequência e intensidade das crises epilépticas em pacientes que receberam tratamento com cannabis ou compostos derivados, como o canabidiol (CBD). Além disso, observou-se uma melhora na qualidade de vida e na tolerabilidade em certos casos. No entanto, é importante ressaltar que a eficácia da cannabis no tratamento da epilepsia pode variar de acordo com o tipo de epilepsia, a dosagem, a formulação do produto e a resposta individual do paciente. Além disso, preocupações relacionadas aos efeitos colaterais e à segurança a longo prazo também foram discutidas em alguns estudos.
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