Aprender com a prática: conhecendo o acolhimento em um Centro de Atenção Psicossocial Infanto Juvenil
DOI:
https://doi.org/10.18378/rebes.v14i2.10211Palavras-chave:
Saúde Mental, Serviços de Saúde Mental, Assistência Integral à Saúde da Criança e do Adolescente, Acolhimento, Integração docente-assistencialResumo
O acolhimento é uma diretriz da atenção psicossocial de crianças e adolescentes, em que Centros de Atenção Psicossocial Infantojuvenil (CAPSij) têm as portas abertas aos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS). Esse estudo foi desenvolvido a partir da experiência de articulação entre a unidade de saúde, o CAPSij de Mariana - MG, e a Escola de Medicina da Universidade Federal de Ouro Preto em ações de ensino-serviço. O objetivo do estudo foi analisar de forma descritiva os acolhimentos e contribuir para orientar os processos de trabalho do CAPSij. O estudo teve caráter descritivo, abordagem quantitativa e foi realizado com informações coletadas do “Caderno de Acolhimento”, um dispositivo de monitoramento das demandas que chegam à unidade criado pela equipe. Como resultados, o estudo permitiu levantar que a maioria das crianças e adolescentes acolhidos são do sexo biológico masculino. Quase metade dos indivíduos chegam à unidade por demanda espontânea. As queixas mais frequentes são problemas de comportamento social, tais como conflitos familiares, agitação, pouca socialização, timidez e alterações de comportamento. Em segundo lugar está a categoria de sintomas depressivos/isolamento e a terceira queixa mais presente foi a queixa escolar, relacionada com dificuldade de aprendizado, pouca autonomia, desatenção e baixo rendimento escolar. Conclui-se que, com alta demanda espontânea, o CAPSij precisa aprimorar ações com os usuários e parceiros intersetoriais como as escolas, para que obtenham o cuidado mais indicado para cada situação. As ferramentas de registro do acolhimento promovem ações em saúde mais compatíveis com as necessidades dos usuários.
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