Armadilhas de Aedes: fragilidades e dificuldades no processo de educação em saúde

Resumo

O objetivo desse estudo é relatar a experiência sobre educação em saúde em relação  ao Aedes aegypti em um campus universitário no interior da Paraíba durante um experimento de campo com armadilhas de oviposição. Trata-se de um relato de experiência, com abordagem descritiva, sobre a vivência de um experimento com ovitrampas em um campus universitário e as ações educativas contra o Aedes aegypti da Universidade Federal de Campina Grande, realizado entre 2019 e 2020. A instalação das armadilhas foi realizada de acordo com as preferências ambientais do vetor e houve divulgação através de redes sociais. Realizaram-se 39 vistorias semanais e durante esse período, foram feitas ações individuais e coletivas de educação em saúde. Durante esses diálogos, constatou-se a necessidade de ações permanentes, pois o diálogo com a comunidade acadêmica inicialmente foi pautado por uma prática bancária, imediatista e buscando soluções de curto prazo. Foi possível perceber as fragilidades no conhecimento, como familiaridade com termos científicos sem conhecer seu significado e desconhecimento sobre a multicausalidade das arboviroses. Houve temor e rejeição em relação a ovitrampa. O projeto buscou empoderar a comunidade acadêmica  através de um olhar baseado na prevenção e promoção em saúde, com vistas ao combate ao vetor Aedes aegypti, através da veiculação de informações e demonstração do ciclo biológico. Percebe-se o conhecimento fragmentado sobre aspectos do vetor e da doença, a urgência de soluções de médio e longo prazo e é primordial que iniciativas de intercâmbio entre universidade e profissionais de saúde sejam realizadas, além de práticas extensionistas voltadas  à comunidade acadêmica.