Desafios na implementação do atendimento médico oftalmológico remoto

Resumo

O desenvolvimento de novas tecnologias voltadas para o atendimento médico ganhou destaque nas últimas décadas, tendo seu uso direcionado principalmente para elucidação diagnóstica, redução de barreiras geográficas e sociais, além da realização de tratamentos mais precisos em diversas especialidades médicas, dentre elas a oftalmologia. O uso dessas inovações, em especial do atendimento médico remoto, se intensificou nos anos recentes devido à pandemia da COVID-19, que dificultou – e em muitos casos impossibilitou – os atendimentos médicos presenciais. Na oftalmologia, a implementação do atendimento médico remoto (teleoftalmologia), no entanto, trouxe consigo desafios importante, e essa revisão se propõe a apresentar as principais dificuldades relatadas na literatura científica mundial. Para esse fim, realizou-se pesquisa bibliográfica nas bases de dados EMBASE, MEDLINE e LILACS, por meio da utilização dos descritores adequados, com a seleção de artigos publicados entre os anos de 2018 e 2022. A partir dos 338 estudos inicialmente encontrados, 26 foram escolhidos para compor esse trabalho com base nos critérios de inclusão e exclusão pré-estabelecidos. As informações encontradas na literatura vigente evidenciam como principais barreiras à plena implementação da teleoftalmologia: as dificuldades no manejo das novas tecnologias – principalmente pela população idosa, as diferenças socioeconômicas de acesso aos equipamentos, além de limitações do maquinário, que, em muitos casos, não são suficientemente acurados para elucidação diagnóstica e manejo de diversas condições clínicas. Por fim, dentre outros empecilhos, existem barreiras inerentes às plataformas de atendimento à distância, que precisam compilar, organizar e proteger o sigilo dos dados dos pacientes. Ressalta-se a necessidade da implementação de fluxos de atendimento e de melhores plataformas para o registro das informações médicas do paciente de maneira a proteger seus dados, assim como o encaminhamento para atendimento presencial nas circunstâncias em que ele se faz necessário.