Algas arribadas da Praia do Pacheco, Ceará
DOI:
https://doi.org/10.18378/rvads.v15i2.6472Palavras-chave:
Macroalgas, Adubo orgânico, Nutrição vegetalResumo
As macroalgas são seres importantes em seus habitats, pois possuem grande relevância ecológica, uma vez que, nos ecossistemas aquáticos, são fonte de nutrientes e os principais organismos fotossintetizantes. A Praia do Pacheco em Caucaia, município da região metropolitana de Fortaleza-CE, compõe a planície litorânea do nordeste brasileiro. Nesta região, é comum que as macroalgas que se desprenderam de seu substrato se acumulem durante a maré baixa, denominadas de algas arribadas. Esse trabalho objetivou identificar a comunidade de algas arribadas da Praia do Pacheco, avaliando seu potencial nutricional para a formulação de fertilizante para plantas. Nessa perspectiva, foram realizadas duas coletas manuais durante a maré baixa. Uma em abril de 2017 e a outra em outubro de 2018. As amostras foram identificadas e, posteriormente, três das espécies de maior incidência foram analisadas em termos de macro e micronutrientes. Foram encontrados dezoito táxons, sendo: quatorze algas vermelhas, duas algas verdes e duas algas pardas. As espécies encontradas em maior quantidade foram a Hypnea pseudomusciformis, Gracilaria cearensis e Ulva fasciata. Quando analisadas, observou-se que possuem altos níveis de nutrientes com potencial para fins agrícolas. A região estudada apresentou-se como um ambiente rico em macroalgas e em biomassa que devem ser utilizada de forma consciente para garantir sua sustentabilidade.Downloads
Referências
BICUDO, C. E. de M.; MENEZES, M. Catálogo de plantas e fungos do Brasil. Instituto de Pesquisa Jardim Botânico do Rio de Janeiro, v.1, p. 49-60, 2010.
BORINES, M. G.; LEON, R. L. de; MCHENRY, M. P. Bioethanol production from farming non-food macroalgae in Pacific island nations: Chemical constituents, bioethanol yields, and prospective species in the Philippines. Renewable and Sustainable Energy Reviews, vol. 15, n. 9, p. 4432-4435, 2011. 10.1016/j.rser.2011.07.109.
BRASIL. Centro de Hidrografia da Marinha. Disponível em:<https://www.marinha.mil.br/chm/dados-do-segnav/dados-de-mare-mapa>. Acesso em: 08 de setembro de 2018.
BRITO, P. O. B. D.; MARTINS, K.; BARBOSA, R. M.; ARRUDA, J. F. D.; CARNEIRO, P. B. D. M.; GONDIM, F. A. Growth, relative chlorophyll content and concentration of inorganic solutes in sunflowers plants supplemented with marine macroalgae organic residue. Ceres, v. 65, n. 5, p. 395-401, 2018. 10.1590/0034-737x201865050003.
BUGS, L. C.; CUPERITINI, P. M.; WOLF, T. C.; TREICHEL, H. Uso da biomassa de algas como biossorvente para remoção de metais pesados: uma revisão. CIATEC-UPF, v. 10, n. 1, p. 53-67, 2018. 10.5335/ciatec.v10i1.7183.
COSTA, I. O.; CAIRES, T. A.; FILHO, G. H. P.; NUNES, J. M. C. Macroalgas bentônicas associadas a bancos de Hypnea musciformis (Wulfen) JV Lamour.(Rhodophyta–Gigartinales) em duas praias do litoral baiano. Acta Botanica Brasilica, v. 26, n. 2, p. 493-507, 2012. 10.1590/S0102-33062012000200025.
CARNEIRO, P. B. de M.; PEREIRA, J. U.; MATTHEWS-CASCON, H. Standing stock variations, growth and CaCO3 production by the calcareous green alga Halimeda opuntia. Journal of the Marine Biological Association of the United Kingdom, v. 98, n. 2, p. 401-409, 2018. 10.1017/S0025315416001247.
DIAS, J. S.; NEVES, I.; SILVEIRA, V. H. da. Nutrientes Do que as plantas precisam. Unifertil, n.2, p.1-10. 2012.
DAPPER, T. B.; PUJARRA, S.; OLIVEIRA, A. J. de; OLIVEIRA, F. G. de; PAULERT, R. Potencialidades das macroalgas marinhas na agricultura: revisão. Agronegócios e Meio Ambiente, v.7, n.2, p. 295-313, 2014.
JESUS, P. B. de; MACHADO, G. E. M. M.; MUNIZ, A. de R. Macroalgas marinhas como indicadores de impactos ambientais em Itacoatiara, Niterói, RJ: subsídios para futuros programas de monitoramento ambiental. Caderno de Estudos Geoambientais, v.4, n.1, p.67-80, 2013.
JESUS, P. B. de; SCHNADELBACH, A. S.; NUNES, J. M. de C. O gênero Hypnea (Cystocloniaceae, Rhodophyta) no litoral do estado da Bahia, Brasil. Sitientibus série Ciências Biológicas, v.13, p.1 - 21, 2014. DOI: http://dx.doi.org/10.13102/scb215.
JUCOSKI, de O.; CAMBRAIA, J.; RIBEIRO, C.; OLIVEIRA, J. A. de. Excesso de ferro sobre o crescimento e a composição mineral em Eugenia uniflora L. Ciência Agronômica, v. 47, n. 4, p. 720-728, 2016. 10.5935/1806-6690.20160086.
GALINDO, F. S.; FILHO, M. T.; CARVALHO, M.; BUZETTI, S.; ALVES, C. J.; GARCIA, C. M. DE P.; NOGUEIRA, L. M. Extrato de algas como bioestimulante na nutrição e produtividade do trigo irrigado na região de Cerrado. Colloquium Agrariae, v.15, n.1, p.130-140, 2019. 10.5747/ca.2019.v15.n1.a277.
GOES¹, E. R.; JUNIOR, A. V. F. Caracterização morfossedimentar da plataforma continental Brasileira. Revista Brasileira de Geografia Física, v.10, n.5, p. 1595-1613, 2017.
KROHLING, C. A.; EUTRÓPIO, F. J.; FIGUEIRA, F. F.; CAMPOSTRINI, E.; DOBBSS, L. B.; RAMOS, A. C. Níveis tóxicos de ferro em lavouras de café conilon (Coffea canephora L.) em solos de tabuleiros costeiros. Coffee Science, v. 11, n. 2, p. 255-266, 2016. 10.25186/cs.v11i2.1088.
LIMA, A. P. da S.; CARNEIRO, R. N.; MEIRELES, A. J. de A. Ecossistema banco de algas e identidade territorial no município de Icapuí/Ce: Comunidade Tradicional pesqueira e meio técnico-científico-informacional. Eletrônica do PRODEMA, v.8, n.2, p. 2, p. 35-49, 2014.
LAURETT, L.; FERNANDES, A. A.; SCHMILDT, E. R.; ALAMEIDA, C. P.; PINTO, M. L. P. B. Desempenho da alface e da rúcula em diferentes concentrações de ferro na solução nutritiva. Ciências Agrárias/Amazonian Journal of Agricultural and Environmental Sciences, v. 60, n. 1, p. 45-52, 2017. 10.4322/rca.2466
MALAVOLTA, E.; VITTI, Godofredo César; OLIVEIRA, Sebastião Alberto de. Avaliação do estado nutricional das plantas: princípios e aplicações. [S.l: s.n.], 1997.
MILOSLAVICH, P.; KLEIN, E.; DÍAZ, J. M.; HERNANDEZ, C. E.; BIGATTI, G.; CAMPOS, L.; CARRANZA, A. Marine biodiversity in the Atlantic and Pacific coasts of South America: knowledge and gaps. PloS one, v.6, n.1, p. e14631, 2011. 10.1371/journal.pone.0014631.t001.
MARTINS, G. M.; PATARRA, R. F.; ÁLVARO, N. V.; PRESTES, A. C.; NETO, A. I. Effects of coastal orientation and depth on the distribution of subtidal benthic assemblages. Marine Ecology, v. 34, n. 3, p. 289-297, 2013. 10.1111/maec.12014.
MOTA, N. S.; FIGUEIREDO, T. V. B.; MACHADO, B. A. S.; DRUZIAN, J. I. Macroalgas marinhas comestíveis: tendências tecnológicas. Cadernos de Prospecção, v. 7, n. 2, p. 118, 2014. 10.9771/S.CPROSP.2014.007.013.
MARMITT, D. J.; FREITAS, E. M.; MARCZINSKI, F.; FLESH, A.; BLASI, É. A. R. Avaliação quali-quantitativa de algas marinhas macrófitas ocorrentes na Praia da Vigia, Garopaba/SC. CEPSUL-Biodiversidade e Conservação Marinha, v. 4, n. 1, p. 5-15, 2015.
NOVA, L. L. M. V.; COSTA, M. M. da S.; COSTA, J. G. da; AMORIM, E. C. da S.; GUEDES, É. A. C. Utilização de “Algas Arribadas” como alternativa para adubação orgânica em cultivo de moringa (Moringa oleifera Lam.). Ouricuri, v. 4, n. 3, p. 68-81, 2014.
PORTUGAL, A. B., CARVALHO, F. L., CARNEIRO, P. B. de M., ROSSI, S., Soares, M. de O. Increased anthropogenic pressure decreases species richness in tropical intertidal reefs. Marine environmental research, v. 120, p.44-54, 2016. 10.1016/j.marenvres.2016.07.005.
RAVEN, P. H.; EVERT, R. F.; EICHHORN, S. E. Biologia Vegetal. 8. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2014. cap. 15, p. 628- 712.
SERRAT, B. M.; LIMA, M. R. D.; GARCIAS, C. E.; FANTIN , E. R.; CARNIERI, I. M. R. S. A.; PINTO, L. S. Conhecendo o solo. 1ed. Curitiba : UFPR/Setor de Ciências Agrárias/Departamento de Solos e Engenharia Agrícola, 2002. p. 27.
SILVA, I. B.; FUJII, M. T.; MARINHO-SORIANO, E. Influence of tourist activity on the diversity of seaweed from reefs in Maracajaú, Atlantic Ocean, Northeast Brazil. Farmacognosia, v. 22, n. 4, p. 889-893, 2012. 10.1590/S0102-695X2012005000078.
SOARES, L. P.; GURGEL, C. F. D.; FUJII, M. T. Taxonomic reassessment of Gracilaria cearensis (Rhodophyta, Gracilariales), a poorly defined yet common flattened species based on morphological and molecular analysis including topotype collections. Phytotaxa, v. 201, n. 4, p. 241-255, 2015. 10.11646/phytotaxa.201.4.1.
SANTOS, F. P.; BRUNIERA, L. B.; GARCIA, C. E. R. Carragena: uma visão ambiental. Terra & Cultura: Cadernos de Ensino e Pesquisa, v. 24, n. 47, p. 58-68, 2018.
SEMACE. Índice de praias próprias e impróprias para banho na Região Metropolitana de Fortaleza. Disponível em:<https://www.semace.ce.gov.br/wp-content/uploads/sites/46/2018/10/Boletim_RMF.pdf>. Acesso em: 02 de setembro de 2018.
TEIXEIRA, V. L. Produtos naturais de algas marinhas bentônicas. Virtual de Química, v. 5, n. 3, p. 343-362, 2012. 10.5935/1984-6835.20130033.
VASCONCELOS, E. R. T. P. P.; REIS, T. D. V.; GUIMARÃES-BARROS, N. C., SOARES, L. P.; MIRANDA, G. E. C.; COCENTINO, A. L. M. Métodos de amostragem para comunidades de macroalgas marinhas em recifes de arenito. Engenharia de Pesca, v.6, n.1, p. 17-29, 2011. 10.18817/repesca.v6i1.383.
VASCONCELOS, B. M. de F.; GONÇALVES, A. A. Macroalgas e seus usos: alternativas para as indústrias brasileiras. Revista Verde, v. 8, n. 5, p. 125 - 140, 2013.
VIECELLI, C. A. Guia de deficiências nutricionais em plantas. 1ed. Paraná: Assoeste, 2017. p. 111.
XU, Y.; WEI, W.; FANG, J. Effects of salinity, light and temperature on growth rates of two species of Gracilaria (Rhodophyta). Chinese Journal of Oceanology and Limnology, v. 27, n. 2, p. 350 - 355, 2009. 10.1007/s00343-009-9116-0.