TÉCNICAS DE CONSERVAÇÃO DE CADÁVERES PARA O ENSINO NA MEDICINA VETERINÁRIA: UMA REVISÃO DE LITERATURA

Autores

  • Thyago Araújo Gurjão FRCG

Palavras-chave:

anatomia, cadáver, morfologia

Resumo

Na medicina veterinária é de suma importância o estudo da anatomia, uma ciência utilizada e desenvolvida a
milênios que tem por objetivo compreender as estruturas e suas funcionalidades, e para maximizar o processo de
aprendizagem de estruturas se faz necessário adquirir conhecimentos de como conservar os cadáveres de forma que a
técnica conserve o máximo esse cadáver sendo também uma técnica milenar. No entanto, o uso de meios digitais para
representar estruturas musculares e outras complexas está se tornando comum na educação atual. A responsabilidade das
instituições de ensino é oferecer um ensino de alta qualidade que aborda tanto os princípios fundamentais da anatomia
quanto às habilidades cirúrgicas necessárias. A evolução no uso de animais para fins educacionais e experimentais segue
os princípios dos três Rs, reduction, refinement e replacement (redução, refinamento e substituição), estabelecidos em
1959. Esses princípios visam reduzir o número de animais utilizados, aprimorar as técnicas envolvidas e substituir os
animais por métodos alternativos. Métodos alternativos de ensino estão sendo desenvolvidos para garantir o bem-estar
dos animais e estimular as habilidades psicomotoras necessárias em procedimentos cirúrgicos. A utilização desses
métodos em aulas práticas permite que os alunos adquiram conhecimento e habilidades essenciais para a realização de
cirurgias, ao mesmo tempo em que ganham confiança por meio da repetição dos procedimentos, porém, ainda é muito
utilizado cadáveres para o estudo de anatomia, sendo que a utilização de cadáveres desempenha um papel crucial no
aprendizado da anatomia e no desenvolvimento de habilidades cirúrgicas, mas enfrentam muitos desafios relacionados à
decomposição. Para superar este problema é estudado o uso de fixadores em cadáveres, visando preservar suas
características e evitar problemas biológicos e ambientais. Existem várias técnicas de preservação, com a formalização
(usando formol) sendo a mais comum, entretanto o uso do formol é um risco para saúde humana, a Agência Internacional
de Pesquisa em Câncer classificou o formaldeído como um agente cancerígeno, além de apresentar uma série de
desvantagens, como descoloração, rigidez dos tecidos, além de riscos à saúde, também apresenta risco ao meio ambiente.
Uma outra opção seria a glicerinação, que combina glicerina e álcool absoluto, é uma alternativa vantajosa para a
preservação, oferecendo peças mais leves, com morfologia preservada e menor impacto na saúde humana e ambiental.
No entanto, seu alto custo limita sua utilização. Outra alternativa seria a criodesidratação, que se baseada em ciclos de
congelamento e descongelamento, é uma alternativa eficaz e de baixo custo, oferecendo peças secas, leves e sem odor,
mantendo as características reais. Essa técnica reduz significativamente o peso das peças, facilitando o estudo, e elimina
a necessidade de fixadores químicos. No geral, cada técnica de preservação tem suas vantagens e desvantagens, mas a
criodesidratação surge como uma alternativa promissora para a conservação de peças anatômicas devido à sua eficácia,
baixo custo e menor impacto ambiental. Sendo assim, a escolha da técnica deve considerar custo, segurança, preservação
das características anatômicas e impacto ambiental, com a evolução das técnicas tornando o estudo anatômico mais
acessível, atraente e sustentável.

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Publicado

2023-10-22

Como Citar

Gurjão, T. A. . (2023). TÉCNICAS DE CONSERVAÇÃO DE CADÁVERES PARA O ENSINO NA MEDICINA VETERINÁRIA: UMA REVISÃO DE LITERATURA. Caderno Verde De Agroecologia E Desenvolvimento Sustentável, 12(2). Recuperado de https://gvaa.com.br/revista/index.php/CVADS/article/view/10189

Edição

Seção

V FÓRUM DE MEDICINA VETERINÁRIA FRCG

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