Um breve histórico sobre a lepra

A brief history about leprosy

Autores

  • José Ozildo dos Santos Universidade Federal de Campina Grande PPGGSA - CCTA - UFCG - Pombal - PB
  • Maria Carmélia de Almeida Neta HUJB/Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares – EBSERH E
  • Jefferson Gismont Correia Andrade Universidade Federal de Campina Grande PPGGSA - CCTA - UFCG - Pombal - PB
  • Rossino Ramos de Almeida Universidade Federal de Campina Grande PPGGSA - CCTA - UFCG - Pombal - PB
  • Tayana Adélia Palmeira Gomes Nepomucena Universidade Federal de Campina Grande PPGGSA - CCTA - UFCG - Pombal - PB
  • José Pereira da Silva Filho Universidade Federal de Campina Grande PPGGSA - CCTA - UFCG - Pombal - PB
  • Nicolle Borba Maracaja Rodrigues Gomes Universidade do Waikato-Amilton –Nova Zelandia

DOI:

https://doi.org/10.18378/rbfh.v13i1.10416

Palavras-chave:

Lepra. Processo histórico. Implicações diversas

Resumo

: Trata-se de uma pesquisa de natureza bibliográfica que teve por objetivo promover uma abordagem sobre a história da lepra no mundo, focalizando as ações desenvolvidas no Brasil, objetivando reduzir os efeitos da segregação, que historicamente foi imposta ao portador da hanseníase. Definida como sendo uma doença infectocontagiosa de evolução crônica, a lepra manifesta-se, principalmente, por lesões cutâneas, apresentando diminuição de sensibilidade térmica, dolorosa e tátil. Trata-se, portanto, de uma doença que é conhecida desde a antiguidade. A Bíblia Sagrada, bem como vários outros livros históricos, a exemplo do Código de Manu, fazem referências a essa patologia. Embora alguns pesquisadores afirmem que a lepra teve sua origem no continente asiático, não existe um consenso no mundo científico em torno desse assunto. Alguns estudos também apontam que a lepra teve sua origem na África, de onde se espalhou pelo Oriente Médio. Deve-se registrar que a falta de uma cura e o completo desconhecimento sobre a referida doença, fizeram do leproso um excluído, alguém que não tinha espaço na sociedade e que dele, todos fugiam com medo de contrair a doença. Acredita-se que a lepra chegou ao Brasil juntamente com o elemento branco colonizador. Os primeiros casos de lepra no Brasil foram registrados a partir de 1600, no Rio de Janeiro. Ainda em meados do século XVII, a hanseníase passou a ser uma preocupação para as autoridades locais. E, ao longo dos anos, várias foram as ações desenvolvidas objetivando o combate dessa doença extremamente contagiosa. Nas últimas três décadas o Ministério da Saúde tem promovidos várias ações e campanhas, objetivando reduzir a incidência de casos de hanseníase no país. Apesar de todos os esforços realizados pelo Ministério da Saúde, o Brasil ocupa atualmente o 2º lugar, no cenário mundial, em número de casos absolutos a hanseníase e em algumas regiões persistem altos coeficientes de detecção e prevalência.

Referências

ABREU, Jean Luiz Neves; QUADROS, Lucas Samuel. Os planos de Ernesto Ottoni contra o “mal dos lázaros”: lazaretos, terapêuticas e trabalho no combate à lepra em São Paulo, século XIX. História, Ciências, Saúde-Manguinhos, v. 30, p. e2023044, 2023.

ALEXANDRE, Jucieldo Ferreira. DOENÇA, EPIDEMIA E HISTÓRIA: UM BALANÇO SOBRE A HISTORIOGRAFIA DO CÓLERA DISEASE, EPIDEMIC AND HISTORY: A BALANCE ABOUT CHOLERA HISTORIOGRAPHY. Pesquisa histórica em perspectiva: saúde, justiça e sociedade, p. 36, 2024.

ALEXANDRE, Jucieldo Ferreira. “A doença epidêmica clássica do século XIX”:: o cólera na historiografia. Sertão História-Revista Eletrônica do Núcleo de Estudos em História Social e Ambiente, v. 3, n. 5, p. 188-205, 2024.

BONASSI, Brune Camillo. Entraves no acesso à saúde para pessoas não binárias e multiplicidade ontológica legal em territórios brasileiros. Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Psicologia, do Departamento de Psicologia, da Universidade Federal do Ceará 2023. 168p.

CASTRO, Larah Maria Assis; FACHIN, Laercio Pol. Análise Epidemiológica da Hanseníase na Região Nordeste do Brasil no Período de 2012 a 2022. Brazilian Journal of Implantology and Health Sciences, v. 5, n. 3, p. 472-489, 2023.

COSTA, M. C. C., DE CARVALHO, G. P., ROMERO, M. E. R., UBRAUS, M. I. F. R., TOCCAFONDO, R. M., & BELLANDI, T. F. A.. SITUAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA DA HANSENÍASE NA PELE NEGRA EM MATO GROSSO. Anais da Mostra Científica do Programa de Interação Comunitária do Curso de Medicina, 5. (2022)

CUNHA, Vivian da Silva. Isolados ‘como nós’ ou isolados ‘entre nós’?: a polêmica na Academia Nacional de Medicina sobre o isolamento compulsório dos doentes de lepra. História, Ciências, Saúde, v. 17, n. 4, p.939-954, out-dez., 2010.

EIDT, Letícia Maria. Breve história da hanseníase: sua expansão do mundo para as Américas, o Brasil e o Rio Grande do Sul e sua trajetória na saúde pública brasileira. Saúde e Sociedade, v. 13, n. 2, p. 76-88, mai.-ago., 2004.

FARIAS, A. F. S., LIMA, M. L. D. O. F., DE AZEVEDO JUNIOR, G. X., DE QUEIROGA, G. A. C., FERREIRA, K. J. M., AZEVEDO, J. A., ... & DE ARAÚJO, J. E. B. Análise do perfil epidemiológico de hanseníase no Município de Cajazeiras no período de 2012 a 2022. Revista Coopex., 14(4), 3220-3245. (2023).

GALVAN, Alda Luiza. Hanseníase (lepra): que representações ainda se mantém. Canoas-RS: ULBRA, 2003.

GARCIA, Ricardo Lopes. Entre a ‘loucura’ e a hanseníase: interfaces históricas das práticas e políticas instituídas. Hansen. Int., v. 26, n. 1, p. 14-22, 2001.

GENOVEZ, Patrícia Falco; PEREIRA, Flávia Rodrigues. Da lepra à hanseníase: política pública, o cotidiano e o estigma a partir da memória de seus atores – Governador Valadares (década de 1980). História: Questões & Debates, Curitiba, n. 60, p. 205-228, jan./jun. 2014.

HENRIQUE, Márcio Couto. Do índio Passos ao doutor Chernoviz: experiências de cura da lepra no Pará do século XIX. História, Ciências, Saúde-Manguinhos, v. 30, p. e2023027, 2023.

LIMA, D., CARNEIRO-FILHO, E. W. M., DOS SANTOS, F. M., CARMONA, L. H. B., BASTOS, L. H. L., VERDE, O. F. R., & DE SOUSA LIMA, H. Histórico do tratamento da hanseníase. Research, Society and Development, 12(6), e6912641969-e6912641969. . (2023)

JOPLING, W. H.; McDOUGALL, A. C. Manual de hanseníase. 4. ed. Rio de Janeiro: Livraria Atheneu Editora, 1991.

YOSHIDA, L. L., DOS SANTOS, I. M. B. B., SOARES, L. B., DE ALMEIDA, M. Q., SILVA, T. H. C., & SUGIZAKI, EA loucura na perspectiva em Michel Foucault: a história da loucura na idade clássica. CONTRIBUCIONES A LAS CIENCIAS SOCIALES, 17(1), 2230-2247. . (2024).

MACIEL, Laurinda Rosa; OLIVEIRA, Maria Leide Wand-del-Rey de; GALLO, Maria Eugênia N. and DAMASCO, Mariana Santos. Memória e história da hanseníase no Brasil através de depoentes (1960-2000). Hist. Cienc. Saúde-Manguinhos, v. 10, n. 1, p. 308-336, 2003.

MARTINS, Patrícia Vieira; CAPONI, Sandra. Hanseníase, exclusão e preconceito: histórias de vida de mulheres em Santa Catarina. Ciência & Saúde Coletiva, v. 15, n.1, (supl.), p. 1047-1054, 2010.

MEDEIROS, Helena Thomassim. A palavra, o portal e a morte: Hospital Colônia Itapuã e os símbolos do isolamento. Patrimônio e Memória, v. 19, n. 1, p. 370-392, 2023.

NASCIMENTO, Ednardo de Souza; CARDOZO, Patrícia Alves; SOUZA, Carla Giselly de; COELHO, Viviane Amaral Toledo. Sentimentos emergentes nos portadores da hanseníase ao anúncio do diagnóstico. Rev. Mult. Psic., v. 14, n. 49, p. 686-697, fev., 2020.

OPROMOLLA, D. V. A. Noções de hansenologia. Bauru: Centro de Estudos Dr. Reynaldo Quagliato, 1981.

OPROMOLLA, P. A.; MARTELLI, A. C. C. A terminologia relativa à hanseníase. Anais Brasileiros de Dermatologia, v. 80, n. 3, 2005.

PINTO, P. G. H. R. O estigma do pecado: a lepra durante a Idade Média. PHYSIS - Revista de Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 5, n. 1, p. 131-144, 1995.

PORTO, Carla Lisboa; MARQUES, Maria Cristina da C. Representações sócio-históricas de uma doença: um estudo sobre cartazes de campanhas para o combate à hanseníase na segunda metade do século XX. História, Ciências, Saúde-Manguinhos, v. 30, p. e2023066, 2023.

SAVASSI, Leonardo Cançado Monteiro. Hanseníase: políticas públicas e qualidade de vida de pacientes e seus cuidadores Dissertação para obtenção do título de Mestre em Ciências pelo Programa de Pós -Graduação em Ciências da Saúde do Centro de Pesquisas René Rachou – Belo Horizonte, 2010. 179 f.:

SANTOS, Luiz Antonio de Castro; FARIA, Lina Faria; MENEZES, Ricardo Fernandes de. Contrapontos da história da hanseníase no Brasil: cenários de estigma e confinamento. Rev. Bras. Est. Pop., São Paulo, v. 25, n. 1, p. 167-190, jan.-jun. 2008.

SOUSA, Celita Maria Paes et al. Traços de compaixão e misericórdia na história do Pará: instituições para meninos e meninas desvalidas no século XIX até início do século XX. Revista HISTEDBR On-Line. ISSN, v. 1676, p. 2584, 2012.

SHIMIZU, G. K. M., WEDY, G. F., DE ABREU, M. A. M. M., & PASTANA, V. A.. Sequelas de Hanseníase: caso remanescente da era da monoterapia sulfônica. Brazilian Journal of Health Review, 7(2), e67781-e67781. (2024)

YAMANOUCHI, Ana Azussa; CARON, Carlos Roberto; SHIWAKU, Darwin T; SOARES, Fabiana Burigo; NICOLODELLI, Marco Antonio; ADUR, Regina. Hanseníase e sociedade: um problema sempre atual. Anais Brasileiros de Dermatologia, Rio de Janeiro, v. 68, n.6, p. 396-404, 1993

Downloads

Publicado

2024-03-15

Como Citar

Santos, J. O. dos, Almeida Neta, M. C. de, Andrade, J. G. C., Almeida, R. R. de, Nepomucena, T. A. P. G., Silva Filho , J. P. da, & Gomes, N. B. M. R. (2024). Um breve histórico sobre a lepra : A brief history about leprosy. Revista Brasileira De Filosofia E História, 13(1), 2527–2539. https://doi.org/10.18378/rbfh.v13i1.10416

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)