Reflexões acerca das necessidades de saúde de crianças com transtorno espectro autista
DOI:
https://doi.org/10.18378/rbfh.v13i2.10501Palavras-chave:
Transtorno do Espetro Autista; Serviços de Saúde; Núcleo FamiliarResumo
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma síndrome neuropsiquiátrica com repercussões comportamentais que impactam na rotina familiar. Assim, lidar com a confirmação do diagnóstico e com as novas demandas da condição da criança levam à alteração da dinâmica familiar, prejudicando na qualidade de vida. Nesse sentido, objetivou-se conhecer as necessidades de saúde de crianças com TEA, incluindo os desafios existentes na rotina familiar e no acesso e atendimento à serviços de saúde. Trata-se de uma pesquisa com abordagem qualitativa, de cunho descritivo e exploratório, realizada no mês de abril de 2024. Participaram do estudo cinco mães de crianças com TEA do município de Santa Luzia/PB. Foram considerados como critério de elegibilidade para o estudo: crianças adscritas na área de abrangência da Estratégia de Saúde da Família – ESF III do município de Santa Luzia/PB com até 12 anos de idade. Como critérios de exclusão foram adotados: crianças com mais de um tipo de deficiência. Aplicou-se uma entrevista semiestruturada aos participantes e para o processamento e a análise dos dados foi utilizado o software Interface de R pour les Analyses Multidimensionnelles de Textes et de Questionnaires (IRAMUTEQ), com estatísticas textuais do tipo nuvem de palavras e análise de similitude. Como resultados, a nuvem de palavras demonstrou que as palavras ativas mais recorrentes foram: filho, gente, mais, atendimento, conseguir, terapia, policlínica, dificuldade, cidade, terapia ocupacional, serviços de saúde e esperar. O resultado da análise de similitude corrobora com a nuvem de palavras, demonstrando ligações entre os termos. Contatou-se que as mães de crianças com TEA enfrentam grandes dificuldades no tocante ao acesso e qualidade dos serviços de saúde. Portanto, faz-se necessário uma abordagem multidisciplinar com as equipes de saúde, além disso, os resultados deste estudo também ressaltam a importância da inclusão social e educacional, pois garantir o acesso a serviços de saúde de qualidade, bem como a adaptação de ambientes educacionais contribui significativamente para o seu desenvolvimento e bem-estar.
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