A flecha de Deus ou a flecha contra Deus?
Resumo
Este trabalho tem por objetivo refletir sobre o papel de Ezeulu, sacerdote do deus Ulu, na África Oriental, cujo significado passa a ser constantemente perturbado pela diferença, inclusive pela presença, no romance A Flecha de Deus (2011), do escritor nigeriano Chinua Achebe, com a chegada do europeu ali. Divide-se em duas partes: na primeira, discute-se acerca das provocações que são feitas em torno do significado de Ezeulu, mostrando as suas razões e buscando elucidar, a lei do chefe dos ibos. Aqui, compreendemos o processo de deformação de sua identidade, o seu descentramento, bem como suas estratégias para lidar com a ameaça cultural perante a implantação do regime colonial. Já na segunda parte, analisa-se o processo de deformação da identidade de seu “espião” e filho mais novo, Oduche, no limiar das diferenças culturais. Para tanto a pesquisa insere-se na linha dos Estudos Culturais e Pós-Coloniais, tendo como aporte teórico os pensamentos de Hall (2015; 2013), Bhabha (2010) e Derrida (1981; 2002). A proposta é, portanto, reconhecer o tipo de sujeito nascido do hibridismo, das forças da tradição e da tradução, questionando o seu significado, a sua origem, na era conhecida como “O Quebrar de Armas”.
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