A flecha de Deus ou a flecha contra Deus?

Autores/as

  • Venalucia Soares da Silveira Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba (IFPB)
  • Charles Albuquerque Ponte
  • Valderedo Alves da Silva

Resumen

Este trabalho tem por objetivo refletir sobre o papel de Ezeulu, sacerdote do deus Ulu, na África Oriental, cujo significado passa a ser constantemente perturbado pela diferença, inclusive pela presença, no romance A Flecha de Deus (2011), do escritor nigeriano Chinua Achebe, com a chegada do europeu ali. Divide-se em duas partes: na primeira, discute-se acerca das provocações que são feitas em torno do significado de Ezeulu, mostrando as suas razões e buscando elucidar, a lei do chefe dos ibos. Aqui, compreendemos o processo de deformação de sua identidade, o seu descentramento, bem como suas estratégias para lidar com a ameaça cultural perante a implantação do regime colonial.  Já na segunda parte, analisa-se o processo de deformação da identidade de seu “espião” e filho mais novo, Oduche, no limiar das diferenças culturais. Para tanto a pesquisa insere-se na linha dos Estudos Culturais e Pós-Coloniais, tendo como aporte teórico os pensamentos de Hall (2015; 2013), Bhabha (2010) e Derrida (1981; 2002). A proposta é, portanto, reconhecer o tipo de sujeito nascido do hibridismo, das forças da tradição e da tradução, questionando o seu significado, a sua origem, na era conhecida como “O Quebrar de Armas”.

Citas

ACHEBE, A. A Flecha de Deus. Trad. Vera Queiroz de Costa e Silva. São Paulo: Companhia das Letras, 2011.

______. O Mundo se Despedaça. Trad. Vera Queiroz da Costa e Silva. São Paulo: Companhia das Letras, 2009.

______. The African Trilogy: Things for Apart; No Longer at Ease; Arrow of God. London: Everyman's Library, 2010.

ALENCAR, José de. “Iracema”. In ALENCAR, José de. Obra Completa. Rio de Janeiro: Editora José Aguilar, 1959a, vol. III.

ALTHUSSER, L. Sobre a Reprodução. Trad. Guilherme João de Freitas Teixeira. 2. ed. Petropólis, RJ:Vozes, 2008).

Bíblia Sagrada. 36.ed. São Paulo: Paulus, 1999.

BHABHA, H. K. O Local da Cultura. Trad. Myriam Ávila, Eliana Lourenço de Lima Reis, Gláucia Renate Gonçalves. 5.ed. Belo Horizonte: UFMG, 2010.

CÉSAIRE, A. Discurso sobre o Colonialismo. Trad. Noémia de Sousa. Lisboa: Sá da Costa, 1978.

CUNHA, E. Os Sertões. 14 ed. Record: São Paulo, 2015.

DERRIDA, J. Plato’s Pharmacy. In: Dissemination. Trad. Barbara Johnson. Chicago: The University of Chicago, 1981. p. 61- 171.

______. A Escritura e a Diferença. Trad. Maria Beatriz Marques Nizza da Silva. 3. ed. São Paulo: Perspectiva S. A., 2002.

FANON, F. Pele negra, máscaras brancas. Trad. Maria Adriana da Silva Caldas. Rio de Janeiro: Fator, 1983.

FOUCAULT, M. Vigiar e Punir: história da violência nas prisões. 39 ed. Trad. Taquel Ramalhete. Petrópolis, RJ: Vozes, 2011.

HALL, S. A identidade cultural na pós-modernidade. Trad. Tomaz Tadeu da Silva & Guacira Lopes Louro. 12. ed. Rio de Janeiro: Lamparina, 2015.

______. Da Diáspora: identidades e mediações culturais. Trad. Adelaine La Guardina Resende et al. 2. ed. Belo Horizonte: UFMG, 2013.

PLATÃO. Diálogos Socráticos. São Paulo: Edipro, 2008.

SAID, E. W. Orientalismo: o Oriente como invenção do Ocidente. Trad. Rosaura Eichenberg. São Paulo: Compainha das Letras, 2008.

SPIVAK, G. C. Pode o Subalterno Falar? Trad. Sandra Regina Goulart Almeida; Marcos Pereira Feitosa e André Pereira Feitosa. Belo Horizonte: UFMG, 2010.

STEARNS, P.N. História das relações de gênero. Trad. Mirna Pinsky. 2 ed. São Paulo: Contexto, 2013.

Publicado

2017-09-26

Cómo citar

Silveira, V. S. da, Ponte, C. A., & Silva, V. A. da. (2017). A flecha de Deus ou a flecha contra Deus?. Revista Brasileira De Filosofia E História, 5(1). Recuperado a partir de https://gvaa.com.br/revista/index.php/RBFH/article/view/5280