Acidentes com mordedura de animais, agilidade e seguimento na atenção primária

Autores

DOI:

https://doi.org/10.18378/rebes.v14i1.10388

Resumo

As complicações decorrentes de mordidas de animais em humanos, incluindo lesões físicas, transmissão de doenças como raiva e custos econômicos significativos. A Atenção Primária à Saúde (APS) desempenha um papel essencial na prevenção, manejo e monitoramento desses casos, incluindo a administração de profilaxia pós-exposição. A pesquisa propõe revisar a gestão de infecções bacterianas na APS e abordar a profilaxia da raiva, visando contribuir para a prática clínica nesse contexto. Este estudo é uma revisão qualitativa realizada em fevereiro de 2024, utilizando bases de dados como SciELO, BVS, PubMed e Google Acadêmico. Foram buscados artigos e revisões em inglês e português sobre mordidas de animais, infecções bacterianas, saúde primária, diretrizes clínicas, utilizando critérios de inclusão específicos. Os estudos selecionados serão analisados para enriquecer as discussões sobre o tema proposto. Os resultados e discussões enfocam as complicações bacterianas e virais das mordidas de animais. Destacam-se fatores de risco, como localização da ferida e demora no tratamento, e a importância do manejo adequado, incluindo desbridamento e uso de antibióticos. Quanto à raiva, a profilaxia pós-exposição é crucial para evitar complicações graves. No Brasil, o manejo varia conforme a gravidade da exposição e do estado do animal agressor. Além disso, destaca-se o papel fundamental da APS na implementação de medidas abrangentes, incluindo detecção, notificação, monitoramento e resposta em emergências de saúde pública e outros eventos com potencial risco sanitário, visando prevenir infecções, especialmente a raiva, em humanos expostos.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

ABRAHAMIAN, F. M.; GOLDSTEIN, E. JC. Microbiology of animal bite wound infections. Clinical microbiology reviews, v. 24, n. 2, p. 231-246, 2011.

ANDRADE, F. C. Mordeduras causadas por animais. In: UNIVERSIDADE ABERTA DO SUS. Universidade Federal do Maranhão. Cuidado nas queixas comuns no atendimento à demanda espontânea na Atenção Primária à Saúde. Cuidado em casos de mordedura de animais e intoxicação aguda por plantas tóxicas e medicamentos. São Luís: UNA-SUS; UFMA, 2021.

AUGUST, J. A. et al. Prophylactic antibiotics are not needed following rattlesnake bites. The American journal of medicine, v. 131, n. 11, p. 1367-1371, 2018.

BADDOUR, L. M.; HARPER, M. Animal bites (dogs, cats, and other animals): evaluation and management. UpToDate, 2020.

BARIYA, Bhaveshbhai R. et al. Comparison of Compliance of Animal Bite Patients to Two Different Routes of Post-Exposure Prophylaxis against Rabies. Heal J Indian Assoc Prev Soc Med, v. 6, n. 1, p. 30-5, 2015.

BINGHAM, G. M.; BUDKE, C. M.; SLATER, M. R. Knowledge and perceptions of dog-associated zoonoses: Brazos County, Texas, USA. Preventive veterinary medicine, v. 93, n. 2-3, p. 211-221, 2010.

BRASIL. Ministério da Saúde. Nota Informativa Nº 26 – SEI/2017 – CGPNI/DEVIT/SVS/MS. Informa sobre alterações no esquema de vacinação da raiva humana pós-exposição e dá outras providências. Disponível em: http://portalarquivos.saude.gov.br/images/pdf/2017/agosto/04/Nota-InformativaN?26_SEI_2017_CGPNI_DEVIT_SVS_MS.pdf.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Coordenação Geral de Desenvolvimento da Epidemiologia em Serviços. Guia de Vigilância em Saúde: volume único [recurso eletrônico]. 3ª ed. Brasília: Ministério da Saúde, 2019.740 p. Disponível em: < https://portalarquivos2.saude.gov.br/ images/ pdf/2019/junho/25/guia-vigilancia-saude-volume-unico-3ed.pdf >.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância Epidemiológica Coordenação Geral de Doenças Transmissíveis. Gerência Técnica do SINAN. 2016. Disponível em: https://portalsinan.saude.gov.br/. Acesso em: 15 fev. 2024.

BULA-RUDAS, F. J.; OLCOTT, J. L. Human and animal bites. Pediatrics in review, v. 39, n. 10, p. 490-500, 2018.

CALLAHAM, M. L. Treatment of common dog bites: infection risk factors. Journal of the American College of Emergency Physicians, v. 7, n. 3, p. 83-87, 1978.

DEDY, N. J. et al. Capnocytophaga canimorsus sepsis following a minor dog bite to the finger: case report. The Journal of hand surgery, v. 41, n. 1, p. 81-84, 2016.

DENDLE, C.; LOOKE, D. Animal bites: an update for management with a focus on infections. Emergency Medicine Australasia, v. 20, n. 6, p. 458-467, 2008.

DHIMAN, A.; MAZTA, S. R.; THAKUR, A.. Stray dog bite menace: an open invitation to rabies in Shimla city, Himachal Pradesh, India. Int. J. Community Med. Public Health, v. 3, n. 6, p. 1683-1684, 2016.

DIRE, D. J. Cat bite wounds: risk factors for infection. Annals of emergency medicine, v. 20, n. 9, p. 973-979, 1991.

DIRE, D. J.; HOGAN, D. E.; RIGGS, M. W. A prospective evaluation of risk factors for infections from dog‐bite wounds. Academic Emergency Medicine, v. 1, n. 3, p. 258-266, 1994.

DUNCAN, B. B. et al. Medicina Ambulatorial: Condutas de Atenção Primária Baseadas em Evidências: Artmed Editora. 2014.

DUNNE, J. A. et al. What is optimal wound management to prevent infection in non-hand mammalian bite Injuries? A systematic review. Journal of Plastic, Reconstructive & Aesthetic Surgery, v. 72, n. 4, p. 685-710, 2019.

GARBER, B.; GLAUSER, J. Mammalian Bites: Infection Prevention and Management. Current Emergency and Hospital Medicine Reports, p. 1-8, 2023.

GUSTAVSSON, O. et al. A wide spectrum of fastidious and ampicillin-susceptible bacteria dominate in animal-caused wounds. European Journal of Clinical Microbiology & Infectious Diseases, v. 35, p. 1315-1321, 2016.

HEMACHUDHA, T. et al. Human rabies: neuropathogenesis, diagnosis, and management. The Lancet Neurology, v. 12, n. 5, p. 498-513, 2013.

ISHAYA, T. et al. Dog Bites and Rabies: A Decade Perspective in Nigeria (2005–2014). World, v. 6, n. 1, p. 19-24, 2016.

KESSELS, J. A. et al. Pre-exposure rabies prophylaxis: a systematic review. Bulletin of the world Health Organization, v. 95, n. 3, p. 210, 2017.

LANGEDIJK, A. C. et al. Rabies antibody response after booster immunization: a systematic review and meta-analysis. Clinical Infectious Diseases, v. 67, n. 12, p. 1932-1947, 2018.

MAIMARIS, C.; QUINTON, D. N. Dog-bite lacerations: a controlled trial of primary wound closure. Archives of emergency medicine, v. 5, n. 3, p. 156, 1988.

MARCONI, M. A.; LAKATOS, E. M. Metodologia científica. São Paulo, SP: Atlas, 2010.

MERCK E CO., INC. Antimicrobianos para feridas por mordedura. MSD Manuais. 2014. Disponível em: https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/multimedia/table/antimicrobianos-para-feridas-por-mordedura. Acesso em: 15 fev. 2024.

MOREIRA, W. C. et al. Epidemiological aspects of accidents by poisony animals in Northeast Brazil/Aspectos epidemiológicos dos acidentes por animais peçonhentos no nordeste brasileiro. Revista de Pesquisa Cuidado é Fundamental Online, v. 14, 2022.

OMS. Organização Mundial de Saúde. Vacinas contra a raiva: documento de posição da OMS, abril de 2018. Recomendações, v. 36, p. 5500–5503, 2018.

OMS. Organização Mundial de Saúde. Consulta de Especialistas da OMS sobre Raiva: Terceiro Relatório; Série de Relatórios Técnicos da OMS; Organização Mundial da Saúde: Genebra, Suíça, p. 183, 2018.

ROSADO, B. et al. A comprehensive study of dog bites in Spain, 1995–2004. The Veterinary Journal, v. 179, n. 3, p. 383-391, 2009.

ROSEN, R. A. The use of antibiotics in the initial management of recent dog-bite wounds. The American journal of emergency medicine, v. 3, n. 1, p. 19-23, 1985.

SAVU, A. N. et al. Practical review of the management of animal bites. Plastic and Reconstructive Surgery Global Open, v. 9, n. 9, 2021.

SIMON, B.; HERN, H. G. Wound management principles. Marx J, Hockbergr R, Walls R. Rosen’s Emergency medicine. 8va ed. Philadelphia: Saunders, p. 751-766, 2014.

STEFANOPOULOS, P. K.; TARANTZOPOULOU, A. D. Facial bite wounds: management update. International journal of oral and maxillofacial surgery, v. 34, n. 5, p. 464-472, 2005.

STEFANOPOULOS, P. K. Management of facial bite wounds. Oral and Maxillofacial Surgery Clinics of North America, v. 21, n. 2, p. 247-257, 2009.

TALLEY, P.; SNIPPES‐VAGNONE, P.; SMITH, K. Invasive Pasteurella multocida infections–report of five cases at a Minnesota Hospital, 2014. Zoonoses and public health, v. 63, n. 6, p. 431-435, 2016.

TAVARES, W.; MARINHO, L. A. C. Raiva. In: TAVARES, W.; MARINHO, L.A.C. Rotinas de Diagnóstico e tratamento das doenças Infecciosas e Parasitárias. 4a ed. São Paulo: Atheneu. p.1-1268, 2016.

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL. Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia. TelessaúdeRS (TelessaúdeRS-UFRGS). Como deve ser realizado o esquema para profilaxia da raiva humana pós-exposição? Porto Alegre: TelessaúdeRS-UFRGS, 2022. Disponível em: <https://www.ufrgs.br/telessauders/ perguntas/profilaxia-da-raiva/>. Acesso em: 15 fev. 2024.

WU, X. et al. Live attenuated rabies virus co-infected with street rabies virus protects animals against rabies. Vaccine, v. 29, n. 25, p. 4195-4201, 2011.

Downloads

Publicado

2024-02-26

Como Citar

Barbosa, D. D., Santos, M. E., Saraiva, M. L. S., Oliveira, G. F., & Borges, S. J. (2024). Acidentes com mordedura de animais, agilidade e seguimento na atenção primária. Revista Brasileira De Educação E Saúde, 14(1), 211–216. https://doi.org/10.18378/rebes.v14i1.10388

Edição

Seção

Artigos