AVALIAÇÃO DO EFEITO DO EXTRATO PIROLENHOSO DE BAMBU SOBRE Plutella xylostella L. (LEPIDOPTERA: PLUTELLIDAE)

Resumo

A necessidade de métodos alternativos para controle de pragas de hortaliças tem aumentado, desse modo, o extrato pirolenhoso (EPL), obtido da condensação da fumaça durante a carbonização da madeira, é uma alternativa promissora para o manejo ecológico de insetos-pragas. As brássicas têm sua produção afetada por diferentes pragas, como a Plutella xylostella. O objetivo desse trabalho foi avaliar o efeito do extrato pirolenhoso de bambu (EPL) (Bambusa vulgaris) sobre a P. xylostella. O bambu foi coletado de touceira madura no banco de germoplasma do CECA/UFAL e submetido à pirólise em um forno tubular Jung modelo LT6 2010 para obtenção do bioóleo. Como o EPL não é completamente solúvel, realizou-se o preparo de uma emulsão segundo metodologia de Senhorini (2010), testando-se diferentes concentrações de Tween e Span. O EPL foi submetido a filtragem em funil de separação para retirada do alcatrão. Foram realizados testes de toxicidade, para obter os limites superior e inferior de mortalidade para se estimar as concentrações letais. Determinou-se também a repelência e o efeito ovicida. Das cinco emulsões testadas, apenas a emulsão com 5 g de Tween, 10 g de extrato e 85 g de água apresentou-se estável, todavia, sem atividade tóxica uniforme para controle das lagartas, não se ajustando a estimativa de Probit; da mesma forma para o extrato filtrado. Para repelência, apenas o extrato filtrado a 20% após 30, 60, 120 minutos e 24 horas da inoculação das lagartas, apresentou-se repelente e as demais concentrações foram neutras. Para o efeito ovicida, apenas a concentração de 20% do extrato filtrado apresentou maior média de ovos inviáveis (50,85%), contrastando com 2,8% da testemunha. Conclui-se que a emulsão do extrato pirolenhoso e o extrato filtrado não apresentam atividade tóxica uniforme para controle de lagartas de P. xylostella, mas o extrato filtrado apresenta efeito repelente e ação ovicida.