Utilização de medicamentos humanos em animais domésticos: implicações e efeitos adversos.

Authors

  • Thyago Araújo Gurjão FRCG
  • Rhayssa Vieira Soares Da Costa

Keywords:

intoxicação, animal, automedicação

Abstract

Conforme a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, a automedicação é caracterizada pela iniciativa de um
doente, ou de seu responsável, em obter ou produzir e utilizar um produto que acredita lhe trará benefícios no
tratamento de doenças ou alívio de sintomas, sem a orientação de um profissional de saúde qualificado. Um dos fatores
que levam à intoxicação por medicamentos é a cultura da automedicação familiar, o que faz com que seja empregado o
mesmo comportamento com seus animais de estimação - ou seja, se o animal está apresentando um sintoma parecido
com o que o ser humano apresenta, o responsável medica com o que ele habitualmente se automedica. Segundo o
Sistema Nacional de Informações Tóxi-farmacológicas (SINTOX), os números de intoxicações causadas por
medicamentos superam os das intoxicações originadas por outros agentes tóxicos como, por exemplo, agrotóxicos,
produtos de limpeza e cosméticos. Os medicamentos estão entre as principais causas de intoxicação nos animais de
companhia no Brasil, sendo os antiinflamatórios não esteroidais (AINE`s), analgésicos, antibióticos, tranquilizantes e
antiparasitários as categorias mais citadas. Os animais domésticos, quando comparados ao humano, têm uma maior
sensibilidade em virtude de serem carnívoros, o que facilita a absorção do AINE. No entanto, os felinos sendo maus
conjugadores de AINE´s, estão mais propensos a toxicidade por tais fármacos. As classes de medicamentos mais
reportados nos casos de intoxicação em cães e gatos são os antibióticos, os AINEs. Dentre eles os principais são:
Paracetamol: Em doses elevadas, o que geralmente ocorre em casos de medicação sem orientação medica, pode causar
hepatopatias. Dipirona: Os efeitos colaterais que podem ser causados pelo uso desse fármaco incluem: sedação,
agranulocitose, leucopenia e convulsões. Ibuprofeno: é pouco seguro em gatos. Por isso seu uso é contraindicado, já que
ele pode levar ao surgimento de úlceras gástricas e gastroenterites sérias. Diclofenaco: os cães são muito sensíveis a
este princípio ativo, e quando medicados com ele, mesmo que em pequenas concentrações, podem sofrer uma
gastroenterite hemorrágica, que pode levar o animal a morte. Amoxicilina: normalmente é bem tolerada, e as
intoxicações estão geralmente associadas a altas dosagens, é possível também que haja algumas reações alérgicas.
Sulfonamidas: Pode acontecer comprometimento hepático e renal. Fluoroquinolonas: A enrofloxacina é a principal
representante deste grupo farmacológico Em estudos realizados com felinos, foi comprovado que altas doses, e uma
continuação deste medicamento acima de 5 dias pode causar descolamento de córnea. Beta-lactâmicos: esses
antibióticos podem levar ao desenvolvimento de uma reação de hipersensibilidade muito grave, na qual o animal irá
manifestar alguns sinais característicos, tais como a taquicardia, a taquipneia, mucosas hipocoradas, ataxia, icterícia,
depressão e, em determinadas situações, a morte. Ressaltando a importância de um atendimento médico veterinário e
quando for o caso o acompanhamento deste animal, para que recebe um conforto e um prognóstico positivo.

Published

2023-10-22

How to Cite

Gurjão, T. A. ., & Rhayssa Vieira Soares Da Costa. (2023). Utilização de medicamentos humanos em animais domésticos: implicações e efeitos adversos. Caderno Verde De Agroecologia E Desenvolvimento Sustentável, 12(2). Retrieved from https://gvaa.com.br/revista/index.php/CVADS/article/view/10192

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