Um breve histórico sobre a lepra
A brief history about leprosy
DOI:
https://doi.org/10.18378/rbfh.v13i1.10416Palavras-chave:
Lepra. Processo histórico. Implicações diversasResumo
: Trata-se de uma pesquisa de natureza bibliográfica que teve por objetivo promover uma abordagem sobre a história da lepra no mundo, focalizando as ações desenvolvidas no Brasil, objetivando reduzir os efeitos da segregação, que historicamente foi imposta ao portador da hanseníase. Definida como sendo uma doença infectocontagiosa de evolução crônica, a lepra manifesta-se, principalmente, por lesões cutâneas, apresentando diminuição de sensibilidade térmica, dolorosa e tátil. Trata-se, portanto, de uma doença que é conhecida desde a antiguidade. A Bíblia Sagrada, bem como vários outros livros históricos, a exemplo do Código de Manu, fazem referências a essa patologia. Embora alguns pesquisadores afirmem que a lepra teve sua origem no continente asiático, não existe um consenso no mundo científico em torno desse assunto. Alguns estudos também apontam que a lepra teve sua origem na África, de onde se espalhou pelo Oriente Médio. Deve-se registrar que a falta de uma cura e o completo desconhecimento sobre a referida doença, fizeram do leproso um excluído, alguém que não tinha espaço na sociedade e que dele, todos fugiam com medo de contrair a doença. Acredita-se que a lepra chegou ao Brasil juntamente com o elemento branco colonizador. Os primeiros casos de lepra no Brasil foram registrados a partir de 1600, no Rio de Janeiro. Ainda em meados do século XVII, a hanseníase passou a ser uma preocupação para as autoridades locais. E, ao longo dos anos, várias foram as ações desenvolvidas objetivando o combate dessa doença extremamente contagiosa. Nas últimas três décadas o Ministério da Saúde tem promovidos várias ações e campanhas, objetivando reduzir a incidência de casos de hanseníase no país. Apesar de todos os esforços realizados pelo Ministério da Saúde, o Brasil ocupa atualmente o 2º lugar, no cenário mundial, em número de casos absolutos a hanseníase e em algumas regiões persistem altos coeficientes de detecção e prevalência.
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