Tratamento de infecções urinárias recorrentes em mulheres pós-menopausa
DOI:
https://doi.org/10.18378/rebes.v14i3.10927Resumo
As infecções recorrentes do trato urinário (ITUs) são definidas por três episódios em 12 meses ou dois episódios em seis meses, sendo muito mais comuns em mulheres devido a fatores anatômicos. O tratamento das ITUs nos EUA custa cerca de 3,5 bilhões de dólares anuais. Tradicionalmente, ITUs são diagnosticadas com base na presença de mais de 100.000 UFC/mL de urina e sintomas associados. Com o aumento da idade e da resistência a antibióticos, alternativas não antimicrobianas como estrogênio, probióticos e vitaminas têm sido propostas, mas faltam evidências robustas. Este estudo visa avaliar a eficácia de profilaxia antibiótica contínua e estrógenos vaginais na prevenção de ITUs em mulheres pós-menopausa, visando encontrar estratégias mais seguras e eficazes para essa população. trata-se de uma revisão da literatura focada no tratamento de infecções urinárias recorrentes em mulheres pós-menopausa, com uma abordagem qualitativa e descritiva. A revisão segue uma metodologia em seis etapas, desde a formulação da pergunta de pesquisa até a apresentação dos resultados. A questão central investigada foi a eficácia das intervenções farmacológicas para a prevenção dessas infecções. A coleta de dados, realizada em setembro de 2024, envolveu busca em bases de dados como PubMed e Scielo, utilizando descritores específicos. Foram incluídos artigos originais, disponíveis em português, inglês e espanhol, publicados nos últimos quinze anos, enquanto editoriais e estudos fora do escopo temporal foram excluídos. Os resultados mostraram que a profilaxia antibiótica com trimetoprima, sulfametoxazol e nitrofurantoína é eficaz na redução das infecções, conforme diretrizes internacionais. No entanto, o uso de estrogênios vaginais também apresentou benefícios significativos, especialmente para mulheres com sintomas de atrofia vaginal. Apesar desses avanços, o estudo tem limitações, como a falta de ensaios clínicos randomizados robustos que comparem diretamente estrogênio sistêmico e vaginal. Futuros estudos devem incluir ensaios clínicos bem desenhados para avaliar com precisão o papel do estrogênio sistêmico e explorar novas terapias e estratégias combinadas para o manejo das infecções urinárias em mulheres pós-menopausa.
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