A medição dos corpos no Manicômio Judiciário da Paraíba no contexto dos anos 1940
a influência da teoria biotipológica de Kretschmer na classificação do primeiro paciente institucionalizado
Resumo
João Alexandre Gomes é o nome do primeiro paciente do Manicômio Judiciário da Paraíba. Sua trajetória de adoecimento mental iniciou-se quando começou a ver vultos e ouvir vozes que lhes dirigiam“palavras desabonadas” e ameaças. Certo dia, em estado de surto, João muniu-se de pistola destinando a pôr fim ao seu sofrimento, ocasião em que avistou o menor Zeto Freire que foi “assassina[do] estupidamente”. Depois, João procurou a Chefatura de Polícia, quando foi detido para averiguação. Em 1941, com o diagnóstico de Sífilis cerebral, João foi internado no Hospital-Colônia Juliano Moreira. Em 1943, quando da inauguração do Manicômio Judiciário, João foi transferido para aquele estabelecimento. O escopo desse trabalho é analisar a influência das teorias biotipológicas europeias nas práticas dos psiquiatras que atuavam no Manicômio Judiciário da Paraíba a partir do prontuário do Sr. João. Os dados foram analisados à luz dos conceitos de práticas e representações do historiador Roger Chartier.
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