Neurologia: eficácia das terapias de estimulação cerebral profunda no tratamento do parkinson em pacientes com mais de 10 anos de diagnóstico
DOI:
https://doi.org/10.18378/rebes.v14i3.10791Resumo
Este artigo abordou a eficácia da Estimulação Cerebral Profunda no tratamento da Doença de Parkinson em pacientes com mais de dez anos de diagnóstico, uma condição neurodegenerativa crônica que impacta a qualidade de vida dos indivíduos afetados. O problema investigado reside na progressão dos sintomas motores e não motores em estágios avançados da doença, quando as terapias convencionais, como a levodopa, tornam-se menos eficazes e estão associadas a complicações como discinesias e flutuações motoras. Frente a esses desafios, o estudo teve como objetivo avaliar a eficácia da ECP na melhoria dos sintomas e na qualidade de vida desses pacientes, bem como comparar essa modalidade terapêutica com outras intervenções disponíveis, incluindo terapias medicamentosas e técnicas mais recentes, como a infusão de levodopa-carbidopa em gel intestinal e o ultrassom focal de alta intensidade. A metodologia utilizada foi uma revisão de literatura, que incluiu a análise de estudos clínicos, revisões sistemáticas e meta-análises disponíveis nas principais bases de dados científicas. A seleção dos artigos foi realizada com base em critérios de inclusão que consideraram a relevância, a atualidade e a qualidade metodológica dos estudos, focando principalmente em trabalhos que investigaram a aplicação da ECP em pacientes com mais de dez anos de diagnóstico da Doença de Parkinson. Os resultados obtidos indicaram que a ECP é uma modalidade terapêutica eficaz na redução dos sintomas motores e na melhoria da qualidade de vida desses pacientes, destacando-se em relação às outras modalidades terapêuticas analisadas. A ECP permitiu a redução da dose de levodopa, minimizando complicações associadas, e proporcionou uma estabilização dos sintomas ao longo do dia. Constatou-se também que, apesar dos riscos associados ao procedimento, a ECP apresenta um perfil de segurança aceitável e benefícios que superam os potenciais efeitos adversos, consolidando-se como uma opção terapêutica importante para pacientes com Parkinson avançado.
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